COMO VEJO A MINHA FORMAÇÃO NO SESI COM A ANAISTA?
4- Sentimentos e conhecimentos relacionados com a prática docente – o professor percebe que sua trajetória é um aprendizado constante e que o conhecimento
e a arte de educar fazem parte desse aprendizado: “Hoje ainda estou aprendendo e
muito com a arte de educar6.
Assim, suas experiências formadoras e sua prática docente são processos de aprendizagens que se construirão continuamente ao longo da sua vida e da “arte de educar”.
5- Importância da Formação Continuada e sua relação com a arte– a narrativa não apresenta de forma explícita essa categoria, porém subentende-se que ele valoriza a aprendizagem que acontece ao longo da sua vida. Podemos entender que isso inclui também aprender na formação continuada, que é um espaço de reflexão da própria prática da sala de aula, quando ele narra: “Hoje ainda estou aprendendo e
muito com a arte de educar6”.
A importância da formação continuada fica clara ao analisarmos a Segunda narrativa.
COMO VEJO A MINHA FORMAÇÃO NO SESI COM A ANALISTA?
9 QUE PROVOCA?
9 QUE ME FAZ PENSAR?
Provoca reflexões positivas que me fazem observar melhor as expectativas e a forma de como devo passá-las no processo educacional.
É um processo difícil para mim, pois ainda estou me acostumando com o Sistema do SESI. Nós não tínhamos o hábito de pensar em quatro linguagens, as vezes não dá tempo em bimestres curtos e com festas e feriados, o trabalho “quebra” um pouco.
É bom pensar que posso melhorar sempre com a ajuda dos colegas, da coordenação e principalmente da ANALISTA, que até agora tenho tido muito material escrito e vivido.
Para esse professor a formação continuada “provoca reflexões positivas que me
fazem observar melhor as expectativas e a forma de como devo passá-las no processo educacional¹”.
Os professores em sua grande maioria tiveram sua formação desenvolvida na linguagem visual e a dificuldade em trabalhar as quatro linguagens da Arte (dança, música, teatro e visuais), é uma constante na prática pedagógica dos professores de arte. Aliado a isso ainda existe a dificuldade de desenvolver um plano onde contemple a integração das quatro linguagens, geralmente num prazo de dois meses que é o tempo de duração de um bimestre, onde existem feriados, festas, entre outros eventos que acabam por não deixar cumprir a carga horária da disciplina, que já é um número muito reduzido de aulas: “É um processo difícil para mim, pois ainda estou me acostumando
com o Sistema do SESI. Nós não tínhamos o hábito de pensar em quatro linguagens, às vezes não dá tempo em bimestres curtos e com festas e feriados, o trabalho” quebra “um pouco²”.
Porém, o professor reconhece que é possível “melhorar” sempre e tem claro a “ajuda” dos colegas que fazem parte do grupo de professores que participam com ele da formação continuada, da coordenação da escola onde atua e da analista, como parceira nas reflexões, nas experimentações de situações da prática pedagógica, na elaboração de materiais que norteiam a prática da sala de aula, “modelos organizativos” (Capítulo II dessa dissertação) e vivencias estética, além da troca de experiências entre os pares: “É bom pensar que posso melhorar sempre com a ajuda dos colegas, da
coordenação e principalmente da ANALISTA, que até agora tenho tido muito material escrito e vivido³”. A formação continuada e a construção do processo de formação
desse professor ficam claras se analisarmos a Imagem que ele criou associada à formação.
FIGURAF
F
Fonte: esse texto foi construído inspirado nas minhas representações reunidas e sistematizadas ao longo da minha formação, advindas de tantos processos de aprendizagens. Dentre esses processos destaco as idéias do prof° Dr° Ronaldo Alexandre de Oliveira (docente responsável Teia do Saber 2005).
Desenho e Colagem
Categorias Estéticas Linha: inclinadas e sinuosas
Cor: quentes e frias Textura: lisa
Luz: natural Forma: geométrico Elementos que compõem a obra:
Cheio fechado Composição:
Equilibrada assimétrica proporcional Temática:
Cena cotidiana
Como os olhos se movem em relação à
Para esse professor a formação continuada e a escola são extensão de seu lar, lugar de pessoas que se ajudam, que promovem segurança e que conquistam mutuamente, como foi em sua formação na faculdade: “Chega à fase adulta, a
faculdade difícil de pagar mas chegamos lá eu e todos os que me ajudaram em casa5”.
E na formação continuada: “É bom pensar que posso melhorar sempre com a ajuda dos
colegas, da coordenação e principalmente da ANALISTA, que até agora tenho tido muito material escrito e vivido³”.
Ao analisarmos a imagem podemos entender que o sentido de união e ajuda para esse professor tem relação com “lar” e com “escola” na medida em que cria a sua imagem associada à formação: lar/escola usando como teto um lápis e um pincel, como paredes, pautas e notas musicais, tendo dentro dessa estrutura as palavras “meu Lar”.
