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3. CASAS DE MADEIRA TIPO – DECOMPOSIÇÃO EM

4.3. A NÁLISE TÉCNICA

4.3.15. S USTENTABILIDADE DOS EDIFÍCIOS

Os materiais a usar na construção devem ser amigos do ambiente promover o bem-estar no interior dos edifícios e não serem prejudiciais à saúde humana [22].

Os materiais usados na construção não só consomem recursos e energia como promovem a poluição do ar e das águas e produzem resíduos sólidos. Depois de assentes requerem manutenção ou substituição ao longo da vida da construção. Quando os edifícios são demolidos, os resíduos ficam disponíveis para eventual reutilização. Desta forma, os materiais que minimizem o uso de recursos naturais e que sejam duráveis ou renováveis, contribuem para uma construção mais sustentável.

Para a selecção dos materiais devemos ter em conta os seguintes factores:

a) Quantidade gasta – quanto menor for a quantidade de material empregue, mais o edifício será eficiente no que respeita ao uso dos recursos. Quanto menos produto se adquirir ou mais produto se usar de forma mais eficiente, melhor.

b) Reutilização dos materiais – na reabilitação de edifícios, por vezes, é fácil a recuperação de alguns dos materiais existentes, de forma a usá-los novamente. Os gastos com a mão-de-obra podem ser compensados com a poupança na aquisição de novos materiais.

c) Vida útil e necessidade de manutenção – durante a vida útil de um edifício parte dos materiais terão de ser substituídos ou reparados. Estes custos devem ser contabilizados aquando da simulação do custo global do edifício. O custo inicial suplementar de se usarem materiais mais duráveis pode ser largamente compensado a longo prazo, não só monetariamente, mas também ecologicamente ao produzir-se menos quantidade de desperdícios.

d) Recuperação e reciclagem – depois de um determinado material ter desempenhado o papel para o qual foi concebido, tem potencialidades como recurso, para mais tarde ser recuperado ou reciclado. Os materiais são recicláveis se forem separados. De acordo com o tipo de metal, 50% a 70% da energia e da poluição resultantes da produção do aço pode ser evitada se for

usada uma adequada tecnologia de reciclagem. No que respeita ao alumínio, 85% pode ser recuperado por fusão do material. A maior parte dos plásticos é reciclável. Os vidros são recicláveis se separados e não contaminados. A fusão do vidro reduz a poluição e o consumo de energia e permite o seu reaproveitamento quase integral. Os grandes maciços de madeira são na serração facilmente recicláveis e totalmente reutilizáveis. Madeiras usadas em estruturas e em painéis são propícias a serem recuperadas e usadas novamente, particularmente se forem facilmente desmontáveis. O betão, tijolo e outros produtos usados nas alvenarias tais como cerâmicos, são mais dificilmente recuperados para reutilização. Normalmente são empregues nos pavimentos das estradas, depois de serem triturados.

4.3.15.1.Análise

A ecologia e a salvaguarda do meio ambiente preocupam activamente a maioria dos cidadãos mais conscientes e informados. Entre todos os materiais de construção a madeira é, como é sabido, o único natural e renovável. As operações de transformação da árvore em madeira são mínimas e apenas necessitam de energia, quando comparadas com outros materiais utilizados na construção convencional.

O corte de uma floresta velha permite a sua substituição por novas e sãs florestas em crescimento com rápidas taxas de absorção de carbono, contribuindo decisivamente para mais perfeitos ciclos básicos da natureza (ciclo da água, qualidade do ar, renovação de matéria orgânica, regulação climática). Quando uma floresta nova cresce, produz 1,07 toneladas de oxigénio e absorve 1,47 toneladas de dióxido de carbono por cada tonelada de madeira. Porém à medida que a floresta envelhece, o crescimento diminui, e os ritmos de absorção reduzem substancialmente. O corte de uma floresta velha, retém o carbono na madeira, impedindo a sua libertação na atmosfera. Uma habitação em madeira com 220 m2 por exemplo, tem 28,5 toneladas de dióxido de carbono retido, o equivalente a sete anos de emissões dum carro ligeiro [22].

Fig.4.17 – Ciclo da madeira, consumo de madeira implica sustentabilidade dos bosques [22];

Os receios de se estar a contribuir para a devastação da floresta parecem infundados. Oficialmente, as empresas são obrigadas a reflorestar, em quadruplicado, a quantidade de árvores abatidas, permitindo que, depois da selecção dos pés, se perpetue a mesma quantidade de madeira extraída. As multinacionais da madeira são, aliás, as principais interessadas na manutenção e crescimento da floresta a um ritmo sustentado. No Canada, por exemplo, o crescimento da floresta supera as necessidades. A procura da madeira mantém as florestas a crescer, não as elimina. Pelo contrário se a

procura de madeira diminuir, os proprietários de florestas podem substituir as árvores por produtos com maior procura e o efeito regulador ambiental da floresta será reduzido.

As novas tecnologias maximizam a utilização e eficiência dos produtos manufacturados em madeira. As modernas serrações produzem mais do dobro de madeira utilizável que a um século atrás. Os restos de produção podem ser reciclados e reutilizados em produtos derivados.

A manufacturação de madeira requer substancialmente menos energia do que a produção de outros materiais de construção como o aço e o cimento. A produção de elementos de construção em madeira e derivados liberta menos gases que provocam o efeito de estufa e outros poluentes do ar.

Fig.4.18 – Eficiência energética da madeira [22]

De uma maneira geral, a produção de madeira tem um consumo energético relativamente baixo. Comparado com a energia necessária para produzir uma tonelada de cimento, vidro, aço ou alumínio em relação a uma tonelada de madeira, gasta-se:

- 5 vezes mais energia para uma tonelada de cimento; - 14 vezes mais energia para uma tonelada de vidro; - 24 vezes mais energia para uma tonelada de aço; - 126 vezes mais energia para uma tonelada de alumínio;

Nos Estados Unidos da América, os produtos da madeira perfazem 47% de todos os materiais de base produzidos, no entanto consomem apenas 4% do total da energia necessária para produzir todos os restantes materiais. O processo de produção da madeira por si só torna-a amiga do ambiente e um material de escolha para a construção de habitações.

Vale a pena referir-se, no entanto que, a recuperação de antigos elementos construtivos em madeira em novas funções, numa casa de madeira maciça, ainda é difícil devido à presença de ligadores metálicos e de revestimentos e acabamentos.

A recuperação mais eficiente é para fábricas de derivados de madeira essencialmente ao nível dos diversos tipos de aglomerados.

A reutilização de vigas e pilares antigos em boas secções na reabilitação de edifícios (edifícios monumentais ou de património urbano) é uma actividade muito interessante que apenas necessita do aparecimento de agentes “recuperadores” desses materiais (tipo “sucateiros”) como existem já em muitos países mais desenvolvidos.

A reutilização de madeira da reutilização de madeira da demolição de casas antigas contínua ainda a dizer respeito essencialmente à sua transformação em derivados e sobretudo na sua utilização como combustível, o que constitui, uma péssima solução do ponto de vista ambiental.

A recuperação mais óbvio de casas de madeira maciça será em geral o seu aproveitamento pelas fábricas de aglomerados.

4.4.ANÁLISE ECONÓMICA

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