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OS SINAIS RISCADOS – LEI DE PEMBA

No documento W. W. da Matta e Silva - Umbanda de Todos Nós (páginas 157-176)

A consagração da realidade fundamental por caracteres primitivos tem sido a preocupação das Escolas religiosas que desejem provar a si próprias. Quase todas vão e voltam, nessa pesquisa, invariavelmente à Kaballa, porque, dizem, ela tem a chave do Passado, do Presente e do Futuro.

A união das idéias aos sinais, a Tríade dos números e das letras, são realidades que se tornam Una, quando sabemos e conhecemos que tudo isso se correlaciona a palavras sagradas que traduzem a magia do Som Divino da própria Lei do Verbo.

Ora, em que se sintetizam os grandes mistérios na Kaballa? Um Triângulo, um Quadrado, um Circulo, dez algarismos e vinte e uma letras (há mais uma que acrescentaram vinte e duas, porém é a síntese de todos os significados) que fornecem os princípios do Verbo escrito, mas não são ainda os Princípios originais escritos deste Verbo-Som que coordena o mundo.

Como já demonstramos no mapa n.º 1, o desenho inédito explicativo sobre o circulo cruzado e o triângulo, que representa o Ternário dentro da Unidade ou Lei, com suas Sete Vibrações ou Variantes que se externam de Sete em Sete, em três Planos, tendo na base os Sete Orixás Principais Chefes e Subchefes, têm a sua COMPROVAÇÃO NO MAPA DA NUMEROLOGIA.

Assim, vamos encontrar, por analogia, em uma língua, que não sendo original, muito conserva de sua correspondência direta, qual seja, a língua hebraica, dita da Kaballa, onde Elifas Levi esclarece: “existe um segredo formidável, cuja revelação já derrubou um mundo, como o atestam as tradições religiosas do Egito, RESUMIDAS SIMBOLICAMENTE82 por Moisés, no começo da Gênese.

Este segredo constitui a ciência fatal do Bem e do Mal e o seu resultado, quando é divulgado, é a morte.

82.As maiúsculas são nossas.

Moisés o representa sob a figura de uma árvore, que está no centro do Paraíso terrestre, e que está perto, e até ligada pelas suas raízes, à árvore da vida; os quatro rios misteriosos têm a sua fonte ao pé desta árvore, que é guardada pela espada de fogo e pelas quatro formas da esfinge bíblica, o Querubim de Ezequiel... Aqui devo parar; temo já ter falado demais”.

Sim, existe um dogma único, universal, imprescindível, forte como a razão humana, simples como tudo que é grande, inteligível como tudo que é universal e absolutamente verdadeiro, e este dogma foi o pai de todos os outros.

Sim, existe uma ciência que confere ao homem prerrogativas em aparências sobre-humanas; ei-las tal como as acho enumeradas num manuscrito hebreu do XVI século:

“Eis aqui, agora, quais são os privilégios e poderes daquele que tem na sua mão direita as clavículas de Shlomoh, e na esquerda o ramo de amendoeira florida:

א

Aleph

Vê Deus a face a face, sem morrer, e conversa familiarmente com os sete gênios que mandam em toda a milícia celeste (ver as Sete Vibrações Originais ou os Sete Espíritos de Deus, no Capo 2.º).

ב

Beth

Está acima de todas as aflições e de todos os temores.

Ghimel

Reina com o céu inteiro e se faz servir por todo inferno.

ד

Daleth

Dispõe da sua saúde e da sua vida e pode também dispor das dos outros.

ה

Não pode ser surpreendido pelo infortúnio, nem atormentado pelos desastres, nem vencido pelos inimigos.

ו

Sabe a razão do passado, do presente e a do futuro.

ז

Zain

Tem o segredo da ressurreição dos mortos e a chave da imortalidade. São estes os sete grandes privilégios.

Eis os que se seguem depois:

Cheth

Achar a pedra filosofal.

ט

Teth

Ter a medicina universal.

י

Iod

Conhecer as leis do movimento perpétuo e poder demonstrar a quadratura do círculo.

כ

Caph

Mudar em ouro, não só todos os metais, mas também a própria terra e até as imundícies da terra.

ל

Lamed

Dominar os animais mais fortes e saber dizer palavras que adormecem e encantam as serpentes.

מ

Possuir a arte notória que dá a ciência universal.

נ

Num

Falar sabiamente sobre todas as coisas, sem preparação e sem estudo. Eis aqui, enfim, os sete menores poderes do mago:

ס

Samech

Conhecer, à primeira vista, o fundo da alma dos homens e os mistérios do coração das mulheres.

ע

Hain

Forçar, quando lhe apraz, a natureza a manifestar-se.

פ

Phe

Prever todos os acontecimentos futuros que não dependam de um livre arbítrio ou de causa incompreensível.

צ

Dar de momento e a todos as consolações mais eficazes e os conselhos mais salutares.

