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Sangue suor e lágrimas na crônica de uma morte anunciada

As grandes sociedades são aquelas (utilizando-se a forma de enxergar nietszchiniana) que conseguem transpor o caminho que separa o homem do super- homem. Essa é a história mesma da humanidade: superação. Superação exige arrojo, decisões corretas e firmes em momentos críticos. Esse é o caminho da transformação humana e social.

Alguns exemplos curtos devem ser dados. Vargas construiu o capitalismo no Brasil em suas bases institucionais, sem as quais seríamos ainda algo por ser feito, inclusive quebrando os poderes político-militares das oligarquias estaduais e definindo o poder na União. Kubitscheck, com um impressionante arrojo, transferiu acertadamente a sede da capital de um paraíso tropical geopoliticamente ultrapassado

para o serrado, assumindo o ônus político de tudo isso, inclusive de transferir todo o corpo administrativo do Estado (seus três poderes com respectivos aparatos) do belíssimo Rio de Janeiro da década de 1950. Não é fácil e, como se não bastasse, dando a um engenheiro e um arquiteto de vanguarda a tarefa de fazer uma cidade planejada e absolutamente artística. Brasília é arte estudada pelo mundo. Brasília instituiu o Centro-Oeste tal como ele é hoje. E o maior de todos os arrojos, aquele que semeou o mundo como nós conhecemos? A expansão ultramarina a partir do século XV:

O camponês dos arredores de Lisboa só passa a ter consciência do oceano atlântico somente quando tenta proteger suas vinhas das fortes brisas marinhas e das partículas de sal por elas trazidas. Em alguns aspectos, sem dúvida o mar desempenhou um papel mais importante na história de Portugal do que qualquer fator isolado. Isso não significa que os portugueses fossem uma raça de aventureiros, homens do mar mais do que camponeses ligados a terra. A três ou quatro séculos a porcentagem de homens que foram ao mar em navios em busca de sua subsistência era por certo menor em Portugal do que nas regiões de Biscaia, da Bretanha, da Holanda setentrional, da Inglaterra meridional, e de algumas regiões bálticas. (BOXER, 2001, p.28)

   

Portugal não era uma nação de navegadores, muito pelo contrário, tinha tudo para não sê-lo, a começar pelo número reduzido de sua população. Tornou-se um império marítimo tão somente por determinação, vontade de potência. Mais do que isso, um império marítimo que “descobre” o mundo e domestica os trópicos como nenhum outro império ultramarino. Raça bravia, perspicaz, corajosa, determinada. Raça de super-homens.

E o contrário? O que pode a falta de ação, indeterminação individual e societária fazer?

Nessa triste história de juízos equivocados, feitos por pessoas bem intencionadas e capazes, chegamos agora ao nosso clímax. O fato de havermos todos chegado aquela situação torna os responsáveis por ela, por mais honrosos que fossem seus motivos, culpados perante a história. Para olharmos para traz para vermos o que

havíamos sucessivamente aceito ou jogado fora [...] No entanto, quem se recusa a lutar pelo direito quando pode facilmente vencer sem derramamento de sangue, que se recusa a lutar quando a vitória é certa e não custa um preço alto demais, pode chegar a um momento em que é forçado a lutar em meio a todas as probabilidades adversas, contando apenas com uma precária chance de sobrevivência. E pode haver um caso ainda pior. Pode-se ter que lutar quando não há nenhuma esperança de vitória, porque é melhor perecer do que viver na escravidão. (CHURCHILL, 2005, p.25)

A morte anunciada do não feito para evitar a Segunda Guerra Mundial começou do esmagamento econômico da Alemanha depois da primeira guerra e das atitudes de covardia das nações européias (sobretudo da França e da Inglaterra) ante uma Alemanha armada e beligerante. Os motivos para a não ação eram nobres até. Possivelmente justificáveis: a lembrança da Primeira Guerra. Mas a não percepção da necessidade de tomadas de decisão fortes em momentos drásticos levou à segunda imensa carnificina. Uma Alemanha militarizada com um líder carismático determinado a construir sua posição de império planetário diante de uma Europa temerosa e absolutamente indefinida. A intenção de evitar a guerra levou a guerra, pois guerra era o que queria a Alemanha hitlerista. Não existia a não guerra a partir do rearmamento alemão e da ascensão dos nazistas ao poder. O que existia era a tomada de posição das duas principais potências européias de esmagar antecipadamente as pretensões nazistas que, diga-se de passagem, não eram hegemônicas politicamente em território alemão (Hitler perdeu as eleições em Berlim e sofria oposição interna dentro das próprias forças armadas já durante a guerra, inclusive com um atentado que quase o matou, a chamada Operação Valquíria).

