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Senna pendula (Humb.& Bonpl.ex Willd.) H.S Irwin & Barneby

No documento JOSIMAR PEREIRA SANTOS (páginas 125-136)

Cassia pendula Willd., Enum. pl. l. 440. 1809.

Nomes populares: canudo-de-pito e fedegoso (RS).

Arbustos 1_3 (5) m alt.; ramos verde-claros, glaucentes a cinéreos, eretos, pendentes ou apoiantes, glabros a glabrescentes, incluindo face externa das estípulas, brácteas e sépalas, folhas, raque da inflorescência, pedicelo e gineceu. Estípulas 3_8×10-15 mm, lanceoladas, ápice agudo, membranáceas, caducas ou persistentes. Folhas 4,3_10 cm compr., folíolos (3)4_5(6) pares, 1,3_6,1×0,8_2,3 cm, obovais, oblongo-obovais, raro oblanceolados, ápice obtuso a arredondado, raro retuso, mucronulado, margem plana, membranáceos a cartáceos. Nectários 2_4 mm, no primeiro, raro no segundo e demais pares de folíolos, ovoides a subulados, sésseis a estipitados. Racemos 3_15,5 cm compr., axilares ou terminais, típicos ou subcorimbiformes, solitários ou em 3_4, com mais de 6 flores, e neste caso paniculiformes. Brácteas 1_6×0,10,3 cm, lanceoladas, membranáceas, verde-claras, caducas. Flores 2,3_5,5 cm, zigomorfas, corola amarelo-clara; pedicelo 1_3,3 cm compr.; sépalas 9_15×5_16 mm, oblongas, oblongo- elípticas a obovais, ápice arredondado; pétalas 20_25×10_20 mm, obovais, ápice arredondado a emarginado na pétala posterior, base cuneada a assimétrica; estames abaxiais 3, anteras anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 5,3_6,1 mm compr., anteras 8_10 mm compr. e bico 0,9_1,2 mm compr., os latero-abaxiais fortemente curvos e voltados um para o outro com filetes 6_25 mm compr., anteras 7_11 cm compr. e bico 0,4_0,8 mm compr., estames medianos 4, filetes 2_3 mm compr., anteras 5,8_7 mm compr. e bico 0,2_0,4 mm compr., estaminódios 3, 3,5_4 mm compr; ovário 2_2,4×0,8_0,1 cm compr., estilete 5_8 mm compr., estigma punctiforme, estípite 0,8_1,4 cm compr., óvulos 81_105, bisseriados.

Frutos 4_15×0,6_1 cm, cilíndricos ou subcilíndricos, planos ou ondulados na região seminal, retos; estípite 0,4_1cm compr., indeiscentes. Sementes 4_7×3_5 mm ovais a oblongo-elipticas, castanho-clara a oliváceas, lisas.

Registrada desde o México até a Argentina, sendo no Brasil, encontrada de norte a sul em bordas de florestas estacionais, litorâneas e interioranas, incluindo as ciliares e de galeria e cerrado s. lat. (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). A espécie pode também ser encontrada como cultivada na Austrália (Randell 1989).

Senna pendula pode ser reconhecida pelas folhas usualmente com (3)4-5(6) pares de folíolos

predominantemente obovais a oblongo-obovais, raro oblanceolados, glabros a glabrecentes, estames latero-abaxiais fortemente curvos, voltados um para o outro e para o centro da flor, frutos cilíndricos e sementes bisseriadas. Pode ser confundida com S. rostrata por compartilhar do mesmo aspecto dos ramos e folíolos, mas difere pelos racemos com mais de duas flores regularmente distribuídas na raque (vs. racemos usualmente com 2 flores no ápice da raque em S. rostrata), nectários no primeiro e, às vezes, segundo pares de folíolos (vs. sempre no primeiro pare folíolo), frutos cilíndricos (vs. oblongos) e sementes bisseriadas (vs. unisseriadas).

Irwin & Barneby (1982) reconheceram 19 variedades para S. pendula, duas das quais reconhecidas neste estudo, conforme a chave abaixo:

Chave para as varieades de S. pendula ocorrentes em Goiás

1. Folíolos cartáceos com nervuras secundárias e terciárias cospícuas em ambas as faces; nectário no primeiro e, às vezes, até o quarto par de folíolos; frutos com região seminal plana ou ligeiramente ondulada; filetes dos estames abaxiais (10)11_20 mm. ... 14.1. var. glabrata 1. Folíolos membranáceos com nervuras secundárias e terciárias incospícuas em ambas as faces; nectário apenas no primeiro par de folíolos; frutos com região seminal conspícuamente ondulada; filetes dos estames abaxiais 6_11 mm compr. ... 14.2. var. tenuifolia 14.1. Senna pendula var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 382. 1982.

