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Dificuldades para implantação da NR35: trabalho em altura

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PAULA REBELLO BENDER THAUAN HEDER FARIA DA SILVEIRA

DIFICULDADES PARA IMPLANTAÇÃO DA NR 35: TRABALHO EM ALTURA

Palhoça 2020

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PAULA REBELLO BENDER THAUAN HEDER FARIA DA SILVEIRA

DIFICULDADES PARA IMPLANTAÇÃO DA NR 35: TRABALHO EM ALTURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Toledo, Msc.

Palhoça 2020

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Este trabalho é dedicado a todos que contribuíram, de alguma forma, para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Por trás deste trabalho de conclusão de curso está o apoio de muita gente e sem os quais nada disto teria sido possível. Começamos por agradecer a Deus por nos dar saúde e força nos momentos em que precisamos.

Não podemos deixar de agradecer a esta universidade e ao seu corpo docente por todo o conhecimento que adquirimos ao longo desses anos.

Um agradecimento especial ao orientador Profº José Humberto, que teve muita paciência e que soube nos guiar e ajudou encontrarmos o caminho correto.

E por fim, um agradecimento aos nossos pais, familiares e amigos por tudo o que fizeram por nós ao longo deste tempo. A vocês devemos tudo.

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“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” (Arthur Schopenhauer)

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RESUMO

Este trabalho conta com uma pesquisa de cunho qualitativo com abordagem exploratória afim de demonstrar a importância da implantação e avaliar o cumprimento das medidas previstas nos anexos I e II da NR 35 em cinco construtoras da Grande Florianópolis, no mês de outubro de 2020. A Norma Regulamentadora 35 estabelece as medidas de proteção e os requisitos mínimos para o trabalho em altura, envolvendo desde o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Durante a pesquisa a investigação foi realizada através de um questionário aplicado em forma de entrevista com o responsável técnico de cada obra, afim de levantar dados sobre a utilização dos equipamentos de proteção individual, as dificuldades de implantação da norma e os benefícios obtidos após a sua implantação. Embora a implantação da norma demonstre redução nos números e gravidade dos acidentes de trabalho relacionados a trabalhos em altura, ainda pode-se perceber falhas na adesão da norma, o que pode colocar a integridade física dos funcionários em risco, podendo levar à invalidez permanente e até mesmo o óbito do trabalhador.

PALAVRAS-CHAVE: Normas Regulamentadoras. NR 35. Trabalho em Altura. Acesso por cordas. Benefícios. Dificuldades. Construção Civil.

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ABSTRACT

This work has a qualitative research with an exploratory approach in order to demonstrate the importance of the implantation and to evaluate the fulfillment of the measures foreseen in the annexes I and II of the NR 35 in five construction companies of Greater Florianópolis, in October 2020. The Regulatory Norm - 35 establishes the protection measures and the minimum requirements for work at heights, involving from planning, organization and execution, in order to guarantee the safety and health of the workers directly or indirectly involved with this activity. During the research, the investigation was carried out through a questionnaire applied in the form of an interview with the technician responsible for each work, in order to collect data on the use of personal protective equipment, the difficulties of implementing the standard and the benefits obtained after its implementation. implantation. Although the implementation of the standard demonstrates a reduction in the numbers and severity of occupational accidents related to work at height, flaws in adhering to the standard can still be perceived, which can put the physical integrity of employees at risk, which can lead to permanent and permanent disability. even the death of the worker.

KEYWORDS: Regulatory Standards. NR 35. Work at height. Rope access. Benefits. Difficulties. Construction.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Caracterização da amostra...48

Tabela 2 – Representação da rotatividade de funcionários...49

Tabela 3 – Constituição do SESMT...49

Tabela 4 – Descrição dos profissionais do SESMT...50

Tabela 5 – Segurança do trabalho e prevenção de acidentes...51

Tabela 6 – A partir de quantos metros considera-se trabalho em altura na construção civil?...51

Tabela 7 – Capacitação dos funcionários para o trabalho em altura...52

Tabela 8 – Acesso por cordas e sistemas de ancoragem...53

Tabela 9 – A empresa já teve registro de algum acidente relacionado a trabalho em altura?...55

Tabela 10 – A empresa possuí algum procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura?...56

Tabela 11 – A empresa possuí alguma conduta para emergências, como técnicas de resgate ou primeiros socorros?...57

Tabela 12 – Os funcionários que exercem atividades em altura da empresa foram avaliados quanto ao seu estado de saúde?...57

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema de ancoragem...54 Figura 2 – Acesso por cordas...55

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LISTA DE SIGLAS

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística CBIC Câmara Brasileira da Industria da Construção ANAMT Associação Nacional de Medicina do Trabalho NR 35 Norma Regulamentadora 35

EPI Equipamento de proteção individual NBR Norma Brasileira Regulamentadora CAT Comunicação do Acidente do Trabalho; INSS Instituto Nacional do Seguro Social FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço AEPS Anuário Estatístico da Previdência Social

AR Análise de risco

PT Permissão de trabalho

SEPRT Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional SPCQ Sistema de proteção coletiva contra quedas

SPIQ Sistema de proteção individual contra quedas MTE Ministério do Trabalho e Emprego

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 14 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 15 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 15 1.3 JUSTIFICATIVA ... 16 1.4 OBJETIVOS ... 16 1.4.1 Objetivo Geral ... 16 1.4.2 Objetivos Específicos ... 16 1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 17 1.5.1 Tipo de Estudo ... 17 1.5.2 Procedimentos Técnicos ... 17

1.5.3 Procedimento de coleta de dados ... 18

1.5.4 Metodologia de análise de dados ... 18

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 18

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 20

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO ... 20

2.2 ESTATÍSTICAS E RISCOS: TRABALHO EM ALTURA ... 22

2.3 NORMA REGULAMENTADORA 35 ... 23

2.3.1 Responsabilidades do empregador de acordo com a NR 35 ... 24

2.3.2 Responsabilidades do trabalhador de acordo com a NR 35 ... 25

2.3.3 Sobre a Capacitação e Treinamento da NR 35 ... 26

2.3.4 Sobre o Planejamento, Organização e Execução da NR 35 ... 27

2.3.5 Sistemas de proteção contra quedas da NR 35: ... 35

2.4 ANEXO I - ACESSO POR CORDAS ... 41

2.4.1 Campo de Aplicação ... 41

2.4.2 Execução das atividades ... 41

2.4.3 Equipamentos e cordas ... 42

2.4.4 Resgate ... 43

2.4.5 Condições impeditivas ... 43

2.5 ANEXO II - SISTEMAS DE ANCORAGEM ... 44

2.5.1 Componentes do sistema de ancoragem ... 44

2.5.2 Requisitos do sistema de ancoragem ... 45

2.5.3 Projetos e especificações ... 46

2.5.4 Procedimentos operacionais ... 46

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3.1 CAMPO DE PESQUISA ... 47

3.2 MÉTODO DE PESQUISA ... 47

3.3 RESULTADOS E ANÁLISES ... 47

3.3.1 Dados das Empresas ... 48

3.3.2 Questões sobre Trabalho em Altura ... 51

3.4 ANÁLISE GERAL ... 58

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 60

REFERÊNCIAS ... 62

APÊNDICES ... 66

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Código 43 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE, as atividades da construção civil são classificadas como as atividades de preparação do terreno, as obras de edificações e de engenharia civil, as instalações de materiais e equipamentos necessários ao funcionamento dos imóveis e às obras de acabamento, contemplando tanto as construções novas, como as grandes reformas, as restaurações de imóveis e a manutenção corrente.

