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3.7 Procedimentos de Análise dos Dados

3.7.2 Segunda fase – Análise dos Processos Co-construtivos

Na primeira fase de análise dos dados, identificamos as SEs, nas quais observamos a emergência dos processos interativos da co-construção da leitura e escrita entre crianças e pesquisadora da turma pesquisada. A partir desta seleção, identificamos os episódios para a análise microgenética. Interessou observar nesses episódios: 1) as regularidades dos processos interativos entre crianças e pesquisadora na co-construção da leitura e escrita; 2) o nível de participação das crianças no subprojeto SPHC e 3) as estratégias metodológicas utilizadas na mediação da pesquisadora com as crianças, a partir do desenvolvimento dos processos de negociação de significados, divergências e convergências da orientação para objetivos e da progressiva canalização cultural na co-construção da leitura e escrita das crianças por meio das atividades desenvolvidas pelo subprojeto SPHC.

3.7.3 Sumarização das Aulas e SEs do subprojeto: A Hora do Conto e

a Escrita Significativa de Textos – SPHC

Para sumarizar as aulas observadas e o subprojeto SPHC na primeira etapa de análise foi necessário elaboramos categorias e subcategorias de atividades. Tais categorias e subcategorias foram descritas a seguir. Com base no modelo criado por Maciel (1996), organizamos os sumários das aulas e das SEs que compuseram o subprojeto SPHC, identificando categorias e subcategorias das atividades, data, tempo total (minutos), duração e comentários. O sumários das aulas e SEs encontram-se nos anexos 8 e 9 respectivamente.

Nos sumários, as subcategorias de atividades foram identificadas em negrito como pode ser observado no Quadro 8. O tempo de gravação em minutos para cada subcategoria de atividades foi determinado a partir da leitura do próprio relógio da filmadora, e em seis aulas e duas SEs em que este não foi acionado, os tempos foram tomados posteriormente com um cronômetro. Nos sumários, o tempo de cada subcategoria de atividade encontra-se sobrescrito logo abaixo da subcategoria. Incluímos como exemplo, o sumário da primeira aula observada no dia 25/03/04, a qual foi iniciada às 13h30 e observada até às 15h38. A seguir apresentamos, no Quadro 8, o sumário desta aula, a qual teve duração de 128 minutos.

Quadro 8 - Sumário da 1ª Aula Observada

Crianças presentes nesta aula: Lucio – Antonio – Alberto – Felipe – Marcos - Jonas- Enio – Ana – Helena – Jorge - Paloma – Vitor Às 13h00, P organizou as cadeiras (semi-círculo) num dos cantos da sala para esperar as crianças. Às 13h30min as crianças começaram a chegar. À medida que as famílias iam chegando com as crianças, P ia ao encontro deles, recebia a criança e a conduzia até à rodinha.

Ativid/

tempo Síntese dos eventos Comentários

Rodinha CvInf

13:31:08 20

P conversa informalmente com as crianças, pergunta de que elas gostam de brincar? Se as crianças têm irmãos? O que fazem pela manhã, quando estão em casa. Se os pais trabalham, com quem fica. Em seguida apresenta-me como pesquisadora que gosta também de contar história.

Na rodinha conversei rapidamente com as crianças, pois algumas já estavam sentadas ali há muito tempo Confirmei a apresentação de P e disse que depois teríamos um momento de leituras. Perguntei as crianças se gostavam de ouvir história. A maioria respondeu positivamente.

P foi bastante afetuosa com as crianças. As crianças estão muito caladas, respondem apenas o que P pergunta.

As crianças demonstraram grande receptividade.

CanM 13:51:08

2

Na rodinha, P canta com as crianças: a música de saudação aos colegas e a do pintinho amarelinho. As crianças fazem esforço para acompanhar P

Chda 13:53:10

1

Na rodinha, P realiza a chamada das crianças. Apresenta uma ficha com o nome da criança para o grupo e a entrega para a criança, quando chama todos, recolhe as fichas.

P utiliza fichas com o nome das crianças. A entrega da ficha à criança fica sem sentido, pois P não explora nada da ficha. As crianças apenas olham e devolvem. CompG

13:54:00 1

P chama as crianças para sentar à mesa Cada criança leva sua cadeira. São formados dois (2) grupos:

Grupo 1 - Lucio – Antonio – Alberto - Helena - Marcos - Jonas

Grupo 2 - Enio - Ana - Jorge - Paloma - Vitor - Felipe TfM

13:55:34 12

P distribui massa de modelar para as crianças brincarem. As crianças vão modelando seus objetos/animais/brinquedos com muita criatividade

As crianças solicitam a presença de P para ver suas obras de arte

Pint 14:07:07

9

P distribui desenho mimeografado (uma tartaruga) para as crianças pintarem com giz de cera.

