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Fluxograma 10 Procedimento de mobilização de medidas de suporte (Portugal)

5.2. ENTREVISTAS COM GESTORES

5.2.4 Sala de Recursos Multifuncional

5.2.4.1. Elegibilidade dos/as alunos/as com TEA para SRM

Sobre a elegibilidade dos/as alunos/as com TEA para inserção na SRM, o Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado informa que “todos que se beneficiam do regular são inseridos. Há casos específicos que pela avaliação indica a necessidade de uma escola especial”.

No Município, há uma avaliação inicial/estudo de caso antes da inserção, a inserção ocorre dependendo do caso e da necessidade do aluno.

5.2.4.2. Tempo de frequência a SRM

Quanto ao tempo de frequência, segundo a maioria dos entrevistados a frequência se dá em geral duas vezes por semana, numa média de 2 horas aula, ou seja, 1 hora e 40 minutos por dia de frequência.

Os entrevistados explicaram que há uma diretriz para definição do tempo de frequência e a diretriz é o caso concreto. Embora haja uma média, o que define segundo os entrevistados é a situação específica do aluno e, também, a disponibilidade da família, conforme resposta de uma das Diretorias de Ensino.

5.2.4.3. Atendimento na SRM

Os entrevistados informaram que a definição do tipo de atendimento, se individual ou em grupo, depende da situação do aluno, sendo que pode ocorrer que durante um certo tempo seja atendido individual e depois coletivamente.

114 5.2.4.4. Elaboração de Plano de Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Todos os entrevistados informaram, de forma unânime, que é feito Plano de AEE para os alunos inseridos na SRM. A resposta sobre a importância do Plano de AEE é que é imprescindível, sendo que praticamente todos usaram esta palavra. E para explicar esta imprescindibilidade o Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado da SEE disse que é neste documento que se “define todas as ações”. Uma das Diretorias Regionais de Ensino do Município de São Paulo explicou que “tem que ter um planejamento e rever ações que estão sendo desenvolvidas. Verificar que barreiras existem e outras que podem surgir. Inclusão só será efetiva se toda equipe participar e o Plano de AEE existir”. Outra Diretoria Regional de Ensino explicou que “cada aluno é um caso e cada um tem sua especificidade, não pode generalizar. Cada um terá seus avanços e a forma de ser trabalhado”. No mesmo sentido as falas das Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo e, também, a escola estadual sobre a necessidade.

O Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado da SEE esclareceu que a nomenclatura adotada para o Plano de AEE é outra pelo Estado de São Paulo sendo chamado de PAI (Plano de Atendimento Individualizado).

Sobre as informações que devem constar do Plano de AEE, os entrevistados foram praticamente unânimes do que deve conter: dados de identificação do aluno, objetivos (geral e específicos), organização do atendimento, atividades a serem desenvolvidas para que os objetivos específicos sejam alcançados, materiais a serem produzidos, adequação e aquisição de materiais, profissionais da escola que receberão orientação do Professor de AEE e a avaliação dos resultados. Há quem mencionasse a importância de constar adaptação curricular e metodologia a ser adotada.

Sobre a elaboração do Plano de AEE, além do Professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) participam, segundo todos os entrevistados, o professor da sala regular, e segundo cinco dos entrevistados também a família (pai, mãe ou outra pessoa que tenha a guarda da criança) e segundo três dos entrevistados também outros profissionais da escola. Apenas um dos entrevistados incluiu entre as pessoas que devem participar: outros profissionais que atendam a criança.

115 5.2.4.5. Elaboração de Plano de Atendimento Individualizado (PEI)

Sobre a elaboração de um PEI para além do Plano AEE, os órgãos da Secretaria de Estado da Educação explicaram que não elaboram Plano de AEE, mas sim um PAI (Plano de Atendimento Individual) de acordo com a legislação do Estado. A escola estadual disse que a obrigação de elaboração do PEI é do professor da sala de aula comum.

Uma das Diretorias Regionais de Ensino do Município de São Paulo disse que “embora não exista um PEI, está sendo estudada a revisão da Portaria e possibilidade de inclusão de PEI”.

