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Uma análise dos sistemas táticos do futebol utilizado pela seleção brasileira na conquista dos cinco mundiais

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

CAMPUS SANTA ROSA

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUDAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

MARCELO LUIS BRUM

UMA ANÁLISE DOS SISTEMAS TÁTICOS DO FUTEBOL UTILIZADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA CONQUISTA DOS CINCO MUNDIAIS

Santa Rosa 2014

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MARCELO LUIS BRUM

UMA ANÁLISE DOS SISTEMAS TÁTICOS DO FUTEBOL UTILIZADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA CONQUISTA DOS CINCO MUNDIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciado em Educação Física.

Santa Rosa 2014

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DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa final do curso de formação de nível superior, primeiramente a minha família, em especial à meu pai Luis Guerino Brum, que independente de onde estiver, está comigo a cada passo de minha trajetória, iluminando meus caminhos. Sua saudade, me das forças para ser a cada dia uma pessoa melhor, buscando dar o máximo de mim sempre. A minha mãe Cleidi Maria C. Brum, que com seu jeito, seu carinho e seu amor me impulsionam a buscar o novo, com garra e dedicação.

A meu irmão Gabriel Luis Brum, que está comigo em todos os momentos, aconselhando - me nos momentos difíceis e comemorando comigo todas as minhas vitórias, a Kamila Lehr, minha namorada, pelo seu apoio, carinho e atenção, pois com certeza sem ela não iria conseguir tirar forças para realizar este trabalho.

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“Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos que as grandes proezas da história foram conquistadas daquilo que parecia impossível.”

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo o interesse de conhecer a história do futebol Mundial, brasileiro e a evolução dos sistemas táticos no decorrer das copas do mundo em que o Brasil sagrou-se campeão. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, que foi desenvolvida através de livros, artigos científicos e relatos históricos por principalmente acreditarmos que a história do Futebol nos dá referências de um dos desportos mais praticado e que deveria ser mais apoiado e vivenciado por todos os alunos nas escolas. Apresentam-se no decorrer da pesquisa dados relacionados a fatos marcantes da história deste esporte, praticado mundialmente, como por exemplo, países de referência da criação do esporte, termos utilizados na época, a inicialização da profissionalização dos jogadores, as dificuldades enfrentadas pelas seleções na primeira copa do mundo, regras iniciais do jogo, os principais jogadores da seleção brasileira nos anos em que o Brasil sagrou-se campeão e os principais sistemas táticos utilizados pela seleção nestas datas específicas. Analisando todos os fatos mundiais e nacionais, percebe-se que o Brasil foi Campeão usando um sistema tático que é a distribuição e posicionamento dos jogadores no campo além das características individuais e coletivas dos atletas. Salientamos que o Brasil mesmo não tendo sido o país de referência para o surgimento desta modalidade, é o país de maior numero de crianças, jovens e adultos que praticam esta modalidade por isso é destaque na formação de bons jogadores, e isto é visto principalmente por ser o Brasil o país com o maior número de títulos mundiais, sendo ele o único pentacampeão. Conclui-se que o futebol na sua história revela um esporte de massa, do povo. Os sistemas táticos que o Brasil utilizou na conquista dos mundiais são: 4-2-4, 3-4-3, 3-3-4, 4-4-2, 3-6-1 e 3-5-2.

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ABSTRACT

This study aims to interest to know the history of World football, Brazil and the evolution of tactical systems throughout the world cups in which Brazil became champion. This is a literature review of research, which was developed through books, scientific papers and historical accounts by mostly believe that the history of Football gives us references one of the most practiced sports and should be supported and experienced by all students in schools. We present during the research data related to important events in the history of this sport, practiced worldwide, such as reference countries in the creation of the sport, terms used at the time, the initialization of the professionalization of the players, the difficulties faced by the selections the 1st world cup, initial rules of the game, the main players of the Brazilian team in the years in which Brazil became champion and the main tactical systems used for selecting these specific dates. Analysing all the world and national events, one can see that Brazil was champion using a tactical system that is the distribution and placement of players on the field beyond the individual and collective characteristics of athletes. We emphasize that Brazil has not been the same reference country for the emergence of this type, is the country with the largest number of children, youth and adults who practice this sport so it is highlighted in the formation of good players, and this is mainly viewed that Brazil is the country with the largest number of world titles, he is the only five-time champion. We conclude that football in its history reveals a mass sport, the people. Tactical systems that Brazil used in the conquest of the world are: 4-2-4, 3-4-3, 3-3-4, 4-4-2, 3-6-1 and 3-5-2.

KEYWORDS: History, Football, Tactical System, World Cup

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INTRODUÇÃO ... 7

1 FUTEBOL E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA ... 9

1.1 O Início Do Futebol No Brasil ... 12

1.2 A Evolução Dos Sistemas Táticos ... 13

1.3 A História Das Copas ... 16

1.4 Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 1958 .... 18

1.5 Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 1962 .... 20

1.6 Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 1970 .... 24

1.7 Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 1994 .... 27

1.8 Sistema Tático Usado Pela Seleção Brasileira Na Copa Do Mundo De 2002 .... 31

2 METODOLOGIA ... 37

2.1 Tipo De Pesquisa ... 37

CONCLUSÃO ... 38

REFERÊNCIAS ... 40

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INTRODUÇÃO

O presente estudo de conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul trata-se de uma revisão bibliografica, focada na história do futebol mundial e brasileiro, a evolução das copas do mundo e os principais sistemas táticos utilizados pela seleção brasileira nas copas em que o Brasil foi campeão.

Atualmente os esportes principalmente o futebol têm espaço enorme dentro da mídia, com programas de televisão, revistas especializadas, cadernos específicos em jornais, rádio, internet, fazendo com que muitos jovens busquem desde cedo o esporte como meio de lazer ou simplesmente por uma melhor qualidade de vida. Este fascínio que o esporte desperta interesse de como futebol do Brasil sempre é visto como um dos melhores do mundo. Nesta pesquisa buscamos identificar a história do futebol que começa com a história da humanidade.

O interesse em buscar maior conhecimento acerca do tema proposto surgiu da necessidade de ampliar e entender o contexto histórico, entender as perspectivas quanto ao assunto, na intenção de estar apto, a coordenar uma equipe, ou auxiliar na formação de futuros profissionais de Educação Física, no papel de orientador.

Diferente do que muitos imaginam o futebol originou-se nos primórdios de sua história, na Itália, mas precisamente em Florença no ano de 1529 tendo como objetivo a resolução de divergências políticas, com 27 jogadores para cada lado, era denominado por “cálcio” e tinha características semelhantes a uma partida de “rugby”.

Já no Brasil o futebol nasceu 365 anos depois, quando o “pai do futebol brasileiro” Charles W Miller, retorna ao país, após ter passado parte de sua infância e sua adolescência na Inglaterra, e em sua bagagem traz duas bolas, uma bomba de ar dois uniformes e o que alguns anos depois seria a paixão nacional a arte do

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futebol. Com seu talento, Charles, leva até seus colegas – altos funcionários da Cia de Gás, do Banco de Londres e Ferrovia São Paulo Railway as principais regras da época do jogo, o que aos poucos acabou sendo disseminado por todo o país.

O novo esporte no Brasil vingou significativamente no ano de 1902 no primeiro campeonato Paulista que foi idealizado por Charles, que também se destacou como artilheiro com 10 gols em nove jogos.

Após se tornar um jogo conhecido e adorado mundialmente, criou-se a competição com nível de excelência máxima, onde os principais jogadores defendem as cores de seus países na busca pela conquista do título de campeão mundial, com sua primeira edição no país uruguaio no ano de 1930.

Juntamente com a evolução do futebol, a profissionalização dos jogadores, evolui também as táticas de organização dos jogadores dentro de campo, na intenção de facilitar a marcação de gols e dificultar a atuação do time adversário, denominados sistemas táticos, com a intenção de conhecer essa evolução, optou-se por analisar as atuações da seleção Brasileira nas copas do mundo em que o Brasil se consagrou campeão, que foram as copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.

O Futebol é um dos desportos mais praticado no mundo, onde muitos jogam por prazer outros como profissão, ganhar dinheiro, crescer profissionalmente, mas todos realizam suas praticas visando à satisfação, a saúde na formação de cidadão. Muitas crianças sonharam e sonham em ser jogador de futebol, país alimenta essas expectativas de um futuro melhor.

