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A pesquisa bibliográfica abordou, primeiramente, o conceito e a tipologia de inovação adotada pelo Manual de Oslo (OCDE, 1997) e analisou a maneira de se entender a inovação como processo organizacional, através dos vários modelos de inovação (ROTHWELL, 1994; MARINOVA; PHILIMORE, 2003; CHESBROUGH, 2012).

Com as proposições da sustentabilidade e desenvolvimento sustentável há ênfase nas questões ambientais e na mitigação dos riscos advindos da utilização descontrolada de recursos naturais. As inovações que incorporam preocupações com o meio ambiente são conhecidas como ecoinovações, inovações ambientais, inovações sustentáveis ou inovações verdes (WCED, 1987; FUSLER; JAMES, 1996; LÖBBE, 1999; RENNINGS, 2000; DRIESSEN; HILLEBRAND, 2002; CHEN; LAI, WEN, 2006; KEMP; PEARSON, 2007; REID; MIEDZINSK, 2008; ANDERSEN, 2008; OECD, 2009a; KLEMMER; LEHR; OLTRA; SAINT JEAN, 2009).

Os estudos também buscam identificar que estímulos ou motivações as organizações têm para desenvolver ecoinovações e, que obstáculos e dificuldades elas enfrentam para atingir esse objetivo. A literatura sobre direcionadores de EI é extensa, sobretudo em países em que as políticas públicas focam a preocupação com o meio ambiente. Os estudos categorizam os tipos de direcionadores que têm como principais fatores a regulação, o mercado, a tecnologia, fatores internos das organizações, conforme abordado na seção 2.2.3.

Os obstáculos e barreiras à inovação já haviam sido apresentados pelo Manual de Oslo (OCDE, 1997) e estudos posteriores (HADJIMANOLIS, 2003; MARIN; MARZUCCHI; ZOBOLI, 2015; PINTET; BOCQUET; MOTHE, 2015; COAD; PELLEGRINO; SAVONA, 2016). A respeito de barreiras específicas à EI, Kemp, Diaz- Lopez e Bleischwitz (2013), com base em pesquisa anterior de Ashford (1993), apresentam um extenso detalhamento dos obstáculos que estão localizados nas seguintes áreas: tecnologia, finanças, recursos humanos, regulação, consumidor, fornecedor e gerencial. Ou, de forma generalizada, qualquer fator que influencia negativamente o processo de inovação este é uma barreira à inovação (PIATIER 1984).

A orientação à inovação demonstra, através das abordagens da estrutura de conhecimento e da cultura organizacional, se as empresas se predispõem a inovar. A abordagem da estrutura de conhecimento contempla tres perspectivas. A primeira denominada “filosofia de aprendizagem” está relacionada com a forma como o conhecimento se dissemina pela organização. A perspectiva da orientação estratégica coloca a relevância da inovação para o futuro do negócio de forma manifesta na missão visão, valores, na reconfiguração do modelo de negócios, na reformulação dos mercados, em decorrência das mudanças na concorrência e na busca de valor para o cliente e para a empresa. Por fim, a perspectiva da aclimatação transfuncional aborda a transmissão do conhecimento entre as áreas funcionais da organização, com a fim de aprender e criar estratégias que facilitem a inovação (SIGUAW; SIMPSON; ENZ, 2006).

A cultura organizacional é o conjunto de valores e crenças comuns dos membros de uma organização e que pode incluir o comportamento inovador. Nesta abordagem, a orientação à inovação é um dos valores fundamentais da empresa (NARANJO-VALENCIA; SANZ-VALLE, 2011). Desta forma, os modelos de cultura organizacional, denominados ad hoc-cracia, clã, mercado e hierarquia, segundo Cameron e Quinn (2006) têm propensões diferentes para a inovação.

Os referenciais aqui sintetizados foram os fundamentos teóricos desta tese sobre ecoinovações na Zona Franca de Manaus.

3 MÉTODO DE PESQUISA

Os procedimentos metodológicos têm por objetivo estruturar a execução da pesquisa, de forma a proporcionar ordenamento lógico, sistemático e conceitual das atividades desenvolvidas, incluindo o levantamento do referencial teórico, os métodos e técnicas de pesquisa utilizados, os procedimentos de determinação da população e amostra, as técnicas de coleta, análise e interpretação de dados, os quais serão apresentados na sequência.

