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A situação em Minas Gerais

FONTE DE COLETA DE DADOS

CAPÍTULO 2 O ARRANJO INSTITUCIONAL, A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO

2.1.1 A situação em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a Perícia Oficial está inserida na Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC/MG) da Polícia Civil (MINAS GERAIS, 1989, art. 139; MINAS GERAIS, 2009a) e não é autônoma, ou seja, depende do orçamento da Polícia Civil e é parte de uma estrutura funcional. A Polícia Civil é um órgão autônomo subordinado ao Governador do Estado e vinculado à Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS). Fazem parte, ainda, desta Secretaria: a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Subsecretaria de Assuntos Penitenciários.

As delegacias da Polícia Civil se concentram na Superintendência Geral de Polícia Civil. Em linhas gerais, a estrutura é dividida em 18 Departamentos de Polícia Civil, que coordenam 70 (setenta) Delegacias Regionais de Polícia Civil, sendo que o primeiro Departamento é o da capital. Cada Departamento de Polícia Civil gerencia um número de Delegacias Regionais de Polícia Civil (DRPC), as quais por sua vez gerenciam as Delegacias de Polícia, sob sua jurisdição. Na capital, além das seis Delegacias Regionais de Polícia Civil, ainda há Departamentos Especializados como, por exemplo, o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais e Delegacias Especializadas de Proteção à Mulher, ao Idoso, etc. Cada uma dessas unidades é chefiada por um delegado de polícia. Predomina a estrutura territorial, embora haja unidades funcionais.

A SPTC/MG, até 28 de dezembro de 2009, era chefiada por um delegado de polícia e o órgão incluía a Identificação Civil e Criminal. Mas em função da nova legislação aprovada (MINAS GERAIS, 2009a), o órgão passou a ser chefiado por perito criminal ou médico legista e não inclui a Identificação. A SPTC/MG é um dos órgãos de administração superior da Polícia Civil e integra o Conselho Superior da Instituição. O organograma simplificado da instituição está mostrado na figura 14.

Assim, pela nova estrutura são subordinados administrativamente à SPTC/MG os Institutos de Criminalística (IC) e de Medicina Legal (IML) da capital e as 61 Seções Regionais de Criminalística e os 61 Postos Médico Legais existentes no interior do Estado, unidades chefiadas por perito criminal e médico legista, respectivamente. Há apenas um órgão de assessoramento na SPTC/MG, que é a Divisão Técnico-Científica. Informalmente, há uma assessoria de Criminalística e outra de Medicina Legal. O organograma da figura 15, elaborado pelo autor, destaca de forma simplificada a estrutura da Criminalística no Estado.

Na capital, a denominada subordinação operacional da perícia é ao Diretor do respectivo Instituto (Criminalística ou Médico Legal), enquanto no interior do Estado, onde houver Seção Regional de Criminalística, a subordinação operacional é ao Delegado Regional de Polícia Civil daquela jurisdição. Assim, enquanto na capital a estrutura é funcional, no interior e na região metropolitana há uma estrutura matricial e territorial. Nesta matriz prepondera a autoridade do Delegado Regional de Polícia Civil, porque é a Delegacia Regional que fornece viatura, combustível, espaço físico, manutenção, entre outros itens, para a perícia. Os artefatos tecnológicos são fornecidos pela SPTC/MG; enquanto o material de consumo pode ser solicitado pela própria Seção ou Posto por meio de um sistema informatizado de pedido de materiais.

O Instituto de Criminalística é estruturado funcionalmente em torno das especialidades periciais, como nos demais casos mostrados. O laboratório é uma divisão do Instituto de Criminalística e gerencia as Seções Técnicas: de Biologia e Bacteriologia Legal (inclui o DNA), de Física e Química Legal e de Balística e Identificação de Armas e Munições. A Seção de Toxicologia (*) funcionava nas dependências do IML e as atividades da Seção eram desempenhadas por peritos criminais lotados no Instituto de Criminalística.

A Divisão de Perícias Especializadas gerencia o trabalho das seções específicas da capital, que são, respectivamente, as Seções Técnicas de: Crimes contra o Patrimônio (inclui a Merceologia); Crimes contra a Vida; Crimes contra o Meio-Ambiente; Perícias Contábeis; Perícias de Trânsito; Engenharia Legal; Documentoscopia; Perícias em Áudio e Vídeo (inclui a Fonética Forense); Crimes Informáticos e Fraudes Similares; Papiloscopia e Modelagem; e Fotografia e Desenho. Há, ainda, na estrutura do Instituto de Criminalística uma Coordenação de Perícias, responsável pelos setores de digitação, expediente e almoxarifado, enfim, pela parte administrativa do órgão, uma assessoria de apoio.

Figura 15. Organograma simplificado da Superintendência de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil de

Minas Gerais, com destaque para a Criminalística (Elaborado pelo autor)

Na região metropolitana e no interior do Estado, o serviço é prestado por 61(sessenta e uma) Seções Regionais de Criminalística (SRC), localizadas em cidades sedes de Delegacias Regionais de Polícia Civil e atendem a vários municípios cada. Nem todas as DRPCs dispunham de Seções Regionais de Criminalística.

Nove destas Seções Regionais estão localizadas em Postos de Perícia Integrada (PPIs). PPIs são unidades construídas em prédio padrão de 350m² ou 700m², onde compartilham o mesmo espaço físico a Seção Regional de Criminalística e o Posto Médico Legal. A maioria das outras 52 (cinquenta e duas) seções funciona em prédios das Delegacias Regionais da Polícia Civil, exceto algumas que funcionam em prédios separados, como, por exemplo, Três Corações e Uberlândia. Em Três Corações, embora não seja PPI, a perícia criminal e a medicina legal compartilham o mesmo espaço físico, exceto as necropsias que são realizadas em outro local. Há PPIs que realizam alguns dos exames laboratoriais. As SRCs são supervisionadas pela Divisão de Seções Regionais de Criminalística.

O planejamento e a execução orçamentária da Polícia Civil ficam a cargo da Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças. Mas os Institutos de Criminalística e de Médico Legal têm dotação orçamentária para custeio, serviços e diárias. Assim, em 2008

foram destinados ao Instituto de Criminalística R$1.048.000,00 (um milhão e oitocentos mil Reais), em 2009, R$293.000,00 (Duzentos e noventa e três mil Reais) e em 2010, face à previsão de R$2.800.000,00, a dotação revisada é de R$ 683.900,00 (Seiscentos e oitenta e três mil e novecentos reais). As Seções Regionais de Criminalística não dispunham de recursos orçamentários próprios.

Em Minas Gerais havia, em outubro de 2009, 184 (cento e oitenta e quatro) peritos criminais na capital e 369 (trezentos e sessenta e nove) na região metropolitana e no interior do Estado, totalizando 553 (quinhentos e cinquenta e três) peritos criminais em atividade. Não há auxiliares de perícia. Na capital havia alguns servidores administrativos e em algumas seções do interior, havia servidores de apoio cedidos por Prefeituras Municipais.