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3.6 ENGENHARIA DE SAÚDE PÚBLICA

3.6.3 Saneamento Básico

As ações de saneamento básico, pertinentes à engenharia de saúde pública, são basicamente abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, em conformidade com a definição dada pela Lei Federal nº 11.445 de 2007, no sentido de que o saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais dessas atividades (BRASIL, 2007b).

3.6.4 Saneamento Ambiental

Na engenharia de saúde pública, as ações as ações de saneamento ambiental têm a finalidade de melhorar as condições de saúde da população brasileira, em todos os municípios do País, por meio do incremento na cobertura e na qualidade dos serviços de saneamento básico, do controle dos vetores de doenças transmissíveis, por ausência ou inadequação de saneamento, e da promoção de atividades de educação sanitária e ambiental.

As ações de saneamento ambiental, que são mais abrangentes que as do saneamento básico, são levadas a cabo como uma forma de prevenção e controle de doenças e agravos, decorrentes da falta de saneamento realizado de maneira adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente, considerando ainda que as condições ambientais são fatores determinantes da saúde.

A OPAS entende que o saneamento ambiental visa beneficiar a população do espaço geográfico em que suas proporcionam níveis crescentes de salubridade ambiental (BRASIL, 2004). A efetivação de tais ações pode produzir, com elevado grau de certeza, uma série de efeitos positivos sobre o bem-estar e a saúde das populações.

Já a FUNASA (BRASIL, 2006g) entende saneamento ambiental como ações socioeconômicas para alcançar salubridade ambiental, por meio da oferta de água potável e de

coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, assim como do adequado uso do solo, da drenagem urbana e do controle de doenças transmissíveis, objetivando proteger e melhorar as condições de vida da população.

Verifica-se assim que o saneamento ambiental dá destinação sanitária adequada, tanto no esgotamento sanitário domiciliar quanto na drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, e contribui para o controle dos vetores de doenças transmissíveis por meios hídricos e para a promoção da educação sanitária e ambiental, como forma de prevenção e controle de doenças e agravos decorrentes da falta ou inadequação de saneamento, em forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

3.6.5 Salubridade Ambiental

A OPAS (BRASIL, 2004e) compreende, como já citado, que as ações de saneamento ambiental visam proporcionar níveis crescentes de salubridade ambiental em um determinado espaço geográfico em benefício da sua população, ou seja, tal entendimento é no sentido de que a salubridade ambiental constitui-se no objetivo final do saneamento ambiental.

Já a FUNASA (BRASIL, 2006g), por sua vez, entende salubridade ambiental como „o estado de higidez em que vive a população urbana e rural‟, em decorrência de sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir endemias ou epidemias, de veiculação ambiental, e também de promover condições mesológicas favoráveis ao pleno gozo de saúde e do bem-estar.

Assim, fica evidente que a engenharia de saúde pública tem como principal objetivo o melhoramento das condições ambientais para o pleno gozo de saúde e do bem-estar social, exigindo uma perfeita harmonia com meio que nos cerca e com o qual interagimos em nossas interações cotidianas, como uma forma de colocar em prática a definição de meio ambiente explicitada na Lei nº 6.938 de 1981.

3.7 MEIO AMBIENTE

A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), instituída pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, reconhecida no País como a Lei do Meio Ambiente, estabelece em seu artigo

3.º que o meio ambiente abriga e rege a vida em todas as suas formas, uma vez que visto como um conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica (BRASIL, 1981).

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), o meio ambiente é um conjunto de fatores físicos, químicos e bióticos, ao qual nos referimos como natureza, ou seja, é o lugar em que vivemos e de que dependemos para a nossa sobrevivência, pois nos envolve e nos cerca como um meio dinâmico, marcado por interações e adaptações (SÃO PAULO, 2010).

