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Síntese dos procedimentos de análise

CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4. Síntese dos procedimentos de análise

Após a delimitação de nossos dados, direcionamos nossas análises no sentido de responder a nossa pergunta principal de pesquisa:

Como se apresenta, em textos produzidos como “diário” e “depoimento”, o “agir” de um professor em relação ao desenvolvimento da aula-

chat?

Para respondermos a esta pergunta, procedemos a uma investigação em nosso corpus do ponto de vista organizacional, semântico e enunciativo com o objetivo de compreender melhor o agir do professor em situação de trabalho. Para a realização dessa tarefa elaboramos algumas subperguntas no sentido de direcionar nossas análises.

No ponto de vista organizacional:

1º) - Qual o contexto de produção dos textos?

2º) - A que gêneros textuais pertencem os documentos? 3º) - Qual o plano global dos textos?

4º) - Que conteúdos temáticos foram mobilizados? 5º) - Quais os tipos de discurso observados? Do ponto de vista semântico:

1º) - Como é representado o agir do professor nos textos? Do ponto de vista da análise enunciativa:

1º) - Que critérios avaliativos podem ser detectados nesses textos? 2º)- Quais instâncias enunciativas se apresentam como responsáveis pelas avaliações?

3º) - Haveria e quais seriam os indícios que apontam para dificuldades e/ou impedimentos na realização de uma aula-chat ?

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Em relação aos Diários-Reflexivos (D1/D2), bem como nos textos denominados Depoimentos Transcritos (DT1/DT2), fizemos primeiramente a leitura, para definir as características do contexto de produção e a definição do gênero. Realizamos, então, uma segmentação desses textos, de acordo com os diferentes conteúdos temáticos, o que nos levou a identificar o plano global de cada um. Após essa etapa, centramos nossos estudos na identificação dos diversos tipos de dircurso. Neste tópico, fizemos um estudo a respeito do tipos de discurso, o que nos levou a compreender melhor a organização textual utilizada pela agente-produtora dos textos, e também possibilitou um primeiro entendimento em relação aos diferentes posicionamentos enunciativos (próximo tópico a ser estudado).

A identificação dos tipos de discurso nos levou a compreender melhor as unidades que indicam implicação (ou não) em relação aos parâmetros da situação de produção, bem como a conjunção ou disjunção do mundo discursivo em relação ao ato de produção da ação linguageira. Para verificar implicação, analisamos os pronomes de primeira pessoa do singular e do plural, dêiticos temporais, dêiticos espaciais e frases interrogativas/exclamativas/imperativas. Para o estudo das unidades de conjunção e disjunção, verificamos os diversos tempos em que os verbos foram empregados, como presente do indicativo, pretérito perfeito, imperativo, futuro perifrásico, com o auxiliar ir, e futuro do pretérito, entre outros.

A seguir, voltamos nossas análises para a identificação do agir representado nos textos, com o levantamento dos tipos de agir e suas características. Para esta fase, utilizamos as categorias desenvolvidas por Mazzillo (2006:80).

Para a identificação do “agir” da professora, representado nos textos sob análise, primeiramente efetuamos uma segmentação dos diversos temas (que em nosso corpus representam a tentativa da professora-sujeito de compreender um novo artefato de trabalho o chat educacional), buscamos então os predicados que apresentassem a professora como sujeito da ação linguageira. A seguir, elaboramos uma lista de verbos e predicados (analisando critérios de semelhança) o que nos

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possibilitou o enquadramento nas categorias apresentadas por Mazzillo (2006), que visam à identificação do agir da professora (tais categorias serão descritas em detalhes em nosso capítulo III).

Em seguida, com um olhar aos mundos discursivos (mundo do NARRAR e mundo do EXPOR), conforme Bronckart (2007), e aos tipos de discurso identificados nos documentos, buscamos verificar as diferentes instâncias enunciativas, com a análise das diferentes vozes presentes nos textos sob análise.

