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Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 2002

Depois de consagrar – se, tetracampeão do mundo, a seleção brasileira disputou a copa de 1998 na França, onde teve uma belíssima participação, mas foi derrotada pela seleção da casa na fase final do mundial, a amarga derrota para a França ficou engasgada até 2001, quando Luiz Felipe Scolari, foi noticiado como o novo treinador da seleção brasileira.

Ele começou já pressionado, pois o Brasil estava indo mal nas eliminatórias e corria o sério risco de não se classifica para o mundial de 2002, mas na última rodada já com a presença de “Felipão” no gramado a seleção brasileira venceu em casa a Venezuela por 3 x 0, e também contou com o empate do Uruguai com a

Argentina, e com isso, se classificou em terceiro lugar para a copa do mundo de 2002.

No elenco para o mundial, teve alguns questionamentos da imprensa, pois “Felipão” não relacionou Romário, e teve algumas rejeições dos repórteres sobre o grupo dos vinte e três convocados.

Elenco dos 23 jogadores:

Número Posição Jogador Clube onde atuava

1 GO Marcos Palmeiras

2 LD Cafú Roma - ITA

3 ZA Lúcio Bayer Leverkusen

4 ZA Roque Júnior Milan - ITA

5 ZA Edmílson Lyon - FRA

6 LE Roberto Carlos Real Madrid - ESP

7 MC Ricardinho Corinthians

8 MV Gilberto Silva Atlético MG

9 AT Ronaldo Inter de Milão - ITA

10 MC Rivaldo Barcelona - ESP

11 MC Ronaldinho Gaúcho PSG - FRA

12 GO Dida Milan - ITA

13 LD Belleti São Paulo

14 ZA Anderson Polga Grêmio

15 MV Kléberson Atlético PR

16 LE Júnior Parma - ITA

17 AT Denílson Real Bétis - ESP

18 MV Vampeta Corinthians

19 MC Juninho Paulista Flamengo

20 AT Edílson Cruzeiro

21 AT Luizão Corinthians

22 GO Rogério Ceni São Paulo

23 AT Kaká São Paulo

TEC Luiz Felipe Scolari CBF

A partida de estreia da seleção brasileira foi no dia 3 de junho de 2002, contra a Turquia, o técnico “Felipão” utilizou um sistema muito defensivo, optando em povoar o meio campo, pois se tratava da primeira partida e o Brasil vinha muito pressionado com os resultados anteriores, com isso, iniciou – se o jogo com o esquema 3-6-1, Marcos (goleiro), três zagueiros, Edmílson, Lúcio e Roque Júnior, no meio campo, Cafú e Roberto Carlos (alas), Gilberto Silva, Juninho Paulista, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, e no ataque apenas Ronaldo, variando durante o jogo para um 3-5-2, utilizando Rivaldo mais a frente, já a seleção turca, veio para campo extremamente defensivo, utilizando o 5-3-2. A Turquia surpreendentemente abriu o placar no primeiro tempo com gol do atacante Sas, no segundo tempo Ronaldo empatou para o Brasil, e logo depois em uma falta duvidosa o juiz marcou pênalti em cima de Luizão e Rivaldo marcou para a equipe verde e amarela, e com isso fechou o placar com uma vitória de virada e tirando o peso da estreia.

Na segunda partida da fase de grupo, a seleção brasileira enfrentou a China, que vinha de derrota para a Costa Rica, o Brasil iniciou o jogo com apenas uma substituição em relação à primeira partida, a entrada de Anderson Polga no lugar de Edmílson, mas o sistema era o mesmo, o 3-6-1, variando para 3-5-2, já a seleção chinesa era extremamente defensiva, entrou em campo esquematizada para jogar no 4-5-1, mas não foi o suficiente para assegurar os brasileiros, que os mesmos, não tiveram conhecimento do adversário e golearam por 4 x 0, gols de Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.