A importância da construção civil pode ser medida por sua contribuição relativa para a formação do produto nacional (TEIXEIRA; CARVALHO, 2005). Segundo o banco de dados do CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2020), que tem como fonte o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas e Coordenação de Contas Nacionais, o setor da construção civil contribuiu com o valor adicionado bruto de 230.406 bilhões de reais no ano de 2019, crescendo cerca de 1,6% comparado com o ano de 2018.

A construção civil é fundamental como instrumento de políticas públicas para a geração de emprego e renda, dada sua magnitude de contribuição para o crescimento econômico (TEIXEIRA; CARVALHO, 2005). Ainda de acordo com o banco de dados a CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, no ano de 2017 o setor obteve participação de 7,57% no total de pessoas ocupadas no Brasil, o que representa 7.692.147 de empregos.

Apesar da construção civil contribuir empregando muitos trabalhadores, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (2019) é um dos segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, sendo o primeiro do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes (perde apenas para o transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias.

Com a responsabilidade de estabelecer condições mínimas de segurança aos trabalhadores foram criadas a partir da lei N° 6.514 de 1977 as Normas Regulamentadoras, totalizando atualmente 37 normas que abrangem individualmente uma área específica. Entre essas normas encontra-se a NR 35 - Trabalho em Altura, a qual estabelece os requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução.

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De acordo com a NR 35 classifica-se trabalho em altura como qualquer atividade realizada a partir de 2,00 metros de altura. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Estado de Saúde, entre os anos de 2009 a 2013, uma em cada cinco mortes decorrentes de acidente de trabalho em Santa Catarina foi motivada por queda em altura, comprovando o risco que há nesse tipo de trabalho e a necessidade do cumprimento das normas regulamentadoras. Segundo Camargo et al. (2011), um ponto principal das falhas internas na construção civil são: perda de equilíbrio, passos em falsos escorregões entre outros; falta de proteção, como o guarda corpo; falhas de instalações ou dispositivos de proteção; métodos incorretos de trabalho; contato acidental com fios de alta tensão e inaptidão do trabalhador à atividade.

O presente estudo tem como principal objetivo analisar junto a algumas empresas selecionadas na região da Grande Florianópolis as dificuldades da implementação da NR 35 com foco no Anexo I – Acesso por Cordas, que apresenta o campo de aplicação do mesmo, a execução das atividades, os equipamentos e cordas, resgate e condições impeditivas; e no Anexo II – Sistema de Ancoragem, o qual apresenta o campo de aplicação, os componentes do sistema de ancoragem, os requisitos do sistema de ancoragem, os projetos e especificações e por fim, os procedimentos operacionais.

1.1TEMAEDELIMITAÇÃO

Análise da implementação da NR 35 em diferentes empresas da construção civil, com foco no Anexo I - Acesso por Cordas e Anexo II – Sistemas de Ancoragem.

1.2PROBLEMADEPESQUISA

De maneira geral grande parte dos acidentes de trabalho são causados devido à falta ou mau uso de equipamentos de segurança, e através dessa análise seria possível avaliar a causa das maiores dificuldades para cumprir os requisitos previstos, seria pela falta de viabilidade técnica na obra ou falta de informação e descaso da empresa ou funcionário?

Diante desse contexto, essa pesquisa visa investigar a seguinte questão: qual a importância de aplicação das medidas solicitadas pelos anexos I e II da NR 35 por empresas da construção civil que tem como foco o trabalho por acesso por cordas e que necessitam de sistemas de ancoragem? E, quais são as dificuldades de implantação desses anexos pelas empresas e os benefícios gerados para a redução dos riscos de acidentes?

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1.3JUSTIFICATIVA

De acordo com Camargo et al. (2011) o acidente não é apenas tratado como os ferimentos ou lesões ou até mortes, mas há várias preocupações legais que podem repercutir a empresa além do custo gerado pelo acidente. Além dos riscos aos funcionários, “as empresas que não cumprem o previsto pelas Normas Regulamentadores podem ser multadas e penalizadas – no mínimo, por descumprirem com a hierarquia obrigatória das medidas de proteção, estabelecida pela NR 9” QUADROS (2017).

Esta pesquisa justifica-se para conscientizar sobre a importância do cumprimento da NR35, tanto para as empresas quanto para qualquer pessoa que atue na área da construção civil, informando e analisando através de pesquisas e dados estatísticos como o cumprimento dessa norma pode contribuir na prevenção de acidentes de trabalho em altura

O trabalho pretende apontar as maiores dificuldades encontradas nas empresas no cumprimento da norma e como as mesmas lidam com os obstáculos de colocar a norma em prática no dia a dia, se buscam por alguma solução continuar oferecendo segurança a seus colaboradores.

1.4OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Demonstrar a importância de aplicação das medidas previstas pelos anexos I e II da NR 35 e avaliar o cumprimento da NR 35 nas cinco empresas selecionadas para este estudo.

1.4.2 Objetivos Específicos

● Descrever as recomendações da NR 35 e as dos anexos I e II;

● Avaliar os riscos possíveis na construção civil causados pelos trabalhos em altura com acesso por cordas e o projeto de sistemas de ancoragem;

● Levantar a viabilidade técnica junto a algumas empresas da implantação das medidas de segurança solicitadas pelos anexos;

● Descrever os benefícios gerados pela implementação da NR 35 quanto à redução de riscos de acidentes;

● Apresentar as dificuldades que as empresas têm na implantação da NR 35;

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● Avaliar se as empresas efetuam a manutenção e inspeção nos equipamentos de proteção individual e elementos do sistema de proteção individual contra quedas.

1.5METODOLOGIADEPESQUISA

O trabalho será realizado a partir de pesquisa exploratória, pois além de contar com pesquisa bibliográfica para o embasamento científico, juntamente contará com estudo de caso através da avaliação do campo de obras e entrevistas com funcionários de 5 empresas selecionadas, tendo por objetivo trazer maior clareza ao tema.

1.5.1 Tipo de Estudo

Segundo a abordagem do problema referido no tópico 1.2, a pesquisa é de cunho qualitativo.

De acordo com Denzin e Lincoln (2006 apud Augusto et al. 2013), a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa do mundo, o que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando entender os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem. Ainda de acordo com Augusto et. al. (2013) esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada dos fenômenos e dos elementos que o envolvem.