Por fim, utilizando uma abordagem interpretativa do agir apreendido nos textos, voltamos nossas análises para o levantamento dos aspectos avaliativos do agir. Nesta parte do trabalho, buscamos indícios que demonstrassem a intenção de um processo avaliativo, como adjetivos, advérbios, verbos e modalizadores (metaverbos), que pudessem classificar a avaliação como positiva ou negativa. Para esta etapa, elaboramos um levantamento de segmentos do conteúdo temático, extraindo exemplos representativos dessas avaliações (positivas ou negativas).

Em nosso próximo capítulo realizaremos a apresentação e discussão dos resultados obtidos em nossas análises.

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CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção, apresentaremos os resultados de nossa análise, segundo os procedimentos teórico-metodológicos já especificados anteriormente. A presente análise se dará focando principalmente o primeiro nível do folhado textual, com o estudo das características gerais do contexto de produção do texto; a determinação do gênero; o conteúdo temático e o plano global; os tipos de discurso; a identificação das figuras do agir construídas nos textos e, a análise dos mecanismos enunciativos que constituem o terceiro e último nível desse folhado textual. Ainda com um olhar na semântica do agir, utilizamos, nesta etapa, as categorias desenvolvidas por Mazzillo (2006).

4.1. Características gerais do contexto de coleta de dados e produção dos textos

Procederemos, a seguir, à identificação das características gerais do contexto de produção dos textos. Para tanto, consideramos conveniente o agrupamento dos textos, conforme a natureza do registro, e dividimo-los em duas unidades de análise: 1ª) - Diários-Reflexivos; 2ª) - Depoimentos Transcritos.

Segundo os procedimentos descritos em nosso Capítulo II de fundamentação teórica, direcionamo-nos para responder à pergunta de pesquisa, que agora retomamos: Qual o contexto de produção dos textos?

4.1.1. Produção dos Diários-Reflexivos (D1/D2)

Em relação ao contexto físico, a professora-sujeito escreveu os dois documentos em sua residência, após um dia supostamente comum de trabalho, usando como suporte um caderno com escrita a mão livre.

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Podemos caracterizar a professora-sujeito como agente-produtora (emissora) dos textos, sendo que os mesmos tinham como destinatário a pessoa da pesquisadora (receptora).

Quanto ao contexto social no qual se insere a agente-produtora, podemos inferir que a emissora assume o estatuto de enunciadora e tem como destinatária principal a figura da pesquisadora e, posteriormente, a si própria, como forma de reflexão de sua ação docente. Ainda quanto ao contexto social, podemos afirmar que a agente-produtora enuncia de duas diferentes posições sociais: da posição de professora da instituição educacional em que essa pesquisa foi realizada e da posição de especialista do processo educacional.

É importante esclarecer que, em relação ao texto “diário”, principalmente no formato aqui apresentado, “diário-reflexivo” não era de conhecimento da professora-sujeito, visto que a mesma nunca havia utilizado este recurso, principalmente para relatar um processo de reflexão sobre o seu próprio agir em situação de trabalho. Fez-se necessário, então, uma conversa entre a pesquisadora e a professora-sujeito, no sentido de esclarecer quais as finalidades desse tipo de registro. E também foram discutidas algumas características do documento.

A professora-sujeito perguntou mais especificamente se deveria produzir o texto de forma digitada ou manuscrita, se poderia usar uma linguagem coloquial ou formal, se o seu texto poderia apresentar rasuras ou não, se ela poderia abordar todos os aspectos que considerasse significativos, ou se havia algum assunto que deveria ser evitado.

Em resposta a essas perguntas, a pesquisadora esclareceu que o texto poderia ser digitado ou escrito (conforme a preferência da agente-produtora), que ela poderia usar a linguagem coloquial (a mais próxima de uma conversa entre duas professoras), que não haveria problemas se o texto apresentasse rasuras e, por fim,

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que a professora tinha total liberdade para abordar todos os aspectos que considerasse relevantes para ela.