E nossa morte anunciada? Enquanto a maioria da sociedade brasileira nada sabe (nem teria o porquê, já tem problemas demais para resolver no dia-a-dia), a era dos biocombustíveis se instala em definitivo e de maneira acelerada no olho do furacão do ocaso da era do petróleo, com complexos agroindustriais definidos e capitais globais em plena ação de investimentos. Não somos profetas do apocalipse, mas a não tomada de decisões vitais na nova era energética quanto ao Nordeste e o Norte tem sido objeto de análise antes mesmo da existência do problema em si. Vejamos o que diz Artur César Ferreira Reis em livro publicado pelo Senado Federal:

Não fui contra povos nem contra organizações. Fui a favor do Brasil. Sustentei como venho fazendo nas páginas da Revista de Política Internacional, que se edita nesta capital, a urgência de um estado de

consciência em torno ao destino do extremo norte. Porque não é apenas o Nordeste que compõe área a exigir a atenção do poder federal, ou antes, da vontade nacional disciplinada e mobilizada para uma operação de envergadura, que signifique maturidade e convicção de que o investimento em energias, de capacidade, sob a forma de planejamentos exeqüíveis e executados com segurança, honestidade e alto sentido cívico, é um investimento reprodutivo, capaz de assegurar não apenas a continuidade integral da prática em sua base física atual, mas o impulsionamento de suas energias criadoras, a significarem riqueza, bem-estar e progresso. (...) Quero lembrar que, se no decorrer dos séculos XVII e XVIII, a Amazônia constituiu uma das regiões sobre que incidiu o interesse político e a ação militar de povos que a disputaram pelas armas, em conflitos que nem sempre a diplomacia soube fazer cessar, séculos em que vivíamos sob a soberania européia, como partes integrantes de um império ultramarino cobiçado, disputado pelos que desejavam participar da partilha dos novos mundos em descobrimento. No século XIX, quando experimentávamos a liberdade política e as responsabilidades da vida autônoma e o ingresso das nações soberanas, nem porque essa situação tivesse se assegurado, encerrara-se aquele interesse. Ingleses, franceses e norte- americanos pretenderam estar presentes à nossa situação no sentido da elaboração de novas condições existenciais a afirmarem-se, porém, sob a direção de soberanias e etnias estranhas àquelas que haviam desvendado e realizado a ocupação inicial, criando a fronteira política, que devera ter sido acompanhada pela fronteira econômico- demográfica. Os estadistas imperiais revelaram-se admiráveis no senso de responsabilidade a respeito da situação. Houve toda uma vasta e ininterrupta política de defesa do patrimônio territorial do país com relação à Amazônia, como houve uma política imperial no tocante aos negócios do Prata, à frente de tais estadistas a figura imensa de grandeza do visconde do Uruguai. Sob a República, os hiatos foram, no entanto, constantes (REIS, 1965, p.91-92)

Como se observa a questão amazônica já vem há muito sendo pensada como problema fundamental por grandes brasileiros e pelo próprio Senado Federal, representante político das unidades federadas e entidade legislativa que tem como prerrogativa discutir e deliberar sobre questões de segurança nacional e integridade territorial. Nesse contexto, fazemos uso de uma longa citação que mostra até que ponto se chegou a pensar a problemática amazônica pelo Dr. Arthur Cezar Ferreira Reis. Em item intitulado “A Integração Amazônica Representa a Grande Operação

Geopolítica do Futuro, Importando na Maturidade Brasileira” o autor assim apresenta a questão:

A maturidade de um país não se representa apenas na decisão de seus homens de governo, nos seus feitos militares felizes, na estruturação de uma economia alicerçada na produção em massa que satisfaça os mercados internos, e nas relações exteriores realizadas na medida em que haja produção exportável, desnecessária para o consumo interno. Uma nação adquire a altura de uma maturidade quando realmente pode enfrentar os problemas de uma vida interior e lhes deu a devida solução, isto é, aquela compatível com a sua dignidade, os seus foros de cultura, visando a satisfação do bem-estar de suas populações. Enquanto, portanto, essa nação tiver pela frente a desafia-la os problemas graves de sua conjuntura social, econômica, a ocupação dos seus espaços ermos, o desenvolvimento dos mistérios de sua geografia o domínio e a posse efetiva de seu território, por onde possa caminhar sem hesitações e perigos, sem os sobressaltos e os desconfortos das ligações precárias ou que exigem espírito pioneiro, da aventura dos séculos XVII e XVIII, a elevação dignificadora dos padrões de vida dos seus contingentes humanos, assegurando saúde, alimentação, habitação, salário, instrução, evidentemente esse país ainda não alcançou a maturidade que pensa possuir. E está exposto a perigos sem conta, inclusive aqueles de, a qualquer momento, ter de sujeitar-se ao vexame de ser chamado a permitir que povos mais fortes, desconhecendo a sua legislação e os seus princípios de vida, mas considerando capazes, fortes, dispostos, com o viço necessário a empresas de monta, e utilizem de suas áreas despovoadas onde a imprevidência nacional se fez sentir deixando que se criasse ali uma condição de vida precária.

No particular do Brasil e da Amazônia, será que não estamos dispostos a perigos? O Brasil já alcançou realmente a pretendida maturidade, tendo pela frente os problemas no Nordeste e os da Amazônia; naquele onde uma população que cresce desmedidamente sofre os horrores de condições físicas que não mostramos capacidade para triunfar num mundo onde as técnicas criadas pela natureza, neste onde ocorre o deserto e onde as populações teimam em manter-se aferradas a modos de existência, e a usos de terra e comportamentos econômicos rotineiros, que são uma contradição com o progresso que se constata facilmente no sul do país? Já aqui se fez, mais de uma vez, uma mensuração da gravidade da situação que se está criando para a própria integridade do Brasil com o desequilíbrio entre norte e sul, desequilíbrio que cresce, desenvolve-se, provocando a situação exótica da existência de um país aqui desenvolvido e ali profundamente subdesenvolvido. A maturidade para o Brasil não pode ser um objetivo para o futuro muito distante. Criamos a base física da pátria na demonstração admirável de que tínhamos condições para realizar. Por que não poderemos criar a outra situação, isto é, aquela não apenas da posse

física, mas social, econômica e definitiva, integrando o todo nacional num harmonioso conjunto, que se complemente em suas várias áreas e subáreas?

A maturidade do Brasil, permitam que conclua com pessimismo, há de ser uma realidade. Quando, porém, tiver dominado a Amazônia, tirando-a da condição de página de geografia e transformando-a num vigoroso capital de civilização onde, em vez do rio e da floresta comandando, esse comando esteja nas mãos dos homens. (REIS,

1965, p.94-95 grifo do autor)

As linhas anteriores reproduzidas foram escritas em 1966 e publicadas pelo Senado Federal em 2001. O Brasil passou a pensar em agroenergia em 1975. Em 2001, mesmo com álcool nas bombas, nosso pensamento sobre o assunto tinha estancado. Renasce agora com o fim declarado da era do petróleo. Ferreira Reis anunciava a precariedade de nossa visão sobre uma questão geopolítica central: a questão amazônica. De quebra ainda abordava a problemática nordestina, cancro nunca definido de nossa história federativa. Tratemos das duas questões separadamente.

A questão amazônica voltou a ser tratada pelos governos militares como problema estratégico central. Foram instituídas a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA - criada em 28/02/1967 para a dinamização industrial de Manaus em crise com o fim da era extrativa da borracha) e a Superintendência do desenvolvimento da Amazônia (SUDAM - em 26 do outubro de 1966). Como principal braço de pesquisa para a região amazônica na década de 1950 havia sido concebida em 1952 e instalada em 1954, o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA). Temos aqui a ação do Estado na construção do espaço amazônico como territorialidade nacional. Como resultado efetivo se tem uma região que se considera brasileira, com dois importantíssimos enclaves industriais: Belém e Manaus. Por tais ações de Estado, sedimentou-se a territorialidade amazônica como brasileira. Sem ela, é difícil imaginar o cenário atual. Mas, certamente, a Região estaria bem mais inóspita do que é. Ou seja, ao Estado Nacional coube a construção (e cabe) da formação da territorialidade amazônica como verde e amarela. Sem isso, o nada e a total desregulamentação da ocupação é o resultado lógico.