Moreira (2002) menciona que este tipo de estudo tem como característica principal a análise visual dos fenômenos. Ainda, aborda as características básicas dessa metodologia, apresentando um sumário com seis itens: a interpretação como foco; subjetividade é enfatizada, flexibilidade na conduta do estudo; o interesse é no processo e não no resultado (segue-se uma orientação que objetiva entender a situação em análise); o contexto como intimamente ligado ao comportamento das pessoas na formação da experiência; o reconhecimento de que há uma influência da pesquisa sobre a situação, admitindo-se que o pesquisador também sofre influência da situação de pesquisa.

1.5.2 Procedimentos Técnicos

Para a realização deste estudo, inicialmente será realizada uma pesquisa em bases de dados (Google Acadêmico, Scielo e sites oficiais) para compor o assunto e definir as evidências da utilização da NR35. Posteriormente, realizar-se-á uma avaliação do campo de obras com a utilização de um formulário elaborado pelos pesquisadores (apêndice 1), bem como uma entrevista com funcionários de cada empresa que realizam trabalhos em altura.

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Deste modo, é possível comparar o que é exigido nos anexos I e II da NR35 e o que de fato é realizado no trabalho em campo, e ainda, correlacionar estes fatores com os acidentes de trabalho.

1.5.3 Procedimento de coleta de dados

As empresas selecionadas para a entrevista são de pequeno, médio e grande porte, sendo uma de pequeno porte contando com 10 a 49 empregados, três de médio porte, entre 50 a 99 empregados e uma de grande porte, com 100 ou mais empregados conforme a classificação por número de funcionários do SEBRAE (2013).

De forma aleatória serão contatadas cinco empresas (construtoras ou empresas que atuem no ramo de obras) da região da Grande Florianópolis para entrevistar e aplicar um formulário sobre a utilização da NR 35. A aplicação do mesmo será feita de maneira presencial e deverá ser acompanhada pelo responsável por cada obra.

Se possível, com a autorização das empresas serão reunidas imagens fotográficas para melhor entendimento dos acessos realizados por corda e sistemas de ancoragem. Por questões éticas e de privacidade, as empresas que permitiram a visita em suas obras não serão identificadas com nomes reais.

A entrevista a ser realizada com funcionários contará com o auxílio do questionário (apêndice A), tem como objetivo determinar se estão devidamente capacitados para a execução dos serviços e utilizando todos os equipamentos de proteção. Da mesma forma que as empresas, os funcionários não serão identificados através de seus nomes ou qualquer outra forma.

1.5.4 Metodologia de análise de dados

Os dados coletados durante a pesquisa serão sistematizados em planilha do Microsoft Excel, versão 2016 (Microsoft Corp., Estados Unidos).

Ainda, serão analisados de forma subjetiva e apresentados de modo descritivo, já que este estudo é de natureza qualitativa e tem como intuito analisar de maneira aprofundada as questões aqui levantadas, para assim obter as respostas do problema tratado.

1.6ESTRUTURADOTRABALHO

Neste tópico apresentaremos a estrutura do trabalho que está dividida em quatro capítulos, distribuídos da seguinte forma:

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No capítulo 1 consta o tema e sua delimitação, o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e a metodologia utilizada. Já no capítulo 2 temos o referencial teórico que está dividido em acidentes de trabalho, a descrição da NR 35 e seus anexos.

O capítulo 3 contém o estudo de caso da pesquisa, o qual apresenta o campo de pesquisa, método de pesquisa, os resultados e análises e a análise geral do trabalho. Por fim, temos o capítulo 4 que traz as considerações finais sobre a pesquisa realizada.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O ambiente de trabalho seguro é aquele que apresenta baixo risco ou ausência de acidentes, bem como não manifesta risco de causar danos à saúde do trabalhador. Ou seja, para ser considerado seguro, o ambiente de trabalho denota um espaço físico organizado, os funcionários usam EPI e as manutenções e revisões do espaço e das máquinas estão em dia (BAPTISTA, 2016). Nesse capítulo daremos destaque para acidentes do trabalho; Norma Regulamentadora NR 35 e seus anexos I e II. Essa base teórica será usada nas discussões dos resultados.

2.1ACIDENTESDETRABALHO

O artigo 19 da Lei n° 8.213/91 traz uma definição de acidente de trabalho:

Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Já o risco de acidentes pode ser representado pela seguinte relação (BAPTISTA, 2016):

𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 = 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜

𝑆𝑎𝑙𝑣𝑎𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎𝑠

onde risco é a probabilidade de que um determinado perigo tem de se transformar em um acidente real, causando uma consequência; perigo é a situação com potencial de causar danos ao trabalhador, sejam eles lesões ou doenças; e salvaguardas são medidas de segurança para minimizar repercussões, reduzindo sua probabilidade de ocorrência. Em vista disso, para existir um baixo risco de acidentes, devem-se reduzir ou eliminar os perigos ou aumentar as salvaguardas (BAPTISTA, 2016).

Carvalho (2017) pontua os cinco tipos mais frequentes de acidentes na construção civil como: quedas em altura, cortes e lacerações, lesões por esforços repetitivos, exposição a sons altos (falta de protetores intra-auriculares) e picadas de insetos e bichos peçonhentos.

Segundo Costa (2009), as causas dos acidentes podem ser divididas em causas humanas, que são as ações perigosas criadas pelo homem, como incapacidade física ou mental, falta de conhecimento ou experiência, motivação inadequada, stress,

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descumprimento de normas, regras e modos operatórios, entre outras; e causas materiais, que são as causas relacionadas às questões técnicas e físicas perigosas, apresentadas pelo meio ambiente natural ou defeito dos equipamentos. Tais causas se assemelham com as causas presentes na NBR 14280/2001 Cadastro de acidente de trabalho – Procedimento e classificação, que são as seguintes:

● Fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao comportamento humano;

● Ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência do acidente;

● Condição ambiente de insegurança (condição ambiente): condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.

Consta no Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (2017) os seguintes conceitos para os diferentes tipos de acidente:

• Acidentes Típicos – são os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo segurado acidentado;

• Acidentes de Trajeto – são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa;

• Doença do Trabalho – são as doenças profissionais, aquelas produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade, conforme disposto no Anexo II do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999; e as doenças do trabalho, aquelas adquiridas ou desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Já a classificação quanto à gravidade do acidente é a seguinte (COSTA, 2009): a) Simples Assistência Médica: o acidentado recebe assistência médica e pode retornar imediatamente às suas atividades profissionais;

b) Incapacidade Temporária: o empregado acidentado deve manter-se afastado de suas atividades profissionais pelo período necessário ao seu pleno restabelecimento, retornando integralmente às suas atividades profissionais;

c) Incapacidade Permanente: o empregado acidentado fica impossibilitado de retornar à sua atividade profissional de forma permanente. A incapacidade permanente, contudo, pode ser total ou parcial. No caso de total, o acidentado fica impossibilitado de exercer qualquer

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atividade profissional. No caso de parcial, o acidentado pode retornar ao mercado de trabalho, porém exercendo outras atividades profissionais;

d) Óbito: o empregado vem a falecer em razão do acidente sofrido.

