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PLANO DE MÉDIO PRAZO

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os sistemas de informação e as comunicações são transversais a toda a atividade da EDA e têm um papel muito relevante e decisivo em todos os objetivos estratégicos da empresa. A dinamização da digitalização, a modernização tecnológica, a simplificação de processos e de procedimentos e a desburocratização são fundamentais para termos um ambiente de trabalho mais ágil e mais eficiente.

Dar-se-á uma atenção especial ao cliente, implementando plataformas e sistemas que proporcionem um melhor serviço, mais abrangente e de maior proximidade. O Portal do Clientes EDA 360 é disto exemplo. O projeto tem como objetivo dotar a EDA de uma componente base de relacionamento omnicanal que alavanque os canais não presenciais com o Cliente. A vertente comercial estará sujeita a uma grande reformulação, desde logo no âmbito do SAP IS-U, na sequência da implementação do Programa de Integração de Ambientes SAP, mas também com a instalação do SAP Utilities for Customer Management, com software de suporte ao cliente, mais inteligente, o que permitirá aumentar a sua satisfação.

Os anos de 2021 a 2025 serão caracterizados pela integração das principais soluções de suporte à atividade da EDA (SAP ERP e SAP IS-U) num único ambiente SAP S4/HANA, pela implementação das aplicações SAP Gestão de Ativos S/4HANA (EAM) e SAP Utilities Customer Management S/4HANA (UCM), aplicações analíticas e de Reporting, integradas num plano de transformação empresarial, visando a resolução da falta de suporte ao sistema atual da SAP a partir de 2025. Este processo permitirá, também, a redução de custos de exploração e manutenção dos diversos ambientes, a integração de processos e a agilização na sua execução, com incremento da produtividade.

Na área da digitalização e simplificação dos processos, serão desenvolvidas soluções de mobilidade para as equipas técnicas, de faturação eletrónica para contas a pagar e a receber. Também teremos em atenção o desenvolvimento de soluções de smart metering, bem como a evolução e melhoria dos portais Internet Institucionais e de

Clientes, que integrarão aplicações móveis para os Clientes. A mobilidade estará na ordem do dia, em todas as novas implementações.

Adicionalmente, proceder-se-á à renovação e upgrade de soluções para responder aos novos requisitos funcionais e à obsolescência tecnológica, bem como à consolidação da solução de Business Intelligence (BI). O Regulamento Geral de Proteção de Dados e o Regime Jurídico da Segurança do Ciberespaço implicarão o desenvolvimento de projetos de melhoria na segurança informática e das redes. É assim que se dará seguimento às medidas preconizadas no Plano Estratégico de Segurança da Informação e no Plano Estratégico de Comunicações, fundamentais para a garantia de um sistema de informação robusto e fiável.

Na sequência da alteração em 2018 do modelo de prestação de serviços informáticos em regime de outsourcing e com a alteração da propriedade dos ativos, manter-se-á o investimento em ativos de sistemas de informação e comunicações, em plataformas de gestão de serviços de IT e numa solução de recuperação de desastre e continuidade de serviço. O novo contrato de outsourcing a iniciar em 2021 foi preparado para responder aos desafios de transformação empresarial traçados para a EDA nos próximos anos. Este, inclui o esforço associado ao reforço da segurança dos sistemas e aplicações, bem como o relativo à disponibilização das novas aplicações, refletindo-se, em especial, nos serviços de Centro de Processamento de Dados (CPD) e de Manutenção Aplicacional (MA).

Na área da rede de comunicações de dados ponto a ponto (feixe hertzianos e fibra ótica) e na rede rádio de voz e dados por difusão, estão programados vários investimentos com o intuito de melhorar a cobertura e ligação nas várias ilhas, de aumentar a resiliência e de assegurar a continuidade das comunicações, mitigando, assim, a dependência dos operadores.