Cassia indecora var. glabrata Vogel. Gen. Cass. Syn.19. 1837. Figs. 99-104

Táxon sulamericano (Brasil e Paraguai), porém também cultivado nos Estados Unidos e em Bahamas (Irwin & Barneby 1982). No Brasil ocorre de norte a sul, no cerrado, cerradão, florestas litorâneas, incluindo restinga, interioranas, ciliares e de galeria, bem como em pastagens, ambientes também encontrados neste estudo.

Material examinado. BRASIL. Goiás: Abadiânia, Fazenda Mato Seco, margem do rio Corumbá, 16º10`23``S, 48º23`03``W, 830 m, 9/V/2003, fl., G. Pereira-Silva et al. 7609 (CEN); Alto Paraíso, Camping Pesqueiro, 14º09`99``S, 47º37`40``W, 1154 m, 15/VI/2001, fl., L. H. Soares-Silva et al. 1067

(UB); Anápolis, 5 km ao norte, 26/II/1982, fl., P. I. Oliveira 454 (NY); Cabeceiras, 3 km ao Sul da cidade, 1000 m, est., H.S. Irwin et al. 1055 (UB); Aparecida de Goiânia, a 4 km da cidade, 5/III/1966, fl.,

J. A. Rizzo 12 (UFG, IPA); Caiapônia, 20 km ao Sul de Caiapônia, 840 m, 29/IV/1973, fl. fr., W. R. Anderson 9459 (MO, UB); ib, 40 km ao Sul de Caiapônia, Serra do Caiapó, 900 m, 26/VI/1966, fr., H.S. Irwin et al. 17737 (MO, UB); Caldas Novas, Cia Termas do Rio Quente, 7/I/1976, fl., E. P. Heringer 15311 (UB); ib., arredores da cidade, 28/I/1976, fl., G. Hatschbach & Ramamoorthy 38158 (MO);

margem rio Corumbá, 17º33`S, 48º29`W, 30/IV/1993, fl., R. F. Vieira et al. 1475 (CEN); Catalão, BR- 050, 8-10 km ao Norte, 29/XI/1992, fl., G. Hatschbach & E. Barbosa. 58245 (MBM); ib., GO-330, km 285, 10/II/2000, fl., G. Hatschbach et al. 69966 (MBM); Corumbá de Goiás, 15 km ao Norte, estrada para Niquelândia, 1150 m, 18/I/1968, fl., H.S. Irwin et al. 18807 (UB); Cristalina, ca. 600 m, 7/III/2002, fl., G.

Pereira-Silva et al. 6103 (CEN); Formosa, rio Paraná, ca. de 35 km Norte de Formosa, 30/III/1966, fr., H. S. Irwin et al. 14304 (SP, UB); ib., 35 km a Noroeste, 800 m, 18/IV/1966, fl., H.S. Irwin et al. 14977

(MO, NY, SP, UB); ib., rio Tiquiri, ib., ca. 800 m, próximo ao córrego Estrema, ca. 40 km ao Norte de Formosa, 20/IV/1966, fl., H. S. Irwin et al. 15092 (UB); ib 25/V/1967, fl. fr., E. P. Heringer 11484 (UB);

ib., Lagoa do Perta Pé, 26/III/2002, fl., G. Pereira-Silva et al. 6267 (CEN); ib., 850 m, Fazenda J. Teles,

ca. de 10 km a Noroeste de Formosa, 29/IV/1966, fl., H. S. Irwin et al. 15491 (MO); Goiânia, estrada de Goiânia para Guapó, 3/III/1969, fl., J. A. Rizzo. & Barbosa, A. A. 3884 (UFG); Goiás Velho, 21/I/1970, fl., H. S. Irwin et. 25007 (UB); ib., 17 km ao Sul, 750 m, 09/V/1973, fr., W. R. Anderson 9936 (UB); Goiatuba, rio dos Bois, 23/V/1993, fl., V. L .G. Klein et al. 2087 (UFG); Ipameri, rio Corumbá, 21 km da cidade em direção Caldas Novas, 27/V/1993, fl., H. dos. Santos et al. 74 (CEN); Jaroquara, Serra de Santa Rita, 26/II/1972, fl., J. A. Rizzo 7709 (UFG); Luziânia, 27/III/1980, fl., L. P. Heringer 17698 (IBGE); Niquelândia, ca. 14 km ao Sul, 750 m, 22/I/1972, fl., H.S. Irwin et al. 34798 (UB); Vila Boa, Engenho dos Bois, sem data, fl., Pohl 5702 (NY); Pirenópolis, Fazenda Solar dos Pireneus, 12/II/2000, fl., G. Hatschbach et al. 70019 (MBM); Terezina de Goiás, Chapada dos Veadeiros, 1080 m, 17/III/1973, fl., W. R. Anderson 7314 (UB).

