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7 INCLUSÃO POLÍTICA

7.1 ASSOCIATIVISMO E MOBILIZAÇÃO

7.1.1 Sociedade civil organizada

Da perda de poder interno somada à falta de confiança da população na política partidária, surge a idéia de sociedade civil que se organiza, a fim de somar forças em prol do exercício de direitos e da realização do verdadeiro interesse público, entendido como aquele que retrata os valores do maior contingente populacional e que busca medir forças com o poder político e com a economia de mercado.

Conforme já analisado neste trabalho, a forma associativa foi uma das soluções apresentadas para garantir a igualdade entre os indivíduos, através da inclusão político-

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HABERMAS, Jurgen. Direito e Democracia: entre facticidade e validade. Vol I. Traduzido por Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997, p.105.

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SIMÃO, Maria Cristina Rocha. Preservação do patrimônio cultural em cidades. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p. 77.

social dos menos favorecidos, promovendo legitimação do processo democrático e garantindo maior eficiência nas políticas adotadas pelo Estado, pelo valor cooperação.

As entidades formadas pela sociedade civil organizada integram o terceiro setor. Estas entidades são todas aquelas que não compõem a Administração Estatal, não visam lucro e tem como foco questões específicas de garantia de direitos, o que resulta numa visão de cidadania participativa. Por essa definição, é possível constatar que fazem parte da rede do terceiro setor as organizações civis, como as associações de moradores e religiosas, organizações não-governamentais (ONGs), as fundações, dentre outras.

Em verdade, pode ser dito que a sociedade civil organizada no Brasil apresenta-se interligado a três fenômenos fundamentais: i) difusão de idéias democráticas; ii) vontade de formação de um espaço intermediário entre Estado e sociedade; e iii) constituição de instrumentos legais apropriadas para institucionalização das reivindicações sociais500.Por isso é importante a valorização da participação em ato

ou processo de atividade pública ou de ações coletivas, em que o termo “fazer parte”

implica pensar na relação social, no estatal e a relação de partes destas entre si e com o todo. E como não há homogeneidade nestas relações, sobressai-se a divergência de interesses, de valores e de recursos de poder501.

Observa-se que, nas últimas décadas a defesa do bem-estar desloca-se do discurso político socialista e passa a ser tratado no âmbito dos direitos humanos,

abrangendo discussões sobre formas de integração das chamadas “minorias” no Estado.

O meio encontrado pelas experiências sociais foi o de implantação e garantia da liberdade associativa, para formação tanto de partidos políticos, quanto para as demais associações civis502.

A garantia de liberdade de associação está amplamente difundida nos tratados internacionais sobre Direitos Humanos. Dentre esses se destaca a Declaração Universal

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SANTOS, Hermílio. Elementos para uma análise do estado contemporâneo: em torno de políticas públicas. In: TIMM, Luciano Benetti (coor). Direito e economia. São Paulo: Thomson Iob, 2005, p. 37.

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TEIXEIRA, Eleonaldo Celso. O local e o global: limites e desafios da participação cidadã. 2 ed. Salvador: UFBA, 2001,p.27

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FROWEIN, Jochen Abr.; BANK, Roland. A participação de minorias no processo de tomada de decisões. Traduzido por Fábio César do S. Oliveira. In: SARMENTO, Daniel; IKAWA, Daniela; PIOSEVAN, Flávia (org.). Igualdade, diferença e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p.79.

de Direitos Humanos503, que no artigo XX declara que “Toda pessoa tem direito à

liberdade de reunião e associação pacíficas”.

É possível encontrar outros inúmeros instrumentos internacionais para proteção dos Direitos Humanos, a título de exemplo, dentre outros, cita-se a Convenção Americana Sobre Direitos Humanos - Pacto de San José, que no artigo 16504, faz previsão de que todos têm direito à liberdade de reunião pacífica e à liberdade de associação, só podendo haver restrições legais, caso os interesses da associação afetem a segurança nacional, a segurança pública, a defesa da ordem e a prevenção do crime, a proteção da saúde ou da moral, ou dos direitos e das liberdades de terceiros. Com redação bastante semelhante, o artigo 11, da Convenção Européia de Direitos Humanos505 e o artigo 22 do Pacto internacional sobre Direitos Civis e Políticos506 também garantem a liberdade de associação.