Nos últimos anos, a indústria de energia elétrica tem atravessado processos de transformação muito significativos, após décadas de evoluções lentas, ou pouco expressivas. Estas transformações resultam em ambientes progressivamente mais dinâmicos, impulsionados pelas rápidas mudanças tecnológicas, sobre as quais a EDA deve planear a sua operação. Novos paradigmas formam-se nesta evolução: smart-metering; produção distribuída; armazenamento; big-data; smart grids; veículos elétricos.

Os investimentos dos últimos anos levaram a que a quantidade de energia endógena nos sistemas da RAA atingisse níveis muito elevados. Como resultado, e em virtude de se tratarem de sistemas isolados, torna-se gradualmente mais relevante e exigente a necessidade de se efetuar a regulação do sistema, bem como manter a sua estabilidade. Esta dificuldade será acrescida com o aumento, ao longo do tempo, das energias renováveis intermitentes.

A função de controlo de tensão e frequência é assegurada, quase em exclusivo, pelos grupos térmicos, o que constitui uma imposição técnica que limita a penetração de uma maior quota de energias renováveis ou endógenas. A mitigação deste constrangimento à integração de produção renovável ou endógena depende, não só da redução ao mínimo possível do valor da potência térmica necessária para o sistema, como de soluções que permitam garantir a continuidade e qualidade do produto disponibilizado, bem como da segurança de pessoas e bens.

A EDA está empenhada em considerar algumas das mais promissoras soluções emergentes, como sistemas de armazenamento de energia em baterias, quer para serviços de sistema - colaboração no controlo de tensão e frequência - quer para efeitos de armazenamento, numa perspetiva de substituição de reserva girante por reserva estática, minimizando o funcionamento dos grupos térmicos e assegurando maiores níveis de penetração de energias renováveis, com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço prestado.

Numa tentativa de se obter um compromisso entre a necessidade de promover a maximização do aproveitamento da energia renovável remanescente e o cumprimento dos parâmetros de qualidade de serviço (regulação da tensão e da frequência), iremos implementar sistemas para o armazenamento de energia com recurso a baterias. A utilização destes sistemas, visa reduzir a necessidade de produção térmica e a regulação da rede. Trata-se de uma tecnologia que tem vindo a evoluir muito nos últimos anos, assistindo-se a uma redução significativa do seu custo, tendo a vantagem de contribuir para a regulação da rede e poder ser implementada de forma modular. Tendo em conta os resultados dos

estudos realizados e em curso, iremos realizar investimentos nesta tecnologia em diversas ilhas. Encontram-se em fase de execução investimentos em sistemas de armazenamento de energia, nas ilhas de Santa Maria, São Miguel e Terceira, e em fase de estudo de dimensionamento, os investimentos previstos para as ilhas de São Jorge, Pico e Faial.

Para o cumprimento dos requisitos técnicos de qualidade de serviço, o Grupo EDA encontram-se a implementar soluções tecnológicas de ponta, que permitam que os sistemas de armazenamento referenciados colaborem ativamente nos serviços de sistema, em termos de reserva “girante” e de controlo de tensão e frequência, e sobre novos sistemas inteligentes para gestão integrada de produção dispersa.

Gráfico 21 – Investimento em renováveis e sistemas de armazenamento

2021-2025

Com estes pressupostos, o Grupo EDA tem previsto para o período de 2021-2025 um extenso plano de novos empreendimentos em aproveitamentos de energias renováveis e sistemas de armazenamento de energia, de que resulta um investimento total de cerca de 157 milhões de Euros, e que, no atual estado de desenvolvimento das tecnologias conhecidas, maximiza a penetração de produção renovável nos pequenos e isolados sistemas elétricos dos Açores.

Foi considerada a obtenção de fundos comunitários (PO Açores 2014-2020) para os sistemas de armazenamento a instalar nas ilhas de Santa Maria, Terceira e São Miguel no valor de 30 milhões de Euros.