Paramos por aí com a falência do Estado Nacional na década de 1980. Com a reconstrução de um novo Estado (que nunca foi liberal, portanto muito menos neoliberal) a partir de 1986 (o governo Sarney dará os primeiros passos de uma longa

reestruturação que será seguida, com mudanças de foco, mas manutenção das linhas gerais pelos seus sucessores, de FHC a Lula) a questão amazônica entrou em choque letárgico. A tarefa de colonização da região não foi exitosa em sua plenitude durante os governos militares (apesar de vários avanços) e quase que esquecida da Nova República para cá. Obviamente que não temos a parada completa das ações. O Sistema de Vigilância da Amazônia (bastante criticado no ato da sua implantação) é importante para a centralização de informações sobre a Região. Mas é quase nada frente às tarefas de uma efetiva integração de um território tropical continental, quase que integralmente não explorado e sob os olhos vorazes de um mundo sedento de energia.

A Amazônia será tomada pelas grandes potências mundiais. O motivo é a busca de energia na era bioenergética. As etapas dessa tomada já foram lançadas a tempo com a construção de um discurso global amazônico como patrimônio planetário, hora de recursos hídricos, hora de culturas primitivas que precisam ser “preservadas”, hora de biodiversidade, tudo isso convergindo para uma construção hegemônica (no melhor sentido gramsciano) de territorialidade internacionalizada e fundamental para a existência planetária, hoje não devidamente cuidada pelos Estados Nacionais detentores do imenso território, o principal deles sendo o Brasil. Segundo Ferreira Reis essa estratégia vem de longe e, curiosamente, também desenvolvida pelos norte-americanos:

No particular dos Estados Unidos, surgiu com o caso da navegação do Amazonas. Já em 1826, por indicação do ministro brasileiro acreditado em Washington, o Sr Silvestre Rebelo, incorpora-se uma companhia para navegar o grande rio com barcos a vapor. Até aquele momento, todo o transporte de mercadorias e passageiros era realizado em embarcações a remo e a vela. A essa flotilha ligavam-se alguns milhares de pessoas, que as tripulavam ou delas eram proprietárias. À chegada do primeiro barco, Belém alarmou-se. Porque a navegação a vapor provocaria a ruína de quantos tinham suas atividades funcionando em ligação com as referidas flotilhas. Mais – esses braços a vapor eram estrangeiros e poderiam provocar a desnacionalização da região. A entrada do Amazonas, pois assim

se denominava o barco, foi proibida.

Seguiu-se a viagem de dois oficiais da marinha norte-americana – Herdson e Gibbon – que, pelo Ucaiali e pelo Madeira, penetraram o vale, atingindo por fim Belém, de onde se dirigiram aos Estados Unidos. Ali apresentaram extenso e importante relatório ao Governo, que o remeteu ao Senado, interessado em reconhecer a importância da Amazônia no que ela poderia proporcionar ao “bem-estar da

humanidade”. Publicada em dois alentados volumes, a exposição dos dois oficiais provocou sensação. Realmente, a Amazônia aparecia, nas páginas que escreveram, como um mundo aberto à iniciativa dos povos capazes, e entre esses não pareciam estar incluídos os brasileiros [...] A essa altura, a opinião pública norte-americana vinha sendo mobilizada, à volta do amazonas como problema da humanidade, pela série de artigos e de pronunciamentos feitos em assembléias por um outro oficial da Marinha, o tenente Matthew Fontaine Maury, que o descobrira e o vinha indicando aos seus co- nacionais para a façanha da ocupação e da exploração econômica (REIS, 1965, p. 45-46).

