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7.2 Memorais descritivos

7.2.1 Soluções de incremento de resistência do solo

Dada as manifestações patológicas ligadas a movimentação de solo no parque São Lourenço, idealizou-se soluções de Engenharia Natural para tanto. Entre estas soluções estão:

• Parede krainer (Live cribwall); • Paliçada viva e;

• Plantio de banquetas.

7.2.1.1 Parede Krainer – Canal de entrada do rio Belém Para esta execução, vide a prancha 02.

A parede krainer é construída em madeira de Eucalyptus citriodora. Outras espécies com durabilidade, peso específico (750 kg/m³) e resistência igual ou superior poderão ser utilizadas. Os troncos a serem empregados devem possuir diâmetro médio de 30 cm (+/- 3 cm).

A execução da parede krainer começa com a locação das seções transversais conforme Prancha 02 do anexo 7.5 com instalação dos pilotos de demarcação no leito do canal de entrada (ou no lago) bem como na crista dos taludes;

Se passa para a preparação da base de assentamento da estrutura. A base deverá ser nivelada a 65 cm abaixo do nível do leito do canal. Para se manter a estabilidade e evitar que material seja carreado para a base nivelada, deve se fazer uso de estacas ou pilotis de madeira provisórios. A cada 50 centímetro, deve ser cravada uma estaca de um metro de comprimento, com 75 cm de ficha de embutimento, com uma camada de geotêxtil sendo colocada para conter o solo entre as estacas, segundo cotas em prancha. Deve-se ter uma inclinação final de 10° na base. Todos os bags de sedimentos já existentes em campo ou restos deles devem ser retirados e descartados. Além da escavação da base, deve-se retirar o material da encosta, que receberá a krainer e o dreno atrás da mesma. Estes processos podem utilizar meios mecânicos ou manuais e o solo retirado deve ser depositado em local distante da margem em obra.

Com a base e a encosta regularizada, reveste-se ambos com uma camada de geotêxtil, fixada com estacas. Segue-se então para o aterro com pedra de mão ou rachão na base, sendo que este deve ter altura de 55 cm nos primeiros 50 cm adjacentes ao talude e 90 cm ou 75 cm (a depender da margem), no ponto adjacente

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ao lago. As rochas devem ser coladas de tal forma que as de menor granulometria ocupem os espaços deixados pelas de maior. Por fim, uma nova camada de geotêxtil é adicionada, deixando descobertos os últimos 50cm adjacentes ao talude, para facilitar a percolação de água do dreno traseiro para o canal.

Em seguida deve ser colocada a primeira camada de peças de madeira por cima do geotêxtil: duas transversinas paralelas, espaçadas entre si 1 metro, de eixo a eixo da peça. Uma nova camada de geotêxtil é aplicada envolvendo as duas peças e seu conteúdo, formando um nicho entre elas. Este nicho deverá ser preenchido com brita 1 e selado também com geotêxtil.

Deve-se notar que as longarinas são maiores que as transversinas, por tanto é ideal se colocar todas as transversinas de base antes da longarina que vira acima delas. As duas peças longitudinais devem ser colocadas nas extremidades das transversinas, uma externa visível depois da conclusão da estrutura e uma interna que ficará enterrada.

As peças devem ser fixadas como descrito no “DETALHE DE AMARRAÇÃO”, da prancha 02. Serão utilizados para cada junção um grampo em “U” e um grampo em “I”, fabricados em aço CA-50 de diâmetro de 0,01 m. Sendo assim, cada novo nível de madeira colocado deverá ter 4 fixações, entre as duas transversinas e longarinas.

Após o enchimento da primeira gaveta com brita, todas as demais devem ter enchimento com solo local, advindo da própria escavação. Este enchimento é feito cada vez que a estrutura de cada gaveta é concluída e devidamente fixada. Enche-se até atingir a espessura igual a soma das longarinas e transversinas. Este processo é feito de forma mecânica e completada de forma manual, formando um plano paralelo à superfície de lançamento do primeiro módulo da parede (inclinação da base), compactando-se o material com peso humano para eliminar grandes espaços vazios no solo. A compactação não pode ser excessiva, para que não dificulte o crescimento da vegetação.

Após o preenchimento de uma gaveta com solo, segue-se a fase de aplicação da vegetação (mudas e estacas vivas). Apenas andares com transversinas deverão receber plantas. O plantio das mudas e das estacas será feito de forma alternada entre as 5 espécies em cada célula da parede krainer, com densidade de 15 mudas por metro. Para garantir a pega das mudas deve ser inserido conjuntamente o polímero hidroretentor ou hidrogel em uma dose de 300 ml de solução preparada por muda.