Cabe citar, por sua oportunidade e conveniência, como importantes para a presente pesquisa algumas atividades que são desenvolvidas especificamente por entidades públicas, nas áreas de saneamento e da saúde indígena, destacando-se dentre elas o organismo internacional OPAS/OMS e os órgãos públicos IBGE, FUNAI, MS e FUNASA. Tendo em vista que tais contribuições foram fundamentais para o desenvolvimento dos trabalhos pertinentes ao estudo em questão, convém conhecê-las de forma simplificada:

a) Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS): é um organismo internacional de saúde pública dedicado a fortalecer e melhorar as condições de saúde dos países das Américas. Ela também atua como Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para as Américas (OMS) e faz parte da Organização dos Estados Americanos - OEA e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao discorrer sobre a história da saúde pública, a FUNASA publicou um artigo especial sobre os 100 anos da OPAS - de 1902 a 2002, destacando a identificação de três grupos de fatores relevantes para criação daquela organização no ano de 1902, a saber: 1) o aumento do comércio entre os países das Américas; 2) o desenvolvimento científico; e 3) o espírito humanitário (BRASIL, 2004a).

O referido artigo ressalta que o primeiro fator - o comércio - foi determinante para a criação da OPAS, já que os meios de transporte de então promoviam além da troca de mercadorias, a disseminação de enfermidades e pestilências para as populações dos países vulneráveis, sobretudo dos países centrais:

a) Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o Decreto Presidencial n° 1.200, de 17/11/1936, constituiu o Conselho Nacional de Estatística que deu origem em 26/01/1938 ao IBGE (PENHA, 1993), cuja missão institucional é „retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania‟. Para cumprir sua missão, o IBGE identifica e analisa o território, conta a população, mostra como a economia evolui

através do trabalho e da produção das pessoas, revelando ainda como e onde elas vivem (BRASIL, 1936).

b) Fundação Nacional do Índio (FUNAI): essa Fundação, que substituiu o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), foi criada pela Lei nº 5.371, de 05/12/1967, com a missão de executar políticas indigenistas. Compete à FUNAI promover a educação básica aos índios, assegurar e proteger as terras por eles tradicionalmente ocupadas, defender seus interesses e impedir ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem risco à vida e à preservação desses povos (BRASIL, 1967).

c) Ministério da Saúde (MS): criado pela Lei nº 1.920 de 25/07/1953, é o órgão do Poder Executivo Federal responsável pela organização e elaboração de planos e políticas públicas voltados para a promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. Sua função é disponibilizar condições para proteção e recuperação da saúde da população, reduzindo enfermidades, controlando doenças endêmicas e parasitárias e melhorando a vigilância à saúde, de forma a dar mais qualidade de vida aos brasileiros (BRASIL, 1953).

d) Fundação Nacional de Saúde (FUNASA): é um órgão executivo do MS instituído pela lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990, cuja missão institucional consiste em promover a saúde pública e a inclusão social, em conformidade com o SUS, por meio de ações de saneamento ambiental nos municípios brasileiros e de atenção à saúde indígena (BRASIL, 2006c). A FUNASA originou-se da incorporação dos antigos órgãos de saúde pública Superintendências de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) e Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP).

Cabe ressaltar que a inclusão social, do ponto de vista da FUNASA (BRASIL, 2002), consiste em promover o acesso das populações indígenas aos serviços públicos de saúde e, no caso das populações residentes em localidades com baixos índices de desenvolvimento humano, em ofertar acesso aos serviços de saneamento básico, já que tais ações têm significativa convergência com a estratégia governamental de inclusão social dos menos favorecidos.

Historicamente, o termo „inclusão social‟, muito citado nos últimos anos, substituiu a „integração social‟, que era um programa governamental da década de 80 que visava a construção de uma sociedade mais justa e menos excludente, dotada de integração social e territorial em duas vertentes: a primeira, relaciona-se à transição demográfica por que passa o

país, com radical transformação da estrutura populacional, e a segunda, voltada para a concentração e distribuição de renda no Brasil (SMITH; OLIVEIRA, 1995).