O desenho estruturado é grande ocupa praticamente quase toda a folha. Algumas crianças demoram muito para colorir. SupAtv

14:16:07 1

P supervisiona tanto as atividades quanto as crianças, pois Jef começa botar o lápis na boca. P chama atenção, dizendo que comer lápis faz a barriga doer.

As crianças pintam o desenho sem dar muita importância ao traçado. As crianças que freqüentaram a escola no ano passado demonstram maior habilidade em relação à atividade. Obs visita interna 14:17:34 20

P faz uma fila com as crianças para reconhecer o espaço físico da escola. Ao final da visita à instituição, P apresenta o parquinho e as crianças experimentam os brinquedos.

As crianças, em fila, andam muito devagar. O parquinho era o que as crianças queriam. Encanto geral de todos. Ali, movimentaram- se sem saber qual o brinquedo experimentar primeiro.

DsnL 14:37:02

12

P distribui folha (A4) para as crianças desenharem livremente As crianças desenham e conversam sobre outras coisas.

P recolhe os desenhos, não comenta com as crianças para saber o que desenharam. PrL

15 música do lanche completa) LhgB

15:04:56 35

Lanche. Em seguida, P faz a fila novamente leva as crianças para escovar os dentes e lavar as mãos.

Brinc (ar livre) 15:38:00

Brincadeira de roda e brincadeira livre na área externa da instituição. até o horário de encerramento.

As crianças participaram bem desta atividade. Muito poucas conseguiram acompanhar P no canto.

No quadro 8 acima descrito, é possível visualizar o exemplo de aula sumarizada. Este procedimento possibilitou observar regularidades que caracterizaram a Prática pedagógica e as SEs do subprojeto SPHC, reações das crianças, a fim de responder as perguntas apresentadas nos objetivos deste estudo. Tal sumário permitiu, ainda, identificar os episódios da co- construção da leitura e escrita para a análise microgenética descrita na segunda fase de análise. A seguir, apresentamos as categorias e subcategorias organizadas neste estudo.

3.7.4 Categorias e Subcategorias das Atividades da Prática

Pedagógica e do Subprojeto - SPHC

Como P trabalhou orientada por um método de alfabetização numa perspectiva tradicional e a pesquisadora a partir de uma concepção de leitura e escrita co-construtivista, os tipos de atividades desenvolvidas e os recursos didáticos utilizados foram bastante diferentes. As diferentes orientações metodológicas geraram um grande número de subcategorias. Vale destacar que a categorização das atividades foi elaborada a partir das categorias de leitura e escrita produzidas por Maciel (1996), as quais foram definidas a partir do objetivo principal da atividade. Com isto, uma categoria excluiu a outra. Entretanto, como os sujeitos de aprendizagem deste estudo são crianças da educação infantil foi necessário criar outras categorias e subcategorias, mas a partir do objetivo principal da atividade para responder a análise deste estudo. Foram definidas quatro categorias, considerando seus principais objetivos: Leitura, Escrita, Matemática e Outras Atividades. Apesar das atividades de matemática incluir a leitura e escrita, o seu principal objetivo era a construção do conhecimento matemático sobre o numeral e a quantidade. Portanto, as atividades de leitura e escrita de números foram incluídas na categoria Matemática. A categoria Outras Atividades incluiu uma série de atividades que, embora relacionadas às atividades de leitura e escrita ou à matemática, seus principais objetivos e configuração não se enquadravam em nenhuma dessas categorias. A seguir, apresentamos no Quadro 9, as categorias e subcategorias utilizadas neste estudo, seguidas de suas definições.