Com a classificação garantida, o Brasil entrou em campo contra a Costa Rica, partida válida pela terceira rodada da primeira fase, com isso, jogou com uma equipe mista, com intuito de poupar alguns titulares e também dar ritmo de jogo para os reservas, o técnico “Felipão” aproveitou o jogo e mudou o sistema tático, colocando dois atacantes de origem para começar a partida, Ronaldo e Edílson, e assim jogaram no sistema 3-5-2, os costarriquenhos, precisavam de pelo menos o empate para se classificar, pois tinha uma vitória e um empate e iniciaram o jogo com o sistema 5-3-2, acreditando em um possível contra-ataque para matar o jogo, mas o que se viu foram totalmente ao contrário, os brasileiros em apenas trinta e oito minutos de jogo fizeram 3 x 0, com dois gols de Ronaldo e um golaço de Edmílson de bicicleta, mas logo depois aos trinta e nove Wanchope descontou para a Costa Rica, no segundo tempo ainda teve o gol do Gomez diminuindo a vantagem, mas demorou apenas seis minutos e o Brasil ampliou o placar com mais dois gols,

marcados pelo ala esquerdo Junior e o meio campista Rivaldo, finalizando a partida em 5 x 2. Assim o Brasil se classificou em primeiro colocado do grupo e a Costa Rica perdeu a vaga de segundo lugar para a Turquia.

Nas oitavas de final a seleção brasileira enfrentou a Bélgica, que havia se classificado em segundo lugar no grupo “H”, o Brasil neste jogo voltou com a equipe e o esquema tradicional naquela copa, o 3-6-1, já o técnico da seleção belga, Robert Waseige, optou em povoar o meu campo, com o sistema, 2-6-2. O primeiro tempo da partida foi muito disputado, porém, não saiu do empate sem gols, mas no segundo tempo os gols apareceram, aos vinte e dois minutos, Rivaldo dominou no peito e chutou de fora da área e fez um golaço, 1 x 0 para o Brasil, o jogo continuou complicado, a defesa brasileira se defendia bastante, e aos quarenta e dois, Ronaldo chutou e ampliou o placar de 2 x 0, concretizando a classificação do Brasil para as quartas de final.

Depois de uma vitória sofrida contra a seleção da Bélgica, os brasileiros tinham no caminho a Inglaterra, que havia vencido por 3 x 0 a Dinamarca nas oitavas de final. No jogo contra os ingleses, o técnico Luis Felipe Scolari “Felipão”, optou em colocar o meio campista Kléberson de titular e deixou Juninho Paulista no banco de reserva, mas o sistema tático era o mesmo, 3-6-1, os ingleses jogavam em uma estratégia mais equilibrada, o 4-4-2, com o astro da equipe David Beckham comandando o meio campo inglês.

No inicio da partida, as duas equipes se encontravam equilibradas, uma respeitando a outra, mas aos vinte e dois minutos do primeiro tempo, o meio campista Michael Owen, aproveitou a falha dos defensores brasileiros e fez o gol para a Inglaterra, o jogo parecia que iria terminar em desvantagem para o Brasil, quando Ronaldinho Gaúcho disparou com a bola pelo meio campo e tocou para Rivaldo chutar de primeira no canto do goleiro britânico, com o gol aos quarenta e sete do primeiro tempo, o Brasil igualava o placar na cidade de Shizuoka no Japão.

Os jogadores brasileiros começaram o segundo tempo com o mesmo ritmo que terminaram o primeiro, logo aos cinco minutos Ronaldinho Gaúcho cobrou uma falta pela direita da intermediária, com intuito de lançar para a área, mas conseguiu o mais inusitado, a bola foi para o gol e pegou o goleiro Seaman adiantado, com isso, o Brasil virava a partida para 2 x 1, logo depois do gol, Ronaldinho Gaúcho, que até então era o protagonista da partida, deu uma entrada forte no defensor Mills, e levou cartão vermelho direto, deixando a seleção brasileira com um jogador a

menos, o técnico Sven-Göran Eriksson, substituiu a equipe e colocou mais jogadores ofensivos, mas a sua substituição não surgiu efeitos, e o Brasil seria semifinalista da copa do mundo de 2002.

No jogo de semifinal, os brasileiros voltaram a enfrentar a Turquia, que haviam jogado e derrotado na fase de grupos, mas no dia 26 de junho de 2002, o jogo era extremamente mais importante do que o último enfrentamento, pois tratava – se, de uma decisão de vaga para a final da copa do mundo. Com suspensão de Ronaldinho Gaúcho, “Felipão” optou em colocar mais um atacante junto com Ronaldo e o escolhido foi o “baixinho” Edílson, sendo assim, o sistema também alterou, mudando para o 3-5-2, mesma estratégia usada pelo treinador turco, o jogo como previsto, era muito disputado, tendo uma grande e forte marcação no meio campo de ambos os lados, o gol saiu apenas no segundo tempo, com um chute de “bico”, Ronaldo fez a alegria dos brasileiros, e com isso, veio também à classificação para a final da copa do mundo.