O estudo foi desenvolvido em capítulos, em relação ao um estudo sobre a evolução histórica do futebol a qual aborda o surgimento e a pessoa que instituiu o futebol no mundo e no Brasil.

No primeiro capitulo abordaremos sobre a história das copas, como surgiu, que ano que foi realizada primeira copa, qual foi o primeiro país sede, e também teremos uma tabela ilustrando todos os campeões e aonde aconteceram as copas.

No segundo capitulo analisamos os sistemas táticos utilizados pelo Brasil nas conquistas da copa do mundo, podendo observar que desde primeira conquista que foi em 1958 até a de 2002, os técnicos brasileiros evoluíram significativamente na parte tática da equipe, distribuindo melhor os jogadores dentro de campo.

O estudo revelou que é importante o conhecimento e aplicação do sistema tático dos jogadores para a equipe.

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1 FUTEBOL E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA

O principal foco almejado ao realizar esta pesquisa, será identificar os principais sistemas táticos no decorrer da história das copas em que o Brasil foi campeão. Acredita-se na importância do presente projeto, pois como o futebol é um dos esportes mais praticados em âmbito profissional e amador, mundialmente, cabem aos profissionais de Educação Física, entendê-lo, dominá-lo (teoricamente) e estuda-lo.

Por ser mundialmente e principalmente nacionalmente uma paixão, a prática do esporte, cresce gradativamente com o passar dos anos, e junto com este crescimento, vem o aperfeiçoamento dos profissionais nesta categoria, o Brasil em especial denominado o país do futebol, por ter se destacado não apenas em copas, mas na formação de diversos craques em sua história, como por exemplo, Garrincha, Pelé, Rivelino, Romário, Ronaldo, entre outros tantos, que serão citados no decorrer das copas e ou não.

O autor Moraes et al. (apud MANTOVANI e FRISSELLI et al., p.10 1999), “o primeiro relato na história do futebol vem da Itália com data de 17 de fevereiro de 1529, em Florença especificamente na Piazza Santa Croce, os autores contam que 27 jogadores para cada time, resolveram tirar suas divergências políticas em uma partida de “cálcio”, o principal foco das equipes era fazer o maior numero de gols, os grupos se armaram taticamente com 15 jogadores no ataque, 5 no meio de campo e 7 na defesa”.

Na decorrência de relatos, percebeu-se que um termo muito utilizado em todos os estudos era o “cálcio”. No intuito de conhecer o significado deste termo “buscou-se através de (SILVA, SDINEY BARBORSA, 2005, p.5)”. Que caracterizava a partida que era disputada com praticamente as mesmas regras do “rugby”, onde os jogadores podiam arremessar a bola com os pés e/ou com a mão, além de ter instituído a violência e a agressividade como característica importante nas partidas.

O jogo começou a ficar famoso entre os países em geral. Conforme, Moraes (2006, p. 2),

Após a introdução do esporte, o primeiro passo em busca da evolução foi no ano de 1660 quando o numero de jogadores diminuiu para 17, que se armavam taticamente em 4 diferentes linhas 3-4-5-5, o que mostra que o numero de jogadores diminuiu mas o intuito principal dos times continuava sendo exclusivamente fazer gols.

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Contudo, diz-se que o futebol foi criado na Inglaterra, porém segundo Moraes et al. (apud Melo et al., p.15 1999), na verdade foi neste país em 1860 que se criou um modelo de time formado por 11 jogadores, que é utilizado até os dias de hoje, além do que também neste país em 1863, o futebol foi oficialmente regulamentado, deixando de ser um esporte sem regras, que chegava a ser confundido com o “rugby” e já possuía 14 regras que o caracterizavam.

Salientamos que estas regras fazem parte da história e evolução do futebol discutida e sancionada pela FIFA. Com a realização da Copa do Mundo a comissão da arbitragem avaliava os acontecimentos e alterava as regras conforme decisão deste comitê.

Tabela 1 – Primeiras regras regulamentadas no ano de 1863

Regras Regulamentadas

Numero Descrição de Regra

1 O comprimento máximo do campo deverá

ser de 200 jardas (180 metros) e a largura máxima deverá ser de 100 jardas (90 metros); o comprimento e a largura deverão ser separados com bandeiras, e o gol deverá ser delimitado por dois postes verticais distantes um do outro 8 jardas (7,32 metros) e não atravessados por nenhuma tira ou barra.

2 A partida deverá iniciar com um chute de

bola parada, do centro do campo, pelo time que vencer no sorteiopor cara ou coroa; o time adversário não deverá aproximar-se da bola, num raio de 10 jardas (9,15 metros), até que o pontapé inicial seja dado. Após a marcação de um gol, a equipe perdedora terá direito a dar o pontapé inicial.

3 Os dois times deverão trocar de gols, depois

que cada gol for marcado.

4 . Um gol será conquistado quando a bola

atravessar o espaço entre os postes do gol (a qualquer altura), sem ser arremessada, socada ou carregada com as mãos.

5 Quando a bola estiver fora de campo, o

jogador que reiniciar a partida deverá fazê-lo, chutando ou arremessando a bola, desde

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o ponto da linha lateral em que deixou o terreno de jogo, numa direção tal que forme um ângulo reto com a linha lateral.

6 Um jogador estará impedido quando se

colocar à frente da linha da bola. E deverá

retornar após a bola, o mais

rápido possível. Se a bola for chutada do seu próprio lado, passada por um jogador, ele não deverá tocá-la, nem avançar, até que um jogador do lado adversário a tenha chutado primeiramente, ou um jogador do seu próprio lado posicionado a sua frente ou no seu mesmo nível, tenha condições de chutá-la.

7 Caso a bola vá para trás da linha de fundo,

se um jogador ao qual o gol pertence tocar a bola primeiramente, um jogador do seu lado terá direito a dar um tiro livre, da linha de fundo do ponto oposto onde a bola deverá ser tocada. Se um jogador adversário tocar a bola primeiramente, um jogador do seu lado terá direito a dar um tiro livre, de um ponto situado a 15 jardas (aproximadamente 14 metros) fora da linha de fundo, oposto ao local onde a bola é tocada.

8 Se um jogador fizer um fair catch¹, terá

direito a um tiro livre, caso o solicite, fazendo um sinal com o calcanhar, imediatamente; e, para dar tal tiro, poderá avançar além de sua marca, até que tenha chutado.

¹FAIR CATCH: É quando a bola é

dominada, após ter tocado o adversário, ou ter sido chutada, socada ou arremessada pelo adversário, e antes de ter tocado o campo ou algum jogador do lado que a esta dominando; contudo, se uma bola for chutada de fora do campo, ou de trás da linha de fundo, um fair catch não poderá ser feito.

9 Um jogador terá permissão de correr com a

bola, em direção ao gol adversário, se fizer um fair catch, ou dominar a bola no primeiro limite do campo; todavia, em caso de fair catch, se ele fizer um sinal, então não deverão correr.

10 Se um jogador correr com a bola, em

direção ao gol do adversário, qualquer outro jogador do lado adversário terá permissão

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uma rasteira², dar uma canelada³ ou tirar a bola dele; entretanto, nenhum jogador deverá ser detido e levar canelada ao mesmo tempo.

²RASTEIRA: É o fato de derrubar o

adversário, utilizando as pernas, sem dar canelada ou chargear.

³CANELADA: Consiste em chutar o adversário, na parte da frente da perna, abaixo do joelho.

11 Nem rasteira nem canelada serão

permitidas, e nenhum jogador deverá utilizar as mãos ou os cotovelos para segurar ou empurrar o adversário, exceto nos casos prescritos pela Lei nº 10.

12 Qualquer jogador poderá chargear* um

outro, desde que ambos estejam em active play. Um jogador poderá chargear* mesmo que esteja impedido.

*CHARGEAR: É investir contra o

adversário, por intermédio do ombro, do peito ou do corpo, sem usar mãos ou pernas.

13 Um jogador terá permissão de arremessar a

bola ou passá-la para outro, se fizer um fair catch ou dominar a bola no primeiro limite de campo.

14 Nenhum jogador terá direito a usar pregos,

placas e ferro ou gutas-perchas,

nas solas ou nos saltos de suas chuteiras. Fonte: www.sportv.globo.com (2013)

1.1 O INÍCIO DO FUTEBOL NO BRASIL

A relação do Brasil com o futebol iniciou quando as famílias de elite começaram a enviar seus filhos para a Inglaterra, na intenção de estudar, os brasileiros conheceram o esporte dentro das universidades inglesas.