4.1.2. Produção dos Depoimentos Transcritos (DT1/DT2)

Também aqui, primeiramente, levantamos as hipóteses feitas em relação às representações da agente-produtora, a respeito do contexto de produção, e os principais pontos em relação ao contexto físico.

Em relação à análise do contexto social no qual se insere a agente- produtora desses documentos, podemos concluir que se repete a situação já observada nos textos denominados Diários-Reflexivos, ou seja, observamos que a emissora assume o estatuto de enunciadora e tem como destinatária principal a figura da pesquisadora e, posteriormente, a si própria, como forma de reflexão de sua ação docente. Ainda quanto ao contexto social, podemos afirmar que a agente-produtora em DT1 e DT2 enuncia apenas na posição social de professora da instituição educacional em que a pesquisa foi realizada apresentando um aprofundado processo de reflexão em relação às aulas-chats.

As tabelas a seguir apresentam uma síntese da situação da ação de linguagem em relação aos contextos físico e social.

Tabela 4 – Situação de ação de linguagem – Lugar Físico

Tipos de Textos

Lugar Físico Data de

produção Emissor Receptor

Diário-Reflexivo (escrito) Domicílio da Professora-sujeito Caderno 20/04/07 10/05/07 Professora- sujeito Pesquisadora Depoimentos Transcritos (oral) Domicílio da Professora-sujeito Caderno e computador 24/04/07 09/05/07 Professora- sujeito Pesquisadora

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Tabela 5 – Situação de ação de linguagem – Lugar Social

4.2. Determinação do Gênero

Seguindo os procedimentos na fundamentação teórica, direcionamos nossos trabalhos para responder à pergunta de pesquisa, que agora retomamos: A que gêneros textuais pertencem os documentos?

Procurando identificar o gênero dos documentos sob análise, constatamos que, em relação aos “Diários-Reflexivos” 19, no caso de nossos textos, não foram identificadas características importantes tais como: não observamos a preocupação da agente-produtora, com uma ancoragem temporal/data; observamos uma diferenciação do destinatário (a agente-produtora, em diversos momentos, deixou de relatar suas reflexões pessoais para fazer constar pontos que a mesma considerava importantes para a pesquisadora). Por essa e outras razões, consideramos que não se pode definir com precisão o gênero dos textos D1 e D2, a

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- Conforme Moon (2003:2) a definição de diário-reflexivo seria um registro escrito: “durante um

período, que acompanha um programa de aprendizagem, um trabalho, uma experiência de campo ou de

colocação ou um projeto de pesquisa”. (grifo nosso)

Tipos de

Textos Lugar Social Papel Social Enunciador

Papel Social

Destinatário Objetivo-Direto do Enunciador Objetivo- Indireto do Enunciador Diário- Reflexivo (escrito) Unidade Escolar Professora Professora e Pesquisadora Analisar o uso do artefato chat na realização da aula-chat. Produzir material (texto escrito) que servirá como corpus de análise para a pesquisadora Depoimento Transcrito (oral) Unidade Escolar Especialista Professora e Pesquisadora Analisar o uso do artefato chat na realização da aula-chat. Produzir material (texto oral) que servirá como corpus de análise para a

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não ser em relação ao fato de que são relatos escritos sobre os pensamentos do sujeito acerca de uma tarefa.

Quanto aos Depoimentos Transcritos, podemos considerar que os mesmos pertencem ao gênero “Depoimento Oral” e foram transformados em textos escritos, após as transcrições realizadas pela pesquisadora, para comporem os dados de análise desse trabalho.

4.3. O Conteúdo Temático e o Plano Global dos Textos

Neste ponto de nossas análises, direcionamo-nos para responder às perguntas de pesquisa, que agora retomamos: Que conteúdos temáticos foram mobilizados? Qual o plano global dos textos?