A FUNASA presta apoio técnico e financeiro no combate, controle e redução da mortalidade infantil e da incidência de doenças de veiculação hídrica causadas pela falta de saneamento básico e ambiental. Os investimentos visam intervir no meio ambiente, na infra- estrutura dos municípios de até 30 mil habitantes, prioritariamente, e nas condições de vida de populações vulneráveis.

Até o ano de 2002, a FUNASA atuou na promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, saneamento básico em municípios de pequeno porte e em saúde indígena, trabalhando no apoio às Secretarias Estaduais de Saúde na organização de sistemas de vigilância a fatores biológicos - vetores, hospedeiros, reservatórios, animais peçonhentos - e de contaminantes ambientais - químicos e físicos - que possam interferir na qualidade da água, ar e solo, prevenindo os riscos decorrentes de desastres naturais e de acidentes com produtos perigosos, trabalhando num sistema integrado de informação.

A partir de 2003, as atribuições até então de competência do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI/FUNASA) passaram para a esfera direta do MS, face sua reestruturação. Desta forma, a Fundação passou a ter apenas duas áreas finalísticas de atuação: Saneamento Ambiental e Atenção Integral à Saúde dos Povos Indígenas, a cargo respectivamente dos seus Departamentos de Engenharia de Saúde Pública (DENSP) e de Saúde Indígena (DESAI).

A FUNASA trabalha, como gestora do Subsistema de Saúde Indígena na estrutura do SUS, em duas vertentes principais: consolidar o controle social e alcançar melhoria da saúde da população. As ações de inclusão social, pela saúde, são feitas com a prevenção e o controle de doenças e agravos ocasionados pela falta ou inadequação de saneamento básico em áreas de interesse especial, como comunidades indígenas, remanescentes de quilombos, reservas extrativistas, populações ribeirinhas e assentamentos da reforma agrária.

Cabe então ressaltar que a Aldeia Piebaga foi escolhida como objeto do presente estudo de caso porque vinha apresentando um elevado padrão de morbidades, no período de 2004 a 2006, carecendo de intervenção física no seu meio ambiente com a finalidade de prover saúde para a comunidade. Segundo Pereira (2007), morbidade refere-se ao conjunto de indivíduos doentes em uma determinada população, num dado intervalo de tempo. Cabe observar que a taxa de morbidade mostra as doenças e os agravos à saúde na população.

A Aldeia Piebaga era habitada em 2007 por 97 indígenas, sendo 96 da etnia bororo e 1 da etnia kaiabi. Cabe destacar que o povo Bororo habita, desde tempos imemoriais, a região

de Cuiabá e o território do município de Santo Antonio de Leverger, antes da chegada do homem branco. A palavra bororo significa „pátio da aldeia‟. Trata-se do pátio central da aldeia onde são enterrados os mortos até a decomposição do corpo, significando para aquele povo indígena a „morada dos filhos do sol‟ (BRASIL, 2006b).

O universo da presente pesquisa engloba, dentre outros dados importantes, informações básicas sobre a FUNASA e sua forma de atuação na implementação de ações de saneamento ambiental, especificamente sobre o tema Saneamento e Saúde Indígena na sua relação ao desenvolvimento de projetos de implantação de sistemas de abastecimento de água e de melhorias sanitárias domiciliares, com o objetivo de promover a saúde pública e a inclusão social das classes econômicas menos favorecidas do país.

Tendo em vista que os serviços relativos à execução de obras físicas para implantação das infraestruturas de saneamento básico são feitas de forma terceirizada, cabe observar que a Lei nº 8.666, de 21/06/1993 (BRASIL, 1993), exige que todas as ações que envolvam recursos públicos sejam precedidas competição entre as empresas prestadoras dos serviços necessários, em igualdade de condições e de forma que a Administração Pública possa escolher a opção que melhor lhe convier para o atendimento das necessidades da população.

