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CAPÍTULO 2 OS PROCESSOS FORMATIVOS

2.7 O SEBRAE

Notamos que, a cada dia que passa, somos cobrados em relação à formação e a qualificação. Seja qual for a nossa área de atuação precisamos estar atentos, queiramos ou não, às mudanças rápidas e constantes pelas quais passa nossa sociedade. Precisamos aprender e também desaprender.

No caso dos pequenos e médios empresários um grande parceiro foi o SEBRAE que passou a apóia-los em várias atividades. Segundo o site próprio:

"O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, trabalha desde 1972 pelo desenvolvimento sustentável das empresas de pequeno porte. Para isso, a entidade promove cursos de capacitação, facilita o acesso ao crédito, estimula a cooperação entre as empresas, organiza feiras e rodadas de negócios e incentiva o desenvolvimento de atividades que contribuem para a geração de emprego e renda. São

centenas de projetos gerenciados pelas Unidades de Negócios e de Gestão do Sebrae”. (SEBRAE, 2003)

2.7.1 - A atuação no turismo rural

Em relação à qualificação e formação específica para empreendedores que queiram atuar no seguimento turismo no meio rural, o SEBRAE procura realizar cursos por módulos específicos, para o público interessado, diretamente envolvido nesta atividade ou com potencial bastante evidenciado para este ramo, conforme veremos no material (apostilas) utilizado em seus cursos.

Para atender este setor específico o SEBRAE organiza cursos a fim de atender este público, conforme palavras extraídas do seu material:

“Muitas atividades de estruturação de negócios em turismo no meio rural tem ocorrido no país, porém pela dificuldade em unir essas experiências e também pela necessidade de apresentar à sociedade respostas às crescentes solicitações de “como montar um negócio de turismo no meio rural?”, o SEBRAE apresenta este material com o objetivo de atender proprietários rurais, empresários estabelecidos e empreendedores em potencial, sobre as alternativas do turismo no meio rural”. (SEBRAE, sd., p 06).

Assim, através deste curso, o empreendedor, ao final, teria condições de: ter noções de turismo rural; conhecer tendências e potencialidades; identificar oportunidades; definir negócios e clientela. (SEBRAE, sd., p O7).

Os participantes deste curso tiveram uma formação focada em saber classificar os variados tipos de turismo que existem, classificá-los e distinguir qual o mais voltado para o seu grupo de interesse. Vejamos na tabela abaixo os tipos apresentados:

informações culturais, visando a visitação a monumentos históricos, obras de arte, antiguidades, concertos musicais, museus, sítios arqueológicos, manifestações culturais, gastronomia, arquitetura usos e costumes, música e folclore...

Religioso É aquele por fé ou necessidade da cultura religiosa, seja através da visitação a igrejas e santuários, seja por peregrinação, romarias e congressos eucarísticos.

Aventura Engloba atividades como por exemplo “rally” automobilístico, montanhismo, descida de rios com corredeiras em botes, pesca esportiva, campismo , safáris ecológicos.

Estudantil Este tipo de turismo, acontece quando grupos de jovens e estudantes viajam para um determinado local em busca de conhecimentos.

Saúde Praticado por pessoas em busca de clima ou estações de tratamento, onde possam manter e ou recuperar a saúde.

Melhor idade Praticado por pessoas com mais de 50 anos, que dispõem de tempo livre. Ecológico Desenvolvido em localidade com potencial ecológico, de forma

conservacionista, procurando conciliar a atividade turística à conservação do meio ambiente.

Eventos Movimentação de pessoas para a participação de eventos, como congressos, rodeios, exposições, feiras, festivais, competições esportivas e outros.

Fonte: SEBRAE

O curso propõe, ainda, que o empreendedor conheça os componentes de um produto turístico, tais como: recursos turísticos naturais, culturais, históricos, técnicos, científicos e de eventos; os equipamentos e serviços, como: transportes, hospedagem, alimentação e serviços complementares.

O programa do curso inclui um módulo sobre a Globalização e as tendências do turismo com o intuito de proporcionar o conhecimento do turismo no meio rural e o seu potencial econômico, além da importância de estabelecer parcerias de trabalho.

De acordo com o texto, também é necessário, ao futuro empreendedor, conhecer os impactos do turismo no meio rural, seus aspectos positivos e negativos, procurando realizar um planejamento na propriedade, objetivando “evitar ou reduzir os efeitos negativos e reforçar os efeitos positivos”.

Para o SEBRAE, o trabalho com turismo no meio rural deve valorizar a comunidade local. Entre os itens citados no conteúdo do curso destaco:

“Identifique e estimule os talentos locais – o artesão, o músico, o cozinheiro, o recepcionista. Com naturalidade, o brasileiro é criativo no que faz e gosta de receber as pessoas com carinho. Descubra o talento de cada um dos seus potenciais colaboradores; eles poderão ser treinados adequadamente para fazer parte de seu negócio direta ou indiretamente.”(SEBRAE, sd., p 24)

Outro quesito importante para o SEBRAE, ao pensar o turismo no meio rural, é a natureza. Deve-se aproveita-la ao máximo adaptando a atividade aos princípios da preservação e suas nuances; conhecer as suas complexidades e possibilidades; identificar-se com ela fazendo dela a sua estratégia de divulgação.

Ainda, segundo o programa utilizado no curso, é importante conhecer o perfil do empreendedor para assumir uma postura diferenciada em relação às demais pessoas da região, procurando ser capaz de desenvolver novas atividades, dedicar-se ao negócio, ter capacidade de interação, ser mais otimismo, desenvolver o amor próprio, correr riscos, exercer liderança.

O segundo volume das apostilas usadas no curso tem como objetivos básicos orientar o futuro empreendedor em relação à Implantação e Gestão do Negócio Turístico na Propriedade Rural, e, tem como conteúdos básicos: “Objetivos e metas; Aspectos operacionais; Aspectos financeiros; Ferramentas de comercialização; Aspectos jurídicos e tributários; e Controles administrativos e financeiros”. (SEBRAE, sd. volume 2, p 03)

Vimos a descrição dos dois processos formativos, e passaremos para o referencial teórico da pesquisa no próximo capítulo do trabalho.

CAPÍTULO 3 - AGRICULTURA FAMILIAR E INOVAÇÃO