Material adicional examinado. Amazonas: Maraã, rio Japurá, 30/X/1982, fl. fr., I. L. Amaral et al. 249 (INPA); Senhor do Bonfim, povoado da Estiva, 10º21`57``S, 40º11`57``W, 689 m, 13/VII/2005, fl., D.

Cardoso et al. 705 (CEN, HUFS). Ceará: Crato, Flona do Araripe, 24/VI/1999, fr., Lima-Verde et al. 1530 (EAC). Distrito Federal: Brasília, Guará, Horto do Guará, 4/IV/1961, fl., E. P. Heringer 8177

(UB); Parque Nacional de Brasília, 4/II/1992, fl., M. Barros et al. 2260 (UB); APA da Cafuringa, Fazenda Palestina, 15º31,19`S, 48º10,50`W, 790 m, 20/IV/1997, fl., V. V. Mercenas 234 (UB); Parque Olhos D´agua, 7/V/2002, fl., T. C. U. Brasília 1571 (UB); Fazenda Sucupira, 15º89`47``S, 48º00`05``W, 16/IV/2007, fl., P. S. Carvalho & C. A. S. Correa 236 (UB). São Paulo: Matão, Fazenda Cambuhy, 25/V/1995, fl., A. Rozza 22 (ESA); Piracicaba, Sítio Boa Vista, 14/VII/1994, fr., C. V. D. Berg et al. 91 (ESA). Maranhão: Alcântara, 4/VI/1979, fl., A. J. Castro & Matos (EAC, 6352); Buriticupu, Reserva

Florestal da Floresta Rio Doce, 29/VII/1991, fr., R. Monteiro 2111 (IAN); Caxias, 48 km de Caxias, 17/IV/1979, fl., E. Nunes & P. Martins (EAC 5797); Dom Pedro, entre Dom Pedro e Codó, 29/IV/1978, fl., A. Fernandes & Matos (EAC, 3826); Perdizes, 5/VIII/1954, fl., G. A. Black et al. 54-16470 (IAN). Minas Gerais: Cabeçeira Grande, 16º12`22``S, 47º12`22``W, fl., G. Pereira-Silva et al 6371 (CEN); Unaí, 16º12`56``S,47º19`32``W, 850 m, fl., G. Pereira-Silva 6165 (CEN). Mato Grosso: Cuiabá, arredores do aeroporto, 5/II/1979, fl., M. G. Silva & A. Pinheiro 4469 (MG); Matupá, BR-080, 10º12`S, 54º47`W, 24/IV/1997, fl., V. C de Souza et al. 15692 (ESA); Nortelândia, Fazenda Camargo, Reserva Florestal da Fazenda, 14º18`S, 56º42`W, 21/V/1997, fl., V. C. Souza 16772 (ESA); Nova Ubiratã, 12º58`81``S, 55º14`54``, 28/IV/1997, fl., A.G. Nave et al. 1335 (ESA); Nova Xavantina, Campus UNIMAT, 20/XII1998, fl., R. H. O. Viana 110 (UB); Novo Mundo, estrada entre o rio Teles Pires e a Serra do Rochedo, 14 º18`, 56º42`W, 20/IV/1997, fl., V. C. Souza et al, 16772 (ESA); ib., 09º51`- 9º53`S, 55º36`- 55º40`W, 20/IV/1997, fl. V. C. Souza et al. 15202 (ESA); Tapurah, estrada de acesso à Nova Maringá, 12º48`51,2``S, 56º47`08,7``W, Nova Xavantina, 75 km ao Norte, 550 m, 5/VI/1966, fl., H.S.

Irwin et al. 16649 (NY). Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, 21º55`S, 48º47`W, 17/VI/1964, fl., J. C. Gomes Jr. 1932 (UB). Pará: Tucuruí, rio Tocantins, 10/V/1978, fl., M. G. Silva & R. Bahia 3472 (MG); ib., Fazenda Guaripé, 12/V/1980, fl., N. A. Rosa 3657 (MG); ib., PA-149, 19/X/1983, fl., E. Lima & A. Silva 54 (INPA); Aeroporto de Sete Varas, 0º95`S, 54º92`W, 7/VIII/1981, fr., J. J. Strudwick (INPA

125713). Rondônia: Cacoal, BR-364, km 234 ao Norte da cidade, 11º12`S, 61º62`W, 23/VI/1984, fr., C.