A eficiência na execução do projeto tem a ver com o emprego da técnica adequada para que a aplicação dos recursos - humanos, financeiros, técnicos e materiais - seja feita de forma criteriosa e correta, assim como a execução do cronograma físico do projeto. O entendimento da OPAS é no sentido de que a análise da eficiência engloba a relação entre o esforço utilizado e os resultados alcançados por uma determinada política (BRASIL, 2004).

Já quanto à eficácia no alcance dos objetivos previamente estabelecidos no projeto, a interpretação da OPAS é de que a análise da eficácia visa responder à questão: „os objetivos e metas propostos no projeto foram atingidos‟?. Tal resposta pode ser obtida por meio de um estudo comparativo entre os objetivos de um determinado programa e os resultados obtidos de sua execução (BRASIL, 2004e).

A efetividade consiste no advento de uma nova realidade, diferente daquela que antes exista, isto é, no caso da implantação de projetos voltados para a saúde a finalidade é extinguir a doença que havia e, em seu lugar, promover a saúde. Tal entendimento parte do conceito de avaliação da efetividade que, no campo das políticas públicas (BRASIL, 2004e), é caracterizada como a situação nova que resulta diretamente do projeto, pois ela representa o sucesso ou o fracasso, em termos de uma efetiva mudança nas condições sociais prévias da vida das populações atingidas pelo programa.

Cabe aqui registrar, por sua grande importância para o desenvolvimento do presente trabalho, a contribuição de alguns autores que avaliaram os impactos de ações de saneamento ambiental, sob a ótica da promoção da saúde a populações indígenas beneficiadas pela intervenção governamental em suas terras, a partir de uma breve revisão de literatura sobre os aspectos de saneamento e saúde indígena, com segue:

Ao traçar o perfil epidemiológico das populações indígenas no Brasil, Coimbra Junior e Santos (2001) verificaram que a gestão da saúde dos índios - transferida da FUNAI para a FUNASA em 1999 – estava diretamente relacionada a processos históricos de mudanças sociais e à expansão de frentes demográficas e econômicas no País. Os autores concluíram que as condições de saúde dos povos indígenas no Brasil são precárias, colocando-os em uma posição de desvantagem em relação a outros segmentos da sociedade nacional.

Já Toledo (2006) identificou que os principais problemas sanitários e socioambientais que interferem diretamente na saúde e na qualidade de vida dos habitantes do Distrito Sanitário Especial Indígena Iauaretê - DSEI-Iauaretê, situado na Terra Indígena do Alto Rio Negro, no Município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, eram o aumento da concentração populacional e as alterações do seu modo de vida tradicional, resultando em agravos à saúde da população, principalmente devido à ausência de saneamento básico.

Por sua vez, Lima et al. (2007) apresentou proposta de discussão interdisciplinar no sentido de avaliar os impactos causados na saúde, envolvendo um leque de questões, que vão desde condições de saneamento até práticas produtivas, a partir de estudo entre os índios Xukuru do Ororubá, Município de Pesqueira, Estado do Pernambuco, considerando que as alterações no modo de vida tradicional, do ano de 1500 até os dias atuais, vêm resultando em mudanças na saúde e no ambiente entre indígenas no Brasil.

Numa outra pesquisa a respeito da morbidade entre os índios brasileiros, Gilio et al. (2008) verificou que a alta incidência de parasitos entre os indígenas da Reserva Rio das Cobras, Município de Nova Laranjeiras, Estado do Paraná, indica suscetibilidade a infecções parasitárias, já que habitam em condições inadequadas, sem água potável e sem as mínimas condições higiênico-sanitárias, tendo contato contínuo com ambientes altamente contaminados. Tal situação carece da implantação de infraestrutura de saneamento básico para atendimento das mínimas necessidades de saúde da população.

