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Manchas 304 19,3 Umidade ascensional 271 17,2 Descolamento em placas 168 10,7 Descoloração 144 9,1

Fendilhações tipo mapeamento 102 6,5

Fendilhações horizontais 85 5,4

Fendilhações verticais 84 5,3

Eflorescências 68 4,3

Fendilhações inclinadas 65 4,1

Descolamento com esfarelamento 55 3,5

Elementos quebrados 45 2,9 Apodrecimento 44 2,8 Corrosão 43 2,7 Erosão 30 1,9 Umidade acidental 20 1,3 Grandes fendas 19 1,2

Umidade por infiltração 18 1,1

Descolamento com empolamento 6 0,4

Vesícula 4 0,3

Total 1575 100,0

A idade das 424 fachadas pôde ser identificada em 314 fachadas pois em 110 não houve condições em obter estes registros. Das 314 fachadas com idades conhecidas quase metade, ou seja, 208 (49,1%), foram construídas antes de 1970 (onde estão inclusos os edifícios históricos), as demais tiveram sua construção compreendida entre 1970 e 1999 (Quadro 5.3). Constata-se, de acordo com o uso, que a grande maioria das fachadas, 292 (68,9%), estão em edifícios utilizados para fins residenciais e que, embora situada na zona central da cidade, a abrangência da área inventariada compreende edificações fora da região especificamente comercial. Fachadas pertencentes a edifícios comerciais compreendem um total de 99 (23,3%) e as restantes 33 fachadas (7,8%) estão distribuídas em edifícios de uso misto, edifícios escolares, edifícios públicos e outras utilizações.

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Quadro 5.2 - Distribuição das fachadas por localização do edifício no quarteirão

Localização Fachadas %

Fachada de esquina 95 22,4

Fachada não de esquina 329 77,6

Total 424 100,0

Quadro 5.3 - Idade das 424 fachadas de 153 edificações da cidade de Pelotas

Ano Fachadas %

Anterior a 1970 208 49,1 De 1970 a 1974 12 2,8 De 1975 a 1979 34 8,0 De 1980 a 1984 25 5,9 De 1985 a 1989 19 4,5 De 1990 a 1994 11 2,6 De 1995 a 1999 5 1,2

Sem idade conhecida 110 25,9

Total 424 100,0

5.3.3 – Tipos dos materiais utilizados nas edificações

Neste item descrevem-se a constituição das fachadas, as soluções das coberturas, os materiais constituintes das esquadrias e as soluções de revestimento das fachadas das 153 edificações inventariadas no perímetro central da cidade de Pelotas.

Das 424 fachadas dessas edificações, a quase totalidade – 418 (98,6%) – são constituídas de alvenaria estrutural em tijolo cerâmico; as restantes 6 (1,4%) são de construção em madeira. .

Por sua vez, 300 fachadas (70,7%) integram-se em edificações protegidas por coberturas em telhas cerâmicas de vários tipos, correspondendo 199 fachadas (46,9%) a coberturas com telhas capa-canal, 76 fachadas (17,9%) a coberturas com telhas francesas e 25 fachadas (5,9%) a coberturas em telha romana. Das restantes fachadas, 108 (25,5%) integram-se em edificações com cobertura de chapas de fibrocimento e 16 fachadas (3,8%) em edificações com coberturas metálicas ou em betão.

Capítulo 5 - Levantamento das soluções construtivas tradicionais na região de Pelotas 111 Os edifícios apresentam 283 fachadas (66,75%) contendo esquadrias de madeira, 74 fachadas (17,45%) com esquadrias em metal e 67 fachadas (15,8%) com esquadrias em madeira e metal.

A identificação dos materiais utilizados evidencia a predominância do revestimento de reboco com pintura, o qual foi empregado em 369 fachadas (87,0%). As 55 fachadas restantes (13,0%) estão revestidas por variados materiais de acabamento, entre os quais plaquetas cerâmicas, tijolos aparentes, revestimentos pétreos, pastilhas e rebocos aparentes, além de outros de menor expressão.

5.3.4 – Estado de conservação dos edifícios analisados

O estado de conservação dos edifícios pertencentes ao perímetro central da cidade de Pelotas, segundo os critérios de Paladini (1995), que considera como lesão grave o defeito que impede a utilização do produto para o fim a que se destina, ou diminui sua vida útil afetando sua eficiência e, por lesão superficial, os defeitos menores que não atingem o desempenho do produto na sua função essencial, é aqui apresentado, relacionando as anomalias identificadas com as fachadas das construções [5.24].

Verifica-se que praticamente metade das fachadas, ou seja, 189 fachadas (44,6%) apresentam bom estado de conservação. Em muito bom estado de conservação são identificadas 66 fachadas (15,6%), em estado regular se encontram 156 fachadas (36,8%) e em estado ruim estão 13 fachadas (3,1%). Estas fachadas apresentam de zero a onze lesões, distribuídas de forma assimétrica, donde 212 fachadas (50,0%) apresentam 3 ou menos lesões. Das lesões identificadas, os resultados evidenciam que as manchas de sujidades ou por vegetação parasitária são as mais freqüentes com 19,3% das lesões, seguidas da umidade ascensional com 17,2% das lesões, descolamento em placas com 10,7% das lesões e descoloração com 9,1% das lesões. Também apresentaram significativa incidência as fendilhações do tipo mapeamento com 6,5% das lesões, as fendilhações horizontais com 5,4% das lesões e as fendilhações verticais com 5,3% das lesões. Já as eflorescências, objeto deste trabalho, apresentaram índice de incidência um pouco menor, totalizando 4,3% das lesões, valor que pode, em princípio, ser considerado baixo; porém, como se trata de fachadas exteriores, lavadas pela chuva e varridas pelo vento, se pode considerar como importante esta quantidade de lesões por eflorescência, presumindo-se que, no interior das edificações este

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tipo de lesão deva apresentar incidências bem mais significativas, as quais, com certeza, contribuirão para a ocorrência de anomalias bem mais gravosas à construção (Figuras 5.2, 5.3, 5.4 e 5.5 e Quadro 5.4).

Figuras 5.2 e 5.3 – Manchas de sujidade e fendilhações

Figuras 5.4 e 5.5 – Umidade ascensional e de infiltrações, descolamento em placas e eflorescências

As 1575 lesões identificadas no Quadro 5.1 estão distribuídas em 2339 elementos construtivos, sendo que o soco foi o elemento construtivo que apresentou maior concentração de lesões com 27,2% das lesões, seguido do pano cego com 22,9%, da platibanda com 17,0%, da moldura com 8,9% e dos muros com 5,4% das lesões (Quadro 5.4).

Capítulo 5 - Levantamento das soluções construtivas tradicionais na região de Pelotas 113 O fato de o soco ser a zona das fachadas com maior concentração de lesões deve-se, talvez ao fato de não estar recebendo os cuidados recomendados pela boa técnica construtiva, tais como uma impermeabilização eficaz e uso de revestimentos mais fortes, capazes de resistir a choques, respingos de água e erosão. Justamente no troço formado pelo soco é que se observa a maior concentração de umidade e de manifestações de eflorescências e/ou criptoflorescências, derivadas da umidade ascensional, o que evidencia a inexistência, falência ou insuficiência de impermeabilização da base das paredes.

Quadro 5.4 - Distribuição das lesões nas fachadas analisadas, por elemento construtivo

Elemento construtivo Lesões % total de elementos