A. Cid et al. 4752 (INPA). São Paulo: Piracicaba, Fazenda Pinhal, 29/IV1993, fl., K. D. Barreto 373

(ESA). Tocantins: Paranã, Fazenda Chaparral, 12º56`46``S, 47º32`14``W, 332 m, 29/III/2004, fr., A. C.

Sevilha et al. 3975 (CEN).

14.2. Senna pendula var. tenuifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 394. 1982

Cassia bicapsularis var. tenuifolia Benth., Fl. Bras. 15(2): 107. 1870.

Figs. 105-108

Táxon com ocorrência no Brasil (AM, GO, MT, PA, RO, TO) e no Peru, conforme (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo mostrou-se pouco frequente e foi coletado em mata ciliar ou borda de cerradão, com flores em abril.

Material examinado. BRASIL. Goiás: Minaçu, encontro do córrego Mucambão com o rio Tocantins, 13º09`09``S, 48º08`44``W, 260 m, 15/VI/2006, fl., G. Pereira-Silva et al. 10738 (CEN, UFG); Leopoldo de Bulhões, na borda direita da estrada em direção a cidade, 4/IV/2012, est., J. P. Santos & M. M. Dantas

381 (UFG).

Material adicional examinado. Amazonas: Manacupuru, Rio Solimões, lago Grande de Manacupuru, 3º03`S, 61º35`W, 18/VI/1992, fl., S. Mori & C. Gracie 22397 (INPA); Maraã, 30/X/1982, fl., I. L. Amaral

(INPA). Mato Grosso: Cáceres, 14/VII/2004, fr., J. A. Pedrosa 332 (UFMT). Pará: Tucuruí, km 20 da estrada para o Breu, 13/VI/1980, fr., M. G. Silva 5495 (INPA). Pará: 20 km da estrada para o Breu, próximo ao matadouro, 13/VI/1980, fr., M. G. Silva 5495 (INPA). Tocantins: Araguatins, rio Piranhas, 30/IV, fl. fr., E. Oliveira 1657 (UB); Santa Izabel, Ilha do Bananal, Parque Nacional do Araguaia, 4 km ao Norte da sede, 14/VI/1979, fl., F. C. da Silva & G. F. Santos 107 (SP, UB); Xambioá, rio Corda, 20/III/1961, fl., E. Oliveira 1488 (UB); sem mun., Foz do Rio Javaés, 19/VIII/1978, fl., N. T. Silva 4859 (INPA).

15. Senna pentagonia var. valens H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 257. 1982. Figs. 109-115.

Nomes populares: mata-pasto de quatro quinas (CE).

Subarbustos 0,5-2 m alt.; ramos verdes, glabros a glabrescentes, incluindo face externa das estípulas, brácteas e sépalas, folhas, raque da inflorescência, pedicelo e gineceu. Estípulas 0,8_2,1_2,6×0,12_0,3 cm, lanceoladas, ápice agudo, membranáceas, persistentes. Folhas 2,8_9 cm compr., folíolos 3 pares, 1,3_7,2×0,9_3,4 cm, obovais a oblongo-obovais ou -elípticos, ápice obtuso e mucronulado, margem plana, papiráceos a membranáceos. Nectários 1,8_5 mm compr., no primeiro e segundo par de folíolos, cilíndricos, subsésseis. Racemos 1_6 mm compr., axilares com 1_2 flores, umbeliformes. Brácteas 2_5×0,1_0,2 mm, lanceoladas, ápice agudo, verde-clara, não petaloides, caducas. Flores 4,3_6 cm compr., assimétricas, corola amarelo-ouro; pedicelo 1,6_4,2 cm compr.; sépalas 0,6_1,6×0,2_0,6 mm ovais, ápice obtuso a agudo, esverdeadas; pétalas 2,5_2,7×1,1_2,7 cm, obovais a elípticas, a antero-lateral esquerda assimétrico-oboval, ápice arredondado a emarginado na pétala posterior, base cuneada a assimétrica; estames abaxiais 3, anteras isomórficas, o centro-abaxial com filetes 4,8_5,1 mm compr., anteras 7,8_8,3 mm compr. e bico 5_6 mm compr., os latero-abaxiais com filetes 4_5 mm compr., anteras 9_10 mm compr. e bico 5_6 mm compr., estames medianos 4, filetes 2_3 mm compr., anteras 5_7,2 mm compr. e bico 0,03_0,05 mm compr., estaminódios 3, 4_5 mm compr.; ovário 1,2_2,5×0,2_0,3 cm, 4-alado, tomentoso, estilete 6_8 mm compr., estigma dilatado, estípete 4_5 mm compr, óvulos 25-27, unisseriados. Frutos 6_8,5×0,8_1 cm, quadrangulares, 4-alados, eriçados, curvos, castanho-claros na maturidade, tardiamente deiscentes. Sementes 3_3,8×1,8_3 mm, romboides a obovoides, lisas, oliváceas.

