Seleção de fornecedores da CODISTIL

O processo de seleção de fornecedores da CODISTIL é acompanhado pelo procedimento SGQ 007/0000.

No início do processo de cadastramento, os potenciais fornecedores preenchem um questionário de auto avaliação, de acordo com a categoria de fornecimento. Segundo o Analista do SGQ, existem 03 categorias de fornecedores: ―Fornecedores não-avaliados‖, ―Fornecedores Avaliados‖ e ―Fornecedores Petrobrás‖. Esses tipos de fornecedores diferem em relação ao nível de exigências para cadastramento.

[...] nós temos subdivisões, por categoria. Uma categoria chamada ―Não-avaliado‖, [...] [que] são fornecedores simples, comuns, diversos, material de escritório. Esses são fornecedores não avaliados. Fornecedores avaliados, que são fornecedores que precisam atender alguns requisitos mínimos da ISO, de qualidade, para poder fornecer para agente. E tem a categoria Petrobrás, fornecedores Petrobrás. (ANALISTA DO SGQ)

Após o preenchimento do questionário de auto avaliação, a CODISTIL realiza uma auditoria de conferência na empresa, como intuito de verificar a veracidade das informações. Após a auditoria, o setor de qualidade envia um relatório para os setores de compras e de cadastro de fornecedores, para que o fornecedor seja inserido no sistema.

A gente manda o questionário, eles se auto avaliam, devolvem para gente esse questionário e a gente com base nessa resposta dele vai fazer uma auditoria. É mais a ideia de confrontar se aquilo que ele colocou lá é verdadeiro ou não. Na maioria das vezes, eles colocam coisas que não fazem, não cumprem e não conhecem, mas colocam que atendem. Então a auditoria é importante por causa disso. Depois que a gente faz a auditoria, a gente devolve os questionários preenchidos com todos os dados, o resultado da auditoria para o setor de compras e de cadastro e pronto. Fica disponível no sistema. (ANALISTA DO SGQ)

De acordo com o Analista do SGQ, os fornecedores da categoria ―Petrobrás‖ obedecem ao mesmo procedimento, porém seus questionários são mais rigorosos. Normalmente, o requisito mínimo exigido para um fornecedor desta categoria é a ISO 9001. No entanto, existem outras opções de qualificação que podem substituir esse critério, a depender do tipo de produto a ser oferecido e das condições de mercado em relação à quantidade de fornecedores disponíveis.

Para a Petrobrás é o mesmo questionário só que com níveis maiores. Já tem campos que se não atender, vai ter que ter um plano de ação. Tem um critério muito maior. [...] para fornecer [...] para Petrobrás, esse fornecedor, no mínimo, tem que ter ISO.

[...] Esse procedimento é interessante porque ele tem três ou quatro opções de qualificação para atender Petrobrás, por exemplo. Se for um produto que seja crítico, mas o cara não tem ISO, então ele dá uma segunda opção. A segunda opção é que ele responde o questionário e que seja feita uma auditoria nesse fornecedor. Então a gente vai lá, faz uma auditoria nele, traz o relatório e manda para cadastro. [...] Se não conseguir atender, aí já pula para outra categoria, que seria o cara ter que fazer um plano de ação para os requisitos que ele não atendeu e tentar ainda encaixar ele no processo. (ANALISTA DO SGQ)

Essa adaptação dos requisitos exigidos, nos casos de alguns fornecedores Petrobrás, é justificada pelo Analista do SGQ como decorrente da dificuldade em encontrar fornecedores qualificados em alguns materiais. O entrevistado relata que um fornecedor já optou por não fazer parte do cadastro da empresa, haja vista a quantidade de requisitos a serem atendidos. ―Pra gente é difícil porque já temos poucos fornecedores de materiais considerados como críticos, que atendam [aos requisitos] [...] Já teve caso [...] de um fornecedor dizer [...] não me interessa vender para vocês não. [...] aqui não tem nada disso aí, então nem venha aqui mais.‖

