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4.2 MÉTODOS DE TRABALHO

4.2.2 Seleção da Amostra de Projetos para Análise

Objetivando viabilizar a obtenção de dados concretos para subsidiar a presente pesquisa foi selecionada para estudo uma amostra, composta de dois projetos já consolidados, isto é, totalmente concluídos e colocados à disposição da comunidade para uso, sendo um referente ao abastecimento público de água e o outro a melhorias sanitárias domiciliares, os quais serão analisados e constituirão base dos fatos constatados, de acordo com informações das áreas de saneamento ambiental e de atenção à saúde indígena da FUNASA.

A análise dos projetos selecionados foi feita observando-se os aspectos de eficiência na execução das obras e de eficácia no alcance dos objetivos inicialmente propostos, tendo sido identificada e demonstrada a situação de saúde que predominava na localidade antes da intervenção antrópica no meio ambiente, mediante ações de saneamento básico, evidenciando os impactos resultantes da implantação das obras e o advento de uma nova situação de saúde da população atendida, caracterizada por uma efetiva mudança das condições de saúde que antes predominavam na comunidade.

Cabe lembrar que a análise da eficiência na execução de projetos, já citada neste trabalho, tem a ver com a regularidade na realização das atividades, ou seja, fazer bem feito aquilo que tem de ser feito. Portanto, para que haja eficiência é necessário o emprego da técnica adequada na aplicação dos recursos humanos, financeiros, técnicos e materiais, visando o fiel cumprimento do cronograma físico do projeto.

A análise da eficiência na execução do projeto da implantação de 10 (dez) módulos sanitários domiciliares na Aldeia Piebaga, com ligação à rede água e construção de banheiros, fossas sépticas, poços rasos, sumidouros e outras benfeitorias de uso coletivo, foi constatada pela fiscalização da CORE/MT de acordo com o Contrato, após o exame do cumprimento do cronograma físico-financeiro, do emprego da técnica adequada na aplicação dos recursos e do alcance da meta proposta no projeto, uma vez que as obras foram executadas e entregues.

A CORE/MT constatou que houve eficiência também na execução do projeto relativo ao Sistema de Abastecimento Público de Água, que é composto da construção de poço tubular com 70 metros perfurados e 46 metros de revestimento, caixa d‟água de 20m³ para captação e reservação de água, bomba d‟água submersa, instalações hidráulicas e de ligações à rede água e de esgotos e outras benfeitorias de uso coletivo, em conformidade com o Contrato.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O tema da presente pesquisa, que é saneamento e saúde indígena, foi desenvolvido mediante estudo de caso relativo a ações de saneamento básico em terra indígena, voltadas para a saúde, englobando fatos ocorridos no período de 2004 a 2007 na aldeia Piebaga, situada na Área Indígena Tereza Cristina, no interior do município de Santo Antônio do Leverger, mas distante apenas cerca de 27 km da área urbana da cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso.

A área dos estudos escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa foi a Aldeia Piebaga, pertencente ao território do estado de Mato Grosso, que faz parte do Cerrado Brasileiro. Este bioma enfrenta sérios conflitos relacionados a uso e ocupação do solo, desemprego, falta de habitação e poluição ambiental, exigindo a implementação de políticas públicas para mitigar impactos negativos sobre os recursos naturais e melhorar a saúde e a qualidade de vida da sua população, estimada em cerca de 20 milhões de pessoas.

O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, sob responsabilidade da FUNASA a partir de 1999, cadastrou cerca de 400.000 índios visando o atendimento às suas necessidades de saúde. Segundo a Universidade Federal do Mato Grosso, aquele estado abriga 6% dos povos indígenas brasileiros em 38 etnias: Apiaká, Kayabi, Munduruku, Arara, Xavante, Cinta

Larga, Bakairi, Paresi, Kayapó, Enauenê nauê, Mynky, Bororo, Nambikwara, Aweti, Juruna, Kalapalo, Kamayurá, Kuikuro, Matipu, Nahukwá, Mehinaku, Suyá, Tapayuna, Trumái, Txicão, Waurá, Yawalapiti, Rikbaktsa, Irantxe, Panará, Karajá, Surui, Tapirapé, Terena, Umutina, Zoró, Guató e Chiquitanos.