Senna pentagonia é reportada por Irwin & Barneby (1982) como disjunta entre o México a

América Central e o Brasil. Estes mesmos autores reconheceram, para a espécie, as variedades valens e

pentagonia diferenciando-as especialmente pelo tamanho das flores (incluindo sépalas, pétalas estames

abaxiais e estilete), além de distribuição geográfica. Conforme as dimensões das peças florais associada à distribuição geográfica, as coleções de S. pentagonia presentes em Goiás correspondem à variedade

Em Goiás este táxon é encontrado em ambientes perturbados, próximo a córregos, bordas de florestas estacinais e ciliares, e também em cerrado s. str. próximo a afloramentos de calcário. Floresce de março a julho e frutifica apartir de abril.

Morfologicamente, este táxon se relaciona com S. obtusifolia conforme apresentado nos comentários desta última. Coletada com flores e frutos de março a julho, mas pelo seu amplo espectro ecológico deve florescer e frutificar o ano inteiro.

Material examinado. BRASIL. Goiás: Alvorada a 270 km de Brasília para Fortaleza, rio Correntes, 2/VII/1964, fr., J. M. Pires 58126 (UB); ib., entre Posse e Alvorada, 17/IV/1966, fl., fr., J. W. Grear et al.

14940 (UB); Campos Belos, estrada entre Campos Belos e Pouso Alto, 13º01`02``S, 46º22`19``W, 600 m,

24/IV/2001, fl. fr., R. C. Mendonça et al. 4171 (CEN, IBGE, NY); Catalão, área de pastagem, ao lado Hidrelétrica Serra do Facão, 8/VII/2012, fr., J. P. Santos & J. N. Mesquita Neto 505b (UFG). Colinas do Sul, RPPN Cachoeira das Pedras Bonitas, 21/V/2004, fl., M. L., D. Alvarenga & E. Cardoso 5393 (EAC); Divinopólis de Goiás, 3 km a oeste na rodovia para Campos Belos, 13/V/2000 fl. fr., G. Hatschbach, A.

Schinini & E. Barbosa 70998 (MBM); Formosa, Córrego Estrema, ca. 35 km a nordeste da cidade, 800

m, 20/IV/1966, fl., H. Irwin et al. 15119 (NY); Mambaí, arredores de Goiás, 13/III/1979, fl., G.

Hatschbach 42141 (NY); Minaçu, próximo à antena de rádio comunicação da obra, 500 m, fl., G. Pereira- Silva (CEN); Monte Alegre, Fazenda Ponta da Serra, 13º13`06``S, 46º47`36``W, 545 m, 11/IV/2000, fl.fl., M. L. Fonseca et al. 2251 (NY); ib., Mandaçaia, 23/V/2008, fl.fr, J. Cordeiro, J. M. Vaz & J. Vaz 2674

(MBM); Nova Roma, estrada entre Nova Roma e Montes Belos próximo ao povoado de Brejo, 13º40`50``S, 46º49`35``W, 30/VII/2000, fl., V. C. Souza et al. 24680 (ESA, UB); São Domingos, Frazenda Olho D´água, 15/IV/1999, fl. fr., A.A. Santos et al. 408 (CEN); ib., afloramento de calcário do proprietário Gilberto, 13º46`47``S, 46º37`29``W, 15/III/2004, fl., A. A. Santos et al. 2407 (CEN).

Material adicional examinado. Maranhão: Loreto, Fazenda Barrerio em área agrícola, 21/IV/1980, fl. fr., fr., A. Fernandes & E. Nunes (EAC 8467). Tocantins: Aurora do Tocantins, estrada para Lavandeira, ca. 10 km de Aurora do Tocantins, 12º43`30``S, 46º27`33``W, 22/VII/2000, fl.fl., V. C. Souza, J. P. Souza &

G. O. Romão 24530 (ESA).

16. Senna pilifera (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 241. 1982.

Cassia pilifera Vogel, Gen. Cass. Syn. 23. 1837.