5.2.4.6. Trabalho colaborativo entre professor de AEE e professor da sala regular

Todos os entrevistados informaram que há um trabalho colaborativo entre o Professor de AEE e o professor da sala regular e, então, perguntou-se como ocorria este trabalho, as respostas seguem compiladas abaixo por ente federado e órgãos:

De acordo com o Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado do Estado de São Paulo “os professores se conversam. A Resolução 68 previu tempo para esta conversa. O problema é quando a SRM tem alunos de outras unidades escolares e esta mediação acaba não acontecendo”. Já as Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo afirmaram que “professor da SRM participa de momentos de formação e em alguns momentos conversa individualmente” e que “tem que haver um trabalho colaborativo. Tem que ser feitas nas reuniões pedagógicas ATPCs (aulas de trabalho pedagógico coletivo). Cada escola age de uma forma diferente. Depende de o diretor proporcionar isto. Tem coisa para professor da sala comum aprender.”. Por fim, na escola estadual, “segundo a Professora da SRM há dificuldade no contato com o Professor da sala de aula comum. Alegam que falta tempo, falta também formação. Há dificuldade de organização de carga horária, professor que trabalha com muitas turmas, especialistas.”

As Diretorias Regionais de Ensino do Município de São Paulo explicam que há trabalho colaborativo “em alguns casos sim” e que este ocorre nas reuniões de ATPC. Além disso, quando a SRM é em outra escola, os professores se organizam” e reforçam que “tem que ter este trabalho colaborativo. Tem um dia da semana específico para planejamento, acompanhamento e atendimento da comunidade. É na sexta em geral. Tem que saber o

116 planejamento do professor. Toda orientação pedagógica tem que ser feita durante a semana. PAEE tem que entrar na sala de aula.”

Quanto à quantidade de horas por semana que o professor de AEE trabalha em conjunto com o professor da sala de aula comum, as manifestações são variáveis, há quem tenha respondido que depende de cada caso, da organização da escola ou, ainda, que isto seria possível nas aulas vagas e que deveria ser na ATPC, ou seja, na aula de trabalho pedagógico coletivo. Também mencionaram duas e três horas por semana e uma das Diretorias Regional de Ensino do Município de São Paulo disse que se quisesse o professor “poderia trabalhar em conjunto 16 horas aula porque os professores têm 31 horas sem aluno”.

5.2.4.7. Local de funcionamento da SRM

Sobre o local de funcionamento da sala de recursos multifuncionais (SRM) todos disseram que, em regra, funciona na escola regular onde os alunos com TEA estudam. No entanto, podem funcionar numa escola próxima ou da região. O Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado da SEE disse que “pode haver a situação de professor itinerante que fará na escola que o aluno precisa”.

5.2.4.8. Outros apoios

Todos os entrevistados/as disseram que se o aluno não é inserido numa SRM, ele receberá algum apoio.

Segundo a Divisão de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação “independente de frequentar a SRM tem direito aos apoios a partir da avaliação, mesmo sem avaliação é concedido quando verifica a necessidade”. As Diretorias de Ensino afirmaram que “tem direito ao cuidador dependendo do caso para AVDs. A legislação fala de outro professor, mas não tem este profissional” e explica que “a supervisora dá os encaminhamentos e orientações. Criança não pode ficar desassistida”. A escola estadual, porém, explicou que é dado “o apoio que todos os outros alunos recebem”.

As Diretorias Regionais de Ensino explicam que “depende das barreiras que o aluno tem que enfrentar. Tem a questão do ensino integral que o aluno não é inserido na SRM, mas se oferece apoio. Tem também as situações que os pais não querem que o filho frequente a SRM,

117 pois os pais devem fazer matrícula e tem que ter autorização dos pais” e ressaltam ainda que recebem apoio “do AEE itinerante, dos PAAI (professor de apoio e acompanhamento a inclusão) e do CEFAI. Fora cursos optativos que indiretamente vão atender. Vão à escola fazer formação indireta”.

Nas observações feitas no final da seção uma das Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo afirmou que para saber como tem se dado a participação da família seria importante conversar com Professora de AEE, mas “pela Diretoria entende que tem que ser cumprida a legislação. Na devolutiva da informação a família tem que estar presente. Tem escola que não tem SRM e não solicita ou família não aceita.”

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