Cabe observar que, como já citado, até o ano de 1995 a FUNAI não tinha registro oficial de indígenas no Distrito Federal e nem nos Estados do Piauí e do Rio Grande do Norte, de acordo com o demonstrativo da População Indígena Brasileira em 1995 (Tabela 3); ressalte-se, no entanto, segundo reportagem de Lula Marques do jornal Folha de São Paulo, de 25 de abril de 2003, sob o título „Homenagem ao Dia do Índio: 19 de abril de 2003‟, que pode ser assim resumida: “[...] o fato de não encontrar índios no DF e nestes Estados não implica na sua inexistência, pois ainda estão lutando por reconhecimento como povos indígenas”. (MARQUES, 2003).

Registre-se, entretanto, que comunidades indígenas pleiteiam na justiça o direito à posse de 4,1815 hectares no Distrito Federal, referente a uma área por eles ocupada desde 1969 no Setor Noroeste de Brasília, mediante Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério

Público Federal contra a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF – IBRAM, e a Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP, que tramita na 21ª. Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal - processo 2009.34.00.038240-0 (BRASIL, 2011).

Na citada Ação Civil Pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no DF instaurou procedimento administrativo para apurar denúncias de violações do território ocupado pela comunidade indígena do Bananal, área localizada ao lado do Parque Ecológico de Brasília e ocupada há 34 anos pelos índios das etnias Fulny-ô e Tapuya, que possuem inclusive recibo de compra da Fazenda Bananal, também conhecida como „Chácara Indígena

Tapuya‟, tendo mantida íntegra e preservada toda a vegetação nativa de cerrado, inclusive

desenvolvido um grande herbário, com produção de ervas medicinais e mudas de espécies nativas.

A antecipação de tutela concedida ao MPF, pela 21ª vara da SJDF, visa dar proteção provisória ao direito coletivo defendido, até a apreciação de todos os pedidos antecipatórios formulados na petição inicial, determinando à TERRACAP que se abstenha de realizar ou permitir quaisquer obras que possam alterar, reduzir, impactar, transferir ou restringir o modo de ocupação e a área reivindicada pela Comunidade Indígena Bananal, e de atos que possam intimidar ou ameaçar os membros da etnia, até nova determinação da Justiça Federal do DF.

Até o ano de 2009, a FUNAI não possuía registro oficial de índios no Piauí. Entretanto, segundo reportagem de Catarina Santiago, publicada em 20 de abril de 2010 no site da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC), sob o título „FUNAI reconhece existência de povos indígenas no Piauí e promete assistência às comunidades locais‟, após a identificação e o reconhecimento da existência de três povos indígenas nesse estado: Itacoatiara, Cariris e Codó Cabeludo, respectivamente nos municípios de Piripiri, Queimada Nova e na região de Pedro II. A FUNAI então determinou, pela sua Portaria nº 344 de 2010, a devida prestação assistencial àquelas comunidades indígenas no estado do Piauí (SANTIAGO, 2010).

De acordo com a FUNAI no Rio Grande Norte, oficialmente, não há Índios. Historicamente, os índios potiguares habitaram toda a costa daquele estado até o início do século XVIII.

Um artigo publicado pelo próprio site Potyguar, que é o portal do Rio Grande do Norte, traz em si mesmo a pergunta: “Tem, ou não tem, Índios no Rio Grande do Norte?” Argumentando que se, oficialmente, não há Índios no RN, segundo a FUNAI. Então, porque potiguar? Tendo em vista que, historicamente, os índios potiguares habitaram toda a costa do Rio Grande do Norte até o século XVII (POTYGUAR, 2011).

De acordo com Augusto Tavares de Lira (1982) e Luís da Câmara Cascudo (1984 apud MACEDO, 2007), a “Guerra dos Bárbaros” (1683-1725) foi um movimento de resistência indígena contra a expansão da pecuária no sertão do Rio Grande do Norte - considerado o maior conflito inter-étnico do Brasil Colonial. Nessa guerra, os índios foram dizimados no interior e os lugares por onde eles andavam tornaram-se fazendas de criação de gado e surgiram, em alguns casos, pequenas povoações e vilas, que constituíram a origem das atuais cidades sertanejas daquele Estado.