Nessa mesma direção, o perfil de mortalidade infantil e indicadores demográficos, no período de 2002 a 2004, da população indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima (DSEI/RR), descrito por Costa (2006) mostrou o predomínio de óbitos nos dois extremos etários - menores de 1 ano maiores de 50 anos de idade. O estudo indicou

níveis de saúde muito precários da população, em face às precárias condições de saneamento básico, como abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Hökerberg (1997), após analisar o atendimento assistencial à saúde dos índios Kaingáng do Rio Grande do Sul, no período de 1985 a 1995, concluiu que a quantidade de óbitos evitáveis por assistência básica à saúde indígena é o diferencial do atendimento dos serviços de saúde entre essa etnia e o restante do Estado, uma vez que as áreas indígenas Kaingáng são ligadas por estradas pavimentadas a municípios que contam com centros de saúde ou hospitais de pequeno porte.

Pena e Heller (2008) avaliaram os impactos na saúde - de 2000 a 2003 – na população infantil indígena da etnia Xakriabá do Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e do Espírito Santo (DSEI-MG/ES), situado em São João das Missões em Minas Gerais, focalizando obras de saneamento relativas a abastecimento de água, esgotamento sanitário, disposição de resíduos sólidos e programas de higiene e educação sanitária.

Os resultados de tal avaliação indicaram que houve redução das taxas de morbimortalidade infantil naquela população nos anos de 2000 e 2002; mas no entanto os autores concluíram que os serviços de saúde e as infraestruturas de saneamento básico disponibilizados estavam longe de contornar a situação de saúde, já que das 1.224 habitações ocupadas somente 719 foram atendidas.

Aliado à falta de atendimento sanitário, os estudos de Giatti et al. (2004) revelaram baixo conhecimento da população de Iporanga - SP, sobre contaminação por verminoses, transmissão, prejuízos à saúde e profilaxia de doenças parasitárias intestinais, evidenciando também altos índices microbiológicos de poluição por esgotos domésticos no Rio Betari, à montante e à jusante, uma vez as fossas rudimentares utilizadas por 91% dos domicílios favorece a proliferação de enteroparasitoses e demais doenças de veiculação hídrica.

Tal problemática é agravada, também, com acréscimos populacionais provocados pela vocação local para o ecoturismo, indicando a necessidade da implementação de ações relativas a abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e de um programa de educação ambiental em saúde.

Em outra oportunidade, Giatti (2007) discutiu as dificuldades de equacionamento do saneamento básico, no sentido do abastecimento de água e da melhoria da saúde pública em núcleos urbanos na Amazônia brasileira, a partir de pesquisa em São Gabriel da Cachoeira, localizada no noroeste do Amazonas.

O autor admite que, se por um lado são necessárias abordagens adequadas para a gestão de recursos hídricos e medidas de saneamento básico para a Amazônia, por outro lado,

a sua implementação - que resultará na efetiva melhoria da saúde pública - exige um estudo de cenários complexos, compostos de aspectos ambientais e socioculturais, assim como a promoção do envolvimento participativo das sociedades, com metodologias continuadas que considerem as particularidades locais.

Considerando a Região Norte, Azevedo (2006) traçou um panorama sobre a utilização da água subterrânea na fronteira entre Brasil e Colômbia, representada pelas cidades de Tabatinga e Letícia, respectivamente, as quais utilizam o manancial subterrâneo indiscriminadamente. Nessa cidade brasileira havia mais de 2.000 poços em funcionamento, devido à deficiência do sistema público de abastecimento de água.

O cenário mostrou a importância de ampliação da cooperação mútua para maiores investimentos em saneamento, incluindo estudos para alcançar o uso racional do mesmo manancial por ambos os países, dadas suas responsabilidades legais na preservação dos recursos hídricos da região, uma vez que a ocorrência e a distribuição da água subterrânea no planeta não se limitam a fronteiras geopolíticas estabelecidas pelos dois países. , sob o ponto

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