Conforme Silva (2011 p 35)

Assim, não fica difícil de pensarmos no processo de construção do futebol no Brasil, pois as elites que enviam seus filhos à Inglaterra para realização de estudos15(no Brasil ainda não havia universidades) é a mesma elite que financia o processo de urbanização e industrialização do Brasil. Muitos clubes de futebol nasceram dentro desta estrutura econômica e social e os primeiros clubes quando não eram organizados pelas elites se

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apresentaram pela organização dos estudantes como no caso do Botafogo de Futebol e Regatas; ou da organização dos trabalhadores como a Associação Atlética Ponte Preta fundada por jovens filhos de ferroviários da Companhia Paulista de Ferrovias16 sob uma ponte da própria Companhia. O mesmo caso se aplica ao Paulista Futebol Clube da cidade de Jundiaí também fundado por funcionários da Companhia paulista de Ferrovias.

Porém em terras brasileiras, propriamente dito o futebol teve inicio 365 anos após seu nascimento em Florença na Itália, quando ao retornar de seus estudos Charles Miller, retorna a seu país de origem, portando em sua mala duas bolas, uma bomba de ar e dois uniformes, além da paixão pelo esporte, inicia-se o processo de disseminação. Onde de forma individual, em jogos informais, Charles começa a ensinar a técnica e a tática da época.

A partir daí, dar-se inicio as primeiras competições onde por vezes Charles era competidor, e em outras arbitro, pois além de dominar magnificamente a técnica, Charles também conhecia com excelência as regras que regiam o jogo. Aproximadamente no ano de 1902, surgem os primeiros relatos da primeira competição oficial no Brasil, que foi o campeonato paulista, idealizado por Charles.

Porém conforme Silva 2011 o Sport Club Rio Grande (time gaúcho), é oficialmente o primeiro clube mais antigo do Brasil, afirmando:

Temos ainda o caso do Sport Club Rio Grande idealizado basicamente por um grupo de elite da cidade de Rio Grande nos escritórios da extinta firma Thonsen & Cia. A ata de fundação do clube foi lavrada anos depois no Clube Germânia, outro espaço das elites Rio Grandense. É a mesma condição de fundação do SPAC São Paulo Athletic Club por engenheiros da antiga empresa “inglesa” São Paulo railway, esta também financiava a construção de ferrovias no interior do estado de São Paulo. (p.35).

Com o nascimento do futebol, nasce também uma paixão nacional, seu crescimento e seu desenvolvimento no Brasil, garantiu-nos o titulo de país do futebol, sendo não apenas um país com times que garantiram títulos regionais, nacionais e mundiais, mas também um país que teve a formação de inúmeros craques, cobiçados por times internacionais inclusive.

1.2 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS TÁTICOS

Como já descrito, “os times tinham como único propósito o ataque, esta intenção sobrepunha-se a qualquer sistema organizacional, dando origem a

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sistemas absurdos que deixavam inúmeras áreas do campo descobertas, sistemas estes como o já citado 1-1-8 e 1-2-7. Com o passar do tempo, a implementação de algumas regras fez com que os times se conscientizassem de que a evolução das armações táticas seria fator determinante para certas circunstancias, passando por sistemas como o 2-2-6 e 2-3-5”. (KORBES, 2010, p.8)

Por mais de 30 anos conforme o que diz Moraes et al. (apud Chapman Herbert et al., p.9 1925), “o sistema que perdurou mais utilizado foi o sistema WM, onde o centro médio era o terceiro zagueiro e o jogo de meio campo ficava a cargo dos médios extremo e dos atacantes centrais, e levava este nome pois quando visto do alto a formação tinha o aspecto de um W sobre um M. Onde as equipes jogavam com 1 goleiro, 3 zagueiros, 2 médios recuados, 2 médios avançados e 3 atacantes, 3-2-2-3”.

Com este esquema percebe-se que as equipes ficaram mais defensivas, com o recuo de um meia, na época este sistema também ficou conhecido como “defesa cerrada”, junto com a modernização do futebol de forma geral, e com a melhoria dos profissionais, em aspectos técnicos, físicos, houveram também a consolidação de novos esquemas táticos que são utilizados até os dias de hoje como por exemplo 4-3-3 e 4-4-2.

Segundo, Moraes (2004, p.45),

[...] no Chile, a equipe brasileira seria bicampeã utilizando um novo sistema, recuando 1 atacante para auxiliar no bloqueio de meio campo formando assim o 4-3-3. Pela presença de três homens caracteristicamente de ataque, sendo este considerado o sistema mais ofensivo dos sistemas modernos. É constituído por uma linha de quatro zagueiros, dois laterais e dois centrais[...]

Este sistema foi criado na intenção de formar uma equipe mais ofensiva, claro que para isto além da diferenciação nas posições dos componentes, este sistema exige um preparo técnico expressivo dos jogadores, diferente dos demais sistemas utilizados até então. Para sua formação atual foram realizadas adaptações de sistemas antigos como por exemplo o 4-2-4.

A data de criação de outro sistema importante que é utilizado até hoje, varia conforme alguns autores, do final da década de 60 há década de 70, sendo este, o sistema 4-4-2, Neto (2009), afirma que neste sistema o destaque está na forte

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marcação do meio campo e na prioridade de defender e distribuir as jogadas do adversário.

Conforme Moraes (2004, p.24) “este sistema permite diversas formações em uma mesma partida, sem a necessidade da troca de jogadores, variando do 4-3-3 tornando a equipe mais ofensiva, ao 3-5-2 recuando o volante para atuar como líbero e com isto liberando os laterais para atacar”.

De forma geral percebe-se que com a possibilidade de variações este sistema acaba sendo mais fácil de ser trabalhado no decorrer da partida, adaptando-se ao segmento do jogo e suas características, permitindo que o time se feche no momento exato, e ataque em outros momentos, sem a necessidade de realizar muitas trocas de jogadores.

Como toda evolução, e novas estratégias, geram divergências, entre técnicos, e estudiosos do futebol, alguns dizem que o sistema 4-4-2 vulnerabilizou, a equipe pela constante subida dos laterais e a saída de pelo menos um dos volantes para auxiliar na armação de jogadas e ataque, com isto criou-se outro sistema tático o 3-5-2, estando este ocupando lugar de destaque no futebol, pois de forma significativa reforça a defesa. Isto foi relatado em estudos de (MORAES, 2004, p.24), que afirmam ainda que este sistema foi criado na Itália na década de 70.

No “começo dos anos 80, os times passaram a abrir mão do trio com centroavante e dois ponteiros. A Itália, campeã do mundo na Espanha, em 1982, usava, por exemplo, um ponteiro e um atacante de referência. Começou nessa época, também, o que, para muitos, foi uma evolução no futebol: o povoamento do meio-campo em detrimento do ataque. Os técnicos passaram a abrir mão de um dos ponteiros. Algumas seleções, como o Brasil de Telê Santana, usaram essa forma na Copa de 1982”. (Moraes et al. apud CHAPMAN HERBERT et al., 1925).

Os mesmos autores também afirmam que o esquema com três zagueiros foi usado por 75% das seleções das Copas de 1986 e 1990. E voltou a ter sucesso no pentacampeonato da seleção brasileira.

E seguem afirmando que como nas primeiras copas o ataque era privilegiado com cinco atacantes, em 1998, na França, surgiu o esquema com apenas um na frente. O 4-5-1 foi apresentado pela Noruega. O sistema prega que, sem a posse de bola, o meio-campo deve ser povoado. O que, defendem, facilitaria a recuperação da bola por forçar o chute e a ligação direta com o ataque. Com o

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passar dos anos, o 4-5-1 dos noruegueses foi aprimorado e derivou para 4-2-3-1, com três meias se aproximando do centroavante.

Podemos observar na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, que os principais sistemas táticos utilizados pelas seleções são o 4-4-2 que gera um maior equilíbrio entre a equipe, o 4-2-3-1 utilizado pela seleção Brasileira que joga com três meias de ligação e apenas um centroavante e também o 3-5-2 onde são utilizados três zagueiros e assim liberam os laterais para atuar como alas.

1.3 A HISTÓRIA DAS COPAS

Com a expansão do futebol em todo o mundo, e com o inicio da profissionalização dos jogadores, em 1930 no Uruguai, surge o principal evento futebolístico que segue em evidencia máxima até os dias de hoje, a copa do mundo. Apesar deste evento ter sido um importante marco na história do futebol, os relatos e dados sobre a criação do mesmo, são escassos.