Mazon e Savi (2013) afirmam que a ocorrência e a gravidade dos acidentes de trabalho estão diretamente relacionadas com os riscos ambientais aos quais os empregados estão expostos e inversamente relacionado com o compromisso do empregador em oferecer condições de segurança aos seus empregados.

Na ocorrência de um acidente de trabalho típico ou de doença relacionada ao trabalho, o trabalhador tem direito aos seguintes itens: emissão da CAT (Comunicação do Acidente do Trabalho); benefício de auxílio-doença acidentário pago pelo INSS, caso necessite se afastar do serviço pelos prazos mínimos definidos em lei; recolhimento mensal de FGTS pelo empregador durante o afastamento por auxílio-doença acidentário; estabilidade de 12 meses após o término do afastamento por auxílio-doença acidentário, só podendo ser dispensado por justa causa; e o trabalhador também pode ter direito à indenização ou indenizações pagas pelo empregador. (TRIGUEIROS, 2019)

Segundo Dragoni (2005), a segurança no trabalho não deve ser abordada como uma despesa, mas sim como investimento, pois a prevenção de acidentes de trabalho reduz despesas, dado que, evita gastos com acidentes envolvendo funcionários, com o patrimônio, máquinas e equipamentos, além de diminuir as indenizações por acidentes, que podem corresponder a significativas perdas.

Na sequência apresentaremos riscos referentes a trabalho em altura.

2.2ESTATÍSTICASERISCOS:TRABALHOEMALTURA

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, 20% a 40% dos acidentes de trabalho estão relacionados ao trabalho em altura no Brasil, sendo considerado a principal causa de mortes nas indústrias do país (AZEVEDO, 2017).

No ano de 2013, o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) constatou 563.704 acidentes de trabalho, destes, 2.797 levaram o trabalhador à óbito, sendo que 559 destes óbitos (cerca de 20%) foram advindos por quedas de trabalho em altura. Levando em consideração que estes dados contam apenas trabalhadores formais, ou seja, aqueles com registro em carteira de trabalho, o número de óbitos pode ser ainda maior.

Segundo o Anuário Brasileiro de Proteção (2019), a Previdência detectou no ano de 2017 um total de 549.405 casos de acidente de trabalho, dentre eles 2.096 resultaram em

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óbito do trabalhador e outros 12.651 em incapacidade permanente. Neste mesmo ano, o setor de construção civil registrou 30.025 casos de acidentes de trabalho.

A construção civil é responsável por inúmeros acidentes no trabalho, pois exige que seus funcionários se exponham a fatores de riscos, como altura, calor e esforços repetitivos, contribuindo para aumentar os riscos de acidentes no trabalho (FERREIRA, 2018).

As quedas por falha na segurança no trabalho em altura estão entre as principais causas de morte de trabalhadores da construção civil, visando diminuir esse número de acidentes a NR 35 estabelece os requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura (MENDES, 2013).

No estudo de Ferreira (2018), através de relatos de 6 empresas pesquisadas, pode-se constatar que entre os acidentes de maior ocorrência na construção civil está a queda em altura. O grau de maturidade das empresas presentes no estudo, ainda pode ser considerado baixo, pois reconhecem os riscos, mas acabam negligenciando as medidas de prevenção.

Desde o planejamento até a execução, a NR 35 exige que o empregador garanta a implementação das medidas de proteção (MENDES, 2013).

Diante do exposto, o próximo tópico aborda a NR 35 e as suas aplicações, que é o foco deste estudo.

2.3NORMAREGULAMENTADORA35

A Norma Regulamentadora 35 (NR 35) estabelece as medidas de proteção e os requisitos mínimos para o trabalho em altura, envolvendo desde o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade (AZEVEDO, 2017).

Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais aplicáveis (AZEVEDO, 2017).

A aplicação incorreta da NR 35 pode ser relacionada à falta de informação ou até a resistência em mudar hábitos já consistentes, principalmente quando o trabalhador está acostumado a lidar com a altura, fazendo com que não perceba a iminência ao risco e acabe deixando de efetivar os procedimentos de segurança. Diante disso, a fiscalização torna-se um ato de extrema importância na prevenção de acidentes de trabalho em altura (AZEVEDO, 2017).

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2.3.1 Responsabilidades do empregador de acordo com a NR 35 De acordo com a NR 35 são responsabilidades do empregador:

1. Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma; 2. Assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da

Permissão de Trabalho - PT;

Esta Norma foi elaborada objetivando soluções particulares e alternativas que possam manter a garantia de segurança desejada, mais adequada para cada caso. Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco. Com relação à Permissão de Trabalho, esta deve ser elaborada nas situações previstas no texto normativo (ROCHA, 2012; MTE 2011).

3. Desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;

Em todas as empresas que executem atividades rotineiras envolvendo trabalho em altura, o procedimento operacional deve ser documentado, divulgado, conhecido, entendido e cumprido por todos os trabalhadores e demais pessoas envolvidas. (TEM, 2011)

4. Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas complementares de segurança aplicáveis;

A avaliação prévia dos serviços é uma prática para a identificação e antecipação dos eventos indesejáveis e acidentes, não passíveis de previsão nas análises de risco realizadas ou não considerados nos procedimentos elaborados, em função de situações específicas daquele local, condição ou serviço que foge à normalidade ou previsibilidade de ocorrência (ROCHA, 2012).

5. Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;

6. Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle;

Sempre que novos riscos forem identificados ou inovações implementadas, o trabalhador deverá receber informações e treinamentos para eliminar ou neutralizar estes novos riscos. Medidas de controle é uma titulação de item que representa o coletivo das ações estratégicas de prevenção destinadas a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle, as

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incertezas e eventos indesejáveis com capacidade potencial para causar lesões ou danos à saúde dos trabalhadores e, dessa forma, transpor as dificuldades possíveis na obtenção de um resultado esperado, dentro de condições satisfatórias (MTE, 2011).

7. Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de proteção definidas nesta Norma;

8. Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível; O empregado deverá paralisar atividade de trabalho se considerar que ela envolve risco grave e iminente para a segurança e saúde dos trabalhadores ou de outras pessoas. Esta obrigação está associada ao Direito de Recusa do trabalhador para estes casos (MTE, 2011).

9. Estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura; Muitos estabelecimentos mantêm trabalhadores envolvidos com trabalhos em altura que não tiveram capacitação formal, e muitas vezes, desconhecem ou subestimam os riscos inerente a estas atividades. O processo de autorização, devendo constar os documentos de capacitação (realizado na empresa), dos treinamentos de segurança (determinados nesta Norma) e da autorização formal dada pela empresa ao trabalhador (MTE, 2011).

10. Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;

11. Assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma. Além dos documentos previstos em outras Normas, a NR35 prevê a organização e o arquivamento de documentos que deverão ser arquivados e disponibilizados a qualquer tempo para a Inspeção do Trabalho. (ROCHA, 2012)

2.3.2 Responsabilidades do trabalhador de acordo com a NR 35 De acordo com a NR 35 são responsabilidades do empregado:

1. Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;

É um compromisso legalmente obrigatório para os trabalhadores que tem que cumprir as normas e regulamentos estabelecidos e demais medidas internas de segurança e saúde. (MTE, 2011)

(26)

2. Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta Norma;

3. Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

Direito de Recusa: previsto no art. 13 da Convenção 155 da OIT, promulgada pelo Decreto 1.254 de 29 de setembro de 1995, que assegura ao trabalhador a interrupção de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e iminente risco, conforme conceito estabelecido na NR-3, para sua segurança e saúde ou de outras pessoas. (ROCHA, 2012)

2.3.3 Sobre a Capacitação e Treinamento da NR 35

A NR 35 apresenta as orientações sobre capacitação e treinamento para os trabalhadores que vão se submeter ao trabalho em altura:

1. Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir:

a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura; b) análise de Risco e condições impeditivas;

c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle; d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção, conservação e limitação de uso;

f) acidentes típicos em trabalhos em altura;

g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de primeiros socorros.

Todo o trabalhador, antes de iniciar as suas funções com atividades em altura deve ser capacitado de acordo com a carga horária, conteúdo programático e aprovação previstos neste item. A empresa, ao admitir um trabalhador, poderá avaliar os treinamentos realizados anteriormente e, em função das características das atividades desenvolvidas pelo trabalhador na empresa anterior, convalidá-los ou complementá-los, atendendo à sua realidade, desde que realizados há menos de dois anos. O aproveitamento de treinamentos anteriores, total ou

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parcialmente, não exclui a responsabilidade da empresa emitir a certificação da capacitação do empregado. (ROCHA, 2013)

2. O treinamento periódico bienal deve ter carga horária mínima de oito horas, conforme conteúdo programático definido pelo empregador.

É essencial que os empregadores mantenham o nível de capacidade dos seus empregados. Isto exige uma reavaliação em intervalos definidos regulares e treinamento adicional onde necessário. Isto poderá ser um curso de recapitulação ou um curso completo no nível apropriado. Todos os cursos de recapitulação devem incluir todas as técnicas cobertas no curso de treinamento inicial. (ROCHA, 2012)

3. O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho. A comprovada proficiência no assunto não significa formação em curso específico, mas habilidades, experiência e conhecimentos capazes de ministrar os ensinamentos referentes aos tópicos abordados nos treinamentos, porém o treinamento deve estar sob a responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho, (ROCHA, 2013)

2.3.4 Sobre o Planejamento, Organização e Execução da NR 35

A NR 35 apresenta orientações sobre planejamento; organização e a sua execução em acordo com as seguintes etapas:

1. Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado.

Determina a obrigatoriedade dos tomadores de serviços de trabalho em altura garantir a segurança e a saúde de todos os trabalhadores e usuários envolvidos. (ROCHA, 2012)

2. Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possua anuência formal da empresa.

A autorização é um processo administrativo através do qual a empresa declara formalmente sua anuência, autorizando a pessoa a trabalhar em altura. Portanto, é de

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fundamental importância que as empresas adotem critérios bem claros para assumir tais responsabilidades. (ROCHA, 2012)

3. Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que exercem atividades em altura, garantindo que:

a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo estar nele consignados; Entende-se o termo exames em sentido amplo, compreendendo a anamnese, o exame físico e, se indicados, os exames complementares a que é submetido o trabalhador, devendo todos os exames e a sistemática implementados estar consignados no PCMSO da empresa, considerando os trabalhos em altura que o trabalhador irá executar. (ROCHA, 2013)

b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos em cada situação;

Sob o ponto de viste médico os exames médicos deverão compreender, além dos principais fatores que causam as quedas de planos elevados como condições físicas, psíquicas e clínicas do trabalhador, os demais fatores da tarefa como, por exemplo, exigência de esforço físico, acuidade visual, restrição de movimentos, entre outros fatores. (ROCHA, 2012)

c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais.

O médico examinador deve focar seu exame sobre patologias que possam originar mal súbito, tais como epilepsia e patologias crônicas descompensadas, como diabetes e hipertensão descompensadas. Fica reiterado que a indicação da necessidade de exames complementares é de responsabilidade do médico coordenador do PCMSO e/ou médico examinador. Os fatores psicossociais relacionados ao trabalho podem ser definidos como aquelas características do trabalho que funcionam como “estressores”, ou seja, implicam em grandes exigências no trabalho, combinadas com recursos insuficientes para o enfrentamento das mesmas. A partir desta perspectiva uma avaliação psicológica pode ser recomendável, apesar de não obrigatória. (ROCHA, 2013)

4. A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado de saúde ocupacional do trabalhador.

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Além de constar apto para a função a aptidão para o trabalho em altura também deverá estar registrada no ASO. (ROCHA, 2013)

5. A empresa deve manter cadastro atualizado que permita conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador para trabalho em altura.

Este cadastro que poderá ser em formato de documento impresso, crachá, cartaz, ou registro eletrônico que evidencie para quais atividades o trabalhador tem autorização para trabalhar em função de sua capacitação e estado de saúde. (ROCHA, 2012)

6. No planejamento do trabalho devem ser adotadas, de acordo com a seguinte hierarquia:

As medidas devem ser consideradas inclusive na etapa de concepção das instalações e equipamentos. O projeto deve ser concebido no sentido de evitar a exposição do trabalhador ou eliminar o risco de queda. (ROCHA, 2013)

a) medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execução; Esta é a melhor alternativa, pois ela simplesmente elimina o risco de queda. Já existem medidas alternativas consagradas para se evitar o trabalho em altura em algumas tarefas. Podemos citar, por exemplo, a demolição de edifícios pelo método da implosão (utilizando explosivos), que evita o acesso de trabalhadores com ferramentas e equipamentos ao alto das estruturas por períodos prolongados. Existem ainda a solução com utilização de postes de luz onde a luminária desce, através de dispositivos mecânicos até a base do poste, e a troca de lâmpadas é realizada a 1 metro do nível do chão. Na análise de risco de uma tarefa esta opção deve sempre ser avaliada e priorizada, quando possível. (ROCHA, 2013)

b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de execução do trabalho de outra forma;

Medidas de proteção coletiva devem, obrigatoriamente, se antecipar a todas as demais medidas de proteção possíveis de adoção na situação considerada. A instalação de sistema de guarda corpo e corrimãos são exemplos de medidas de proteção coletiva utilizadas na impossibilidade de realização do trabalho de outra forma. (ROCHA, 2013)

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c) medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de queda não puder ser eliminado.

A utilização de redes de proteção ou de cintos de segurança são exemplos de medidas de proteção coletiva e individual para minimizar as consequências da queda. (MTE, 2011)

7. Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.

8. A execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar as condições do local de trabalho já previstas na análise de risco.

Como exemplo de influências externas que podem alterar as condições do local pode-se citar as condições climáticas adversas, como ventos, chuvas, insolação, descargas atmosféricas ou trânsito de veículos e pessoas, dentre outras. É importante ressaltar que são as influências que interfiram ou impeçam a continuidade das atividades. (MTE 2011)

9. Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.

Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde e à segurança das pessoas. A adoção de medidas de controle deve ser precedida da aplicação de técnicas de análise de risco. Análise de risco é um método sistemático de exame e avaliação de todas as etapas e elementos de um determinado trabalho para desenvolver e racionalizar toda a sequência de operações que o trabalhador executará; identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais; identificar e corrigir problemas operacionais e implementar a maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com segurança. (ROCHA, 2012)

A NR35 não estabelece uma metodologia específica a ser empregada, mas não há que se esquecer que a análise de risco deve ser documentada e é fundamentada em metodologia de avaliação e procedimentos conhecidos, divulgados e praticados na organização e, principalmente, aceitos pelo poder público, órgãos e entidades técnicas. (ROCHA, 2012)

10. A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar: a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;

Deve ser avaliado o local onde os serviços serão executados e também o seu entorno, como a presença de redes energizadas nas proximidades, trânsito de pedestres, presença de inflamáveis ou serviços paralelos sendo executados. (MTE, 2011)

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b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho; c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;

Entende-se por sistemas de ancoragem os componentes definitivos ou temporários, dimensionados para suportar impactos de queda, aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual, diretamente ou através de outro dispositivo, de modo a que permaneça conectado em caso de perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda. Além de resistir a uma provável queda do trabalhador, a ancoragem pode ser para restrição de movimento. O sistema de restrição de movimentação impede o usuário de atingir locais onde uma queda possa vir a ocorrer. Sempre que possível este sistema que previne a queda é preferível sobre sistemas que buscam minimizar os efeitos de uma queda. (ROCHA, 2013)

d) as condições meteorológicas adversas;

Como condições climáticas adversas entende-se ventos fortes, chuva, descargas atmosféricas, entre outros fatores que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. É importante ressaltar que algumas outras condições meteorológicas devem ser consideradas. A baixa umidade atmosférica, por exemplo, desde que comprometa a segurança e saúde dos trabalhadores, pode ser considerada na análise de risco e no estabelecimento de medidas de controle. (ROCHA, 2013)

e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;

É importante considerar na seleção, inspeção e forma de utilização dos sistemas de proteção coletiva e individual que estes possuem limitações de uso, o que pode ser obtido por meio de consulta às normas técnicas vigentes e às orientações do fabricante. (ROCHA, 2013)

f) o risco de queda de materiais e ferramentas;

A queda de materiais e ferramentas deverá ser impedida com a utilização de procedimentos e técnicas, tais como o emprego de sistemas de guarda corpo e rodapé, utilização de telas ou lonas de vedação, amarração das ferramentas e materiais, utilização de porta ferramentas, utilização de redes de proteção, ou quaisquer outros que evitem este risco. (ROCHA, 2013)

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g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;

Além dos riscos inerentes ao trabalho em altura devem ser considerados os trabalhos simultâneos que porventura estejam sendo executados que coloquem em risco a segurança e a saúde do trabalhador. Por exemplo, o trabalho de soldagem executado nas proximidades de atividades de pintura vai necessariamente requerer medidas adicionais que devem ser consideradas na análise de risco. (MTE, 2011)

h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas regulamentadoras;

A NR35 não exclui a aplicabilidade de outras normas regulamentadoras. Os requisitos normativos devem ser compreendidos de forma sistemática, quando houver outros riscos como, por exemplo, o risco de contato elétrico, áreas classificadas e espaços confinados. As Normas Regulamentadoras nº 10, 20 e 33, respectivamente, deverão ser cumpridas respectivamente. (ROCHA, 2013)

i) os riscos adicionais;

Além dos riscos de queda em altura, intrínsecos aos serviços objeto da Norma, podem existir outros riscos, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, podem expor a integridade física e a saúde dos trabalhadores no desenvolvimento de atividades em altura. Desta forma, é necessária a adoção de medidas preventivas de controle para tais riscos “adicionais”, com especial atenção aos gerados pelo trabalho em campos elétricos e magnéticos, confinamento, explosividade, umidade, poeiras, fauna e flora, ruído e outros agravantes existentes nos processos ou ambientes onde são desenvolvidos os serviços em altura, tornando obrigatória a implantação de medidas complementares dirigidas aos riscos adicionais verificados.

Dentre os riscos adicionais podemos elencar:

Riscos Mecânicos: são os perigos inerentes às condições estruturais do local: falta de espaço, iluminação deficiente, presença de equipamentos que podem produzir lesão e dano.

Elétricos: são todos os perigos relacionados com as instalações energizadas existentes no local ou com a introdução de máquinas e equipamentos elétricos, que podem causar choque elétrico.

Corte e solda: os trabalhos a quente, solda e/ou corte acrescentam os perigos próprios desta atividade como radiações, emissão de partículas incandescentes.

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Líquidos, gases, vapores, fumos metálicos e fumaça: a presença destes agentes químicos contaminantes gera condições inseguras e facilitadoras para ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais.

Soterramento: quando o trabalho ocorre em diferença de nível maior que 2 metros com o nível do solo ou em terrenos instáveis, existe a possibilidade de soterramento por pressão externa.

Temperaturas extremas: trabalho sobre fornos e estufas pode apresentar temperaturas extremas que poderão que poderão comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores; Outros Riscos:

• Pessoal não autorizado próximo ao local de trabalho; • Queda de materiais;

• Energia armazenada. (ROCHA, 2012).

j) as condições impeditivas;

São situações que impedem a realização ou continuidade do serviço que possam colocar em risco a saúde ou a integridade física do trabalhador. Essas condições não se restringem às do ambiente de trabalho. A percepção do trabalhador em relação ao seu estado de saúde no momento da realização da tarefa ou atividade, assim como a do seu supervisor, também podem ser consideradas condições impeditivas. (ROCHA, 2013)

k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;

Na análise de riscos devem ser previstos os possíveis cenários de situações de emergência e respectivos procedimentos e recursos necessários para as respostas de resgate e primeiros socorros. (MTE, 2011)

A queda não é o único perigo no trabalho em altura. Ficar pendurado pelo cinto de segurança pode ser perigoso devido à prolongada suspensão inerte. A necessidade de redução do tempo de suspensão do trabalhador se faz necessária devido ao risco de compressão dos vasos sanguíneos ao nível da coxa com possibilidade de causar trombose venosa profunda e suas possíveis consequências. (ROCHA, 2013)

Para reduzir os riscos relacionados à suspensão inerte, provocada por cintos de segurança, o empregador deve implantar planos de emergência para impedir a suspensão prolongada e realizar o resgate e tratamento o mais rápido possível. (ROCHA, 2013)

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l) a necessidade de sistema de comunicação;

Esse item diz respeito à necessidade da existência de sistema de comunicação em sentido amplo, não só entre os trabalhadores que estão executando as tarefas em altura, como entre eles e os demais envolvidos direta ou indiretamente na execução dos serviços, inclusive em emergências. (ROCHA, 2013)

m) a forma de supervisão.

