• Nenhum resultado encontrado

4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PIBID-PEDAGOGIA: QUALIFICANDO A

4.1 Faculdade de Educação e a Formação Continuada

4.1.1 Seminários Internos

Os seminários internos são articulados ao tema geral “Pesquisa em Educação”, são importantes para o aprofundamento dos conhecimentos específicos para a formação em Pedagogia.

Os seminários foram realizados em grupos, definidos a partir dos grupos de bolsistas de cada escola municipal, pois, tivemos seminários com temas pedagógicos gerais e específicos, estes dialogavam estreitamente com o plano de atividade de cada escola. Com essa atividade tivemos a oportunidade de estudar com profundidade determinados temas, que muitas vezes, não temos durante os componentes curriculares. Além dos estudos dos conteúdos, sistematizamos apresentações, com a intenção de socializar a produção do conhecimento a partir do referido estudo, que poderia ser através de PowerPoint, encenações, debates, entre outras metodologias.

Durante a minha permanência no PIBID-Pedagogia, foram realizados, pelo menos um seminário por semestre, porém, houve semestres que tivemos dois seminários. Entre os seminários estudados tivemos: “Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político Pedagógico”; “Quem tem medo de ensinar na Educação Infantil?”; “Escola e Democracia” “Pedagogia Histórico-Crítica”; “Alfabetização Estética”; “Arte-Educação”; “Improvisação Teatral”, “História da Arte Africana”; “História da Arte Contemporânea”; entre outros temas. Como cada grupo apresentava seu seminário, tivemos a oportunidade de

vivenciarmos muitos seminários – produção e apreciação. Todos os temas eram direcionada para a qualificar a formação docente, independente do grupo que estava apresentando.

Entre os vários importantes seminários que participei, farei, aqui, a reflexão de apenas de dois seminários, dado a necessidade de recorte. Escolhi um seminário do campo do planejamento pedagógico e outro do campo da arte-educação. Ambos foram fundamentais para qualificar minha formação docente, porém considerei os estudos sobre planejamento pedagógico esclarecedor, especialmente na perspectiva de VASCONCELLOS (2005). Os seminários da área de artes foram imprescindíveis para qualificar minha formação docente, tanto do campo teórico quanto prático, nas oficinas de arte-educação na FACED quanto nas aulas de artes que ministrávamos na escola pública, com as crianças. Sigamos com os dois seminários.

- Seminário: Planejamento Pedagógico

O Seminário “Planejamento pedagógico” teve como objetivo o aprofundamento dos estudos em relação ao planejamento pedagógico, a partir do estudo de parte da obra “Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político Pedagógico” (VASCONCELLOS; 2005). O estudo do livro foi realizado durante o recesso e após o recesso tivemos encontros de orientações com as coordenadoras e supervisoras, como em todos os seminários.

Os estudos foram de grande valia, sobretudo, no que se refere à compreensão da necessidade de planejar, de compreender para quê, e para quem se planeja. Concordo quando o autor supracitado coloca que “planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada é agir de acordo com o previsto; é buscar algo incrível, essencialmente humano: o real comandado pelo ideal.” (2005, p.35). Percebemos, assim, que o planejamento só tem sentido se o sujeito coloca se numa perspectiva de mudança.

O planejamento é imprescindível como forma de organização pedagógica, é instrumento norteador das práticas curriculares da escola. No entanto, é preciso que a professora cumpra sua verdadeira função na escola, que é de socializar, de maneira crítica, o conhecimento sistematizado produzido historicamente pela humanidade. Nesse sentido, VASCONCELLOS (2005) ressalta a necessidade de o planejamento ser norteado por um

projeto político pedagógico que defenda a transformação social ou que deixe claro qual projeto de sociedade a escola defende, para que suas práticas sejam coerentes com sua teoria de base.

Daí percebo a relevância desses estudos que nos formam na medida em que vamos construindo conhecimento, coletivamente, e que nem sempre são oferecidos nos componentes curriculares do curso de pedagogia. Durante o curso de Pedagogia não tive acesso a leitura de obras completas de autores, como ocorreu no PIBID-Pedagogia, por exemplo. O desenvolvimento desses estudos teóricos de maneira intensiva foi muito importante para o meu desenvolvimento profissional.

A escola, sobretudo a pública, precisa de educadores e educadoras com uma visão crítica de sociedade para que possam compreender os problemas da escola e assim possamos pensar e identificar as possibilidades de superação. Afinal, ensinar é uma prática pedagógica complexa e exige que educadores conduzam os processos de transformação de ordem educacional, social, política, e cultural, daí a necessidade de uma formação crítica, caso contrário poderá fazer uma leitura da realidade equivocada. Nesse sentido, os estudos sobre planejamento pedagógico, VASCONCELLOS (2005), possibilitaram ampliar a minha visão sobre o cenário educacional e permitiram qualificar meu planejamento docente.

- Seminário: Alfabetização Estética

Os seminários que envolveram a temática referente ao ensino de arte, especificamente a "Alfabetização Estética" foram imprescindíveis para qualificar a formação docente e consequentemente nos preparar para as intervenções na Escola, uma vez que, uma das intervenções era de desenvolver um projeto pedagógico de "Alfabetização Estética”. Sem essa formação teórica, articulada com as oficinas metodológicas para o ensino de artes, seria impossível desenvolver esta atividade, pois, historicamente, desde os jesuítas, a arte na educação teve e ainda tem, na maioria das escolas, caráter instrumental, assim, temos um “ensino de artes” para diversos fins e pouco para a produção do conhecimento artes. Não é oferecida no processo de escolarização com continuidade como é feita com as outras áreas de conhecimento, além de descontínua, às vezes é substituída por oficinas de artes. Nesse sentido temos uma população sem alfabetização esteticamente.

O Seminário de arte-educação foi embasado na obra “Imagens que Falam: leitura da arte na escola” (ROSSI; 2003). O tema apresentado foi “Leitura de Imagens” e teve como objetivo: trabalhar a leitura da obra de arte com crianças das séries iniciais. Para realizarmos os estudos a equipe se reuniu mais de uma vez para a organização do trabalho, resolvemos apresentar em formato de programa de TV, onde a apresentadora protagonizada pela colega entrevistava as especialistas no assunto, interpretadas também por nós. Durante a apresentação disponibilizamos obras de artes entre os bolsistas do subprojeto para apreciação, depois questionamos sobre o que tinham visto nas imagens e discutimos sobre nossas leituras estéticas. Percebemos que as imagens são interpretadas melhor do que as palavras, afinal “a vista chega antes das palavras. A criança olha e vê antes de falar” (ROSSI APUD BERGER; 2003 p.10). Dessa maneira, poderíamos perguntar por que a alfabetização do código escrito não acontece articulada com a alfabetização estética? Alfabetização da gramática visual, cênica e musical? É preciso repensar uma alfabetização plena, integral, pois “alfabetismo significa a capacidade de expressar-se e compreender, e tanto a capacidade verbal quanto visual pode ser aprendida por todos. E deve sê-lo.” (ROSSI APUD DONDIS, 2003, p 10).

Estudar e discutir apreciação estética, interpretação de imagens de obras de artes, fortaleceu minha compreensão sobre a importância de trabalhar arte-educação com as crianças, assim como, me fez refletir o déficit na minha escolarização em relação a área de conhecimento de artes. Percebo que a arte assume importante papel na vida da professora, expandindo sua compreensão do mundo, possibilitando reflexão crítica frente à realidade.

Documentos relacionados