Baseado em fatos da plataforma informativa oficial da FIFA sabe-se que o evento foi realizado em terras sul-americanas, no Uruguai, pois o mesmo havia sido o ultimo campeão olímpico, e naquele ano estaria comemorando 100 anos de independência além da grave crise que a Europa enfrentava na época, durante o período de 13 de julho de 1930 a 30 de julho de 1930, contou com a participação de 13 equipes convidadas, 18 jogos em toda a competição com média de 70 gols na totalidade dos jogos.

Para realizar um evento de ordem mundial, as seleções logicamente deveriam estar alocadas em um mesmo país para dar início as competições, e está foi a primeira dificuldade encontrada para a realização do evento, conforme Ushinohama, 2013, o meio de transporte intercontinentes era o navio, o que tornava a viagem longa e perigosa para os jogadores e comissão técnica, além de manter os principais jogadores dos times regionais de cada país longe de suas equipes por um período maior que dois meses. O que peculiarmente não difere muito dos dias atuais, onde os principais jogadores ficam distantes dos seus times de origem durante longos períodos em tempos de Copa do Mundo.

O perfil da competição diferia das copas atuais, pois as seleções não precisavam passar pela fase de eliminatórias, e sim eram convidadas.

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O primeiro jogo oficial em copas foi realizado pela seleção da França x México, onde a seleção francesa levou a vitória por 4 x 1. Porém foi o time anfitrião que levou o título no término do campeonato, jogando contra sua rival Argentina, em uma partida emocionante, onde o Uruguai iniciou perdendo por 2 a 1, e após o inicio do segundo tempo conseguiu a virada do placar para 4 a 2.

USHINOHAMA 2013 relata as sedes das copas seguintes que ocorreram em 1934 - Itália e 1938 França.

Conforme Favero e Mendes, 2010, nos anos de 1942 e 1946 o futebol enfrentou o único adversário capaz de derrota-lo, amagnitude da Segunda Guerra Mundial, obrigou o cancelamento do evento nestes anos.

Na sequencia, com alguns anos de abstinência de futebol, todos estavam ansiosos para ver a bola rolar, e em 1950 a copa seria sediada no Brasil. Através de relatos de Favero e Mendes, 2010, produziu-se a seguinte figura representando o resumo das Copas Mundiais.

Ano País sede Seleção campeã

1930 Uruguai Uruguai

1934 Itália Itália

1938 França Itália

1950 Brasil Uruguai

1954 Suíça Alemanha Ocidental

1958 Suécia Brasil

1962 Chile Brasil

1966 Inglaterra Inglaterra

1970 México Brasil

1974 Alemanha Ocidental Alemanha Ocidental

1978 Argentina Argentina

1982 Espanha Itália

1986 México Argentina

1990 Itália Alemanha Ocidental

1994 Estados Unidos Brasil

1998 França França

2002 Coréia do Sul/Japão Brasil

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2010 África do Sul Espanha

2014 Brasil Alemanha

Fonte: Brum, Favero, Mendes 2014.

1.4 SISTEMAS TÁTICO USADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1958

Após anos participando do mundial, sem nunca ter conquistado o mesmo, e depois de uma derrota em casa, perante mais de 200 mil brasileiros contra o vizinho Uruguai, a única intenção de todos os brasileiros e da equipe escalada, era exclusivamente a vitória.

Com um elenco formado por 22 jogadores, sendo eles:

Número Posição Jogador Clube onde atuava

01 GO Carlos José CASTILHO Fluminense

02 ZC Hilderaldo Luiz BELLINI Vasco da Gama

03 GO GYLMAR dos Santos Neves Corinthians

04 LD DJALMA Pereira dos SANTOS Portuguesa

05 MV DINO Sani São Paulo

06 MC Waldyr Pereira “DIDI” Botafogo

07 PE Mário Jorge Lobo ZAGALLO Flamengo

08 LE Valdemar Martins “ORECO” Corinthians

09 ZA ZÓZIMO Alves Calazans Bangu

10 MA Édson do Nascimento “PELÉ” Santos

11 PD Manuel dos Santos “GARRINCHA” Botafogo

12 LE NILTON Reis dos SANTOS Botafogo

13 MC MOACIR Claudino Pinto Flamengo

14 LD Nílton DE SORDI São Paulo

15 QZ ORLANDO Peçanha de Carvalho Vasco da Gama

16 ZC MAURO RAMOS de Oliveira São Paulo

17 PD JOEL Antônio Martins Flamengo

18 CA José João Altafini “MAZOLA” Palmeiras

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20 CA Edvaldo Izídio Neto “VAVÁ” Vasco da Gama

21 MC Edvaldo Alves “DIDA” Flamengo

22 PE José Macia “PEPE” Santos

TEC Vicente Ítalo Feola CBD

Fonte: www.futpedia.globo.com.br

Esta equipe disputou seis jogos, onde marcou 16 gols em todos os jogos, tendo sofrido apenas quatro gols.

No primeiro jogo da disputa, conta a Áustria, no dia 8 de junho de 1958 a seleção brasileira entrou em campo com o esquema tático 4-2-4 e a equipe adversária com o esquema 3-3-4. Mantendo um time defensivo e ao mesmo tempo ofensivo a seleção, venceu a primeira partida de 3x0 com dois gols de Mazzola (Atacante) e um gol de Nilton Santos (Lateral).

Já na segunda partida da seleção brasileira contra a Inglaterra no dia 11 de junho, a seleção entra em campo com o mesmo esquema da partida anterior (4-2-4), porém a seleção rival entra em campo com uma equipe extremamente ofensiva em um sistema de jogo 2-3-5, impedindo a segunda vitória brasileira no mundial, mantendo um placar de 0x0.

Na última partida da primeira fase, com uma escalação diferenciada, porém mantendo o mesmo sistema de jogo o Brasil entra em campo com 4-2-4 e sua rival União Soviética, entra munida de um sistema 3-3-4, onde os dois sistemas equivalem-se em alguns aspectos, porém mesmo com esta equivalência a seleção brasileira conseguiu a classificação para as quartas de final, com dois gols de Vavá.

Com a invencibilidade conquistada na primeira fase, o técnico Vicente Feola, segue apostando no esquema 4-2-4, contra o País de Gales, partida válida pelas quartas de final, a seleção adversária iniciou a partida com uma equipe completamente ofensiva, utilizando o sistema 2-2-6. Apesar de o adversário ser muito ofensivo, sua defesa ficou frágil com apenas dois jogadores, dando espaço assim aos quatro atacantes brasileiros que com um gol do atacante Pelé, levou a seleção brasileira para a semifinal do mundial.

Na partida da semifinal Vicente Feola optou em fazer uma substituição em relação à equipe do jogo anterior, com Vavá iniciando a partida, e Mazzola no banco de reservas, porém manteve o mesmo sistema tático, já a seleção francesa entra em campo com uma estratégia de jogo mais ofensiva (3-2-5), mas mesmo assim não

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superou o ímpeto brasileiro e foram derrotados pelo o placar de 5x2, os gols da seleção canarinho foram de Didi, Vavá e Pelé (três gols), a seleção francesa obteve um êxito nesta partida, pois furou a defesa da equipe brasileira que não havia sofrido gols até o momento, sendo eles feitos por, Piantoni e Fontaine.

Após a classificação contra a seleção francesa a equipe brasileira ainda tinha que derrubar o time sueco dentro do seu próprio território, o técnico da seleção do Brasil, manteve o mesmo sistema tático, porém fez uma alteração em relação à equipe que jogou a semifinal, entrando Djalma Santos e ficando no banco de reservas o De Sordi. A Suécia optou por atuar com uma estratégia de povoar meio campo usando o sistema 2-5-3, o que fragilizou sua defesa, pois a equipe brasileira jogava com 4 atacantes, resultando em um placar de 5x2 para o Brasil, com isso, a seleção canarinho conquistou pela primeira vez a copa do mundo que na época era denominada Taça Jules Rimet.

Segundo, Moraes (2004, p.45) O sistema 4-2-4 foi uma adaptação baseada em sistemas ofensivos como 4-3-3, pois apresenta três ou mais homens no ataque além de uma linha de 4 zagueiros (2 laterais e 2 centrais), sendo este considerado o sistema mais ofensivo para época comparado com os sistemas utilizados até então.

Podemos perceber que a seleção brasileira jogou em todos os jogos com a mesma estruturação, o 4-2-4, pode – se notar que este sistema de certo modo é muito ofensivo, mas também é extremamente defensivo, o que fica um pouco prejudicado é o setor de meio campo, pois tem apenas dois jogadores para marcar e também armar a equipe.