É responsabilidade do empregador assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma é definida pela análise de risco. A supervisão poderá ser presencial ou não, a forma será aquela que atenda aos princípios de segurança de acordo com as peculiaridades da atividade e as emergências. (MTE, 2011)

11. Para atividades rotineiras de trabalho em altura a análise de risco pode estar contemplada no respectivo procedimento operacional.

Atividades rotineiras: Conjunto de ações que fazem parte do cotidiano de uma atribuição, função ou cargo do trabalhador no processo do trabalho emergência. (ROCHA, 2013)

12. Os procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de trabalho em altura devem conter, no mínimo:

a) as diretrizes e requisitos da tarefa; b) as orientações administrativas; c) o detalhamento da tarefa;

d) as medidas de controle dos riscos características à rotina; e) as condições impeditivas;

f) os sistemas de proteção coletiva e individual necessários; g) as competências e responsabilidades.

Medidas de controle é uma titulação de item que representa o coletivo das ações estratégicas de prevenção destinadas a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle, as incertezas e eventos indesejáveis com capacidade potencial para causar lesões ou danos à saúde dos trabalhadores e, dessa forma, transpor as dificuldades possíveis na obtenção de um resultado esperado, dentro de condições satisfatórias. (ROCHA, 2012)

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13. As atividades de trabalho em altura não rotineiras devem ser previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho.

Como são atividades não habituais, não há exigência de procedimento operacional. Desta forma, é necessária a autorização da sua execução por meio de Permissão de Trabalho emergência. (ROCHA, 2013)

14. Para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.

A utilização da Permissão de Trabalho não exclui a necessidade da realização da análise de risco. A análise de risco poderá ser realizada em separado ou inserida dentro da Permissão de Trabalho, desde que atendidos os requisitos do item 35.4.5.1 e as medidas de controle evidenciadas na PT. (ROCHA, 2013)

15. A Permissão de Trabalho deve ser emitida, aprovada pelo responsável pela autorização da permissão, disponibilizada no local de execução da atividade e, ao final, encerrada e arquivada de forma a permitir sua rastreabilidade.

A permissão de trabalho objetiva autorizar determinada atividade que deverá estar corretamente descrita e delimitada na permissão. (ROCHA, 2011)

16. A Permissão de Trabalho deve conter:

a) os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos; b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;

c) a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.

17. A Permissão de Trabalho deve ter validade limitada à duração da atividade, restrita ao turno de trabalho, podendo ser revalidada pelo responsável pela aprovação nas situações em que não ocorram mudanças nas condições estabelecidas ou na equipe de trabalho.

2.3.5 Sistemas de proteção contra quedas da NR 35:

Os sistemas de proteção contra queda recebem uma abordagem específico no escopo da NR 35:

(36)

1. É obrigatória a utilização de sistema de proteção contra quedas sempre que não for possível evitar o trabalho em altura.

A seleção do sistema de proteção individual deve considerar as cargas aplicadas aos elementos do mesmo em caso de eventual queda e os valores obtidos multiplicados por fatores, denominados fatores de segurança, que são definidos em normas técnicas específicas. Os resultados obtidos deverão ser comparados com as especificações dos equipamentos selecionados para verificar a sua adequação. Ressalte-se que deverá ser observado, além da carga aplicada nos sistemas de proteção individual, o impacto sofrido pelo trabalhador, objetivando minimizar possíveis lesões quando da queda. (MTE, 2011)

2. O sistema de proteção contra quedas deve: a) ser adequado à tarefa a ser executada;

b) ser selecionado de acordo com Análise de Risco, considerando, além dos riscos a que o trabalhador está exposto, os riscos adicionais;

c) ser selecionado por profissional qualificado em segurança do trabalho

d) ter resistência para suportar a força máxima aplicável prevista quando de uma queda; e) atender às normas técnicas nacionais ou na sua inexistência às normas internacionais aplicáveis;

f) ter todos os seus elementos compatíveis e submetidos a uma sistemática de inspeção. Em algumas circunstâncias os EPI devem, além de garantir a eficácia na retenção da queda do trabalhador, garantir que estes sejam adequados aos riscos adicionais que possam existir no local de trabalho, tais como produtos químicos, respingos de solda, abrasão. (ROCHA, 2013)

3. A seleção do sistema de proteção contra quedas deve considerar a utilização: a) de sistema de proteção coletiva contra quedas - SPCQ;

b) de sistema de proteção individual contra quedas - SPIQ, nas seguintes situações: b.1) na impossibilidade de adoção do SPCQ;

b.2) sempre que o SPCQ não ofereça completa proteção contra os riscos de queda; b.3) para atender situações de emergência.

4. O SPCQ deve ser projetado por profissional legalmente habilitado.

5. O SPIQ pode ser de restrição de movimentação, de retenção de queda, de posicionamento no trabalho ou de acesso por cordas.

(37)

a) sistema de ancoragem; b) elemento de ligação;

c) equipamento de proteção individual.

7. Os equipamentos de proteção individual devem ser: a) certificados;

b) adequados para a utilização pretendida; c) utilizados considerando os limites de uso; d) ajustados ao peso e à altura do trabalhador.

8. O fabricante e/ou o fornecedor de EPI devem disponibilizar informações quanto ao desempenho dos equipamentos e os limites de uso, considerando a massa total aplicada ao sistema (trabalhador e equipamentos) e os demais aspectos previstos no item 19.

9. Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções do SPIQ, recusando-se os elementos que aprerecusando-sentem defeitos ou deformações.

10. Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os elementos do SPIQ.

11. Devem-se registrar os resultados das inspeções: a) na aquisição;

b) periódicas e rotineiras quando os elementos do SPIQ forem recusados.

12. Os elementos do SPIQ que apresentarem defeitos, degradação, deformações ou sofrerem impactos de queda devem ser inutilizados e descartados, exceto quando sua restauração for prevista em normas técnicas nacionais ou, na sua ausência, em normas internacionais e de acordo com as recomendações do fabricante.

13. O SPIQ deve ser selecionado de forma que a força de impacto transmitida ao trabalhador seja de no máximo 6kN quando de uma eventual queda;

14. Os sistemas de ancoragem destinados à restrição de movimentação devem ser dimensionados para resistir às forças que possam vir a ser aplicadas.

15. Havendo possibilidade de ocorrência de queda com diferença de nível, em conformidade com a análise de risco, o sistema deve ser dimensionado como de retenção de queda.

16. No SPIQ de retenção de queda e no sistema de acesso por cordas, o equipamento de proteção individual deve ser o cinturão de segurança tipo paraquedista.

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17. O cinturão de segurança tipo paraquedista, quando utilizado em retenção de queda, deve estar conectado pelo seu elemento de engate para retenção de queda indicado pelo fabricante.

18. A utilização do sistema de retenção de queda por trava-queda deslizante guiado deve atender às recomendações do fabricante, em particular no que se refere:

a) à compatibilidade do trava-quedas deslizante guiado com a linha de vida vertical; b) ao comprimento máximo dos extensores.