O Gerente Geral reforça que, independente do tipo de categoria na qual está inserido o fornecedor, as auditorias sempre são realizadas. Mesmo havendo fornecedor com CRCC, já qualificado pela própria Petrobrás, a auditoria de qualificação da CODISTIL deve acontecer. ―Nós temos uma qualificação de fornecedores, não importa se ele é qualificado ou não pela Petrobrás. Nós fazemos nossa qualificação. Se ele é fornecedor da Petrobrás vai tá na qualificação dizendo que ele é fornecedor da Petrobrás; se ele não é, [vai] dizer que não é.‖

O questionário utilizado para ―Fornecedores Petrobrás‖ é usado por todas as unidades do grupo Dedini. Foi previamente aprovado pela Petrobrás e visa estabelecer um maior controle da qualificação dos fornecedores. O Analista do SGQ deixa claro que não se trata do mesmo nível de exigência da Petrobrás, mas permite um maior controle dos fornecedores cadastrados. ―Precisa ter um sistema de qualificação de fornecedores que esteja compatível, pelo menos, ao nível Petrobrás. Não é o nível Petrobrás em termo de exigência, mas ela quer que a gente tenha um controle desses fornecedores, principalmente fornecedores de materiais críticos.‖

A CODISTIL, de acordo com as informações fornecidas nas entrevistas, possui um cadastro específico para os fornecedores alocados em contratos da Petrobrás. Esses fornecedores são avaliados a partir de um questionário específico, confirmado pela realização de uma auditoria posterior. Embora atenda a um rigor específico, durante o cadastro dos ―fornecedores Petrobrás‖ há uma flexibilidade de exigências, em decorrência da baixa variedade de fornecedores em determinadas áreas.

Fatores considerados na avaliação de pedidos

Na análise dos critérios ganhadores de pedido, são destacados pelo Analista do SGQ a certificação ISO, a entrega de certificados de materiais específicos, o prazo de entrega e o preço. ―Então, [os critérios são] basicamente: a ISO é o primeiro critério, o segundo é se ele atende a alguns requisitos básicos exigidos por nós, como entrega de certificados, [o terceiro são os] prazos, eu acho que é importante e [o quarto é o] programa de pagamento [...]‖. mas ele esclarece que, em algumas situações, o preço define a concorrência, mesmo se o fornecedor não tem a certificação ISO. ―[...] então ele não tem ISO, o outro tem ISO, mas, ás vezes, o preço fala mais alto. Tem certas situações que o preço fala mais alto. Se a gente for também adequar todos os requisitos e afundar a empresa, não faz sentido.‖

Em relação aos aspectos de responsabilidade social, o Gerente Geral afirma que há uma tendência em considerá-los durante a avaliação dos fornecedores, pois seria natural que empresas de qualidade levassem em consideração estes aspectos. Mas deixa claro que isso está avançado no mercado internacional e ainda precisa ser trabalhado nacionalmente, principalmente nas empresas menores.

Olha, isso tende a contar, até porque uma empresa de qualidade normalmente passa por isso. Porque você vai ser visto não pela qualidade. Já passou o tempo de uma empresa ser vista só pela qualidade. [...] O mercado nacional ainda está engatinhando nesse sentido. As grandes empresas praticam isso de alguma forma, mas a cadeia de sub-fornecedores ainda não tem essa visão. (GERENTE GERAL)

Para o Analista do SGQ, aspectos de responsabilidade social são levados em consideração na avaliação do fornecedor, mas têm pouca interferência em decisões de escolha de fornecimento. ―[Programas de responsabilidade social, por exemplo,] se você tem é claro que vai contar. Mas se você não tem, tanto faz como tanto fez para gente, porque a gente não tem... eu só posso cobrar alguma coisa que eu tenho. Eu não posso exigir uma coisa do meu fornecedor que eu mesmo não faço.‖

De acordo com os entrevistados da CODISTIL, durante a seleção do fornecedor para determinado pedido de compra, são levados em consideração aspectos como certificação ISO, a entrega de certificados de materiais específicos, o prazo de entrega e o preço, prevalecendo na maior parte dos casos, o preço. Aspectos relativos a responsabilidade social são levados em consideração pela empresa, mas não são abordados, nem registrados no cadastro dos fornecedores.