1.5 SISTEMA TÁTICO USADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1962

Após quatro anos da primeira conquista da seleção brasileira em um mundial, a equipe volta à disputa, com um elenco reformulado, buscando defender o título que havia conquistado no ano de 1958. O técnico Aymoré Moreira optou em manter alguns jogadores da copa passada e incrementando seu elenco com novos jogadores, sendo eles:

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Número Posição Jogador Clube onde atuava

01 GO Carlos José CASTILHO Fluminense

02 ZC Hilderaldo Luiz BELLINI Vasco da Gama

03 GO GYLMAR dos Santos Neves Corinthians

04 LD DJALMA Pereira dos SANTOS Portuguesa

05 MV DINO Sani São Paulo

06 MC Waldyr Pereira “DIDI” Botafogo

07 PE Mário Jorge Lobo ZAGALLO Flamengo

08 LE Valdemar Martins “ORECO” Corinthians

09 ZA ZÓZIMO Alves Calazans Bangu

10 MA Édson do Nascimento “PELÉ” Santos

11 PD Manuel dos Santos “GARRINCHA” Botafogo

12 LE NILTON Reis dos SANTOS Botafogo

13 MC MOACIR Claudino Pinto Flamengo

14 LD Nílton DE SORDI São Paulo

15 QZ ORLANDO de Carvalho Vasco da Gama

16 ZC MAURO RAMOS de Oliveira São Paulo

17 PD JOEL Antônio Martins Flamengo

18 CA José João Altafini “MAZOLA” Palmeiras

19 MV José Ely de Miranda “ZITO” Santos

20 CA Edvaldo Izídio Neto “VAVÁ” Vasco da Gama

21 MC Edvaldo Alves “DIDA” Flamengo

22 PE José Macia “PEPE” Santos

TEC Vicente Ítalo Feola CBD

Fonte: www.futpedia.globo.com.br

No dia 30 de maio de 1962 a seleção brasileira estreia na copa do mundo contra a seleção mexicana, o técnico Aymoré Moreira que possui um elenco renovado, inicia com o time armado, seguindo a estratégia utilizada na copa anterior, o sistema 4-2-4, mas tinha um, porém, em certos momentos do jogo o quarto atacante recuava e se transformava em um terceiro meio campo, com isso, a seleção também atuava no 4-3-3. O que levou a seleção à sua primeira vitória com o placar de 2 x 0, os gols foram marcados por Pelé e Zagallo.

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Na segunda partida, contra a forte seleção da Tchecoslováquia a seleção brasileira utilizou o mesmo sistema tático das últimas partidas o 4-2-4, que também foi utilizado pela seleção adversária, e por coincidência ou não a partida ficou no empate de 0 x 0, afinal as equipes se equivaliam no número de jogadores em cada posição, e com isso, o jogo tendia a ser mais equilibrado, fato este que se reflete no placar da partida.

O último jogo da primeira fase a equipe brasileira enfrentou a seleção da Espanha, não contando com a presença de seu melhor jogador, Pelé, que foi substituído por Amarildo, o responsável pelos os dois gols da seleção, que seguiu mantendo a mesma estratégia de jogo, já os espanhóis utilizaram o sistema 3-2-5, formando uma equipe muito ofensiva.

Quando comparado os sistemas utilizados pelas seleções nesta partida, sugere-se que o time espanhol foi mais ofensivo, o que fica claro em descrições de diversos autores referentes a esta partida, onde por falhas significativas da equipe de arbitragem o sistema não garantiu a vantagem que lhe cabia.

Isto pode ser observado conforme diz Lobo. 2013

Um dos jogos mais importantes da campanha do Brasil na Copa de 1962. Na fase de grupos, o Brasil precisava vencer para avançar. E semPelé, machucado, o time teve que contar com mais do que a própria competência: a sorte e a arbitragem. O time era histórico, como todos sabem, com craques em várias posições. Só que isso não foi suficiente. Adelardo abriu o placar para a Espanha aos 35 minutos do primeiro tempo. A vantagem seria maior, se o árbitro não tivesse sido enganado por Nilton Santos. O lateral brasileiro fez falta em Enrique Collar, cpaitão da Espanha, dentro da área. O brasileiro deu um passo adianta, para dar a impressão que a falta foi fora da área. E o árbitro engoliu. A falta foi marcada fora da área. Em outro lance absurdo, o atacante espanhol marcou um golaço de bicicleta, livre dentro da área. O árbitro marcou falta para o Brasil, em um tipo de marcação que poderia facilmente ser chamada de perigo de gol. Com dois erros capitais do árbitro, o Brasil conseguiria virar o jogo no segundo tempo com gols de Amarildo, aos 27 e aos 41 minutos. O Brasil avançou, a Espanha foi eliminada. A Seleção Brasileira conquistaria o seu segundo título mundial, mas não se pode esquecer que esse jogo, com muita ajuda da arbitragem, foi fundamental na campanha.

Após classificação polêmica, a equipe brasileira inicia a segunda fase da competição jogando contra Inglaterra, partida válida pelas quartas de final, onde o técnico Aymoré Moreira segue optando pelo mesmo sistema organizacional de sua equipe, já o comandante da seleção inglesa, Walter Winterbottom, estrutura uma equipe mais ofensiva utilizando o 3-2-5, o que não garantiu sua supremacia contra

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os brasileiros, e com dois gols de Garrincha e um de Vavá, a seleção canarinho venceu a partida por 3 x 1, com gol de Hitchens para Inglaterra.

Com mais uma etapa concluída, e percebendo o seu objetivo a cada passo mais próximo, o Brasil segue não alterando sua estruturação tática na semifinal, e enfrenta pela primeira vez dentro da competição uma equipe sul-americana, pois até então, havia enfrentado apenas seleções europeias. O Chile estrutura-se com o sistema igual do Brasil, 4-2-4.

Após uma partida equilibrada, pelo mesmo número de jogadores em cada posição, a equipe brasileira foi mais eficiente, pois venceu a partida com o placar de 4 x 2, com dois gols de Garrincha e dois gols de Vavá, já os gols da seleção chilena foram marcados por Toro e Sanches.

Pela segunda vez consecutiva nesta competição, o Brasil chega a final, e enfrentou a seleção da Tchecoslováquia, que já havia sido sua adversária na primeira fase da copa, saliento que nesta ocasião o Brasil não saiu do empate sem gols. Com intuito de retirar das mãos dos brasileiros o título de campeão mundial atual, a seleção tcheca entra em campo com uma escalação muito ofensiva, armada no sistema 3-2-5, já o Brasil que obteve sucesso até então em ambas as copas (58 e 62, em todos os jogos), segue com a mesma estruturação.

Conforme relato de Junior 2010, o jogo final foi realmente emocionante, pois já no inicio da partia os brasileiros levaram um grande susto, quando Masopust abriu o marcador. Com a desvantagem no placar, os brasileiros resolveram atacar de forma mais eficiente até que Amarildo iguala o placar, depois disto a seleção canarinho dominou toda a partida e aos vinte e três minutos do segundo tempo Zito, de cabeça amplia para a seleção brasileira já em clima de vitória Vavá aos trinta e três minutos do segundo tempo finaliza o placar marcando mais um para o Brasil e garantindo a conquista da Taça Jules Rimet.

Como a maioria dos jogadores da copa de 62 já tinha atuado na copa de 58, o técnico Aymoré Moreira optou em não mexer tanto na parte tática da equipe e continuou jogando no 4-2-4, teve apenas uma variação, onde em certos momentos um atacante recuava e se tornava um terceiro jogador de meio campo, e assim, podendo mudar o sistema para o 4-3-3.

Podemos perceber que a seleção verde e amarela teve grande êxito, pois as equipes adversárias eram muito ofensivas e com isso deixavam espaços na defesa, e assim vinham as vitórias.

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1.6 SISTEMA TÁTICO USADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1970

Na copa do mundo de 1970 no México, a seleção brasileira entra no mundial pressionada após ter fracassado na copa de 1966, sem se quer ter classificado para a segunda fase, a copa de 1970 ficou marcada por ser a primeira copa transmitida em cores para o mundo todo.

O técnico brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo, contratado nas vésperas do mundial teve pouco tempo de avaliar os jogadores e com isso, manteve a base que vinha jogando as eliminatórias sul-americanas.