Agregada à proteção normativa, é possível mencionar cinco fatores principais que explicam o crescimento das organizações não governamentais em âmbito

503 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, Declaração Universal de Direitos Humanos, artigo XX: “1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

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CONFERÊNCIA ESPECIALIZADA INTERAMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS, Convenção Americana Sobre Direitos Humanos - Pacto de San José, artigo 16: 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer outra natureza. 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas. 3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a privação do exercício do direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia.

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CONSELHO DA EUROPA, Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, artigo. 11: 1. Qualquer pessoa tem direito à liberdade de reunião pacífica e à liberdade de associação, incluindo o direito de, com outrem, fundar e filiar-se em sindicatos para a defesa dos seus interesses. 2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições que, sendo previstas na lei, constituírem disposições necessárias, numa sociedade democrática, para a segurança nacional, a segurança pública, a defesa da ordem e a prevenção do crime, a protecção da saúde ou da moral, ou a protecção dos direitos e das liberdades de terceiros. O presente artigo não proíbe que sejam impostas restrições legítimas ao exercício destes direitos aos membros das forças armadas, da polícia ou da administração do Estado.

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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, artigo 22: 1. Toda e qualquer pessoa tem o direito de se associar livremente com outras, incluindo o direito de constituir sindicatos e de a eles aderir para a protecção dos seus interesses. 2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições previstas na lei e que são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública e para proteger a saúde ou a moralidade públicas ou os direitos e as liberdades de outrem. O presente artigo não impede de submeter a restrições legais o exercício deste direito por parte de membros das forças armadas e da polícia. 3. Nenhuma disposição do presente artigo permite aos Estados Partes na Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho respeitante à liberdade sindical e à protecção do direito sindical tomar medidas legislativas que atentem ou aplicar a lei de modo a atentar contra as garantias previstas na dita Convenção.

internacional: i) a velocidade da informação, que permite troca de informações, divulgação dos problemas- objeto das ações-, e angariação de investimento para os projetos desenvolvidos; ii) Intensificação do sentimento de solidariedade; iii) aumento da participação democrática; iii) incentivo de governo e de organizações transacionais de fomento; iv) desgaste da política partidária507.

Hoje, o terceiro setor é valorizado pelo ordenamento jurídico, como conseqüência do próprio processo democrático almejado pela Constituição Federal de 1988. Pois através da discussão horizontal descobre-se o interesse material comum, que passa a guiar a ação coletiva, possibilitando a mobilização social autônoma capaz de comunicar-se verticalmente com o Estado e seus respectivos governantes508.

A interação do Estado com o terceiro setor promove a busca por uma Administração mais eficiente, pois além da própria prestação de serviços, realizadas pelas associações e pelas entidades de fomento, há concretização de pressão política sobre o Estado, bem como demonstração de caminhos e de sugestões alternativas para resolução dos problemas que afetam a população509, partindo-se desta as propostas, o que já é um fator favorável para que as políticas públicas alcancem sucesso.

Entretanto, parte da doutrina mostra-se crítica das visões homogeneizantes e da separação entre sociedade civil e sociedade política. Para Panfich510, por exemplo, a sociedade civil é composta por grande heterogeneidade, tanto de atores como de práticas e projetos, dentre estes alguns pouco democratizantes, por isso não pode ser percebido como uma esfera sem conflitos. Por isso, ela é formada por esforços de disseminação e de consolidação de projetos políticos, pois quando os atores defendem planos na esfera pública e desenvolvem ações coletivas, estão realizando política, disputando espaços de poder e orientando a política pública.