Quadro 9 – Categorias/Subcategorias de atividades de leitura, escrita, matemática e outras Atividades

CATEGORIAS/SUBCATEGORIAS DE ATIVIDADES LEITURA

LtLtr - Leitura de letras LtSil - Leitura de sílabas LtPal - Leitura de palavras

IntLt I -Introdução à Leitura LtTLit – Leitura de Texto Literário RecT – Reconto de Texto ESCRITA

EscLtr - Escrita de letras EscSil - Escrita de sílabas CompT – Compreensão do Texto

EscPal - Escrita de palavras EscT – Escrita de Texto MATEMÁTICA

LtN – Leitura de números EscN - Escrita de números

DsnfG – Desenho de formas geométricas OUTRAS ATIVIDADES

CvInf - Conversa Informal CanM – Canto

Pint – Pintura DsnL - Desenho Livre TfM – Tarefa Manual

DnE - Desenho Estruturado Jgs – Jogos de construção e outros Obs – Reconhecimento do espaço físico AtvDiv – Atividades de natureza diversas

3.7.5 Categorias e Subcategorias de Leitura e Escrita

Elaborar uma categorização não é tarefa simples, principalmente, quando se trata de atividades envolvendo leitura e escrita, uma vez que no processo pedagógico estas são trabalhadas muito juntas. Categorizar atividades desta natureza exige atenção redobrada quanto aos objetivos das atividades. Por exemplo, uma atividade de reconhecimento de palavras iniciadas por uma determinada letra com a seguinte seqüência: crianças encontram as palavras com uma determinada letra no meio de muitas outras. Em seguida lêem as palavras, prestando atenção aos subcomponentes da letra inicial e depois escrevem as palavras encontradas. Apesar de a leitura está presente no contexto desta seqüência, esta atividade foi categorizada como uma atividade de escrita neste estudo. Se estas mesmas palavras fossem utilizadas em outra atividade, envolvendo apenas a leitura, então, seria identificada como atividade de leitura.

Leitura

– Foram classificadas como atividades de leitura, todas aquelas em que as

crianças foram solicitadas ler desde decodificar o código até depreender o significado de qualquer unidade lingüística, a partir de letras, sílabas, palavra, frase ou texto, em voz alta ou silenciosamente, responder perguntas sobre o determinado assunto ou recontar um texto escrito e que não envolveram registro por escrito.

Escrita

– Foram classificadas como atividades de escrita, todas aquelas que envolveram

o registro escrito, utilizando giz (crianças), papel ou lápis e as crianças foram solicitadas a fazer o registro, compor ou reproduzir letras e sílabas com letras móveis ou não, palavras, frases, textos, ordenar gravuras ou desenhos relacionados à leitura de palavras ou textos.

Subcategorias das atividades de Leitura e Escrita

Neste estudo, como mencionamos anteriormente, as estratégias pedagógicas utilizadas pela professora e a pesquisadora diferiram bastante. Cabe destacar que no trabalho desenvolvido pela pesquisadora as unidades lingüísticas privilegiadas foram a partir da palavra, da frase e do texto e no da professora, unidades ainda menores, tais como: letras e sílabas. Além destas subcategorias classificadas em níveis de unidades lingüísticas, foram elaboradas a da introdução à leitura e a do reconto do texto compartilhado na leitura como subcategorias de Leitura e a de compreensão do texto por meio do desenho da parte que a criança mais gostou e a ordenação de gravuras como subcategorias de Escrita.

1. Subcategorias de Leitura

1.1 Leitura de Letras (LtLtr) – tarefas de leitura cuja unidade lingüística é a letra, levando

em consideração tanto o grafema (letra) quanto o fonema (som). Como por exemplo, leitura de letras em fichas para identificar ou reconhecer letras do alfabeto.

1.2 Leitura de Sílabas (LtSil) – tarefas de leitura cuja unidade lingüística é a sílaba. Como por

exemplo, ler as famílias silábicas escritas no quadro de giz ou fichas.

1.3 Leitura de Palavras (LtPal) – tarefas de leitura, cuja unidade lingüística é a palavra.

Como por exemplo, reconhecer seu nome e do nome do colega durante a chamada, ler palavras escritas no quadro de giz ou e textos impressos, como por exemplo, no jogo do bingo ou nomes dos títulos, autores e ilustradores dos livros utilizados nas SEs.

1.4 Leitura de Texto (LiT) – tarefas de leituras, cuja unidade lingüística é o texto aqui

definido na perspectiva de Koch (2003) como a unidade básica da interação lingüística. Para a autora, o texto é “uma unidade básica de significado no contexto que expressa um fato, em que o leitor relaciona a um todo” (p.71).