Elenco dos 22 jogadores:

Número Posição Jogador Clube onde atuava

01 GO FÉLIX Miéli Venerando Fluminense

02 ZA Hércules BRITO Ruas Flamengo

03 ZA Wilson da Silva PIAZZA Cruzeiro

04 LD CARLOS ALBERTO Torres Santos

05 MV CLODOALDO Tavares de Santana Santos

06 LE MARCO ANTÔNIO Feliciano Fluminense

07 PD Jair Ventura Filho “JAIRZINHO” Botafogo

08 ME GÉRSON de Oliveira Nunes São Paulo

09 CA Eduardo Andrade “TOSTÃO” Cruzeiro

10 AT Édson do Nascimento “PELÉ” Santos

11 PE Roberto RIVELINO Corinthans

12 GO Eduardo Stinghen “ADO” Corinthans

13 CA ROBERTO Lopes de Miranda Botafogo

14 ZC José Guilherme BALDOCHI Palmeiras

15 ZA Jodé de Anchieta FONTANA Cruzeiro

16 LE EVERALDO da Silva Grêmio

17 ZA JOEL Camargo Santos

18 MC PAULO CESAR Lima “CAJU” Botafogo

19 PE Jonas Américo “EDU” Santos

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21 LD José Maria Rodrigues “ZE MARIA” Portuguesa

22 GO Émerson LEÃO Palmeiras

TEC Mario Jorge Lobo Zagallo CBD

Fonte: www.futpedia.globo.com.br

O primeiro confronto da seleção canarinho no mundial foi contra a Tchecoslováquia (adversário na final da copa de 1962), como o time brasileiro vinha pressionado para o mundial o técnico Zagallo optou em colocar uma equipe mais equilibrada, utilizando mais jogadores no meio campo do que na defesa e no ataque, sua estratégia era 3-4-3, já os tchecos, davam mais ênfase a sua defesa e o ataque, utilizando o sistema 4-3-3. Contudo o resultado final da partida se encerrou no placar de 4 x 1 para os brasileiros com dois gols de Jairzinho, um gol de Pelé e outro de Rivelino, o gol da Tchecoslováquia foi marcado por Petras.

Com o esquema escolhido pela seleção canarinho percebeu-se que as equipes ficaram mais defensivas, com o recuo de um meia, na época este sistema também ficou conhecido como “defesa cerrada”, junto com a modernização do futebol de forma geral, e com a melhoria dos profissionais, em aspectos técnicos, físicos, houveram também a consolidação de novos esquemas táticos que são utilizados até os dias de hoje como por exemplo 4-3-3 e 4-4-2.

Segundo, Moraes (2004, p.45),

[...] no Chile, a equipe brasileira seria bicampeã utilizando um novo sistema, recuando 1 atacante para auxiliar no bloqueio de meio campo formando assim o 1-4-3-3. Pela presença de três homens caracteristicamente de ataque, sendo este considerado o sistema mais ofensivo dos sistemas modernos. É constituído por uma linha de quatro zagueiros, dois laterais e dois centrais[...]

Na segunda rodada na fase de grupos a seleção brasileira jogou contra nada mais nada menos que a atual campeã mundial, a equipe da Inglaterra, que usufruía de um sistema tático ofensivo, o 4-3-3, já a equipe brasileira que estava confiante depois da expressiva vitória sobre a Tchecoslováquia, foi para o confronto com uma estratégia de jogo extremamente ousada, utilizando o 3-3-4, e com isso conseguiu sair vitoriosa mais uma vez, com gol de Jairzinho o Brasil vencer por 1x0, e se classificou para as quartas de final antecipadamente.

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Com a vaga para as quartas de final já assegurada, a seleção brasileira enfrentou a equipe da Romênia, neste jogo Zagallo voltou a usar o sistema 4-2-4, que já haviam utilizado nas copas de 1958 e 1962 que lhe garantiu dois títulos, a Romênia jogou no sistema 4-3-3, considerado uma estratégia de jogo mais equilibrada comparado com a do Brasil, com isso a seleção canarinho venceu com o placar de 3x2, com dois gols de Pelé e o outro de Jairzinho, os romenos marcaram com gols de Dumitrache e Dembrowski, com isso, a seleção brasileira manteve seu cem por cento na competição que garantiu a primeira colocação do grupo.

Após se classificar em primeiro lugar no seu grupo com três vitórias em três jogos, a seleção do Brasil disputou as quartas de final do mundial contra outra equipe sul-americana, a seleção do Peru, os peruanos entraram em campo com um sistema muito conhecido dos brasileiros, o 4-2-4, o técnico Zagallo, optou em povoar o meio-campo brasileiro e utilizou o sistema 3-4-3.

A seleção brasileira venceu a partida pelo placar de 4x2, com dois gols de Tostão, um de Rivelino e outro de Jairzinho, já os gols do Peru foram marcados por Gallardo e Cubillas, assim então o Brasil conquistou a vaga para a semifinal.

Na semifinal, a seleção brasileira enfrentou o país vizinho Uruguai, que foi nosso algoz na copa de 1950, conquistando o título em pleno maracanã lotado, mas em 1970 a história era outra, a equipe brasileira vinha embalado com quatro vitórias seguidas, já o Uruguai vinha de uma vitória apertada contra a União Soviética, a seleção canarinho foi a campo com o esquema já conhecido dentro da copa o 3-4-3 e a seleção uruguaio escalado no 3-3-4.

O jogo foi muito emocionante como relata DINIZ, 2012:

Quis o destino que aquela grande seleção tivesse um desafio emocional pela frente: enfrentar, pela primeira vez em copas, desde a fatídica final de 1950, o Uruguai. E o jogo foi difícil. As equipes começaram cautelosas, se estudando. E o Uruguai saiu na frente com Cubilla, após passe de Morales, num gol meio que sem querer, após o chute do uruguaio sair meio que torto. Com a liderança no placar, o Uruguai cozinhava a partida, não deixava o Brasil jogar. Foi então que Zagallo mexeu na maneira do time jogar, recuando Gérson e liberando Clodoaldo ao ataque. Deu certo, o santista empatou, e deu mais tranquilidade ao Brasil. No segundo tempo, o Brasil virou, após ótima jogada do trio de ouro Pelé-Tostão-Jairzinho, com este último fuzilando pro gol. O Brasil ainda faria mais um com Rivelino, fechando o placar em 3 a 1. Fantasma enterrado, e passaporte carimbado para a final, no estádio Azteca.

No dia 21 de junho de 1970, o Brasil enfrentou a fortíssima seleção da Itália, na partida final da copa do mundo, os italianos vinham de uma goleada sobre o

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anfitrião México nas quartas de final e de um jogo histórico de sete gols contra a Alemanha Ocidental, coincidentemente as duas seleções finalista da copa usufruíam da mesma estratégia de jogo, o sistema 3-4-3, onde iria ganhar o jogo à equipe que se sobressaísse nas capacidades técnicas e físicas de cada jogador, tendo isso em vista, Gomes, diz:

Mas o que realmente interessava naquela edição do torneio era a final. Duas seleções bicampeãs entravam em campo e, portanto, a que saísse vitoriosa levaria para sempre a Taça Jules Rimet. O primeiro a balançar as redes foi o Brasil, com uma cabeçada certeira de Pelé aos dezoito minutos do primeiro tempo. Boninsegna empataria aos trinta e sete e colocaria um clima de suspense no término do primeiro tempo: 1 a 1. Mas na etapa final, só deu seleção canarinho: Gerson, aos vinte e um minuto fez 2 a 1; Jairzinho, o “Furacão da Copa”, aos vinte e seis, marcou o terceiro; e Carlos Alberto, aos quarenta e um, garantiu o trofeu para o Brasil. Placar final da Copa do Mundo de 1970: Brasil, 4; Itália; 1.O Brasil era tricampeão mundial, com uma campanha ímpar na história da competição: nenhuma derrota em seus seis jogos; 19 gols pró e sete gols contra; e Jairzinho, com sete gols, figurando no trio de artilharia.

Os anos passavam e os técnicos brasileiros se atualizavam, podemos ver claramente nesta copa que o comandante Mário Jorge Lobo Zagallo usufruiu mais de um sistema tático, 3-4-3, 3-3-4 e o 4-2-4, isso era planejado conforme a equipe que o Brasil iria enfrentar, nestes três sistemas tem uma estruturação mais compacta, outra mais ofensiva, e a última dando ênfase a defesa e o ataque, diminuindo os jogadores do meio campo.