4.3.1. Diários-Reflexivos (D1/D2)

Identificamos, com a análise de cada um dos textos, a presença de cinco temas (representativos dos assuntos abordados). Em síntese, esses temas representam o esforço da professora-sujeito em compreender e avaliar um novo artefato de trabalho: o chat educacional.

4.3.1.1. Identificação do Conteúdo Temático (D1/ D2)

1º Tema: Justificativa Social/Motivos Exemplo 23 – (Anexo 01,D1,8s)

“hoje cada vez mais as pessoas vão migrando para a informática é que o computador está tornando-se uma ferramenta instrumental que possibilita, cada vez mais, a interação e uma comunicação rápida e direta entre as pessoas...”

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Exemplo 24 – (Anexo 04,D2,83ss)

“Que se construa uma nova aprendizagem, sem perder o compromisso de prepará-lo (o aluno) para o mundo que o espera”.

2º Tema: Questionamentos sobre os impedimentos Exemplo 25 – (Anexo 01,D1,37s)

“Será que esse aluno vai ter a paciência de enfrentar os problemas que ocorrem dentro da rede da Internet?”.

Exemplo 26 – (Anexo 04,D2,66ss)

“Porém, o que eu pude detectar como um “problema” e “erro” grave seria a linguagem e a ortografia utilizada, a comunicação foi feita com rapidez, porém incorreta, portanto torna-se um aluno com uma aprendizagem deficiente...”

3º Tema: Avaliação do modo de agir da professora Exemplo 27 – (Anexo 01,D1,42s)

“Contudo, cabe a mim professora me preocupar com o desenvolvimento dessa atividade e com o desempenho desse aluno...”.

Exemplo 28 – (Anexo 04,D2,74s)

“Como professora descobri que eu ”professora” necessito estar perto de meu aluno, observá-lo, a presença dele muito me ajuda em sua avaliação”.

4º Tema: Avaliação do modo de agir das alunas Exemplo 29 – (Anexo 01,D1,48s)

“... pois se o meu aluno não tiver o domínio da leitura e não conseguir a compreensão dos textos, de fato ficará difícil atingir o objetivo...”

Exemplo 30 – (Anexo 04,D2,33s)

“... e ao abordá-las com o tema percebi que todas realmente se envolveram e se interessaram em saber mais”.

5º Tema: Avaliação do Artefato Chat Exemplo 31 – (Anexo 01,D1,54s)

“Mediante tais abordagens não acredito que terá (o chat) tanto sucesso o

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Exemplo 32 – (Anexo 04,D2,70ss)

“Quando troquei a lousa pelo computador pude perceber que a aluna pôde criar mais, que em sala de aula normal, as suas idéias foram expostas sem nenhum receio e timidez, já que ela sentiu-se acompanhada somente do computador...”

Com a análise do Conteúdo Temático, foi possível a suposição de uma série de representações referentes aos temas que a agente-produtora desejou expressar. Tais conteúdos referem-se, de um lado, aos contextos físico e social, relatados na interação e, de outro, às representações pessoais que a agente- produtora dos documentos constrói a respeito dos diversos aspectos da realização de uma aula diferenciada como a aula-chat. Constatamos que a maioria dos temas se repetem em ambos os textos, entretanto sem apresentar nenhuma ordem específica.

A identificação dos temas abordados pela professora-sujeito nos dois textos dos Diários-Reflexivos nos levou a observar que algumas opiniões da agente- produtora se mantiveram constantes e outras apresentaram diferenças significativas (demonstrando uma evolução no curso de seu agir). Essas diferenças puderam ser constatadas através de um processo de interpretação do agir linguageiro da professora-sujeito em relação aos dois documentos aqui analisados.