ק

Coph

Triunfar das adversidades.

ר

Resch

Dominar o amor e o ódio.

ש

Schin

Ter o segredo das riquezas, ser sempre seu senhor e nunca o escravo. Saber gozar mesmo da pobreza e jamais cair na abjeção nem na miséria.

ת

Thau

Acrescentaremos a este setenário, que o sábio governa os elementos, faz cessar as tempestades, cura os doentes, tocando-os e ressuscita os mortos! Mas há coisas que Salomão selou com o seu tríplice selo...

Os iniciados sabem, basta. Quanto aos outros, que riam, creiam, duvidem, ameacem ou tenham medo, “que importa à ciência e que nos importa?”83

83.Ver Dogma e Ritual Da Alta Magia – de Elifas Levi, págs. 56 e 57.

Vamos encontrar, como dissemos, a sequência deste Verbo escrito, mas não os Sinais originais, reflexo direto deste mesmo Verbo, os quais são privilégios

dos Espíritos celestes, ou seja, dos Orixás chefes que militam na grande Lei de Umbanda.

Assim, vemos que o primeiro e principal Sinal ou LetraMágica da Kaballa, é

א

(ver significado, atrás) que tem sua correspondência fonética e gráfica original, conforme demonstramos, na palavra UMBANDA, em seus caracteres: ALEPH

א

primeiro sinal do alfabeto hebraico e transformação dos tradutores e interpretadores, que é igual a % já por sua vez extraído do aramaico $ que foi a decomposição do original @, que conforme provamos no 1.º Capítulo, é o Primeiro dos Três Caracteres que formam a Palavra UMBANDA.

Todos podem verificar, então, existir vinte e uma variantes do alfabeto hebraico que, de sete em sete, sintetizam todos os conhecimentos de UMA LEI UNIVERSAL e ABSOLUTA, que, por sua vez, se reflete no homem, através de UMA RELIGIÃO que traduz as afinidades do Princípio Fundamental dessa Unidade, cujos caracteres básicos que a definem, são prerrogativas dos ORIXÁS que se identificam na Lei de Umbanda, dentro das Sete Vibrações Originais ou os Sete Espíritos de Deus, quais sejam: ORIXALÁ – YEMANJÁ – YORI – XANGÔ – OGUM – OXOSSI – YORIMÁ, se que para seu uso hermético, possuem os verdadeiros Sinais de identificação e controle, conhecido apenas através de seus expoentes ou Orixás-Chefes, comumente denominados de “pontos riscados ou pontos de pemba”.

Esses sinais riscados, assim conhecidos pelos leigos, são ainda na sua real origem somente comunicados e do conhecimento dos Iniciados de sua Lei. Para sermos coerentes com o que afirmamos, vamos dar e demonstrar o seguinte: existe um Conjunto-tríplice que identifica em três graus os mistérios da Lei de Pemba.

Na Umbanda do momento apenas é usado o Primeiro Conjunto que se chama Chave-simples, que é simbolizado vulgarmente em flechas caprichadas, tipo setinhas, de “inspetoria”, desenhos bem feitos de salomões, cruzes, luas, sóis, estrelas radiosas, espadas de Ogum e machadinhas de Xangô, tudo misturado e sem nexo e que despertam apenas curiosidade em observá-los. Se os nomes que estão postos embaixo, para identificação, forem retirados, os “pontos” ficarão inidentificáveis, não saberemos a quem pertencem, pois NÃO SE DISTINGUEM ENTRE SI.

No entanto, a “coisa” é tão simples, que não sabemos “por que” os “doutores e mentores” não perceberam durante tantos anos que dizem ter de prática nas “milongas” de Umbanda.

Assim como os homens têm a pena para firmar documentos elaborar tratados, codificar leis e expressar cientificamente seu pensamento, os Orixás, Guias e

Protetores usam da pemba (giz bruto), que é uma de suas maiores “armas” na imantação de certas forças, da Magia da Lei, não pelo objeto em si, mas pelo valor de seus Sinais.

Os “Pontos riscados” são ordens escritas (podemos qualificá-los de “grafia celeste”) de UM a VÁRIOS setores com a identidade de quem pode e ESTÁ ORDENADO para isto.

Setor algum, da chamada Quimbanda (Ki-mbanda), pode desobedecer às ordens emanadas por este veículo.

Pelo ponto riscado é que as Entidades se identificam por completo nos aparelhos de incorporação, PRINCIPALMENTE nos semi-inconscientes, pois seus subconscientes, nesses fundamentos, não influem, simplesmente porque não conhecem seus interiores. Para exemplificar: é o mesmo que um aparelho incorporar um espírito arraigado aos caracteres psíquicos, língua e costumes do país onde teve sua última encarnação – um chinês, por exemplo – que vem escrevendo esse idioma, que o aparelho desconhece por completo.