Os textos normalmente são classificados em literários e não-literários. Embora não seja tão simples esta distinção, pois qualquer assunto ou conteúdo pode ser usado no texto literário, dependendo da forma como o autor apresenta. Neste estudo, estamos entendendo o texto

literário como aquele que tem uma função estética e o não-literário, uma função informativa. Tal distinção torna-se importante para orientar a categorização proposta mais adequadamente.

a) Texto literário (LtTLit) - textos de natureza ficcional e subjetiva, nos quais são predominantes a surpresa, o encantamento e a narrativa com o objetivo de provocar algum efeito de sentido no leitor.

b) Texto não-literário (LtTinf) - textos de natureza não-ficcional (utilitária) com objetivo de transmitir informações sobre a realidade. Com isto, o conteúdo é o mais importante.

1.5 Introdução à Leitura (IntLt) Foram classificadas nesta subcategoria atividades que

tiveram como objetivo preparar ou estimular as crianças para a leitura de um texto pelo adulto, neste caso, a pesquisadora, por meio de perguntas às crianças sobre determinada temática ou relato de experiência pelas crianças.

1.6 Reconto de Texto (RecT) – Foram identificadas como atividades de reconto de texto

oralmente, tarefas em que as crianças após a audição da leitura de um texto infantil o recontavam com suas próprias palavras, sem obrigatoriedade de ser fiel ao texto original.

2. Subcategorias da Escrita

2.1 Escrita de Letras (EscLtr) – Tarefas envolvendo apenas a escrita de letra. Por exemplo,

escrita, cópia ou cobrir letras isoladas seguindo os pontinhos.

2.2 Escrita de Sílabas (EscSil) – Tarefas envolvendo a escrita de sílabas ou família silábicas

isoladas de qualquer contexto. Por exemplo, escrita, cópia ou cobrir sílabas seguindo os pontinhos.

2.3 Escrita de Palavra (EscPal) – Tarefas cuja unidade lingüística era a palavra, como por

exemplo, cópia de palavras de um texto ou escolhidas aleatoriamente, ditados, palavras produzidas pelas crianças, nome próprio, nome dos colegas da turma ou cobrir palavras isoladas seguindo os pontinhos.

2.4 Escrita de Texto (EscT) – Tarefas em que as crianças foram solicitadas a produzir um

texto oralmente em seguida passarem a escrita, tendo a professora ou a pesquisadora como escriba ou cópia de texto.

2.5 Compreensão de Texto (CompT) – Tarefas propostas com o objetivo de explorar a

compreensão de um texto previamente lido, por meio de perguntas, ordenação de gravuras ou reconto de parte do texto, envolvendo desenho ou escrita. Nesta escrita os erros ortográficos não foram levados em consideração.

Categorias e Subcategorias de Matemática

Os critérios utilizados para classificar as atividades de matemática dizem respeito àquelas, cujos objetivos estavam relacionados à aquisição de conceitos matemáticos, envolvendo a leitura ou escrita de números, representação de quantidade e a de noções das formas geométricas.

3. Sub-categorias da Matemática

3.1 Leitura de números (LtN) Tarefas em que as crianças foram solicitadas a ler números

sem envolver registro escritos. Por exemplo, ler ou reconhecer numerais em fichas, no quadro de números ou de giz.

3.2 Escrita de números (EscN) Tarefas em que as crianças foram solicitadas a escrever

números.

3.3 Desenho de formas geométricas (DsnfG) Tarefas em que as crianças foram solicitadas

desenhar ou reconhecer formas geométricas. Por exemplo, reconhecer, colorir ou desenhar círculos, quadrados ou retângulos.

Categorias e Subcategorias de Outras Atividades

Incluem nesta categoria atividades como objetivo de construir conhecimentos a partir das expressões oral, gráfica, estética e artística. Por exemplo, desenhos livres, pintura, jogos, conversas informais sobre um determinado assunto sem ligação imediata com qualquer categoria composta anterior.

4. Subcategorias de Outras Atividades

4.1 Conversa informal (CvInf) – Foram classificados nessa subcategoria os diálogos que

ocorreram fora do contexto de uma determinada tarefa classificada em qualquer outra categoria. Por exemplo, os cumprimentos introdutórios, os diálogos na rodinha sobre outros assuntos, apresentação de colegas e visitantes à sala de aula, orientações sobre alimentação, lanche, dever de casa, atividades, estabelecimentos dos “combinados”, ou aqueles que tiveram como objetivo conhecer melhor as crianças.