Constatamos, através do estudo do 1º tema – Justificativa social – na qual a professora buscou elencar motivos para a realização da aula-chat que, a professora reconhece o fato de as novas tecnologias voltadas para o processo educacional, cada dia mais, estarem se apresentado como uma exigência social capaz de promover a interação entre as pessoas (exs. 23 e 24) sendo que sua opinião se mantém constante a este respeito no decorrer de sua produção em D1 e D2.

Em relação ao 2º tema – questionamentos sobre os impedimentos, observamos que a agente-produtora, em D1 (ex.25), fez previsões e apresentou preocupações (de forma não específica) em relação aos impedimentos possíveis que se apresentariam no desenrolar da aula-chat. Constatamos que suas previsões foram

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confirmadas visto que, em D2 (ex.26), após a concretude da experiência, a professora expõe, de forma especifica exemplo do que para ela representa “impedimento” para a realização de uma aula-chat.

Quanto ao 3º tema – Avaliação do modo de agir da professora - constatamos que a professora-sujeito tem consciência de seu papel enquanto educadora e apresenta, de forma clara, que conhece as prescrições (conforme seu coletivo de trabalho) relativas à sua ação enquanto profissional D1 (ex. 27). Isto se apresenta quando admite que cabe a ela se preocupar com o desenvolvimento da nova experiência de aula e, também, que é responsável pelo desempenho de seu aluno.

No 4º tema – Avaliação do modo de agir das alunas - foi possível verificar que a professora-sujeito a princípio tinha uma opinião negativa em relação à atuação de suas alunas D1 (ex. 29) e que, no documento D2 (ex.30), a mesma pôde observar que as alunas se envolveram no novo formato de aula, interessando-se em saber mais a respeito do tema abordado. Constatamos aqui uma suave, mas significativa evolução na opinião da professora-sujeito.

As mudanças mais significativas, porém, foram observadas em relação ao 5º tema – Avaliação do Artefato Chat. No primeiro documento D1 (ex. 31), a agente-produtora emitiu opinião negativa a respeito da realização da aula-chat (mesmo antes de a sessão ser realizada), afirmando que não acreditava que o chat teria sucesso. Contudo, no documento D2 (ex. 32), observamos que a professora- sujeito realiza uma mudança na exposição de sua opinião ao relatar aspectos positivos, como o fato de, ao trocar a lousa pelo computador, ela ter percebido que a aluna pôde criar mais que em sala de aula normal e que a aluna pôde expor suas idéias sem nenhum receio ou timidez.

Por fim, pudemos verificar que, apesar dos temas abordados no conteúdo temático se repetirem nos dois textos, mudanças significativas de sentido puderam ser observadas, o que, a nosso ver, representa um início de mudança no

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curso do agir da professora-sujeito, que após a assimilação dos “modelos de agir” disponíveis no seu meio social, inicia um processo de re-configuração desses modelos, realizando alterações em sua maneira de pensar, conforme reflete seu discurso nos dois textos observados.

4.3.2. Depoimentos Transcritos (DT1/DT2)

Identificamos, nesses documentos, a realização de seis temas representativas dos principais assuntos que a agente-produtora desejou expressar. Aqui também constatamos que a maioria dos temas se repetem em ambos os textos, entretanto sem apresentar nenhuma ordem específica.

4.3.2.1. Identificação Conteúdo Temático (DT1/DT2)

1º tema: Exposição das expectativas

Nesses documentos a professora-sujeito inicia os textos com um parágrafo que introduz uma exposição de suas expectativas. Constatamos que frases muito semelhantes abrem os dois parágrafos:

Exemplo 33 – (Anexo 02,DT1,1ss)

“Bom, agora eu vou falar um pouco da atividade, como é que foi, a expectativa que eu tinha sobre ela não foi alcançada, porque eu não achei que ficou legal...”.