Registre-se, por oportuno, que o reconhecimento por parte da FUNAI de uma determinada comunidade de índios, identificada etnicamente como povo indígena, é fundamental para o seu registro naquela Fundação, como condição para que possa usufruir da devida prestação assistencial às comunidades indígenas e também da atenção à uma população antes subestimada.

Verifica-se então a necessidade de que haja estreita relação e compatibilidade cadastral entre a FUNAI e a FUNASA, para a concessão dos benefícios da assistência à saúde indígena no âmbito do SUS, pois o reconhecimento como povo indígena e seu registro como tal nos órgãos competentes constitui condição fundamental para que exista o direito legal.

O desenvolvimento da pesquisa foi feito por meio do levantamento de informações sobre saneamento e saúde indígena, incluindo revisão bibliográfica sobre o assunto, e da seleção e análise de dois projetos implantados na Aldeia Piebaga, no Estado de Mato Grosso, um de melhorias sanitárias domiciliares e outro de abastecimento público de água, aliados a palestras sobre educação ambiental para a saúde dos indivíduos, incluindo também a realização de estudos de análise da eficiência e da eficácia de tais projetos, culminando com a avaliação de seus impactos.

Durante a pesquisa foram utilizados também registros de resultados observados na saúde daquela comunidade indígena, que era crítico no período de 2004 a 2006 e bastante favorável no ano de 2007, face à geração de uma nova realidade a partir do atendimento das mínimas necessidades sanitárias da população, observando-se principalmente o advento de algumas mudanças comportamentais evidenciadas pela adoção de novos hábitos propícios à saúde pública:

a) Lavar as mãos antes das refeições, escovar os dentes diariamente, tomar banhos em chuveiros domésticos, utilizando corretamente a água disponibilizada em cada residência – tratada, encanada e apta para uso e consumo humano; e também usar adequadamente as instalações sanitárias em seus próprios domicílios.

A população local teve um crescimento de apenas 13 pessoas em 4 anos, conforme demonstra o Relatório Demográfico da Aldeia Piebaga – no período de 2004 a 2007, uma vez que em 2004 a aldeia era habitada 84 indígenas, em 2005 por 86 e em 2006 por 89 pessoas; e atualmente por 96 indígenas da etnia bororó e 1 da etnia kaiabi, totalizando 97 membros em 2007, dos quais 46 são mulheres e 51 homens.

Cabe destacar que um dos principais fatores que impedem um maior crescimento populacional da aldeia Piebaga, em termos de habitação local, é a migração que ocorre normalmente nessa comunidade indígena, em razão da busca frenética por melhoria da qualidade de vida junto à população urbana de Cuiabá, capital do Estado, que fica apenas a 27 km daquela Aldeia. Ressaltando que, para fins de assistência à saúde, aquela aldeia pertence ao DSEI-Cuiabá/MT.

A situação de saúde que predominava na referida aldeia, antes da intervenção no meio ambiente, era crítica e apresentava um padrão de morbidades relativamente constante: 89 casos de doenças em 2005 e 82 no ano de 2006, situação esta existente em decorrência do uso doméstico de água coletada diretamente do rio Areal, por um sistema rudimentar, tipo roda d‟água e sem nenhum tratamento prévio, e de maus hábitos higiênicos prejudiciais à saúde. Ora, os principais agravantes eram as doenças infecto-parasitárias, ligadas à ausência ou inadequação de saneamento básico, básico e ambiental.

Tais situações são confirmadas pela análise da Tabela 5 – Relatório de Morbidades em 2005 e 2006, classificado pelo Código Internacional de Doenças (CID), que revela os casos confirmados de enfermidades antes do início das obras que eram de 89 em 2005, sendo tal tendência mantida até o final do ano de 2006, pois somente após a implantação no segundo semestre do saneamento básico - água potável e esgoto sanitário doméstico, é que as ocorrências de doenças caíram para 82 casos.

O Relatório de Morbidades em 2005 e 2006 (Tabela 5), anteriormente citado, confirma a crítica situação de saúde vivenciada pela comunidade local. Este relatório contém uma síntese da saúde pública na Aldeia Piebaga, evidenciando as principais doenças ligadas a precárias condições sanitárias domiciliares e à indisponibilidade água tratada para usos domésticos e consumo humano.