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A aplicação destes insumos deve ser realizada nas proximidades das raízes das plantas, atentando para que o hidrogel esteja em contato direto com as mesmas. Feita a locação das espécies e do hidrogel, deve-se colocar uma bermalonga na extremidade externa da parede, para evitar que o conteúdo da gaveta extravase.

As espécies a serem utilizadas nas gavetas são chamadas, na Prancha 2, de “VEGETAÇÃO MIX I”. Estas são representadas na Tabela 33:

TABELA 33 - ESPÉCIES USADAS NAS GAVETAS DA PAREDE KRAINER DO CANAL

É importante salientar que todas as espécies citadas devem ser usadas para que se tenha boa chance de sucesso da obra. Proceder a rega das mudas e estacas imediatamente após sua implantação.

Feita a gaveta, desde a colocação e fixação das peças de madeira até o aterro e plantio, devesse passar para o dreno nas costas da parede. Em etapas anteriores, se cobriu a encosta escavada com uma camada de geotêxtil. Agora, deve-se preencher todo o espaço vazio entre a parede e a encostas com arreia média. Ressalta-se que no nível da primeira gaveta, enchida anteriormente com brita, não deve ser usada areia no dreno, mas sim a mesma brita da gaveta. Dessa forma, cria- se uma interface entre a brita e a pedra de mão do leito da parede. Lembrando que essa brita do dreno deve ser colocada sobre a superfície descoberta do leito de pedra, descrita anteriormente.

Deve ser aplicado em seguida uma nova camada de longarinas e o processo de fazimento da gaveta recomeça. É importante atentar-se ao recuo que longarinas superiores podem ter em relação às inferiores. Tais detalhes estão discretizados na Prancha 2.

Ao fim da colocação do último andar da parede, que deve ser um par de longarinas, deve-se dar início a execução da banqueta encima da parede. Esta é detalhada em “DETALHE DA BANQUETA”, na Prancha 2. Este modelo de banqueta deve ser executado ao longo de toda a parede, preferencialmente depois de pronta a krainer.

Nome científico Nome popular Tipo de crescimento Sebastiana schottiana Sarandi Arbusto

Abutilon megapotamicum Lanterninha chinesa Arbusto Calliandra brevipes Anjiquinho Estacas

Mimosa bimucronata Maricá Arbusto

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As espécies a serem utilizadas nas banquetas são chamadas, na Prancha 2, de “VEGETAÇÃO MIX II”. Estas são representadas na Tabela 34.

Tabela 34 - Espécies usadas nas banquetas da Parede Krainer.

Devem ser colocados um exemplar de cada espécie por metro das banquetas descritas. Durante o plantio deverá ser aplicado em todas as banquetas 300 ml/m de hidrogel, para manter a humidade do solo. A aplicação deve ser feita nas proximidades das raízes. Uma vez que foi feita a banqueta, o solo deve ser envelopado com geotêxtil e coberto por biomanta antirerosiva.

7.2.1.2 Parede Krainer – Margem esquerda do lago

Os processos para esta parede serão idênticos aos descritos na seção anterior, considerando as ressalvas desta seção, conforme prancha 3.

Esta parede terá dois perfis distintos, a depender da seção da margem na qual se esteja trabalhando. A diferença entre estes dois perfis se restringe à altura da parede e, por conseguinte, o número de gavetas que cada um terá. Contudo, o processo se dá de forma semelhante para ambos. Cabe ao executor tomar os cuidados para diferenciar em campo qual o perfil sendo executado e como estes procedimentos se aplicam ao mesmo.

Salienta-se que, a depender do perfil, o dreno terá uma configuração e largura, mas o procedimento de execução não se altera.

Salienta-se que, a depender da seção da margem, o procedimento também inclui aterros, além daqueles feitos dentro das gavetas. Estes são executados nas costas do dreno, para regularizar a encosta contida. Esse aterro deve ser feito nível a nível, assim como o dreno.

Dentre os aterros, o único que não é feito exclusivamente no talude contido é aquele executado na seção 13 (“S13”). Nesta seção, é feita a colocação de solo, com compactação vigorosa, no leito do lago para conter a estaca e o geotêxtil de cederem

Nome científico Nome popular Tipo de crescimento Sebastiana schottiana Sarandi Arbusto

Abutilon megapotamicum Lanterninha chinesa Arbusto Fuchsia regia Brinco de princesa Arbusto Calliandra Brevipes Anjiquinho Arbusto Calliandra Tweediei Quebra-foice Arbusto

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com o peso das rochas. Detalhes podem ser vistos no desenho “CORTE – PAREDE KRAINER ALTA S13”, na Prancha 3.

