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Síntese das vantagens e desvantagens do processo RIAAT

Capítulo 6 – Resultados do estudo de fiabilidade inter-analistas ao processo RIAAT

6.4. Síntese das vantagens e desvantagens do processo RIAAT

Após a realização do presente estudo, neste subcapítulo efectua-se a síntese das vantagens e desvantagens do processo RIAAT, tal como a autora o entende.

Uma das primeiras vantagens do RIAAT é o facto de ser um processo, ou seja implica um conjunto de actividades que transformam entradas em saídas, cobrindo deste modo todo o ciclo da informação referente à análise e investigação de um incidente/acidente. Este facto facilita a elaboração de um procedimento de registo, análise e investigação de incidentes e acidentes que facilmente se enquadra num sistema de gestão SST, como o que foi efectuado na presente dissertação.

As vantagens da Parte I – registo, são a utilização das variáveis EEAT – Estatísticas Europeias dos Acidentes de Trabalho do Eurostat (2001) para a codificação das variáveis respeitantes ao sinistrado, ao acidente e à lesão, em primeiro lugar porque deixa de ser uma análise subjectiva por parte do analista e em segundo lugar porque permite a comparação dos dados referentes à empresa com os dados das estatísticas nacionais bem como com outras empresas do mesmo sector.

Como vantagens para a Parte II – investigação e análise é de referir a importância da análise das acções humanas erróneas que causaram e contribuíram para o acidente. A distinção entre as acções humanas em erros e violações é importante uma vez que as barreiras/medidas de prevenção a aplicar são significativamente diferentes, nos dois casos.

O facto de se poder decidir qual o nível de investigação (básico, médio ou aprofundado) a utilizar para cada incidente/acidente é também um ponto importante do processo, uma vez que nem todos os incidentes/acidentes proporcionam uma oportunidade de aprendizagem, poupando deste modo tempo e dinheiro.

Os FIC, FLT e FOG são facilmente identificáveis uma vez que o Manual fornece as tabelas com as classificações associadas a cada um dos factores, para quem não tenha experiência, estas tabelas funcionam como guião.

A identificação dos factores atrás mencionados é muito útil, porque permite identificar as barreiras/medidas de prevenção a aplicar em cada situação.

No que se refere à identificação dos factores legais, ou seja a análise de possíveis incumprimentos ao nível da legislação associados a determinado incidente/acidente constitui uma vantagem, uma vez que nenhum dos métodos contempla esta análise e, normalmente não é tida em conta nas análises de acidentes efectuadas.

2.

Capítulo 6 – Resultados do estudo de fiabilidade inter-analistas ao processo RIAAT

A parte III do RIAAT tem como vantagem a obrigatoriedade da revisão da (s) matriz (es) de identificação de perigos e avaliação de factores de risco, dando assim cumprimento ao estipulado no Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro Artigo 15.º, alíneas a) e b) e Artigo 98.º, alíneas a) e e).

O facto do Plano de Acções estar integrado no protocolo facilita o acompanhamento do mesmo.

Finalmente a Parte IV tem como vantagem a tomada de decisão sobre o facto de se poderem extrair lições de cada incidente/acidente e decidir como as mesmas serão utilizadas, “passadas” aos trabalhadores, correspondendo à aprendizagem organizacional.

Efectuando uma “ligação” entre o processo RIAAT e o preconizado nos requisitos da Norma OSHAS 18001/NP4397, podemos concluir que o mesmo é parte importante no cumprimento dos seguintes requisitos:

 4.3.1 - Identificação dos perigos, apreciação do risco e definição de controlos, uma vez que no decorrer da apreciação do risco e definição dos controlos necessários a organização deve ter em conta os registos de incidentes e a análise dos acidentes;

 4.3.2 - Requisitos legais e outros requisitos, identificando possíveis falhas ao nível da identificação e cumprimento da legislação aplicada a determinado incidente ou acidente;  4.4.1 - Recursos, funções, responsabilidades, responsabilização e autoridade, na

identificação das acções a tomar após cada incidente/acidente, a definição de responsabilidades, meios e prazos de execução;

 4.4.2 - Competência, formação e sensibilização, através da entrada proporcionada pela aprendizagem organizacional retirada da análise e investigação de incidentes/acidentes;  4.4.3 - Comunicação, participação e consulta, garantido pelo envolvimento apropriado do

trabalhador, encarregado e responsável directo na análise e investigação de incidentes/acidentes;

 4.4.4 - Documentação - permite a criação de um procedimento do sistema SST, que assegure o controlo eficaz do registo, investigação e análise de incidentes/acidentes;

 4.5.1 - Monitorização, através do plano de acções definido para cada incidente/acidente;  4.5.3 - Investigação de incidentes, não conformidades, acções correctivas e acções

preventivas, uma vez que a análise e investigação de incidentes/acidentes permite que sejam identificadas acções correctivas, preventivas e de melhoria do sistema de gestão da SST;  4.6 - Revisão pela Gestão, sendo que a investigação de incidentes é uma das entradas para

2.

Capítulo 6 – Resultados do estudo de fiabilidade inter-analistas ao processo RIAAT  Não necessita de utilizadores experientes;

 Possui um plano de acções incorporado;

 Permite a classificação das variáveis de acordo com a metodologia EEAT, do Eurostat (2001).

O método RIAAT é de fácil aplicação requerendo no entanto, que no início se disponibilize tempo para o estudo das variáveis EEAT e das próprias variáveis RIAAT. A partir do momento em que os conceitos são “assimilados” é fácil e rápido de aplicar.

Como desvantagens podemos indicar o facto da não existência de uma codificação para as Falhas Activas, podendo levar a interpretações subjectivas, sendo que esta lacuna pode ser colmatada com uma classificação, como por exemplo a utilizada no presente estudo, a classificação do método WAIT.

Podemos ainda referir o facto de o RIAAT ser adequado essencialmente à indústria, uma vez que o sistema de classificação está adaptado a ambientes de trabalho industriais.