Nomes populares: fedegoso-de-cachoso (CE)

Subarbustos 0,6_2,5 m alt.; ramos verde-claros a escuros, eretos a decumbentes, esparsa ou densamente pubescentes a hirsutos entremeados com tricomas tomentelos, incluindo face externas das estípulas, brácteas e sépalas, abaxial dos folíolos, raque da inflorescência, pedicelo e gineceu. Estípulas 0,4_1,9×0,1_0,4 cm, lineares, ápice agudo, membranáceas, persistentes. Folhas 2,3_9,5 cm compr., folíolos 2 pares, 4,2_10,8×2_4,8 cm, elíptico-obovais, oblongo-elípticos, oblongo-obovais, raramente orbiculares,

ápice arredondado a obtuso e mucronulado, margem revoluta, membranáceos a papiráceos. Nectários 0,5_4,3 mm compr., no primeiro e, ou segundo pares de folíolos, fusiformes a subulados, sésseis ou estipitados. Racemo 1_4 cm compr., axilares com 1-3 flores, corimbiformes. Brácteas 1,3_3×0,6_2 mm, lanceoladas, ápice obtuso, esverdeadas, não petaloides, persistentes. Flores 3,5_5,2 cm compr., assimétricas, corola amarelo-ouro; pedicelo 1,2_2,2 cm compr.; sépalas 4_14×2_6 mm, ovais a oval- elípticas, ápice arredondado, agudo a obtuso, esverdeadas; pétalas 1_3,9×0,9_2,3 cm, obovais a elípticas, ápice arredondado a emarginado na pétala posterior; estames abaxiais 3, com anteras isomórficas, o centro-abaxial com filetes 3_4,1 mm compr., anteras 7_12 mm compr. e bico1,4_1,8, 2 mm compr., os latero-abaxiais com filetes 3_6 mm compr., anteras 4,5_15 mm compr. e bico 1_1,5 mm compr., estames medianos 4, filetes 1,8_2,6 mm compr., anteras 5_7 mm compr. e bico 0,2_0,3 mm compr., estaminódios 4_5 mm compr.; ovário 1,8_2,3×0,7_1,2 cm, pubescente a velutino, estilete 8_10 mm compr., estigma subcapitado, estípite 2,5_4 mm compr., óvulos 33-41, unisseriados. Frutos 10_18×0,18_0,4 cm, lineares eriçados, curvos ou retos, castanho-claros, estípite 2_5 mm compr., tardiamente deiscentes. Sementes 1,1_5×0,18_4 mm, oblongoides a retangulares, lisas, castanho-escuras.

Ocorre no México, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Argentina e Brasil (Irwin & Barneby 1982). No Brasil se distribui de Norte a Sul (Irwin & Barneby 1982; Bortoluzzi et al. 2011; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste Estado foi coletada em bordas de florestas estacionais e cerrado antropizados, entre 650_760 m. Floresce e frutifica de outubro a abril.

Senna pilifera é reconhecida por ser um subarbusto com ramos usualmente hirsutos, entremeado

com tricomas tomentelos, folhas com 2 pares de folíolos conspicuamente assimétricos, e com nectários entre os dois pares de folíolos, ou menos frequentemente apenas no primeiro par, racemos corimbiformes com 2-3 flores e frutos lineares. Compartilha com S. obtusifolia o tipo de inflorescência, com S. georgica,

S. macranthera, S. rugosa e S. splendida o número de folíolos, no entanto, estas espécies não apresentam

hábito subarbustivo, exceto S. obtusifolia, que se diferencia de S. pilifera pelos ramos glabros e folhas com três pares de folíolos.

Conforme Irwin & Barneby (1982) esta espécie compreende três variedades, duas das quais, ocorre em Goiás.

Chave para as variedades de S. pilifera presentes em Goiás

1. Raque foliar predominantemente maior que 1 cm compr.; sépalas internas 8_14 mm compr.; anteras abaxiais 10_15 mm compr.; pétalas maiores 24_39 mm compr. ... 16.1. var. pilifera 1. Raque foliar predominantemente menor que 1 cm; sépalas internas 4,5_7,5 mm compr.; anteras abaxiais

4,5_9 mm compr.; pétalas maiores 10_23 mm compr.

2. Estilete colunar com estigma subcapitado ... 16.2. var. subglabra 2. Estilete claviforme com estigma truncado ... 16. 3. var. tubata

16. 1. Senna pilifera var. pilifera Figs. 116-121

Ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, sendo neste último país registrada para Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul (Irwin & Barneby 1982, Bentham 1871). Neste estudo foi coletada crescendo em áreas abertas de cerrado s. str. e em campos entre 620-104 metros florescendo em frutificando de dezembro a março.

