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No domínio do direito sancionatório, incluindo o disciplinar, o mesmo facto ilícito pode envolver a responsabilidade simultânea, a título de culpa, por acção ou omissão de vários

DATA DO ACÓRDÃO: 26/03/2019 VOTAÇÃO: Unanimidade

H) Que ao utilizar a jogadora Ana Margarida Guimarães, Lic.250637, no jogo n.º 1442, não se assegurando do envio à FPV da renovação do exame médico desportivo da mencionada

V. No domínio do direito sancionatório, incluindo o disciplinar, o mesmo facto ilícito pode envolver a responsabilidade simultânea, a título de culpa, por acção ou omissão de vários

agentes, incorrendo qualquer um deles em responsabilidade, o mesmo sucedendo quando esse facto, envolva o “concurso” de agentes desta.

ACÓRDÃO Acordam, os membros do Conselho de Disciplina: I – Relatório

1. O Recorrente, por requerimento dirigido ao Pleno da Secção Disciplinar, enviado em 22 de março de 2019, interpôs o presente recurso tendo por objeto a decisão sumária proferida pelos membros do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Voleibol no dia 14 de março de 2019, publicitada através da Circular n.º 36, que sancionou sancionou o Clube Leixões Sport Club em sanção de derrota, subtracção de 2 (dois) pontos e multa no valor de 134,00€ nos termos do artigo 75.º, n.º1 alínea a) e n.º2, alínea b) do Regulamento de Disciplina (doravante RD) e as jogadoras Leonor R. G. Oliveira, Lic.241832, Renata Filipa Alves, Lic.254940 e Francisca Alexandra Pereira, Lic.256472, respectivamente em 1 (um) jogo de suspensão nos termos do artigo 129.º, n.º3 do RD, por factos ocorridos no jogo n.º 1927, realizado a 09.03.2019, que opôs as equipas do Clube Atlântico da Madalena ao Leixões SC a contar para o Campeonato Nacional de Infantis Femininos-2Fase-Série A.

2. Com aquele requerimento, o Recorrente apresentou as suas alegações (cf. fls. 02 a 06 dos autos).

Compulsados os autos, verificamos que aos mesmos foram oficiosamente juntos os seguintes documentos com relevância para a decisão deste recurso:

(i) Circular n.º 36 de 14.03.2019 (cf. fls. 07 a 22 dos autos); (ii) Boletim de Jogo (cf. fls. 23 dos autos);

(iii) Listagem das Inscrições para a presente época desportiva (2018-2019) do Amares Voleibol (cf. fls. 24 a 26 dos autos);

(v) Cadastro disciplinar da jogadora Leonor R. G. Oliveira, Lic.241832 (cf. fls. 28 dos autos);

(vi) Cadastro disciplinar da jogadora Renata Filipa Alves, Lic.254940, (cf. fls. 29 dos autos);

(vii) Cadastro disciplinar da jogadora Francisca Alexandra Pereira, Lic. 256472, (cf. fls. 30 dos autos);

A Comissão de Instrutores notificada em 22 de março de 2019, nos termos e para os efeitos do disposto no número 3 do artigo 260.º do RD, deliberou em 22 de março de 2019 não apresentar pronúncia sobre o pedido e fundamentos do recurso.

Defesa

Com o douto requerimento de interposição de recurso, o Recorrente, apresentou as respetivas alegações, não as tendo sintetizado em conclusões. No entanto, o Regulamento de Disciplina da FPV não exige tal formalidade processual, apenas requerendo que o seu recurso seja interposto através de requerimento devidamente fundamentado (vide artigo 260.º do RD). Exigência essa que se encontra cumprida. A final, o Recorrente requer a procedência do Recurso e a revogação da decisão proferida que o sancionou em processo sumário. Em fundamento do pedido, no essencial, invoca:

A. Que as sanções disciplinares foram aplicadas a jovens atletas, de idade inferior a 15 anos de idade, as quais foram, não por culpa própria, impedidas de fazer aquilo que mais gostam, jogar o seu desporto de eleição, voleibol.

B. Que o facto que dá origem ao presente processo disciplinar ocorre por culpa do Leixões Sport Club, pois os exames médicos já tinham sido realizados pelas atletas em questão, já tinham sido entregues pelas mesmas ao Leixões Sport Club, desde finais do ano passado, contudo o Leixões Sport Club ainda não tinha procedido ao envio dos mesmos para a Federação Portuguesa de Voleibol.