Por isso, a tendência da atualidade é de que os movimentos urbanos integrem, direta ou indiretamente, a estrutura e a prática do governo local, através de um sistema diversificado de participação dos cidadãos e de desenvolvimento da comunidade, o que

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DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 32.

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GELMAN, Maia. Direitos Humanos: a sociedade civil no monitoramento. Curitiba: Juruá, 2007, p.47.

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NAVES, Rubens Novas. Terceiro setor: novas possibilidades para o exercício da cidadania. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org). História da Cidadania. 2d. São Paulo: Contexto, 2003, p. 579.

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PANFICHI, Aldo; DAGNINO, Evelina; OLIVEIRA, Alberto J. A disputa pela construção democrática na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 2006, p. 33-35.

possibilita a reconstrução do controle político511. No Brasil, tal direito foi positivado expressamente pelos incisos XVII ao XXI do artigo 5° da Constituição Federal de 1988512, que garantiu a liberdade de associação, bem como limitou o poder do Estado no controle associativo, a fim de preservar os valores democráticos

Além da forma associativa, outra importante manifestação da sociedade ocorre por meio dos movimentos sociais, cuja noção é a de um grupo organizado, que age coletivamente, respeitando valores e ideologias comuns, a fim de promover mudanças sociais, dentro de uma determinada conjuntura sociopolítica. Nota-se que, principalmente, entre as décadas de 1970 a 1990 observou-se o nascimento e fortalecimento, no Brasil, de diversos movimentos que conseguiram contribuir para a construção das normas constitucionais, exercendo influência na Assembléia Constituinte de 1988, como o Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua, pelo direito à proteção de crianças e adolescentes, Movimento Negros, contra o racismo, o Movimento das Donas de Casa, pelos direitos do consumidor e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, pela pugna à especulação imobiliária e a defesa do direito à moradia.

Especificamente sobre os movimentos urbanos, pode-se defini-los como processos de mobilização social com finalidade preestabelecida, organizados em determinados territórios e visando objetivos urbanos. Tais movimentos estariam voltados a três conjuntos principais de metas: necessidades urbanas de condições de vida e consumo coletivo; afirmação de identidade cultural local; e participação na qualidade de cidadãos e conquista da autonomia política local513.

Portanto, se esses fatores são respeitados, independentemente das ferramentas adotadas pelo sistema democrático adotado, haverá respeito à própria democracia. Por isso, a tendência da atualidade é de que os movimentos urbanos integrem, direta ou

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CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Vol II. 2 ed. Traduzido por Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 81.

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BRASIL, CF/88, artigo 5°: [...] XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

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CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Vol II. 2 ed. Traduzido por Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 18.

indiretamente, a estrutura e a prática do governo local, através de um sistema diversificado de participação e de desenvolvimento da comunidade, o que possibilita a reconstrução do controle político.

Assim, Rubens Naves514 explica que os movimentos sociais fundamentam-se em questões de identidade coletiva e nasceram no Brasil com a visão limitada de questões localizadas na vida prática da sociedade, como por exemplo, movimentos da Igreja Católica, associação de bairro, que tiveram grande apoio das mulheres que buscavam pressionar os Governos a fim de suprir necessidades primárias de seus filhos como criação de creches, de maior número de vagas na escola e de alimentação. Já nas décadas seguintes – propulsados pela redemocratização- esses movimentos passaram a incluir parcelas sociais mais abrangentes, surgindo movimentos ecológicos, de defesa do consumidor, de combate a epidemias, como a AIDS, e para o fortalecimento do Ministério Público como instrumento institucional para proteção dos interesses coletivos.

Assim, as comunidades locais e suas respectivas organizações, nas últimas décadas, alimentaram movimentos importantes e distintos515: i) nas áreas ocupadas pela classe média, principalmente, cresce um movimento ambiental influente e amplamente difundido. A mobilização das comunidades locais em defesa de seu espaço que mais rapidamente cresce e talvez seja capaz de interrelacionar preocupações imediatas com questões mais amplas da degradação ambiental; ii) nas comunidades de baixa renda, em todo o mundo, observou-se criações de projetos de sobrevivência coletiva, a fim de combater a fome e a doença dos moradores, à margem de iniciativas estatais e estruturados por redes de solidariedade, não raro em torno de Igrejas, sustentadas por organizações não governamentais e financiadas por recursos internacionais ou com auxílio de intelectuais de esquerda516.