Material examinado. BRASIL. Goiás: Abadiânia, Fazenda Mato Seco, margem do rio Corumbá, 16º10`23``S, 48º23`03``W, 9/V/2003, fl, G. Pereira-Silva et al. 7609 (CEN); Aparecida do Rio Doce, 18º07``49``S, 51º09`26``W, 18/XII/2012, fl., F. A. G. Guilherme et al. 949 (HJ); Caldas Novas, 17º33`00``S, 48º29`00``W, 30/IV/1993, fl., R. F. Vieira et al. 1494 (CEN); Goiânia, margem da Rodovia, Goiânia-São Paulo, Jardim Goiás, 7/XII/1968, fl., J. A. Rizzo & A. Barbosa 3046 (UFG); ib.,, 31/XII/1968, fl. Rizzo, J. A. & Barbosa, A. 3271 (UFG); Itumbiara, 27 km a Noroeste na estrada para Rio Verde, 1/II/1959, fl., H.S. Irwin 2539 (NY); Guapó, BR-060, 20/II/1975, fl., G. Hartschbach 37731 (MBM); Jandaia, 148 km a Noroeste de Rio Verde na estrada para Jandaia, 5/II/1959, fl., H.S. Irwin 2585 (SP). Material adicional examinado. Mato Grosso: Alta Floresta, Fazenda Pontal, 10º33`19``S, 56º15`54``W, 19/IV/1997, fl., V. C. de Souza et al. 15113 (ESA); Diamantino, 22/V/1997, fl., V. C. Souza

et al. 16935 (ESA); Nortelândia, Fazenda Camargo, 14º18`S, 56º42`W, 21/V/1997, fl., V. C. Souza 16772

(ESA); Poconé, Estação Experimental da EMBRAPA, 16º17`S, 56º38`W, 110 m, 17/V/1989, fl. fr., A.

Pott 4799 (UB). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Fazenda Leque, 1/III/1976, fl. A. C. Allem 18 (CEN); ib., Fazenda Nhumirim, 3/X/1976, fl., A. C. Allem 60 (CEN); ib., aeroporto de Corumbá, 6/III/1976, fr., A. C. Allem 647 (CEB); ib., 18º59`56º39W, 89 m, II/1992, fl. fr., A. Pott 1844 (UB); ib., 2/VIII/1985, fl., F. Chagas & Silva 794 (CEN)Três Lagoas, Horto Barra da Moeda, 8/IV/1993, fl., A. D. Caliente 30 (UB).

16.2. Senna pilifera var. subglabra (S. Moore) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 243. 1982.

Cassia pilifera var. subglabra S. Moore. Trans. Linn. Soc. London, Bot. 4(3): 346. 1895.

Figs. 122-125

Distribuí-se nas Américas (Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Peru e Venezuela), Irwin & Barneby (1982). No Brasil ocorre de norte a sul (CE, DF, GO, PA, MA, MT, MS, MG, PR, SP e TO), habitando florestas de galeria, especialmente encravadas no cerrado e áreas de pastagem (Sousa & Bortoluzzi 2013). Em Goiás foi registrada em ambientes similares ao reportado para o Brasil com flores e frutos de janeiro a abril.

Material examinado. BRASIL. Goiás: sem muni. Fazenda São Pedro após atavessar o rio Javaé, conhecido por Varjão, 11/VIII/1974, fl. fr., J. A. Rizzo 9945b (UFG); Cocalzinho de Goiás. 70 km ao Norte de Corumbá de Goiás 20/I/968, fl., H.S. Irwin H., Maxwell & D. C. Wasshausen 18866 (NY);

Formosa, córrego Estrema, ca. de 35 km a Noroeste, 22/IV/1996, fl. fr., H.S. Irwin et al. 15267 (NY, UB);

ib., margem direita do rio Bezerra, ca. de 1 km da Lagoa Preta, 15º59`06``S, 47º11`35``W, fl., G. Pereira- Silva et al. 5989 (CEN); São João da Aliança, 1040 m, 23/III/1973, fl., W. R. Anderson 7826 (UB);

Terezópolis de Goiás, Parque Altamiro de Moura Pacheco, trilha do tamanduá, 16º33`06``S, 49º07`57``W, III/1974, fl., R. C. Mendonça et al. 5919 (UFG).

Material adicional examinado. BRASIL. Ceará: Redenção, 5/VI/1983, fl., A. Fernandes & P. Bezerra (EAC 12068); Palestina, Serra da Meruoca, 24/VIII/1979, fl. fr., A. Fernandes (EAC 6893). Distrito Federal: Brasília, côrrego Landim, ca. 20 km Nordesde de Brasília, 17/III/1966, fl., H.S. Irwin et

al.14045 (NY); ib., rio São Bartolomeu, 15°46`47``S, 47°55`46`` W, 24/III/1981, fl. fr., E. P. Heringer et al. 6527 (NY); rio das Salinas, rio Salinas, 28/IV/1981, D. Borgatto 12 (NY); ib., M. Piedade 9 (NY).