Inicialmente, na fase de revisão da literatura identificou-se, através da pesquisa bibliográfica, o instrumental analítico para a fundamentação teórica a pesquisa. O levantamento bibliográfico, em busca dos principais referenciais teóricos, foi realizado, prioritariamente, nas bases de dados Scopus e ScienceDirect, aplicando-se filtro de pesquisa nas áreas de Business, Management and Accounting, bem como no megabuscador Web of Science e no Portal de Períodicos da Capes. Numa primeira rodada foi feita uma pesquisa avançada utilizando-se as palavras-chave “green innovation”, “eco-innovation”, “environmental innovation” e “sustainable innovation”, a fim de conceituar e caracterizar estas modalidades de inovação. Como estes termos são empregados como sinônimos na literatura, nas buscas avançadas foram utilizados os operadores booleanos “and” e “or” a fim de capturar o maior número de artigos disponíveis no acervo das bases de dados consultadas.

Em cada uma das buscas foram analisados os “abstracts” com o objetivo de verificar se o conteúdo dos artigos guardava relação e aderência com os objetivos do presente estudo. Na fase de leitura dos artigos selecionados foram identificados também, em menor escala, outros artigos em journals de importância para a pesquisa, capturados em outras bases de dados como Emerald e Springer. Além das citadas, foram pesquisadas outras fontes de referencial teórico, como teses, publicações de entidade de classe, organismos internacionais e governamentais, ensaios, livros, as quais compõem as Referências Bibliográficas deste Projeto de Pesquisa.

A pesquisa reveste-se de natureza exploratória e descritiva quanto aos seus objetivos. É exploratória ao se examinar um tema ou problema pouco estudado ou desconhecido, quando a revisão da literatura revelar apenas orientações não pesquisadas e ideias vagas relacionadas ao problema, quando se quer pesquisar temas e áreas sob novas perspectivas ou analisar fenômenos desconhecidos ou novos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Por meio de estudos exploratórios “os pesquisadores desenvolvem conceitos de forma mais clara, estabelecem propriedades, desenvolvem definições operacionais e melhoram o projeto final da pesquisa” (COOPER; SCHINDLER, 2011, p. 147).

A pesquisa também se reveste de caráter descritivo, pois esta modalidade de estudo busca especificar propriedades, características, perfis ou coletar e medir informações sobre variáveis ou conceitos, porém sem indicar como se relacionam (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Consiste também da descrição e análise de dados coletados em questionários, entrevistas ou em outros instrumentos de coleta, bem como a sua interpretação, com o intuito de se chegar a alguma conclusão sobre o objeto da pesquisa (DIDIO, 2014). O caráter descritivo desta pesquisa fica evidenciado com a elaboração de questionários, sua análise, interpretação e conclusões através de métodos quantitativos multivariados a serem aplicados nas organizações industriais estabelecidas no Polo Industrial de Manaus, com a finalidade de se atingir os objetivos geral e específicos propostos neste projeto de qualificação.

Segundo a natureza dos dados, a pesquisa contempla abordagens quantitativas e qualitativas em suas diferentes fases. As técnicas qualitativas tem caráter interpretativo são usadas nos estágios de coleta e análise de dados de um projeto de pesquisa e visam descrever, decodificar, traduzir e, de outra forma, apreender o significado e não a frequência” dos fenômenos observados no ambiente da pesquisa (COOPER; SCHINDLER, 2011). Na etapa quantitativa buscou-se analisar e classificar em termos numéricos, as informações obtidas nos instrumentos de coleta, utilizando-se de recursos e técnicas estatísticas descritivas e/ou multivariadas (FARIAS FILHO; ARRUDA FILHO, 2013). Esta modalidade de pesquisa “tenta fazer uma mensuração precisa de algo” e “costuma ser usada para teste de teorias” (COOPER; SCHINDLER, 2011). A sequencia dos procedimentos metodológicos da pesquisa, já descritos, é visualizada no Quadro 16.

Quadro 16 – Etapas dos procedimentos metodológicos da pesquisa

Etapas Descrição

1-Coleta dos dados qualitativos Elaboração / adequação dos instrumentos de coleta, como protocolo e roteiro de entrevista 2-Avaliação dos dados

qualitativos Análise e validação do conteúdo coletado na fase anterior 3-Coleta dos dados

quantitativos Elaboração / adequação do questionário com os objetivos da pesquisa e levantamento (survey) 4-Avaliação dos dados

quantitativos

Análise e interpretação dos resultados através de técnicas estatísticas multivariadas e sua validação 5-Divulgação dos resultados Apresentação das conclusões na Defesa pública da

Tese