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CAPÍTULO III – RESULTADOS E DISCUSSÃO

7. SEGUNDA CATEGORIA – HUMANIZAÇÃO

Os enfermeiros em sua grande maioria consideram humanização como visualizar o paciente integralmente, em todos os seus aspectos. Os fatores humanísticos consistem no cuidado com bases éticas e científicas ao paciente terminal.

Humanizar consiste em um tema abstrato demais para se conceituar com facilidade. Em um contexto amplo do que há publicado em relação ao tema pode-se conceituar como: o respeito ao paciente entre meio sua individualidade. Se o cuidado é humanizado, logo existe compaixão e afeto na tarefa que está sendo cumprida.

Essa consiste em mais uma vertente indispensável na abordagem ao paciente terminal oncológico. Pois se este necessita de cuidado, logo precisará de humanização. Seria terrível a mente de quem imagina se nos encontrássemos em um estágio da vida, no qual seu progresso fosse deparar com a morte, o fim da vida. Nessa fase precisa-se de responsabilidade para com quem cuida assim compreensão e carinho.

Esta fase foi a mais gratificante de se realizar na pesquisa. Quase a totalidade dos enfermeiros conceituou a humanização devidamente. Cada um com a sua individualidade de depoimento, mas de maneira correta visualizando o enfermo terminal integralmente. Dentro de todos os seus aspectos espiritual, psicológico e social.

Contradiz assim as averiguações feitas por Corbani (2009, p. 352) em relação às enfermeiras e auxiliares de enfermagem não atribuírem um conceito real de humanização, refletindo assim na assistência desumanizada. Os conceitos discorridos nas entrevistas são abordados de uma forma geral e podemos constatar que a humanização foi expressa assim como Rios (2009, p. 254), se fundamenta no respeito e valorização da pessoa humana.

Constitui um processo que visa a construção coletiva de compromissos éticos e de métodos para as ações de atenção à saúde.

Com a disposição dos depoimentos podemos verificar conceituações favoráveis por parte dos enfermeiros em relação à humanização.

“Conceituar é difícil, porém devemos tentar alcança - lá de alguma forma, tratar as diferenças de acordo com as necessidades de cada cliente e dedicarmos ao cliente como um todo. A doença, pessoa, espírito, social e etc” (E4).

“Humanizar é você dar um sentido humano para a coisa não aquela coisa mecânica, estar fazendo aquilo que está exatamente no papel né, então você têm que humanizar, tem que transmitir um sentimento a esse paciente” (E5).

Assim, humanização para os enfermeiros consiste em promover um cuidado incrementando paz e conforto na fase terminal. Encontra-se no mesmo raciocínio de Lepargneur (2009, p. 352), promover o bem acima da suscetibilidade individual ou das conveniências de um pequeno grupo. Humanizar é realizar para o próximo o que gostaria de receber.

Na enfermagem ao discutirmos respeito da “humanização” estamos indagando a respeito de seu instrumento de trabalho, o cuidado. No qual há uma relação de ajuda, cuja essência consiste em uma atitude “humanizada” na relação inter-humana.

A humanização no fim da vida sustenta a concepção de que a morte não é um inimigo a ser combatido, mas que faz parte do ciclo da vida e do adoecimento. Nesta etapa os cuidados paliativos têm por objetivo o bem estar da pessoa, mesmo quando a cura se torna impossível (COSTA, 2008, p. 155).

Esse é um tema necessário abordar na enfermagem, principalmente na atualidade que ocorreu a evolução tecnológica na assistência hospitalar. Os profissionais se voltam para o manejo de aparelhos, o controle ideal de sinais básicos de vida. Acabam por deixar a desejar na assistência humanizada. O cliente hospitalizado encontra-se em um momento de vulnerabilidade. O paciente terminal será vulnerável em toda a extensão do tratamento, até que a morte seja o seu fim.

Na entrevista os enfermeiros responderam devidamente como desempenhar uma assistência humanizada, espera-se que a partir do entendimento teórico que possuem também dispõe na prática na atuação com o paciente terminal. Pois como afirma Dias (2006, p. 342) no ambiente hospitalar, dor e sofrimento precisam ser reconhecidos e compreendidos de

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maneira humanizada. Precisa-se então dispor de uma abrangência real do cuidado e envolver diferentes aspectos.

Assim como a humanização do hospital envolve diferentes aspectos, que se referem não só ao cuidado de enfermagem prestado ao tratamento da doença, mas proporcionar um ambiente favorável ao cliente e família.

“[...] o respeito para com a família e o paciente isso é fundamental [...] respeitar tudo que ele tem de história de família. As vontades, os desejos, né, têm que dar atitude para ele, têm que tentar deixar ele o mais calmo possível, têm que tentar dar recreação para ele. Tentar viver o máximo o que ele vivia antes de chegar ao hospital na situação de moribundo [...]”. (E8)

Acredita-se ainda que devido a aceleração econômica do mundo de hoje, as pessoas se preocupam mais com bens do que valores. A relação do ser humano um com o outro é deixada em segundo plano. Quando está falta de compreensão com o próximo acontece em uma ambiente hospitalar, se finaliza em conseqüências sérias como a desumanização.

Os enfermeiros no discorrer da entrevista apontaram comportamentos desrespeitosos e desumanos que presenciaram com colegas de trabalho.

“[...] na humanização em relação ao paciente, você tem que respeitar os seus conceitos, o que ele acha importante [...] respeitar a doença, não ter discriminação, a gente percebe muito isso no hospital quando a gente vai passar plantão, “comentáriozinhos” que te põe em uma situação indelicada até” (E7).

No percurso final de vida, o enfermeiro deve ainda proporcionar sua presença solidária, de uma forma acolhedora, pois os sujeitos nas cenas da morte ainda estão vivos. Conforme Trein (2002) podemos destacar “se não há solução para a morte do homem, talvez uma solução seja não deixar que as pessoas morram na solidão” 1.

Desta forma devemos considerar que é errôneo supor a um paciente terminal que nada mais pode ser feito. Enquanto existir vida há a necessita do cuidado de Enfermagem, para isso devemos aplicar o cuidado paliativo. Iremos auxiliar o ser humano a buscar qualidade de vida, quando não é possível acrescer quantidade (ARAÚJO, 2007, p. 669; FLORIANI, 2008, p. 2124).

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