C. Pelo elevado número de sanções decretadas, considera o Recorrente que se verifica a aplicação de uma dupla sanção às atletas, é expressamente proibida pelo Regulamento disciplinar.

II – Competência do Conselho de Disciplina

1. De acordo com o artigo 14.º do Regimento do Conselho de Disciplina, compete a este Conselho, no exercício dos poderes que lhe são atribuídos pelos Regulamentos, pelos Estatutos e pela Lei, instaurar e arquivar procedimentos disciplinares e, colegialmente, apreciar e punir as infrações disciplinares em matéria desportiva, sem prejuízo da competência do Conselho de Justiça.

2. Nos termos do artigo 4.º n.º 4 do mesmo Diploma, das decisões proferidas em processo sumário cabe recurso para o pleno do Conselho de Disciplina, nos termos e com os efeitos estabelecidos no respetivo Regulamento Disciplinar, decorrendo do n.º 1 do artigo 258.º do

Regulamento de Disciplina que tal impugnação é efetuada mediante recurso hierárquico impróprio para o pleno da Secção Disciplinar.

3. Por ser legal, tempestivo e interposto por quem tem legitimidade, o presente recurso foi admitido como recurso hierárquico impróprio, atribuindo-se-lhe efeito devolutivo (artigo 261.º RD).

4. Constituindo nosso entendimento que os autos fornecem todos os elementos necessários à prolação de uma decisão fundamentada não se determina a realização de diligências complementares.

III - Âmbito do Recurso

Com base na verificação administrativa do boletim do jogo, junto a fls. 23 dos autos, o Conselho de Disciplina, em Processo Sumário de 14 de março de 2019, ao abrigo do artigo 75.º, n.º1 alínea a) e n.º2, alínea b) do RD, sancionou o Clube Leixões Sport Club, em sanção de derrota, subtracção de 2 (dois) pontos e multa no valor de 134,00€ por – transcrição – Derrota: (Prova por pontos – Inclusão Irregular de Jogador – Leonor R.G. Oliveira, Renata Filipa Alves e Francisca Alexandra Pereira, jogaram sem estar devidamente inscritas na FPV, atuaram em jogo oficial sem a sua situação médica regularizada - Conforme verificação administrativa e boletim de jogo); Subtracção de Pontos: (Inclusão Irregular de Jogador – Leonor R.G. Oliveira, Renata Filipa Alves e Francisca Alexandra Pereira – subtração de 2 pontos na Classificação.); multa: (ex vi artigos 55.º n.º 1 alínea a) e 56.º n.º 2 do RD – Circunstância atenuante – Bom comportamento anterior – Inclusão irregular de jogador – Leonor R.G. Oliveira, Renata Filipa Alves e Francisca Alexandra Pereira, atuaram em jogo oficial sem a sua situação médica regularizada - Conforme verificação administrativa e boletim de jogo.) e as jogadoras Leonor R.G. Oliveira, Lic.241832, em 1 (um) jogo de suspensão por - transcrição - 1 (um) jogo de suspensão: Atuação irregular de jogador – Leonor R. G. Oliveira, jogou sem ter a sua situação médica regularizada - Conforme verificação administrativa e boletim de jogo.); Renata Filipa Alves, Lic.254940, em 1 (um) jogo de suspensão por - transcrição - 1 (um) jogo de suspensão: (Atuação irregular de jogador – Renata Filipa Alves, jogou sem ter a sua situação médica regularizada - Conforme verificação administrativa e boletim de jogo.) ; Francisca Alexandra Pereira, Lic. 256472, em 1 (um) jogo de suspensão por - transcrição - 1 (um) jogo de suspensão: (Atuação irregular de jogador – Francisca Alexandra Pereira, jogou sem ter a sua situação médica regularizada - Conforme verificação administrativa e boletim de jogo.).

Em face do alegado pelo Recorrente, cumpre decidir se merecem, ou não, acolhimento as suas pretensões.

IV – Fundamentação de facto §1. Factos provados

A) Que no dia 09.03.2019, realizou-se o jogo n.º 1927, que opôs as equipas do Clube Atlântico da Madalena ao Leixões SC, a contar para o Campeonato Nacional de Infantis Femininos– 2Fase-Série A.

B) Que o exame de avaliação médico-desportiva é um instrumento indispensável

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