Comecemos mostrando os verdadeiros sinais simples ou caracteres identificadores da junção das Três Bandas ordenadas pela Lei – de Espíritos de CRIANÇAS, CABOCLOS e PRETOS-VELHOS.

Eis os Sinais Cruzados das três Bandas:

Temos, assim, três caracteres que identificam três AGRUPA-MENTOS, ou seja:

Crianças Caboclos Velhos

Até aí, porém, damos apenas a Banda afim. Mas as Entidades podem dar um “ponto riscado” no qual caracterizam Três Fundamentos que se completam, formando um TODO.

1.º)–Pode riscar um Sinal (qualquer um desses acima), que se chama Flecha, quando quer identificar simplesmente sua Banda ou Agrupamento afim.

2.º)– Completa o primeiro com outro, que se diz CHAVE, quando quer firmar com mais precisão a sua identidade para determinados casos, porque costumam usar os Sinais de Flecha e Raiz separados, para a composição de certos conjuntos. Ex.

Pela junção dos Dois sinais (Flecha e Chave), saberemos logo, de uma só vez, a sua Banda (se é criança, caboclo ou preto velho) e sua Linha (qualquer uma das sete) e isso porque os espíritos de crianças estão debaixo de uma só Vibração, a de Yori; os pretos-velhos, de YORIMÁ, mas os caboclos se distribuem em CINCO VIBRAÇÕES DIFERENTES, quais sejam: de Orixalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi e Xangô. Exemplifiquemos a junção dos Dois em Um:

Feitos os dois primeiros, o Orixá-intermediário, Guia ou protetor, se julgar necessário, completa com um TERCEIRO SINAL – TRÍPLICE que se chama RAIZ.

O sinal da RAIZ é o que controla e situa as afinidades entre os Espíritos que se apresentam como pretos-velhos, porque muitos deles, no Grau de Protetores, conservam como soma de seus karmas, os caracteres raciais no corpo astral, como sejam: de Congo, Angola, Cambinda, etc., bem como os espíritos que se apresentam como caboclos, que também, dentro de suas afinidades, se identificam por um sistema igual.

O sinal de RAIZ tem TRÊS características em seu “traçado”, em cada uma das Sete Linhas que identificam ainda a Entidade como Chefe de Falange, Subfalange ou simples integrante.

Para uma identificação total, traça, conforme o objetivo, outros sinais, e forma um conjunto, surgindo então o “ponto” em sua totalidade.

Os fundamentos, na Lei de Pemba, de RAIZ em diante, são ensinados apenas a Iniciados de 2.º Grau até o marco dos positivos.

Os sinais integrais, inclusive os “negativos”, são somente conhecidos por Iniciados do 1.º Grau da Lei de Umbanda.

Assim, vamos dar uma idéia de como estes sinais se tornam difíceis de serem traçados quando não sabemos as suas posições-chaves:

Este é um Conjunto-Simples da junção das Sete Linhas ou Vibrações.

Daremos, a seguir, 7 “Pontos riscados” básicos, a suas Linhas ou Vibrações que são de imantação de forças, e deacordo com as afinidades dos aparelhos dirigentes, pode ser riscado numa tábua de 40x40 cm e posto na mesa de assento do Congá, sempre com um copo contendo água colocado diante dele. A escolha deve ser feita pela dita afinidade, ou seja, pela proteção atuante, isto é, do Guia “chefe de cabeça”.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE ORIXALÁ ou OXALÁ, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE YEMANJÁ, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE YORI, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE XANGÔ, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE OGUM, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da LINHA DE OXOSSI, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Sinais riscados da Lei de Pemba da Linha de YORIMÁ, “Ponto” de Imantação de forças desta vibração dentro da magia dos Orixás.

Estes “Pontos riscados” são sinais que as Entidades traçam ao correr da mão, rapidamente, sem dificuldades.

O que é comum vermos são “pontos simbólicos ou brasões” de Xangôs, de Oguns tais e tais, dos Caboclos ou dos Pais A, B, C, D etc. de execução tão difícil, que as Entidades, para “traçá-los”, necessitariam de régua, compasso, esquadro, penas e tintas especiais, enfim quase todos os apetrechos de desenho.

E mesmo que assim procedessem, tais “pontos” não identificariam a Banda- afim, a Linha-afim, a Categoria ou Plano-afim, pois os desenhos não traduzem e não caracterizam os seus donos.

Brilhante escritor de Umbanda, em livro recente, “jura” que, ninguém sabe os sinais riscados. Diz serem somente do conhecimento das Entidades.

Sim, de fato, não é para qualquer um saber; este conhecimento é privilégio das entidades, mas que só os ensinam aos verdadeiros Iniciados da Lei de Umbanda.

CAPÍTULO 7

No documento W. W. da Matta e Silva - Umbanda de Todos Nós (páginas 157-176)