A maximização da produção de origem renovável será facilitada pela construção prevista de sistemas de armazenamento de energia baseada em baterias e que permitirá um aumento de penetração de energias renováveis por substituição de parte da energia térmica de base. Este tipo de tecnologia será instalada nas ilhas de S. Maria, S. Miguel, Terceira, S. Jorge, Pico, Faial e Corvo.

A conclusão dos investimentos em curso e a concretização do Plano de Investimentos em energias renováveis para o período de 2021-2025, irá potenciar o aumento da parcela correspondente à emissão com base em energias renováveis/recursos endógenos. Prevê-se um acréscimo da estimativa de 40,2%, em 2021 para 61,1% em 2025 no total dos Açores. Caso surjam, entretanto, mais produtores independentes de energias renováveis e ou a produção distribuída venha a ter um impacto significativo nos próximos anos, aquele referencial (61,1%) poderá ser ultrapassado.

A materialização do aumento mencionado no paragrafo anterior ocorrerá com a conclusão dos seguintes investimentos:

Na ilha de Santa Maria está a decorrer a instalação de um parque fotovoltaico com uma potência de 600 kW, com início de exploração no quarto trimestre de 2020, e uma emissão anual estimada de cerca de 729 MWh. Este parque pode ser ampliado até à potência de 1 MWp. Na energia eólica prevê-se a ampliação do parque do Figueiral. Na ilha de S. Miguel, prevê-se o início do projeto que visa a execução de três poços geotérmicos no setor de Cachaços-Lombadas, com vista à saturação da potência instalada na Central Geotérmica da Ribeira Grande e de dois poços geotérmicos no setor do Pico Vermelho, com o objetivo de incrementar a potência da Central Geotérmica do Pico Vermelho, em cerca de 5 MW. Está prevista, em 2024, a instalação de um parque fotovoltaico com 4 MW de potência instalada e a expansão do parque eólico dos Graminhais.

Na ilha Terceira, ao nível da geotermia, é objetivo da empresa manter a potência contratada inicial de 3,5 MW e proceder à expansão da central com uma potência de mais 6,5 MW, caso se comprove a disponibilidade de recurso e o sucesso da campanha de perfuração de um máximo de três poços geotérmicos no campo geotérmico do Pico Alto.

Na ilha de S. Jorge está prevista a instalação de um parque fotovoltaico de 1 MW em 2024. Prevê-se, para o mesmo ano, a entrada em exploração da remodelação do parque eólico, com a substituição de seis torres de 300 kW por três de 900 kW.

Na ilha do Pico prevê-se a instalação de um parque fotovoltaico de 1,5 MW em 2023 e a entrada em exploração da remodelação do parque eólico, em 2025, com a substituição das atuais oito torres de 300 kW por quatro de 900 kW.

Na ilha do Faial está prevista a expansão do parque eólico do Salão em 2023, assim como a instalação de um parque fotovoltaico de 1,5 MW em 2024.

Para a ilha das Flores prevê-se instalação de um parque fotovoltaico de 200 kW, em 2022, e a remodelação do parque eólico, substituindo duas torres de 300 kW por uma de 900 kW, no ano de 2024.

Na ilha do Corvo prevê-se a entrada em exploração de um parque fotovoltaico no primeiro trimestre de 2021, com uma emissão anual estimada em cerca de 82 MWh. No ano de 2023, prevê-se a instalação de um parque eólico com duas torres de 100 kW e com uma emissão anual estimada de 450 MWh.

A concretização destes investimentos (2021-2025) evitará a emissão de cerca de 112 mil toneladas de CO2 por ano, contribuindo para que, a partir do ano 2025, seja possível evitar a emissão de um total de cerca de 295 mil toneladas/ano de gases com efeito de estufa, o que constituirá um importante contributo para a melhoria do ambiente e da qualidade de vida, ao mesmo tempo que promove a manutenção de uma Região cada vez mais “verde”.

9 ORÇAMENTO EDA PARA 2021

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