Cabe também comentar que, em decorrência da intensificação do contato entre os povos indígenas e as populações não indígenas, várias doenças e agravos à saúde, antes não existentes nas comunidades indígenas, foram contraídas por esses povos. De forma que males de difícil controle podem se transformar em doenças endêmicas, com incidência até maior que a encontrada na população não indígena.

Há ainda de ser levado em consideração que as atividades de mineração, extração de madeira, agropecuária, aliadas à falta de demarcação das terras indígenas e ao intenso intercâmbio de pessoas entre as cidades e as aldeias, contribuem para piorar ainda mais o quadro de doenças e agravos à saúde das comunidades indígenas no território nacional.

Tais fatos motivaram a FUNASA a implantar na aldeia Piebaga dois projetos de saneamento básico, voltados para a saúde daquele povo, um de melhorias sanitárias domiciliares e o outro de abastecimento público de água, os quais foram realizados com eficiência e eficácia, de acordo com os projetos aprovados e com as normas técnicas aplicáveis à construção civil, e com os contratos firmados, proporcionado novas condições ambientais e uma nova situação de saúde na comunidade local.

De acordo com a FUNASA, os ganhos normalmente proporcionados pelas as ações de saneamento básico às comunidades por elas beneficiadas são:

a) Sistema MSD - o projeto dos módulos sanitários proporciona à população desfrutar de instalações físicas de banheiros individuais, ligados à rede de água e com fossas sépticas e sumidouros de água, em suas respectivas residências; b) Sistema ÁGUA - o projeto de abastecimento público de água propicia à toda a

comunidade água potável e de boa qualidade para usos domésticos e consumo humano, encanada em cada domicílio e também em vários chafarizes espalhados pela aldeia; e

c) outras benfeitorias de uso coletivo, tais como limpeza completa de terreno, conforto e comodidade para os habitantes da localidade.

Aliado à oferta de água e esgoto doméstico, a FUNASA promove também palestras e oficinas de educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, na expectativa da adoção pelos indígenas de novos hábitos de higiene e de atitudes favoráveis à saúde, como lavar previamente os alimentos a serem consumidos e as mãos antes das refeições, como mais uma contribuição para prevenção e redução de possíveis enfermidades, tais como diarréia, dengue, malária e assemelhadas.

A expectativa da FUNASA ao realizar tais ações é de que advenha, sob os aspectos de efetividade, melhoria na situação de saúde da comunidade beneficiada, como resultado direto da oferta de água e esgoto doméstico, pois considera que as melhorias sanitárias trazem novos hábitos de higiene e combatem doenças infecto-parasitárias, e que o abastecimento público de água possibilita desfrutar de água potável, tratada e apta para consumo, possibilitando prevenção e redução de enfermidades de veiculação hídrica.

Assim sendo, a FUNASA entende que seu objetivo de promover a inclusão social por meio da saúde, prevenindo e combatendo doenças de veiculação hídrica e de origem sanitária, é alcançado pela entrega, em perfeito estado de funcionamento, do sistema de abastecimento público de água e dos módulos sanitários domiciliares, além de outras benfeitorias de uso coletivo, cumprindo assim sua missão constitucional.

Desta forma, considerando o assunto exposto, verifica-se a possibilidade de que a intervenção antrópica num meio ambiente físico desfavorável pode resultar em benefícios para a comunidade beneficiada, pois a disponibilização de água potável encanada, tratada e apta para usos domésticos e consumo humano, dentro da própria casa, dá uma nova situação de saúde, conforto e comodidade aos indivíduos.

Idêntica situação também ocorre na oferta de esgoto sanitário doméstico, pois as instalações físicas de banheiros na própria residência, ligados à rede hidráulica, com fossas sépticas e sumidouros de água, implicam automaticamente em mudanças de comportamento, como fruto da educação do indivíduo para a saúde, trazendo novos hábitos de higiene, tais como lavar as mãos antes das refeições e uso correto das instalações sanitárias.

Em seguida, a FUNASA promoveu a realização das obras de saneamento básico para o abastecimento público de água e para as melhorias sanitárias domiciliares, iniciadas e concluídas no segundo semestre de 2006 e colocadas à disposição da comunidade no princípio do 2007 e, já nesse mesmo ano, a população da aldeia aumentou para 97 indígenas e os registros doenças e enfermidades caíram para apenas 10 casos confirmados, evidenciando significativa melhoria na situação de saúde daquela aldeia.