1.7 SISTEMA TÁTICO USADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1994

A seleção brasileira entra em campo com sede de vitória, afinal fazia vinte e quatro anos que não conquistava o título de campeão do mundo, com isso, o técnico Carlos Alberto Gomes Parreira contava com um elenco recheado de craques da época, como:

Elenco dos 22 jogadores:

Número Posição Jogador Clube onde atuava

01 GO Cláudio André Mergen TAFFAREL ACReggiana/ITA

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03 ZA RICARDO Roberto Barreto ROCHA Vasco da Gama

04 ZA Ronaldo de Jesus “RONALDÃO” Shimizu S-Pulse/JAP

05 MV MAURO da SILVA Gomes Dep. La Coruña/ESP

06 LE Cláudio Vaz Leal “BRANCO” Fluminense 07 AT José Gama de Oliveira “BEBETO” Dep. La Coruña/ESP

08 MV Carlos Caetano Verri “DUNGA” VFB Stuttgart/ALE

09 MC Crizan de Oliveira Filho “ZINHO” Palmeiras

10 MC RAÍ Souza Vieira de Oliveira Paris st.Germain/FRA

11 AT ROMÁRIO de Souza Faria FC Barcelona/ESP

12 GO Armelino Donizetti “ZETTI” São Paulo

13 ZA ALDAIRdos Santos AS Roma/ITA

14 LD Marcos de Moraes “CAFU” São Paulo

15 ZA MÁRCIO Roberto dos SANTOS Bordeaux/FRA

16 LE LEONARDO Nascimento de Araújo São Paulo

17 MV Iomar do Nascimento “MAZINHO” Palmeiras

18 AT PAULO SÉRGIO do Nascimento B. Leverkusen/ALE

19 AT Luis Antônio da Costa “MÜLLER” São Paulo 20 AT RONALDO Luís Nazário de Lima Cruzeiro

21 AT Paulo Sérgio Rosa “VIOLA” Corinthians

22 GO GILMAR Luís Rinaldi Flamengo

TEC Carlos Alberto Gomes Parreira CBF

Fonte: www.futpedia.globo.com.br

No primeiro jogo da fase de grupos, a seleção brasileira enfrenta a seleção da Rússia, que na copa de 1990 não passaram da primeira fase, fizeram apenas um ponto, com um empate e duas derrotas, já o Brasil caiu fora nas oitavas de final, perdendo para o seu maior rival, a Argentina por um a zero.

Na copa de 1994, os russos utilizavam uma estratégia de jogo muito defensiva, com cinco defensores, três meio campos e dois atacantes, já Parreira, técnico da seleção brasileira, usufruía de um sistema equilibrado, o 4-4-2, com Bebeto e Romário no auge de suas carreiras, jogando no ataque, a partida teve um final de 2x0 para o Brasil, com gols de Romário e do meio campista Raí.

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Na segunda rodada da fase de grupos o Brasil enfrenta a seleção de Camarões, os africanos na primeira rodada empataram em 2x2 contra os suecos, já a seleção vinha de uma vitória de 2x0 sobre os russos. A equipe verde e amarela entrou em campo com o mesmo sistema utilizado na partida anterior, o 4-4-2, os camaroneses entraram com um time mais ofensivo, com quatro defensores, três meio campos e três atacantes, mas mesmo assim não conseguiram assegurar o ímpeto brasileiro, sofrendo três gols do Brasil, que foram marcados por, Bebeto, Romário e Marcio Santos.

Com duas vitórias em dois jogos, a seleção brasileira estava classificada, mas tinha que jogar o último jogo da fase de grupos, com isso, enfrentou a Suécia, que também estava classificada, porém, com uma vitória e um empate, este jogo iria decidir quem se classificaria em primeiro e segundo colocado do grupo, o Brasil não poupou nenhum jogador, pois queria muito a vitória.

A equipe brasileira jogou no sistema que estava ambientado a jogar, o 4-4-2, os suecos também não alteraram a sua equipe e nem se quer a sua estruturação, atuando no mesmo sistema que os canarinhos, aos vinte e três minutos do primeiro tempo, os brasileiros levaram um susto, pois Kennet Andersson abriu o marcador para a equipe sueca, sendo assim, primeiro tempo terminou 1x0 para a Suécia, logo em seguida quando o árbitro hungaro Sandro Puhl, reiniciou o jogo, Romário empatou a partida no primeiro minuto, e assim se consolidou a partida até seu apito final, com isso, a seleção brasileira se classificou em primeiro lugar com sete pontos e a Suécia em segundo com cinco pontos.

Nas oitavas de final, a equipe brasileira enfrentou a seleção da casa, o Estados Unidos, os americanos se classificaram como um dos melhor terceiro colocado, já o Brasil ficou em primeiro colocado do seu grupo, mas o jogo em si, não demonstrou grande favoritismo para a seleção brasileira, pois o que se viu foi um jogo muito disputado, o americano entrou em campo com uma formação muito defensiva, pois tinham quatro defensores, cinco meio campos e apenas um atacante.

A técnica Parreira iniciou a partida com uma alteração, escalou Mazinho no lugar de Raí que não estava jogando bem o mundial, mas a estruturação da equipe continuava a mesma. Aos quarenta e um do primeiro tempo, o lateral brasileiro Leonardo, foi expulso, e colocou um pouco mais de apreensão na partida, mas aos vinte e oito do segundo tempo, Romário arranca com a bola pelo meio, e acha um

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passe magistral para Bebeto, que dentro da área chuta cruzado para abrir o placar para a seleção brasileira, o jogo ficou ainda mais dramático, mas o Brasil se assegurou bem até o final da partida e conseguiu a classificação para as quartas de final, e ainda por cima eliminou a seleção anfitriã.

Após classificação apertada contra o Estados Unidos, a equipe verde e amarela enfrentou a Holanda, que passou fácil pela Irlanda nas oitavas de final. Mas contra o Brasil a história foi outra, a equipe laranja continuou povoando seu meio campo e iniciou a partida no sistema 2-5-3, já os brasileiros continuavam com sua formação tradicional, com apenas uma mudança obrigatória, Branco entrou no lugar do suspenso Leonardo, os gols da partida foram feitos apenas no segundo tempo, aos treze minutos Romário abriu o marcador, aos dezoito Bebeto ampliou para o Brasil, o jogo parecia que estava decidido, mas logo aos dezenove minutos Bergkamp descontou para a Holanda, e aos trinta e um, Winter empatou o jogo, mas aos trinta e seis, Branco cavou uma falta e o árbitro costarriquenho Rodrigo Badilla caiu na dele, era uma falta frontal mas um pouco distante do gol, Branco cobrou forte e fez o terceiro, gol este que foi da classificação do Brasil para a semifinal.

Na partida da semifinal, o Brasil enfrentou novamente a Suécia, que na fase de grupos tinham empatado em 1x1, mas agora, a história era outra, pois o jogo era válido de uma semifinal de copa do mundo onde apenas uma equipe se classificaria para a grande final.

A Suécia, entrou em campo com a mesma equipe e sistema que tinha jogado contra o Brasil na primeira fase, o tradicional 4-4-2, técnico Parreira tinha a volta de suspensão de Leonardo, mas optou em deixar Branco, herói da classificação nas quartas de final, o jogo estava muito disputado, parecia que iria empatar novamente, mas aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, cruzamento de Jorginho e gol de cabeça do “baixinho” Romário, levando a seleção brasileira para mais uma final de copa do mundo depois de 24 anos.

No dia 17 de julho de 1994, a seleção canarinho entrou campo para disputar a grande final contra a forte seleção da Itália, que no mundial passado tinha ficado em terceiro lugar, grande parte do elenco havia disputado a copa anterior e de certa forma tinham uma grande experiência, o jogo em si foi muito disputado por motivos das duas equipes utilizarem o 4-4-2, conforme relato de Acampora :

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Depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do Mundo. A Itália seria a adversária do Brasil. Os dois times repetiriam, assim, a final da Copa de 70. Desta vez, o apito final revelaria ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo (o Brasil em 58, 62 e 70 e a Itália em 34, 38 e 82). Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tirou parte do brilho do espetáculo e, a exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve a emoção de uma verdadeira final de Copa do Mundo. Quase não houve chance de gol e ao final de 90 minutos regulamentares e de 30 minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da Copa para os pênaltis. Pela primeira vez uma Copa do Mundo seria decidida em cobrança de pênaltis. O capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para fora. Pelo Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca, que não teve dificuldade em espalmar. Daí para a frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro Tafarel defendeu o pênalti cobrado por Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem. Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália, Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão dando o título ao Brasil.