19. A Análise de Risco prevista nesta norma deve considerar para o SPIQ minimamente os seguintes aspectos:

a) que o trabalhador deve permanecer conectado ao sistema durante todo o período de exposição ao risco de queda

O sistema de proteção contra quedas deve permitir o trabalhador se conecte antes de ingressar na zona de risco de queda e se desconecte somente após sair, permanecendo conectado durante toda sua movimentação no interior da mesma e em todos os pontos em que a tarefa demandar. No caso do uso do cinto de segurança com duplo talabarte, pelo menos um dos mosquetões deverá estar sempre conectado ao sistema de ancoragem. (ROCHA, 2012)

b) distância de queda livre; c) o fator de queda;

d) a utilização de um elemento de ligação que garanta um impacto de no máximo 6 kN seja transmitido ao trabalhador quando da retenção de uma queda;

O fator de segurança estabelecido mínimo de 2,5:1, tendo como base de cálculo 6 kN, como força de impacto máximo permitida a ser transmitida ao trabalhador. A norma de absorvedor de energia e as de todos os modelos de trava queda testam os produtos dentro da pior situação possível e limitam a força de impacto gerada em 6 kN (600 Kgf). (ROCHA, 2012)

e) a zona livre de queda;

Zona Livre de queda (ZQL): É a distância mínima medida desde o dispositivo de ancoragem até o nível do chão, ou próxima nível inferior real, ou obstáculo significativo mais próximo. O comprimento indicado será a somatória das distâncias ao lado. (ROCHA, 2012)

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20. O talabarte e o dispositivo trava-quedas devem ser posicionados:

a) quando aplicável, acima da altura do elemento de engate para retenção de quedas do equipamento de proteção individual;

b) de modo a restringir a distância de queda livre;

c) de forma a assegurar que, em caso de ocorrência de queda, o trabalhador não colida com estrutura inferior.

Sempre que possível os pontos de ancoragem devem estar acima do usuário de forma a minimizar o comprimento e o impacto de qualquer queda. (ROCHA, 2012)

21. O talabarte, exceto quando especificado pelo fabricante e considerando suas limitações de uso, não pode ser utilizado:

a) conectado a outro talabarte, elemento de ligação ou extensor; b) com nós ou laços.

22. Emergência e Salvamento: o empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura.

As equipes deverão estar preparadas e aptas a realizar as condutas mais adequadas para os possíveis cenários de situações de emergência em suas atividades. As respostas serão proporcionais ao nível de treinamento e aptidão necessárias em função da existência ou não de equipe própria, externa ou composta pelos próprios trabalhadores. Se a equipe de emergência e salvamento for própria ou formada pelos próprios trabalhadores as respostas serão realizar o resgate e os primeiros socorros de imediato com as técnicas aprendidas. Se a equipe for externa a resposta será chamar a equipe de emergência o mais breve possível e dar todo o suporte e retaguarda à(s) vítima(s) e a equipe de resgate. (ROCHA, 2012)

22.1 A equipe pode ser própria, externa ou composta pelos próprios trabalhadores que executam o trabalho em altura, em função das características das atividades.

Equipe externa pode ser pública ou privada. A pública é formada pelo corpo de bombeiros da polícia militar ou por voluntários, defesa civil, SAMU. A equipe privada é formada por profissionais capacitados em emergência e salvamento como bombeiros civis, médicos, enfermeiros e resgatistas para função específica de dar suporte para seus próprios funcionários e de contratadas. (ROCHA, 2013)

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Em algumas situações a equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura deverá ser própria, ou seja, formada pelos próprios trabalhadores que exercem trabalhos em altura. Isto deverá ocorrer quando as equipes externas, públicas ou privadas forem inexistentes ou quando a distância exija deslocamentos que inviabilizem o trabalho em tempo ideal. (ROCHA, 2013)

22.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos necessários para as respostas a emergências.

Como exemplo de equipe própria podemos citar em locais distantes ou de difícil acesso onde os trabalhadores deverão estar capacitados a realizar salvamentos de emergência, resgate e inclusive o auto resgate, quando possível ou viável. (ROCHA, 2013)

Portanto deve-se assegurar que o plano de emergência, após análise de risco, contemple os treinamentos específicos necessários para cada realidade, utilização de sistemas de comunicação adequados, equipamentos adequados para resgate e primeiros socorros. (ROCHA, 2013)

22.3 As ações de respostas às emergências que envolvam o trabalho em altura devem constar do plano de emergência da empresa.

Trata-se de documento contendo os procedimentos para contingências de ordem geral, que os trabalhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos adotá-los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essas medidas são em função dos riscos e das condições do trabalho em áreas externas e internas sujeitas a diversas variáveis cujo controle não está totalmente nas mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos em vias públicas, intempéries, ações de pessoas negligentes, bem como os reflexos dessas ocorrências nas áreas internas, que determinam a necessidade de serem pré estabelecidos procedimentos emergenciais. (ROCHA, 2012)

22.4 As pessoas responsáveis pela execução das medidas de salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.

Se a empresa, de acordo com o seu plano de emergência, tiver ou necessitar equipe própria para executar o resgate e prestar primeiros socorros os membros desta equipe devem possuir treinamento adequado através da indefinição do fator de segurança e sua responsabilidade devem ficar a cargo do fabricante dos equipamentos o que poderá ser

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consignado no próprio CA do EPI, ou, no caso de equipamentos acessórios, em documento próprio do mesmo. (ROCHA, 2012)

Como o foco do nosso estudo é trabalho em altura na construção civil com acesso por corda e os sistemas de ancoragem, faremos uma apresentação das recomendações da NR 35 (Anexos I e II).

2.4ANEXOI-ACESSOPORCORDAS

(Inserido pela Portaria MTE n.º 593, de 28 de abril de 2014)

2.4.1 Campo de Aplicação

Para fins desta Norma Regulamentadora considera-se acesso por corda a técnica de progressão utilizando cordas, com outros equipamentos para ascender, descender ou se deslocar horizontalmente, assim como para posicionamento no local de trabalho, normalmente incorporando dois sistemas de segurança fixados de forma independente, um como forma de acesso e o outro como corda de segurança utilizado com cinturão de segurança tipo paraquedista.

Em situações de trabalho em planos inclinados, a aplicação deste anexo deve ser estabelecida por Análise de Risco.

As disposições deste anexo não se aplicam nas seguintes situações: a) atividades recreacionais, esportivas e de turismo de aventura;

b) arboricultura;

c) serviços de atendimento de emergência destinados a salvamento e resgate de pessoas que não pertençam à própria equipe de acesso por corda.

2.4.2 Execução das atividades

De acordo com esse anexo, as atividades com acesso por cordas devem ser executadas:

a) de acordo com procedimentos em conformidade com as normas técnicas nacionais vigentes;

b) por trabalhadores certificados em conformidade com normas técnicas nacionais vigentes de certificação de pessoas; (Vide prazo para implementação no Art. 3ª da Portaria MTE n.º 593/2014 e prorrogação no Art. 1º da Portaria MTE n.º 1.471/2014)

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