Cabe ressaltar que a execução dos serviços foi feita de forma terceirizada, sendo de responsabilidade da empresa contratada, para construção dos módulos sanitários domiciliares e do sistema de abastecimento público de água, o fornecimento da mão-de-obra e do material necessário - vedada a contratação de menores de idade - e de todos os encargos financeiros e sociais com seus empregados e prepostos, decorrentes da prestação dos serviços, eximindo o Órgão Contratante de quaisquer responsabilidades nesse sentido, em juízo ou fora dele.

A licitação das obras para execução do projeto para construção de dez módulos sanitários domiciliares, na Aldeia Piebaga, com ligação à rede água e construção de banheiros, fossas sépticas, poços rasos, sumidouros e outras benfeitorias de uso coletivo, foi feita de acordo com o Edital de Tomada de Preços, processo nº 25180.015743/2005-59, de acordo com a Tabela 8 – Demonstrativo da Licitação TP 023/2005:

Tabela 8 - Demonstrativo da Licitação TP 023/2005

Ordem Proponentes Valor das propostas

1 CONSERV CONSTR. SERV. COM. REPRES. LTDA R$ 78.323,16 2 NASCIMENTO & ARRUDA LTDA R$ 40.575,09 3 CRD POÇOS E CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA R$ 48.611,38 Fonte: FUNASA/DESAI em 11/04/2005 (Não publicado)

A vencedora da Licitação, pelo critério de menor preço global - R$ 40.575,09 - foi a empresa Nascimento & Arruda Ltda., sediada em Cuiabá (MT), que executou as obras nos meses de agosto a novembro de 2006 sob fiscalização da CORE/MT, de acordo com o contrato entre as partes, devidamente publicado no Diário Oficial.

A licitação para o projeto do sistema de abastecimento de água, na Aldeia Piebaga, composto da construção de poço tubular com 70 metros perfurados e 46 metros de revestimento, caixa d‟água de 20m³, bomba d‟água submersa, instalações hidráulicas e de ligações à rede água e de esgotos e outras benfeitorias de uso coletivo, foi realizada de acordo com a Lei nº 8.666 de 1993, processo nº 25180.010314/2006-74, Edital na modalidade Convite, de acordo com a Tabela 9 – Demonstrativo da Licitação - Convite 001/2006:

Tabela 9 - Demonstrativo da Licitação – Convite 001/2006

Ordem Proponentes Valor das propostas

1 NASCIMENTO & ARRUDA LTDA R$ 52.649,16 2 TILLO CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA R$ 54.587,92 3 SÃO BENEDITO CONSTRUÇÕES CIVIS LTDA R$ 56.804,46 Fonte: Funasa/DESAI em 10/03/2006 (Não publicado)

A vencedora da licitação, pelo critério de menor preço global - R$ 52.649,16 -, foi a mesma empresa e as obras foram executadas nos meses de outubro a dezembro de 2006, de acordo com o contrato entre as partes, devidamente publicado no Diário Oficial, cujo pagamento foi feito após medição da execução e aprovação das notas fiscais apresentadas, nos termos da lei.

Cabe registrar que, por necessidade de adequação técnica na execução do projeto, o poço de captação de água foi perfurado numa distância de 486 metros do local de instalação dos reservatórios de água, ampliando a rede adutora de abastecimento inicialmente prevista na planilha orçamentária do projeto, que era de apenas 6 metros, resultando no fornecimento de materiais adicionais e na elevação de R$ 10.972,80 ao preço inicial, elevando o custo total do sistema de abastecimento público de água para R$ 63.621,96.

Voltando ao projeto do sistema de melhorias sanitárias domiciliares, cabe destacar que sua meta física do era a construção de 10 módulos sanitários domésticos, embora existissem na comunidade 17 moradias, o que significa que dentre elas 7 famílias já desfrutavam de banheiros em seus respectivos terrenos, ainda que de forma precária, e dessa forma não causavam danos ao meio ambiente daquela comunidade indígena.

Registre-se ainda, no que se refere aos demais membros da aldeia, que antes da implantação do projeto de melhorias sanitárias domiciliares, existia somente um banheiro

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