Mato Grosso: Novo Mundo, 9º34`49``S, 55º54`54``W, 291 m, 4/III/2007, fl., G. S. Hanicka et al. 33 (INPA). Poconé, área do Sesc Pantanal, 16º29`42,5``S, 56º18`13.1``W, 120 m, 12/VII/2006, fl., V. C.

Souza, C. P. Caliari & P. B. Garcia 32263 (CEN); ib., Fazenda Espírito Santo, Sesc. Pantanal, 6/V/2004,

fl., G. A. Lima Jr & H. D. Ferreira 289 (UFMT). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Urucum, IV/1927, fl.

D. Smith 65 (NY); ib., 2/VIII/1985, fl., F. Chagas & Silva 794 (CEN). Maranhão: Loreto, Fazenda

Barreiro, 21/IV/1980, fl., A. Fernandes & E. Nunes (EAC 8477). Minas Gerais: Cabeceira Grande, 16º12`22``S, 47º12`22``W, 800 m, 28/III/2002, fl. fr., G. Pereira-Silva et al. 6373 (CEN). Tocantins: Santa Izabel, Ilha do Bananal, Parque Nacional do Araguaia, 6 km da sede, 18/VI/1979, fl., F. C. da Silva

186 (SP); ib., f. fr., F. C. da Silva 186 A (SP).

16. 3 Senna pilifera var. tubata H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 245. 1982. Figs. 126-129

Táxon referido na Bolívia, Paraguai e Brasil, sendo, neste último, encontrada nas regiões Centro- Oeste (GO, MT e MS), Sudeste (SP) e Sul (PR), habitando áreas de pastagens, bordas de florestas estacionais e cerrado s.s. entre 300-1500 (Irwin & Barneby 1982; Souza & Bortoluzzi 2013). Neste estudo foi encontrada em cerrado s.s. na porção sudoeste do Estado.

Material examinado. BRASIL. Goiás: Jataí, RPPN Pousada das Araras, 18º26`22``S, 51º59`43``W, 620 m, III/V, fl., L. S. Souza 2982 (HJ).

Material adicional examinado: Mato Grosso: Alto Paraguai, Serra das Araras, Vale do Curupira, 4/VII/1994, fl. fr., B. Dubs 1457 (NY). Mato Grosso do Sul: Campo Grande, RPPN da UFMS, 20/III/2013, fl. fr., J. P. Santos & L. L. C. Antunes 876; ib., 877 (UFG); Bataguaçu, 13/V/1970, fl. fr., G.

Hatschsbach 24228 (NY, MBM).

17. Senna reticulata (Willd.) H.S. Irwin & Barneby, Mem. New York Bot. Gard. 35: 458. 1982.

Fig. 130_135

Arbustos 08_1 m alt.; ramos verde-claros a escuros, glabros a puberulentos, incluindo pecíolo, raque foliar e da inflorescência, face externa das brácteas e sépalas, pedicelo e ovário. Estípulas 0,3_0,7×0,2_0,6 cm, triangular-assimétricas, ápice agudo, ligeiramente curvas, base provavelmente secretora, cartáceas, persistentes. Folhas 12_30 cm compr., folíolos 5-7 pares, 3_13×7,8_6,5 cm, oblongo-obovais a obovais, ápice arredondado, margem plana, membranáceos. Nectários foliares ausentes. Racemos 13_32 cm compr., terminais com mais que 6 flores agregadas no ápice. Brácteas 1,4_1,6×0,9_1,3 cm largamente elípticas a ovais, ápice obtuso, petaloides, amarelas, caducas. Flores 1_1,7 cm compr., zigomorfas, corola amarelo; pedicelo 0,4_0,8 cm compr.; sépalas 1,2_1,5×0,5_1,1 cm, oblanceoladas a oblongo-elípticas, ápice agudo a obtuso; pétalas 1,4_1,7×0,8_1,1 cm, obovais a elípticas, base cuneada a assiméticas, ápice arredondado; estames abaxiais 3, anteras anisomórficas, o centro-abaxial com filetes 7,1_8,1 mm compr., anteras 3,5_4,1 mm compr. e bico ausente, os latero-abaxiais com filetes 2,1_3,5 mm compr., anteras

No documento JOSIMAR PEREIRA SANTOS (páginas 125-136)

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