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Sistemas de proteção contra quedas da NR 35:

2.3 NORMA REGULAMENTADORA 35

2.3.5 Sistemas de proteção contra quedas da NR 35:

Os sistemas de proteção contra queda recebem uma abordagem específico no escopo da NR 35:

1. É obrigatória a utilização de sistema de proteção contra quedas sempre que não for possível evitar o trabalho em altura.

A seleção do sistema de proteção individual deve considerar as cargas aplicadas aos elementos do mesmo em caso de eventual queda e os valores obtidos multiplicados por fatores, denominados fatores de segurança, que são definidos em normas técnicas específicas. Os resultados obtidos deverão ser comparados com as especificações dos equipamentos selecionados para verificar a sua adequação. Ressalte-se que deverá ser observado, além da carga aplicada nos sistemas de proteção individual, o impacto sofrido pelo trabalhador, objetivando minimizar possíveis lesões quando da queda. (MTE, 2011)

2. O sistema de proteção contra quedas deve: a) ser adequado à tarefa a ser executada;

b) ser selecionado de acordo com Análise de Risco, considerando, além dos riscos a que o trabalhador está exposto, os riscos adicionais;

c) ser selecionado por profissional qualificado em segurança do trabalho

d) ter resistência para suportar a força máxima aplicável prevista quando de uma queda; e) atender às normas técnicas nacionais ou na sua inexistência às normas internacionais aplicáveis;

f) ter todos os seus elementos compatíveis e submetidos a uma sistemática de inspeção. Em algumas circunstâncias os EPI devem, além de garantir a eficácia na retenção da queda do trabalhador, garantir que estes sejam adequados aos riscos adicionais que possam existir no local de trabalho, tais como produtos químicos, respingos de solda, abrasão. (ROCHA, 2013)

3. A seleção do sistema de proteção contra quedas deve considerar a utilização: a) de sistema de proteção coletiva contra quedas - SPCQ;

b) de sistema de proteção individual contra quedas - SPIQ, nas seguintes situações: b.1) na impossibilidade de adoção do SPCQ;

b.2) sempre que o SPCQ não ofereça completa proteção contra os riscos de queda; b.3) para atender situações de emergência.

4. O SPCQ deve ser projetado por profissional legalmente habilitado.

5. O SPIQ pode ser de restrição de movimentação, de retenção de queda, de posicionamento no trabalho ou de acesso por cordas.

a) sistema de ancoragem; b) elemento de ligação;

c) equipamento de proteção individual.

7. Os equipamentos de proteção individual devem ser: a) certificados;

b) adequados para a utilização pretendida; c) utilizados considerando os limites de uso; d) ajustados ao peso e à altura do trabalhador.

8. O fabricante e/ou o fornecedor de EPI devem disponibilizar informações quanto ao desempenho dos equipamentos e os limites de uso, considerando a massa total aplicada ao sistema (trabalhador e equipamentos) e os demais aspectos previstos no item 19.

9. Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções do SPIQ, recusando- se os elementos que apresentem defeitos ou deformações.

10. Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os elementos do SPIQ.

11. Devem-se registrar os resultados das inspeções: a) na aquisição;

b) periódicas e rotineiras quando os elementos do SPIQ forem recusados.

12. Os elementos do SPIQ que apresentarem defeitos, degradação, deformações ou sofrerem impactos de queda devem ser inutilizados e descartados, exceto quando sua restauração for prevista em normas técnicas nacionais ou, na sua ausência, em normas internacionais e de acordo com as recomendações do fabricante.

13. O SPIQ deve ser selecionado de forma que a força de impacto transmitida ao trabalhador seja de no máximo 6kN quando de uma eventual queda;

14. Os sistemas de ancoragem destinados à restrição de movimentação devem ser dimensionados para resistir às forças que possam vir a ser aplicadas.

15. Havendo possibilidade de ocorrência de queda com diferença de nível, em conformidade com a análise de risco, o sistema deve ser dimensionado como de retenção de queda.

16. No SPIQ de retenção de queda e no sistema de acesso por cordas, o equipamento de proteção individual deve ser o cinturão de segurança tipo paraquedista.

17. O cinturão de segurança tipo paraquedista, quando utilizado em retenção de queda, deve estar conectado pelo seu elemento de engate para retenção de queda indicado pelo fabricante.

18. A utilização do sistema de retenção de queda por trava-queda deslizante guiado deve atender às recomendações do fabricante, em particular no que se refere:

a) à compatibilidade do trava-quedas deslizante guiado com a linha de vida vertical; b) ao comprimento máximo dos extensores.