4.2 Tarefa Manual (TfM) – Foram incluídas atividades manuais tais como recorte/colagem de

gravuras, letras, palavras, construção de objetos com massa de modelar que não ocorreram no contexto de quaisquer subcategorias anteriores.

4.3 Canto (CanM) – Atividades em que as crianças foram solicitadas a cantar músicas,

acompanhadas de equipamentos ou não, envolvendo apenas a oralidade e gestos.

4.4 Pintura (Pint) - Atividades em que as crianças foram solicitadas a colorir determinada

estrutura gráfica, utilizando lápis de cor, giz de cera ou colorido, cola colorida e tinta sem ligação a qualquer outra subcategoria.

4.5 Desenho Livre (DsnL) - Atividades em que as crianças foram solicitadas a ilustrar

livremente sem ligação a qualquer outra subcategoria, usando lápis de cor, giz de cera ou colorido, cola colorida, hidrocor e papel.

4.6 Jogos (Jg) Tarefas em que as crianças tiveram a oportunidade de brincarem com jogos de

construção, formando estruturas livremente (castelos, fazendas, carros, casas, edifícios, cidades), utilizando peças de jogos (madeira, lego, bonecos e animais plásticos) ou sorteio de amigo oculto sem ligação a qualquer outra subcategoria.

4.7 Reconhecimento do espaço físico (Obs) Incluem, nesta subcategoria, atividades que

tiveram como objetivo principal a observação e que não ocorreram no contexto das subcategorias anteriores. Por exemplo, visita interna à própria instituição para reconhecimento do espaço físico.

4.8 Atividade de natureza diversa (AtvDiv) Foram incluídas as atividades de preparação para

o lanche (lavar das mãos, arrumação das mesas), supervisão de atividades, recolhimento de atividades, composição dos grupos de trabalho, elaboração de cartazes, distribuição de material para as crianças.

IV– RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo tem como objetivo apresentar e discutir os resultados a partir dos

procedimentos construídos neste estudo em três sessões.

Na primeira, abordamos a Prática Pedagógica da professora da turma com o objetivo de situar o contexto em que foi desenvolvido o estudo. Na segunda, descrevemos e analisamos as concepções de leitura e escrita das crianças no início do estudo e as práticas socioculturais de leitura e escrita vivenciadas pelas por elas em seus lares. Na terceira, discutimos e analisamos a dinâmica dos dois subprojetos: a Bolsa de Leitura – (SPBL) e o da “A Hora do Conto e a Escrita Significativa de Textos “– (SPHC).

Como tais procedimentos foram construídos de formas diferentes, a descrição e a análise exigiram, também, maneiras diferenciadas na apresentação e discussão dos dados. Para situar o contexto da Prática Pedagógica da professora, tomamos por base as observações das aulas, as entrevistas e conversas informais com a Professora e descrevemos o tipo, a freqüência e a duração que as atividades pedagógicas representaram no conjunto das aulas observadas; as orientações para crenças da professora; a relação construída com as crianças e suas expectativas acerca da aprendizagem delas.

Já as concepções de leitura e escrita das crianças e o seu processo de letramento. Isto é, as práticas socioculturais de leitura e escrita vivenciadas pelas crianças em seus lares foram delineadas a partir dos procedimentos da sondagem inicial da leitura e da escrita com as crianças e das entrevistas com as famílias, destacando as estratégias utilizadas pelas crianças para se apropriarem da língua escrita mesmo sem dominá-la convencionalmente e práticas de leitura e escrita tanto das famílias dirigidas às crianças quanto àquelas organizadas pelas próprias crianças. Por exemplo, as brincadeiras de escolinha, desenhos e suas “pseudos escritas”.

No que diz respeito à dinâmica dos subprojetos da “Bolsa de Leitura” (SPBL) e o da “A Hora do Conto e a Escrita Significativa de Textos (SPHC) destacamos, no primeiro, a participação das famílias no processo de aprendizagem dos filhos, levando em conta o número de leituras realizadas e a avaliação sobre sua participação no subprojeto, seu alcance e as sugestões dadas por eles. E no segundo, o conjunto de atividades realizadas pela pesquisadora (Pq) com as crianças, as categorias e subcategorias elaboradas e a análise microgenética de dez episódios, com os quais buscamos identificar as regularidades dos processos interativos entre crianças e pesquisadora na co-construção da leitura e escrita, o nível de participação das crianças nas SEs e as estratégias metodológicas da pesquisadora para mediar o subprojeto.