Exemplo 34 – (Anexo 03,DT2,1ss)

“Bom... agora eu vou falar um pouco sobre o que aconteceu nesse segundo

Chat. Qual foi (sic) as minhas expectativas alcançadas e também NÃO alcançadas né”. 2º tema: Questionamentos sobre os temas dos Chats Exemplo 35 – (Anexo 02,DT1,3ss)

“... as meninas acabaram não tendo muitas informações sobre o que era o acontecimento (sic) global”.

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Exemplo 36 – (Anexo 03,DT2,13s)

“Eu percebi que o assunto também interessou a todas, que elas estavam se envolvendo, querendo saber e também dando as suas opiniões...”

3º tema: Questionamentos sobre os impedimentos Exemplo 37 – (Anexo 02,DT1,8)

“Eh! DESORGANIZAÇÃO, eu achei que teve muita desorganização...” Exemplo 38 – (Anexo 03,DT2,51ss)

“Porém, eu acho aí que aconteceu ainda eh! ((pausa para pensamento)) aquele problema de que um acaba caindo a conexão, aí tem que voltar, tem que aceitar, aí você fica perdida...”

4º tema: Avaliação do modo de agir da professora Exemplo 39 – (Anexo 02,DT1,60ss)

“Qual o tipo de conhecimento que eu (professora) vou perceber? O que teve de diferente de aprendizagem sobre cada aluna, se elas gostaram se foi interessante pra elas, se isso pode acontecer de novo”.

Exemplo 40 – (Anexo 03,DT2,46)

“Quanto a MIM (professora) eu me senti também à vontade para estar conversando”.

5º tema: Avaliação do modo de agir das alunas Exemplo 41 – (Anexo 02,DT1,15s)

“Eu espero que da próxima vez / seja melhor, que elas já tenham um maior contacto é é é com o sistema”.

Exemplo 42 – (Anexo 03,DT2,8ss)

“O outro eu senti as meninas distantes, eu senti uma certa confusão na hora do chat, esse NÃO esse já foi mais diretamente ligado ao assunto, nós nos entrosamos bem no assunto logo no princípio”.

6º tema: Avaliação do Artefato Chat Exemplo 43 – (Anexo 02,DT1,52s)

“e::u acho que esse tipo de ferramenta, o computador, agora ainda / eu acho que ele dever ser experimentado né?”.

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Exemplo 44 – (Anexo 03,DT2,4ss)

Eh! estou surpresa com o rendimento que teve esse Chat, ele foi ((pausa

para pensamento)) e acho que ele foi tão importante para as meninas como forma de

aprendizado como foi para mim (sic) ver como foi bom ver a aula render...”

Constatamos que no 1º tema – Exposição das expectativas - a professora em DT1 (ex: 33), de maneira direta, colocou que suas expectativas não haviam sido alcançadas, relacionando a seguir os motivos de sua alegação. No texto DT2 (ex: 34), em relação à análise do mesmo tópico, a professora expressou que relataria suas expectativas alcançadas e também as não alcançadas. A nosso ver, observa-se aqui um discreto movimento de evolução positiva, visto que desta vez, além de ter expectativas não alcançadas, a produtora do texto também menciona expectativas alcançadas.

Em relação ao 2º tema – Questionamentos sobre os temas dos Chats o mesmo movimento de evolução pôde ser observado, visto que, em DT1 (ex.35), a professora alegou que as meninas (alunas) acabaram não apresentando muitas informações a respeito do tema proposto e, no texto seguinte, DT2 (ex.36), a professora já reconhece que as alunas, desta vez, se interessaram e estavam se envolvendo na aula-chat.

Quanto ao 3º tema – Questionamentos sobre os impedimentos - não observamos alteração significativa, visto que, em ambos os textos (exs: 37/38), a professora se refere a fatores dificultadores ou que apresentam algum tipo de impedimento à realização de sua aula.

No 4º tema - Avaliação do modo de agir da professora - constatamos que a professora-sujeito tem, nos dois textos em DT1 (ex.39), preocupação em

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