19. A Análise de Risco prevista nesta norma deve considerar para o SPIQ minimamente os seguintes aspectos:

a) que o trabalhador deve permanecer conectado ao sistema durante todo o período de exposição ao risco de queda

O sistema de proteção contra quedas deve permitir o trabalhador se conecte antes de ingressar na zona de risco de queda e se desconecte somente após sair, permanecendo conectado durante toda sua movimentação no interior da mesma e em todos os pontos em que a tarefa demandar. No caso do uso do cinto de segurança com duplo talabarte, pelo menos um dos mosquetões deverá estar sempre conectado ao sistema de ancoragem. (ROCHA, 2012)

b) distância de queda livre; c) o fator de queda;

d) a utilização de um elemento de ligação que garanta um impacto de no máximo 6 kN seja transmitido ao trabalhador quando da retenção de uma queda;

O fator de segurança estabelecido mínimo de 2,5:1, tendo como base de cálculo 6 kN, como força de impacto máximo permitida a ser transmitida ao trabalhador. A norma de absorvedor de energia e as de todos os modelos de trava queda testam os produtos dentro da pior situação possível e limitam a força de impacto gerada em 6 kN (600 Kgf). (ROCHA, 2012)

e) a zona livre de queda;

Zona Livre de queda (ZQL): É a distância mínima medida desde o dispositivo de ancoragem até o nível do chão, ou próxima nível inferior real, ou obstáculo significativo mais próximo. O comprimento indicado será a somatória das distâncias ao lado. (ROCHA, 2012)

20. O talabarte e o dispositivo trava-quedas devem ser posicionados:

a) quando aplicável, acima da altura do elemento de engate para retenção de quedas do equipamento de proteção individual;

b) de modo a restringir a distância de queda livre;

c) de forma a assegurar que, em caso de ocorrência de queda, o trabalhador não colida com estrutura inferior.

Sempre que possível os pontos de ancoragem devem estar acima do usuário de forma a minimizar o comprimento e o impacto de qualquer queda. (ROCHA, 2012)

21. O talabarte, exceto quando especificado pelo fabricante e considerando suas limitações de uso, não pode ser utilizado:

a) conectado a outro talabarte, elemento de ligação ou extensor; b) com nós ou laços.

22. Emergência e Salvamento: o empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura.

As equipes deverão estar preparadas e aptas a realizar as condutas mais adequadas para os possíveis cenários de situações de emergência em suas atividades. As respostas serão proporcionais ao nível de treinamento e aptidão necessárias em função da existência ou não de equipe própria, externa ou composta pelos próprios trabalhadores. Se a equipe de emergência e salvamento for própria ou formada pelos próprios trabalhadores as respostas serão realizar o resgate e os primeiros socorros de imediato com as técnicas aprendidas. Se a equipe for externa a resposta será chamar a equipe de emergência o mais breve possível e dar todo o suporte e retaguarda à(s) vítima(s) e a equipe de resgate. (ROCHA, 2012)

22.1 A equipe pode ser própria, externa ou composta pelos próprios trabalhadores que executam o trabalho em altura, em função das características das atividades.

Equipe externa pode ser pública ou privada. A pública é formada pelo corpo de bombeiros da polícia militar ou por voluntários, defesa civil, SAMU. A equipe privada é formada por profissionais capacitados em emergência e salvamento como bombeiros civis, médicos, enfermeiros e resgatistas para função específica de dar suporte para seus próprios funcionários e de contratadas. (ROCHA, 2013)

Em algumas situações a equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura deverá ser própria, ou seja, formada pelos próprios trabalhadores que exercem trabalhos em altura. Isto deverá ocorrer quando as equipes externas, públicas ou privadas forem inexistentes ou quando a distância exija deslocamentos que inviabilizem o trabalho em tempo ideal. (ROCHA, 2013)

22.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos necessários para as respostas a emergências.

Como exemplo de equipe própria podemos citar em locais distantes ou de difícil acesso onde os trabalhadores deverão estar capacitados a realizar salvamentos de emergência, resgate e inclusive o auto resgate, quando possível ou viável. (ROCHA, 2013)

Portanto deve-se assegurar que o plano de emergência, após análise de risco, contemple os treinamentos específicos necessários para cada realidade, utilização de sistemas de comunicação adequados, equipamentos adequados para resgate e primeiros socorros. (ROCHA, 2013)

22.3 As ações de respostas às emergências que envolvam o trabalho em altura devem constar do plano de emergência da empresa.

Trata-se de documento contendo os procedimentos para contingências de ordem geral, que os trabalhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos adotá-los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essas medidas são em função dos riscos e das condições do trabalho em áreas externas e internas sujeitas a diversas variáveis cujo controle não está totalmente nas mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos em vias públicas, intempéries, ações de pessoas negligentes, bem como os reflexos dessas ocorrências nas áreas internas, que determinam a necessidade de serem pré estabelecidos procedimentos emergenciais. (ROCHA, 2012)

22.4 As pessoas responsáveis pela execução das medidas de salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.

Se a empresa, de acordo com o seu plano de emergência, tiver ou necessitar equipe própria para executar o resgate e prestar primeiros socorros os membros desta equipe devem possuir treinamento adequado através da indefinição do fator de segurança e sua responsabilidade devem ficar a cargo do fabricante dos equipamentos o que poderá ser

consignado no próprio CA do EPI, ou, no caso de equipamentos acessórios, em documento próprio do mesmo. (ROCHA, 2012)

Como o foco do nosso estudo é trabalho em altura na construção civil com acesso por corda e os sistemas de ancoragem, faremos uma apresentação das recomendações da NR 35 (Anexos I e II).

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