Como podemos ver, seleção brasileira foi tetracampeã utilizando e mantendo o mesmo sistema, o 4-4-2, Neto Souza (2009), afirma que neste sistema o destaque está na forte marcação do meio campo e na prioridade de defender e distribuir as jogadas do adversário.

Conforme Moraes (2004, p.24) “este sistema permite diversas formações em uma mesma partida, sem a necessidade da troca de jogadores, variando do 4-3-3 tornando a equipe mais ofensiva, ao 3-5-2 recuando o volante para atuar como líbero e com isto liberando os laterais para atacar”.

1.8 SISTEMA TÁTICO USADO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 2002

Depois de consagrar – se, tetracampeão do mundo, a seleção brasileira disputou a copa de 1998 na França, onde teve uma belíssima participação, mas foi derrotada pela seleção da casa na fase final do mundial, a amarga derrota para a França ficou engasgada até 2001, quando Luiz Felipe Scolari, foi noticiado como o novo treinador da seleção brasileira.

Ele começou já pressionado, pois o Brasil estava indo mal nas eliminatórias e corria o sério risco de não se classifica para o mundial de 2002, mas na última rodada já com a presença de “Felipão” no gramado a seleção brasileira venceu em casa a Venezuela por 3 x 0, e também contou com o empate do Uruguai com a

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Argentina, e com isso, se classificou em terceiro lugar para a copa do mundo de 2002.

No elenco para o mundial, teve alguns questionamentos da imprensa, pois “Felipão” não relacionou Romário, e teve algumas rejeições dos repórteres sobre o grupo dos vinte e três convocados.

Elenco dos 23 jogadores:

Número Posição Jogador Clube onde atuava

1 GO Marcos Palmeiras

2 LD Cafú Roma - ITA

3 ZA Lúcio Bayer Leverkusen

4 ZA Roque Júnior Milan - ITA

5 ZA Edmílson Lyon - FRA

6 LE Roberto Carlos Real Madrid - ESP

7 MC Ricardinho Corinthians

8 MV Gilberto Silva Atlético MG

9 AT Ronaldo Inter de Milão - ITA

10 MC Rivaldo Barcelona - ESP

11 MC Ronaldinho Gaúcho PSG - FRA

12 GO Dida Milan - ITA

13 LD Belleti São Paulo

14 ZA Anderson Polga Grêmio

15 MV Kléberson Atlético PR

16 LE Júnior Parma - ITA

17 AT Denílson Real Bétis - ESP

18 MV Vampeta Corinthians

19 MC Juninho Paulista Flamengo

20 AT Edílson Cruzeiro

21 AT Luizão Corinthians

22 GO Rogério Ceni São Paulo

23 AT Kaká São Paulo

TEC Luiz Felipe Scolari CBF

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A partida de estreia da seleção brasileira foi no dia 3 de junho de 2002, contra a Turquia, o técnico “Felipão” utilizou um sistema muito defensivo, optando em povoar o meio campo, pois se tratava da primeira partida e o Brasil vinha muito pressionado com os resultados anteriores, com isso, iniciou – se o jogo com o esquema 3-6-1, Marcos (goleiro), três zagueiros, Edmílson, Lúcio e Roque Júnior, no meio campo, Cafú e Roberto Carlos (alas), Gilberto Silva, Juninho Paulista, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, e no ataque apenas Ronaldo, variando durante o jogo para um 3-5-2, utilizando Rivaldo mais a frente, já a seleção turca, veio para campo extremamente defensivo, utilizando o 5-3-2. A Turquia surpreendentemente abriu o placar no primeiro tempo com gol do atacante Sas, no segundo tempo Ronaldo empatou para o Brasil, e logo depois em uma falta duvidosa o juiz marcou pênalti em cima de Luizão e Rivaldo marcou para a equipe verde e amarela, e com isso fechou o placar com uma vitória de virada e tirando o peso da estreia.

Na segunda partida da fase de grupo, a seleção brasileira enfrentou a China, que vinha de derrota para a Costa Rica, o Brasil iniciou o jogo com apenas uma substituição em relação à primeira partida, a entrada de Anderson Polga no lugar de Edmílson, mas o sistema era o mesmo, o 3-6-1, variando para 3-5-2, já a seleção chinesa era extremamente defensiva, entrou em campo esquematizada para jogar no 4-5-1, mas não foi o suficiente para assegurar os brasileiros, que os mesmos, não tiveram conhecimento do adversário e golearam por 4 x 0, gols de Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.

Com a classificação garantida, o Brasil entrou em campo contra a Costa Rica, partida válida pela terceira rodada da primeira fase, com isso, jogou com uma equipe mista, com intuito de poupar alguns titulares e também dar ritmo de jogo para os reservas, o técnico “Felipão” aproveitou o jogo e mudou o sistema tático, colocando dois atacantes de origem para começar a partida, Ronaldo e Edílson, e assim jogaram no sistema 3-5-2, os costarriquenhos, precisavam de pelo menos o empate para se classificar, pois tinha uma vitória e um empate e iniciaram o jogo com o sistema 5-3-2, acreditando em um possível contra-ataque para matar o jogo, mas o que se viu foram totalmente ao contrário, os brasileiros em apenas trinta e oito minutos de jogo fizeram 3 x 0, com dois gols de Ronaldo e um golaço de Edmílson de bicicleta, mas logo depois aos trinta e nove Wanchope descontou para a Costa Rica, no segundo tempo ainda teve o gol do Gomez diminuindo a vantagem, mas demorou apenas seis minutos e o Brasil ampliou o placar com mais dois gols,

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marcados pelo ala esquerdo Junior e o meio campista Rivaldo, finalizando a partida em 5 x 2. Assim o Brasil se classificou em primeiro colocado do grupo e a Costa Rica perdeu a vaga de segundo lugar para a Turquia.

Nas oitavas de final a seleção brasileira enfrentou a Bélgica, que havia se classificado em segundo lugar no grupo “H”, o Brasil neste jogo voltou com a equipe e o esquema tradicional naquela copa, o 3-6-1, já o técnico da seleção belga, Robert Waseige, optou em povoar o meu campo, com o sistema, 2-6-2. O primeiro tempo da partida foi muito disputado, porém, não saiu do empate sem gols, mas no segundo tempo os gols apareceram, aos vinte e dois minutos, Rivaldo dominou no peito e chutou de fora da área e fez um golaço, 1 x 0 para o Brasil, o jogo continuou complicado, a defesa brasileira se defendia bastante, e aos quarenta e dois, Ronaldo chutou e ampliou o placar de 2 x 0, concretizando a classificação do Brasil para as quartas de final.

Depois de uma vitória sofrida contra a seleção da Bélgica, os brasileiros tinham no caminho a Inglaterra, que havia vencido por 3 x 0 a Dinamarca nas oitavas de final. No jogo contra os ingleses, o técnico Luis Felipe Scolari “Felipão”, optou em colocar o meio campista Kléberson de titular e deixou Juninho Paulista no banco de reserva, mas o sistema tático era o mesmo, 3-6-1, os ingleses jogavam em uma estratégia mais equilibrada, o 4-4-2, com o astro da equipe David Beckham comandando o meio campo inglês.

No inicio da partida, as duas equipes se encontravam equilibradas, uma respeitando a outra, mas aos vinte e dois minutos do primeiro tempo, o meio campista Michael Owen, aproveitou a falha dos defensores brasileiros e fez o gol para a Inglaterra, o jogo parecia que iria terminar em desvantagem para o Brasil, quando Ronaldinho Gaúcho disparou com a bola pelo meio campo e tocou para Rivaldo chutar de primeira no canto do goleiro britânico, com o gol aos quarenta e sete do primeiro tempo, o Brasil igualava o placar na cidade de Shizuoka no Japão.

Os jogadores brasileiros começaram o segundo tempo com o mesmo ritmo que terminaram o primeiro, logo aos cinco minutos Ronaldinho Gaúcho cobrou uma falta pela direita da intermediária, com intuito de lançar para a área, mas conseguiu o mais inusitado, a bola foi para o gol e pegou o goleiro Seaman adiantado, com isso, o Brasil virava a partida para 2 x 1, logo depois do gol, Ronaldinho Gaúcho, que até então era o protagonista da partida, deu uma entrada forte no defensor Mills, e levou cartão vermelho direto, deixando a seleção brasileira com um jogador a

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