Entre a seção 5 (“S5”) e a seção “C1”, existem hoje duas canaletas que trazem água de um pequeno lago próximo. Nesta seção, será executado um dique, cujo processo de execução é descrito mais adiante. É importante ressaltar que a parede krainer será interrompida para permitir a execução de um enrocamento, como detalhando em “PLANTA BAIXA – DETALHE DO DIQUE”, na Prancha 3.

7.2.1.3 Paliçada Viva

Para esta execução, vide a prancha 01.

O processo deve se iniciar com a retirada de qualquer resto de bag de sedimentos que haja nas margens que sofrerão intervenção. Esses bags deverão ser reunidos em espaço apropriado no canteiro para futuro descarte. Deve então ser feito o corte de solo, evidenciado nos detalhes dos cortes na Prancha 1, e estender nas faces do talude uma camada geotêxtil, segundo Tabela 24, fixar as extremidades do geotêxtil com grampos ou estacas de madeira para que não se movimente durante execução da paliçada; Não deve ser deixado espaço entre o geotêxtil e o tardoz do talude.

Deverão ser usadas toras de ao menos 1 m de comprimento, com diâmetro de 30 cm. Estas peças serão cravadas como estacas 70 cm no chão, a partir do nível adjacente à margem. No caso de margens que tenham um degrau, dado deslocamento de massa para dentro do rio, assume-se o nível inferior do desnível e se suaviza o degrau para haver conformidade. Verificar os detalhes nos cortes apropriados para cada seção.

Deve ser deixado ao menos 30 cm da estaca acima do nível do leito do lago, região que servirá de apoio horizontal para as longarinas a serem colocadas. A cravação das estacas deverá ser espaçada em 1 metro. Colocada à estaca, deve-se colocar a vegetação adequada.

As plantas usadas deverão estar prontas em condição de estaca. Estas deverão ser cravadas logo atrás das estacas, ainda permitindo espaço para futura colocação das longarinas (30 cm de diâmetro). A colocação do material vegetado, em estaquia, deve ser feita de tal forma que um terço de seu comprimento fique acima do nível da estaca inerte. A frequência de plantio deve ser de 30 estaquias vivas por metro, alternando entre as espécies prescritas na As espécies a serem utilizadas nas

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gavetas são chamadas, na Prancha 1, de “VEGETAÇÃO MIX I”. Estas são representadas na Tabela 35:

Tabela 35. Vale ressaltar que são as mesmas espécies usadas para a parede krainer.

As espécies a serem utilizadas nas gavetas são chamadas, na Prancha 1, de “VEGETAÇÃO MIX I”. Estas são representadas na Tabela 35:

Tabela 35 - Espécies usadas na paliçada viva.

É importante salientar que todas as espécies citadas devem ser usadas para que se tenha boa chance de sucesso da obra.

Feito o plantio de estaquias, preenche-se o espaço entre a paliçada e o talude contido com rocha de 25 cm de diâmetro, até que restem apenas 30 cm de comprimento de estaca sem rocha. Deve-se tomar especial cuidado para que o material vegetal vivo não seja danificado na colocação das rochas. Os espaços entre estacas também devem ser preenchidos com rocha, entre o talude contido e o leito do lago.

Como longarinas, deverão ser usadas toras com diâmetro de 30 cm, com comprimento de 650 cm. O tipo de madeira e propriedades deverão ser iguais as usadas para a parede krainer. Deverão ser colocadas logo adjacentes as estacas, entre as mesmas e o talude contido, sobre as rochas previamente colocadas.

Deve ser feita a fixação das longarinas com as estacas, como descrito em “DETALHE DA AMARRAÇÃO – PALIÇADA VIVA”, prancha 1.

Feita a fixação, deve-se preencher o restante do volume entre o talude contido e a paliçada com rocha de 25 cm de diâmetro.

Quando houverem entradas de tubulações ou manilhas advindas do talude contido, deve-se interromper a colocação de rocha e vegetação e permitir o encaminhamento do efluente de tal dispositivo de drenagem para o solo.

Nome científico Nome popular Tipo de crescimento Sebastiana schottiana Sarandi Arbusto

Abutilon megapotamicum Lanterninha chinesa Arbusto Calliandra brevipes Anjiquinho Estacas

Mimosa bimucronata Maricá Arbusto

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