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CARACTERÍSTICAS FUNÇÃO DE DIZER O DIREITO 1. JUIZ NATURAL 2. INVESTIDURA 3. INDECLINABILIDADE 4. INÉRCIA DE JURISDIÇÃO 5. INDELEGABILIDADE 6. IMPRORROGABILIDADE 7. IRRECUSABILIDADE 8. CORRELAÇAO 1. SUBSTITUTIVIDADE 2. DEFINITIVIDADE

Todavia, podemos dizer que todo Juiz pode julgar todas as causas (penais, eleitorais, civis, trabalhistas etc.)? Ou mesmo, podemos afirmar que um Juiz do RJ poderá julgar qualquer crime ocorrido em qualquer lugar?

A resposta para as duas questões é NÃO, pois cada Magistrado possui uma competência, ou seja, uma parcela da Jurisdição.

Competência, na doutrina tradicional, é o critério que define os limites jurisdicionais de cada órgão do Poder Judiciário.

Nas palavras de THEODORO JÚNIOR citando JOSÉ FREDERICO MARQUES, hoje em dia não mais se confunde competência e jurisdição, pois aquela é "apenas a

medida de jurisdição, isto é, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional".

14. (FCC / Técnico Judiciário / 2007) São princípios relacionados à jurisdição, EXCETO:

a) Princípio do juiz natural.

b) Princípio da delegabilidade da jurisdição. c) Princípio da correlação.

d) Princípio da inércia. e) N.R.A

GABARITO: B

COMENTÁRIOS: Tema já abordado na questão anterior. Assim, nenhum juiz pode delegar sua jurisdição a outro órgão, pois estaria, por via indireta, violando a garantia do juiz natural (Princípio da indelegabilidade).

15. (FCC / MPE-SE / 2004) Assinale a alternativa INCORRETA. De acordo com o Código de Processo Penal, a competência pode ser classificada em razão:

a) da matéria. b) razão do lugar.

c) da pessoa incriminada.

d) da pessoa que intenta a ação.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS: De acordo com o CPP, art. 69, a competência pode ser classificada: incisos I e II – pelo lugar da infração ou pelo domicílio do réu (ratio

loci), inciso III – pela natureza da infração (ratio materiae) e inciso VII – pela

prerrogativa de função (ratio personae).

16. (FCC / Analista Judiciário / 2006) Assinale a alternativa INCORRETA. A competência em razão da matéria penal compreende a justiça comum e a especial. A justiça especial compreende:

b) Justiça Eleitoral. c) Justiça Militar.

d) Competência política do Senado Federal.

GABARITO: A

COMENTÁRIOS: A CF, art. 109, prevê a Justiça Federal como espécie de justiça comum.

17. (FCC / Juiz Substituto / 2008) Concomitantemente, diversas pessoas saquearam um estabelecimento comercial, sem se conhecerem umas às outras. Trata-se de:

(A) continência de ações, em razão do concurso de pessoas. (B) conexão intersubjetiva por reciprocidade.

(C) conexão intersubjetiva por simultaneidade. (D) conexão objetiva.

GABARITO: C

COMENTÁRIOS: A conexão Intersubjetiva por simultaneidade encontra-se definida no Art. 76, I (primeira parte) do CPP e ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem vínculo subjetivo.

Vamos aproveitar esta questão para tratar um pouco sobre a competência pela conexão.

Existem determinadas situações em que em um delito temos fatos que guardam relação entre si. Para estes casos deve-se, preferencialmente, unir os processos a fim de primar pela celeridade processual e evitar decisões diferentes para o mesmo caso.

Assim, imagine que em um jogo de futebol dez torcedores cometeram atos de vandalismo quebrando parte do estádio. É interessante que todos sejam julgados no mesmo processo pelas razões acima apresentadas.

Sobre o tema, FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO assinala, com precisão e segurança, que Conexão é sinônimo de relação, coerência, nexo. Logo, pode-se dizer que a conexão de que trata o Código de Processo Penal é o nexo, a relação recíproca que os fatos guardam entre si e, em face do vínculo existente entre eles, devem ser apreciados num só processo, possibilitando um só quadro probatório e, ao mesmo tempo, evitando decisões díspares ou conflitantes.

Podemos classificar a conexão em:

a) CONEXÃO INTERSUBJETIVA, que se subdivide em:

• Intersubjetiva por simultaneidade Î Definida no Art. 76, I (primeira parte) do CPP:

Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas [...]

Exemplo: Imaginemos uma final de campeonato brasileiro, Corinthians e Avaí no Pacaembu e o empate favorecendo o time da casa.

Aos 48 minutos do segundo tempo, o árbitro apita um pênalti para o Avaí, que converte a cobrança.

A torcida do Corinthians, revoltada, impulsivamente e sem ajuste prévio, começa a destruir o estádio.

Neste caso, é interessante que todos os infratores sejam julgados no mesmo processo, configurando a conexão intersubjetiva por simultaneidade.

• Intersubjetiva por concurso Î Definida no Art. 76, I (segunda parte) do CPP:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, [...] por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar [...]

Exemplo: Pensemos em uma quadrilha que efetua um seqüestro. Um indivíduo é responsável pelo planejamento, outro pela execução, um terceiro fica só vigiando o local no momento do delito, outro fica responsável pela negociação do resgate e assim por diante.

Nesta situação, todos deverão compor o mesmo processo penal, configurando conexão intersubjetiva por concurso.

• Intersubjetiva por reciprocidade Î Definida no Art. 76, I (parte final) do CPP:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, [...] por várias pessoas, umas contra as outras;

Exemplo: Briga entre dois grupos rivais, ocasionando lesões corporais recíprocas.

b) CONEXÃO OBJETIVA Î Prevista no Art. 76, II do CPP nos seguintes termos:

Art. 76. A competência será determinada pela conexão: [...]

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

Exemplo 01: Tício mata Mévia, sua esposa. No momento em que estava retirando o corpo da casa, aparece a melhor amiga de Mévia e Tício a mata visando garantir sua impunidade.

Exemplo 02: Caio, vendedor de livros e DVDs piratas, mata um policial a fim de garantir a venda dos produtos aos clientes. Tal delito foi cometido visando facilitar a execução de outro, caracterizando a conexão objetiva.

c) CONEXÃO INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA Î Prevista no Art. 76, III do CPP:

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

Exemplo: Tício furtou o relógio de Caio. Mévio comprou o relógio tendo conhecimento de que era roubado (delito de receptação). Neste caso, podemos falar em conexão probatória, pois a prova do furto influi na prova da receptação.

****Ocorre a conexão intersubjetiva concursal quando duas ou mais infrações tiverem sido praticadas ao mesmo tempo e por várias pessoas reunidas, ainda que sem liame subjetivo entre as condutas.

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