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NAVES, Rubens. Novas. Terceiro setor: novas possibilidades para o exercício da cidadania. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org). História da Cidadania. 2d. São Paulo: Contexto, 2003, p. 568-569.

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Assim, as lutas sociais pela democracia mobilizam a construção de uma nova ordem política, pela implantação de uma democracia no processo produtivo que transcende a mera democracia formal e representativa, direcionando-se para uma gestão coletiva dos potenciais comunitários (LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Traduzido por Lúcia Mathilde E. Orth. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 2009, p. 81-82).

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CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Vol II. 2 ed. Traduzido por Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 82.

Deste modo, a partir do final da década de 1970, gradativamente ocorreu o crescimento de mobilização social através de sindicatos, movimentos sociais, grupos ligados à Igreja, associações e organizações acadêmicas. Em 1983, nasce o Movimento Nacional de Reforma Urbana que escreveu a proposta de Emenda Popular de Reforma Urbana, assinada por mais de cem mil organizações e indivíduos, dirigida à Assembléia Nacional Constituinte e que propôs como princípios gerais, dentre outros: autonomia municipal, gestão democrática das cidades, direito social de moradia, função social da propriedade, regularização de assentamentos informais consolidados e combate à especulação imobiliária urbana517.

O resultado foi que com a promulgação da atual Constituição Federal, em 1988, o Município expressamente ganhou status de Ente Federativo, sendo-lhe, portanto, assegurada autonomia, que envolve tríplice capacidade: auto-organização, autogoverno e auto-administração. Na perspectiva de Kelsen518, que tratou sobre a autonomia municipal, esta se apresenta como uma combinação direta e deliberada das idéias de descentralização e de democracia.

A Lei Orgânica, equivalente à constituição municipal, foi disciplinada pelo artigo 29 da CF/88519, segundo o qual o poder decorrente municipal deverá por maioria qualificada de dois terços dos membros da Câmara Municipal aprová-la, em dois turnos de votações. Dentre as atribuições, está a de disciplina a organização administrativa municipal, sempre respeitando, contudo, os limites impostos pela Constituição Federal520, que disciplina que na formação dos Municípios deve haver consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal.

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FERNANDES, Edésio. Política urbana na Constituição Federal de 1998 e além: implementando a agenda de reforma urbana no Brasil. In: DANTAS, Bruno; CRUXÊN, Eliane; SANTOS, Fernando; LAGO, Gustavo P. L. (org.). Constituição de 1988: o Brasil vinte anos depois. 4. Vol. Brasília: Senado Federak, 2008, p.609-610.

518

KELSEN, Hans. Teoria geral do Direito e do Estado. São Paulo: Martins Fontes,1995, p.307.

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BRASIL, CF/88, artigo 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos

520 BRASIL, CF/88, artigo,18,§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

A redação do poder constituinte originário era de lei complementar estadual. A mudança, ocorrida com a Emenda Constitucional n. 15/96, veio tentar obstar articulações políticas eleitoreiras regionais. Apesar da proliferação de Municípios, sendo vários criados sem condições de viabilidade, não se retirou o brilho democrático, posto ser uma excelente formula de descentralização de poder e, portanto, de apresentar maiores aberturas para participação política dos indivíduos521 na condução do desenvolvimento.

A perspectiva dessa autonomia municipal foi ratificada pelas diretrizes de política urbana contidos nos artigos 183 e 184 da Carta Política de 1988, bem como pela construção sistêmica de estímulo à cidadania e a participação democrática como ferramentas de alcance do desenvolvimento pleno das cidades. É o que será demonstrado a seguir.