A Amazônia tem sido objeto de contendas internacionais desde Tordesilhas. Mas um gigante vizinho há muito observa a região. Seus motivos passados eram pequeníssimos comparados aos contemporâneos. Hoje e apenas hoje, a Amazônia se coloca como problema verdadeiramente central para uma disputa entre grandes potências militares. O que se tem é a disputa pelo eixo central do desenvolvimento mundial, que são os combustíveis líquidos transportáveis, hoje saindo da base petrolífera e ingressando de maneira definitiva para a agroenergia, dependente de terra, água e sol, tudo isso existente em proporções colossais no território amazônico.

Imaginar um futuro beligerante no Brasil, tendo como atores potências mundiais numa época em que as armas são ultra-sofisticadas e as matanças são sempre em massa parece ficção apocalíptica. É que a humanidade (e nós, sorridentes e eternamente esperançosos e pacíficos brasileiros, muito mais) tem a esquisita tendência de achar que as desgraças humanas são (individuais ou coletivas) sempre para os outros. Nós não morremos ou sofremos desastres ou somos afetados por guerras. Os outros (quem quer que sejam os outros) são. Só que agora “os outros” somos nós. Entramos no cenário internacional com a mais nobre de todas as matérias primas.

As fronteiras são móveis. Sempre foram e continuarão a ser. E a rapidez da sua mobilidade é de caráter sócio-econômico e político. Alguns desavisados de plantão podem acreditar que o fim da Segunda Guerra Mundial enterrou a era imperial clássica e que o fim da guerra fria colocou no lixo as preocupações fronteiriças. Nada mais enganoso. Se as guerras por petróleo mostram claramente a dinamicidade e o vigor dos conflitos territoriais pelo “ouro negro” o anúncio por especialistas de todo o mundo de uma escassez crescente desse recurso para os próximos decênios trouxe à

tona novamente (pois tinha se iniciado na década de 1970) a era agroenergética. E nesse sentido o Brasil começa a amargar a complexidade de ser o maior país do planeta em condições de produzir em larga escala biocarburantes para o mundo. Mas aí se encontra, contraditoriamente, o problema.

Falamos de Brasil sempre como unidade. Esquecemos de vez que essa unidade política segurada no império e costurada com maior efetividade a partir de Vargas é composta por 27 estados federados com assimetrias gigantescas de desenvolvimento sócio-econômico e mesmo de colonização do território. E aí entra a gravíssima questão da Região Norte.

A Região Norte oficialmente definida é composta por 7 estados. Imenso de território, com baixíssima densidade populacional e dinamicidade econômica. Juntos esses estados contam com 3.853.327,23 Km2 que equivalem a nada menos que 48,54% do território nacional. Em contraste, sua população soma 14.623.316 milhões de habitantes (segundo a contagem de 2007 pelo IBGE) o que equivale a apenas 7,95% da população nacional. Vasto território absurdamente desabitado. Mas as coisas podem ser mais complexas. Essa Região com quase a metade do território nacional produz apenas 5,06 do PIB Nacional (IBGE, números de 2006). Mas as coisas podem piorar um pouco mais. O seu maior estado, o Amazonas (gigante com área 1% superior a Região Nordeste, 41% maior que a Região Sudeste, 63% maior que o Sul e com território 2,2% inferior ao imenso Centro-Oeste ) tem 81,5% do seu PIB e 51% da sua população apenas na capital, Manaus. Aliás, Manaus foi a última grande ação do Estado Nacional com vistas a retomar a problemática das disparidades regionais. Sem a Zona Franca, o Amazonas estaria no neolítico, como seus aborígenes.

Infelizmente o Brasil vem sucumbindo a uma visão absolutamente distorcida do território amazônico. Precisamente, trata-se de uma região abandonada pelo Estado Nacional no sentido de dar complemento a sua fixação no território nacional através de uma política efetiva de colonização. E por colonização estamos tratando de tudo que a ela se precisa fornecer. Trata-se de todo um complexo de ações de infra-estrutura e de deslocamento populacional que efetivamente torne povoada a Região fazendo sua integração efetiva (e não meramente midiática) ao território nacional. Só que colonizar é caro, sempre foi. Todo e qualquer processo de colonização necessita de obtenção de atividades econômicas rentáveis que justifiquem os gastos enormes despendidos na empreitada. É assim desde 1492.

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