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A expressão Propriedade Intelectual (PI) abrange os direitos relativos às invenções em todos os campos da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, de comércio e de serviço, aos nomes e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal, às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes, às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, bem como os demais direitos relativos à atividade intelectual no campo industrial, científico, literário e artístico. A FIG. 1 mostra a estrutura legal do sistema de PI, atualmente.

O sistema de propriedade industrial é parte integrante de um macro sistema, o da Propriedade Intelectual (PI), que engloba “todos os processos criativos humanos em todos os campos de atividades regendo também direitos sobre a divulgação de obras literárias, artísticas, arquitetônicas e musicais” (FRANÇA, 2000, p. 160).

Em seguida, apresentam-se brevemente algumas das principais modalidades de PI.

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FIGURA 1 - Estrutura Legal do Sistema de Propriedade Intelectual Fonte: NÚCLEO... NIT/UFSM, 2009.

2.3.1 Marca registrada ®

Protege a marca de negócio e visa mostrar que a mercadoria foi produzida por determinada indústria. Relaciona-se segundo França (2000, p. 160) “à conquista do mercado pelo fabricante e seu prestígio junto ao consumidor, e daí seu valor intrínseco.” Segundo o INPI:

[...] A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo em todo o território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços por ela identificados; a marca, quando bem gerenciada, ajuda a fidelizar o consumo, estabelecendo, assim,

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identidades duradouras - afinal, o registro de uma marca pode ser prorrogado indefinidamente - num mercado cada vez mais competitivo. (INSTITUTO, 2010).

Exemplos: Mercedes Benz, Ferrari, OMO.

2.3.2 Patente de Modelo de Utilidade

Segundo o INPI (2010) enquadra-se na condição de, “Modelo de Utilidade (MU) [o] objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.” Assim é uma modificação realizada num objeto já conhecido ou numa parte dele que tenha uso prático e seja de aplicação industrial, capaz de melhorar seu uso ou sua fabricação. O modelo de utilidade é resultante da capacidade de observação do homem. Assim, tem relação com modificações introduzidas em objetos conhecidos, conferindo uma melhor utilização para o fim a que se destina. A validade máxima é de 15 anos a partir da data do registro e não menos de sete anos a partir da data de concessão, em caráter improrrogável. Desse modo, segundo o INPI:

[...] Não se pode patentear um processo como Modelo de utilidade, somente como patente de Invenção. No caso de um aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção, mesmo que destituído de atividade inventiva, porém ainda dentro do mesmo conceito inventivo, o depositante poderá solicitar um certificado de adição que será acessório a patente e com mesma data final de vigência desta.(INSTITUTO..., 2010).

2.3.3 Desenho Industrial

Pode ser definido como o design (bi ou tridimensional) dos ornamentos característicos de um objeto ou do conjunto de linhas e cores, ornamentos característicos de um objeto (com rótulo) de modo a destacá-lo visualmente, distinguindo o produto dos concorrentes. Assim, segundo o INPI:

[...] Se a criação industrializável for relacionada com a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto de linhas e cores, que possa ser aplicada a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação, deve-se

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requerer um registro de Desenho Industrial. Nesse caso ela não poderá ser considerada uma patente. É importante dar entrada com o pedido na natureza certa, pois embora sejam aceitas conversões de modelo de utilidade em patente de invenção e vice-versa, não se aceitam conversões com desenhos industriais. (INSTITUTO..., 2010).

Como exemplo, temos o desenho da garrafa de Coca-Cola e o desenho arredondado do carro conhecido como “Fusca.”

2.3.4 Patente de Invenção

É uma concepção resultante do exercício da capacidade de criação do homem, solução para um problema técnico específico que pode ser fabricado ou utilizado industrialmente. É um instrumento legal para proteger a invenção aplicável à indústria. Possui validade máxima de 20 anos, a partir da data de depósito e não menos de 10 anos, a partir da concessão (para cobrir os casos de tramitação demorada), sendo também improrrogável.

Segundo França (2000):

[...] O instrumento de patente de invenção é um dos principais componentes do sistema internacional de propriedade industrial. Este sistema é considerado como o conjunto de leis e tratados que tem o objetivo de proteger todas as formas de ativos intangíveis da indústria, ou seja, a riqueza não-material gerada paralelamente à fabricação de bens materiais, e representada por valores voláteis, tais como a tecnologia utilizada, o conceito da empresa junto à clientela, o seu reconhecimento frente aos concorrentes etc. (FRANÇA, 2000, p. 160).

2.3.5 Software

Segundo a CT&IT, nos termos da Lei 9609/98, a proteção de software é feita na forma de direito autoral, com a proteção do código fonte. Entretanto, isso não exclui a proteção pela patente de aplicação do programa. A proteção dos programas é feita, no Brasil, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os direitos do autor são válidos por 50 (cinqüenta anos contados a partir do dia 1 de janeiro do ano subseqüente ao da “Data de Criação”, que é aquela na qual o programa torna-se capaz de executar todas as

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funções para as quais foi criado). Quando o software é protegido, este procedimento já realiza também a proteção do título do programa. (COORDENADORIA... 2009).

2.3.6 Indicação geográfica

Conforme informações encontradas na página da CT&IT, é considerada pela legislação brasileira como indicação geográfica:

[...] a indicação de procedência ou a denominação de origem. Indicação de procedência é o nome geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade de seu território, que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço. Denominação de origem é o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos. Podem requerer o pedido de reconhecimento de um nome geográfico como indicação geográfica sindicatos, associações, institutos ou qualquer outra pessoa jurídica de representatividade coletiva, com legítimo interesse e estabelecida no respectivo território. Nesse caso, essa pessoa jurídica age como substituto processual da coletividade que tiver direito ao uso de tal nome geográfico. (COORDENADORIA... 2009).