No dia 30 de junho de 2002, o Brasil entrava em campo pela terceira vez seguida na final da copa do mundo, pois já tinha sido tetracampeão em 1994 e vice- campeão em 1998. O jogo a disputar era contra a fortíssima seleção da Alemanha, que tinha um desempenho de cinco vitórias e um empate naquele mundial, já os canarinhos tinham seis vitórias e nenhum empate, o Brasil contava com o retorno de Ronaldinho Gaúcho, e assim, “Felipão” voltou a usar o esquema já tradicional naquela copa, o 3-6-1, os alemães eram mais ofensivos, jogavam no esquema 2-5- 3. O jogo tinha literalmente cara de final de copa do mundo, pois uma equipe totalmente defensiva e outra extremamente ofensiva, mas o setor defensivo da seleção brasileira teve grande êxito nesta partida, e consequentemente o ataque retribuiu com gols, conforme relatos de Acquarone:

A final começou nervosa e aos 9 minutos dois jogadores já tinham recebido cartão amarelo por falta violenta -- Roque Júnior e Miroslav Klose. Depois que os ânimos se acalmaram, as melhores chances do primeiro tempo foram para o Brasil. Aos 19 minutos, Ronaldinho Gaúcho lançou Ronaldo na direita. O atacante da Inter de Milão ficou de frente para o goleiro Oliver Kahn e tocou de perna esquerda, mas a bola saiu. A mesma jogada aconteceu aos 30 minutos, quando Ronaldinho tocou por cobertura para Ronaldo dentro da área. Ele chutou de direita, desequilibrado, e Kahn ficou com a bola. No final da primeira etapa o Brasil teve outras três oportunidades de abrir o placar. Aos 42 minutos, Kléberson recebeu passe pelo meio, avançou e tocou de perna esquerda para fora, com a bola passando perto da trave esquerda do goleiro alemão. Aos 45, Kléberson chutou bonito de fora da área e a bola explodiu na trave superior. Um minuto depois, Roberto Carlos arriscou de fora da área e a bola ficou com

Ronaldo, que tocou de perna esquerda e Kahn fez a defesa com os pés. No começo do segundo tempo, a Alemanha voltou pressionando. Logo aos 2 minutos, Jeremies tocou de cabeça após escanteio da esquerda e Edmílson salvou com os pés antes de a bola chegar ao gol. Dois minutos depois Neuville cobrou falta pelo lado direito e quase marcou. Marcou desviou e a bola tocou na trave esquerda do gol brasileiro. O Brasil respondeu aos 7 minutos. Gilberto Silva subiu mais alto que os zagueiros da Alemanha e tocou de cabeça. Kahn defendeu e no rebote dentro da pequena área, Gilberto chutou para fora. Aos 12 minutos, Hamann avançou pelo meio e chutou forte de fora da área. A bola passou por cima. O gol brasileiro saiu aos 22 minutos. Ronaldo desarmou Hamann perto da grande área e tocou para Rivaldo. O meia-atacante chutou forte de fora da área, Kahn rebateu e Ronaldo desviou para o fundo do gol. O gol deu tranquilidade aos brasileiros, que ampliaram aos 34 minutos. Kléberson tocou da direita, Rivaldo deixou a bola passar e a bola sobrou para Ronaldo, que tocou de lado de pé no canto esquerdo do goleiro alemão. Aos 40 minutos, Felipão colocou Juninho Paulista no lugar de Ronaldinho. Nos minutos finais, a Alemanha tentou chegar ao gol, mas o Brasil tocou bem a bola e ainda teve Denílson na vaga de Ronaldo, que deixou o gramado aplaudido e chorou no banco de reservas.

Podemos analisar que a seleção brasileira de 2002, vinha de uma campanha o baixo do esperado nas eliminatórias, e trouxe consigo uma desconfiança sobre o elenco, com isso, o técnico “Felipão” optou em utilizar na maioria dos jogos o esquema 3-6-1, alternando dentro da partida para o 3-5-2, este sistema era muito defensivo, e os brasileiros jogavam no contra-ataque, esta atitude foi para não expor totalmente a equipe e sim jogar com mais cautela dentro da competição, em certos momentos por motivos de suspensão, os brasileiros jogaram também com dois atacantes de referência, modificando a equipe para o 4-4-2, que se torna uma equipe mais equilibrada.

2 METODOLOGIA

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