Podemos interpretar que para esse professor tanto a formação continuada como sua casa, família, são lugares seguros de aprendizagens e aconchego.
NARRATIVA 07
HISTÓRIA DE VIDA COM A ARTE-EDUCAÇÃO
As mãos eram mínimas, mas os dedos rápidos, os olhos ávidos, folheavam revistas buscando imagens e questionando o significado das mesmas pois, eu não sabia decifrar as palavras, mas já lia com o pensamento, o olhar¹.
Os sons começavam a fazer sentido com o coração e o corpo que se movia, os ouvidos também descobriram que “liam” estes sons, estes sentimentos e se expressavam através da música². O estudo desta começou, e os pés ficavam suspensos na banqueta, demorariam para alcançar o chão; antes de ler, eu já tocava, me expressava com a alma através dos dedinhos³.
Encontrei na arte-música-a forma de me expressar, falar e, de uma criança tímida e insegura, descobri que, aos 9 anos, no meu primeiro recital, era mais segura que qualquer outra (o) adulto (a) ou criança na platéia, ao enfrentar os parabéns- o sorriso antes tímido, a fala baixinha, dá lugar a um ser confiante, seguro, extrovertido4. As artes fazem parte da minha vida e formação, o prazer que tenho em despertar este interesse aos outros, ou aos alunos, flui naturalmente, vem da alma, vem com luz5. Instigar este outro olhar, conhecer, este ouvir, sentir e expressar caleidoscópio é despertar a emoção, o questionamento, o conhecimento, o “conheça-te a ti mesmo” levar a este aluno, a curiosidade em buscar seu caminho, conquistar seu espaço, ter respostas a seus questionamentos e propiciar a ele parâmetros para definir seu caminho6.
O cortar, rasgar, pintar, torcer, mover, juntar é necessário para desenvolver todas estas formações7. Cabe dizer, que é necessário para estas habilidades serem desenvolvidas, que haja nas escolas espaços específicos para que o aluno possa vivenciar na prática, e não em uma carteira escolar, este pintar, mexer com o pincel, fazer o traço, “amassar a massa”, sujar a mão, o corpo, rolar, sentir-se parte deste processo de aprendizagem na prática8. O fazer e sentir é necessário!9.
DIÁLOGO COM NARRATIVA 7
1 - Relação com a arte na história de vida e na vida escolar: processos de mudanças – podemos perceber que o professor dessa narrativa descreve sua história de vida e seu contato com a arte desde sua primeira infância, antes mesmo de aprender a ler e a escrever: “As mãos eram mínimas, mas os dedos rápidos, os olhos
ávidos, folheavam revistas buscando imagens e questionando o significado das mesmas pois, eu não sabia decifrar as palavras, mas já lia com o pensamento, o olhar¹”. As imagens e os signos atraem sua atenção e sua primeira experiência estética
e alfabetizadora tem início, acompanhada com a paixão pelos sons: “Os sons
descobriram que” liam “estes sons, estes sentimentos e se expressavam através da música²”. As habilidades artísticas desde muito cedo foram descobertas e
desenvolvidas por esse professor. O prazer em se expressar com música, o diálogo estabelecido entre os sons e as expressões dos sentimentos dá origem à sensibilidade e tem início os seus primeiros estudos: “O estudo desta começou, e os pés ficavam
suspensos na banqueta, demorariam para alcançar o chão; antes de ler, eu já tocava, me expressava com a alma através dos dedinhos³”.
A “arte-música”, como a própria professora denomina, a transforma e a fortalece, desenvolvendo sua fala, sua autoconfiança e sua identidade enquanto pessoa vivenciadora de experiências estéticas: “Encontrei na arte-música-a forma de me
expressar, falar e, de uma criança tímida e insegura (...) dá lugar a um ser confiante, seguro, extrovertido4”.
Esse universo artístico de vivências e experiências que esse professor viveu e se formou, trouxe para sua formação pessoal e artística o desejo que todas as pessoas despertem-se para o prazer da música: “As artes fazem parte da minha vida e
formação, o prazer que tenho em despertar este interesse aos outros, ou aos alunos, flui naturalmente, vem da alma, vem com luz5”.
A música e seus significados juntamente com a carga de emoções que acompanharam sua trajetória se desenvolveram paralelamente aos seus estudos e sua vida escolar, apesar desse professor não mencionar em sua narrativa sua formação escolar, ele relata suas emoções e percepções na idade escolar: “descobri que, aos 9
anos, no meu primeiro recital, era mais segura que qualquer outra (o) adulta (a) ou criança na platéia (...)4”. O que o torna conhecedor, desde então, de sua identidade e de sua confiança em si mesmo.
2- Influência dos mestres ao longo da sua história de vida – o professor