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A SSOCIAÇÕES DE D ESENVOLVIMENTO L OCAL

Grupos III e IV – efectuada pela SUCH – Serviços de Utilização de Hospitais, sendo os primeiros

8.11. A SSOCIAÇÕES DE D ESENVOLVIMENTO L OCAL

O concelho de Castelo Branco é objecto da intervenção de várias organizações de desenvolvimento local, a saber:

- a Associação de Desenvolvimento da Raia Centro-Sul - ADRACES; - a Amatus Lusitano;

- a ADESGAR - Associação de Desenvolvimento e Defesa da Serra da Gardunha; - a Pinus Verde;

A ADRACES, com sede em Vila Velha do Ródão, tem como principal objectivo a promoção do desenvolvimento socio-económico nos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Fundão. Com esse objectivo, esta associação implementou as duas primeiras fases do programa de iniciativa comunitária para o desenvolvimento rural LEADER, encontrando-se actualmente na implantação da sua terceira fase: LEADER+. Tem usado os apoios financeiros desse programa para dinamizar o aparecimento ou financiar as iniciativas promovidas por agentes económicos, administrativos ou culturais da região.

A intervenção desta associação tem passado pela:

- promoção da formação profissional integrada em meio rural;

- dinamização e sensibilização das populações locais para o desenvolvimento; - valorização e promoção dos produtos locais;

- promoção, dinamização e apoio ao artesanato, pequenas e médias empresas e serviços de apoio;

- promoção do turismo rural, valorização do património histórico-cultural e promoção e divulgação turística;

- apoio a projectos relativos ao ambiente e recursos florestais, bem como valorização de bacias de água e zonas ribeirinhas;

- criação de uma rede de promoção e informação aos empresários existentes no meio rural; - cooperação transnacional;

- criação de condições que proporcionem o eventual retorno dos naturais da região, residentes noutras zonas do país e do estrangeiro, bem como a criação de condições para a promoção e implementação na região dos seus projectos de vida;

- detecção e promoção de actividades inovadoras que promovam e diversifiquem a base produtiva local, através da introdução de novas tecnologias, novas formas de gestão, sistemas de qualidade, novas competências, etc.;

- cooperação inter-associações, no sentido de se promover conjuntamente, produtos locais e turísticos, no país e no estrangeiro, como forma facilitadora da inclusão em novos mercados; - aproveitamento os recursos humanos e materiais (e seu eventual reforço) existentes nas associações locais, para animar o tecido social e económico local, de modo a fazer surgir uma nova mentalidade empresarial;



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- criação de pequenas empresas capazes de incorporar valor em certas produções locais e gerar emprego;

- animação e criação de estruturas associativas e recreativas de índole cultural e económica, capazes de articular e fortalecer o tecido económico e social local;

- criar uma imagem de marca para as produções locais;

- apoio às formas de divulgação das actividades e das produções da área, através da elaboração de catálogos, desdobráveis e outras formas de tipo multimédia.

Padece do problema de muitas associações de desenvolvimento no nosso País que é o de não conseguir ter recursos financeiros próprios.

A associação Amato Lusitano, sediada na cidade de Castelo Branco, visa a animação do desenvolvimento de pessoas e comunidades no sentido de prevenir ou atenuar a exclusão social. Tal passa pela promoção de competências sociais, animação de formas de cooperação e valorizando a componente lúdica, assente na identidade e recursos locais. No âmbito do Programa de Luta Contra a Pobreza desenvolve o projecto Porta Aberta, de que é entidade gestora, tem desenvolvido intervenções em habitações degradadas, nomeadamente na zona histórica da cidade, apoio a idosos, à comunidade imigrante e cigana, a desempregados, a trabalhadores precários, etc., e acções de sensibilização. Tal tem implicado a colaboração e apoio de diversas entidades. Exemplo de trabalho com as comunidades imigrantes é o da criação de um centro local de apoio à comunidade imigrante. Colaborou com a associação Outrém no projecto Clube Bus de luta contra as toxicodependências: um velho autocarro de dois andares instalado numa zona nova da cidade propõe aos jovens actividades de ocupação dos tempos livres.

A ADESGAR, com sede na cidade vizinha do Fundão, tem como principal objectivo a preservação do património natural e cultural da Serra da Gardunha, na promoção da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável da sua população. Fazem parte da área geográfica de intervenção desta associação treze freguesias do concelho do Fundão e duas do concelho de Castelo Branco. Perante a existência no referido espaço, incluído na Rede Natura 2000, de um endemismo vegetal (Asphodelus bento-rainhae) essa associação procurou, com recurso ao programa de apoio à conservação Life, desenvolver acções de conservação do povoamento florestal aí existente, nomeadamente adquirindo terrenos florestados e sensibilizando os proprietários de outros para a conservação da referida. Recorrendo ao apoio estatal, dotou-se de uma equipa de sapadores florestais. O programa Life terminou sem que todos os objectivos fossem comprometidos. Esteve envolvida no plano de criação do Parque Natural da Serra da Gardunha.

A dependência de financiamentos exteriores está a dificultar a manutenção das equipas de sapadores florestais, já que os proprietários florestais não se encontram motivados para um maior cuidado das suas matas e a pagar a quem o faça. O baixo retorno que esperam ter de tais investimentos explica tal situação. A Serra da Gardunha foi, entretanto, atingida pelo fogo no Verão de 2003.

A Pinus Verde está sediada na aldeia de Bogas de Cima, no concelho do Fundão. Inicialmente vocacionada para o desenvolvimento florestal, transformou-se, de forma quase natural, numa verdadeira associação de desenvolvimento local, com intervenção em muitas outras actividades económicas e outros aspectos da vida das populações: artesanato, valorização turística de espaços mineiros, etc. Contudo, a sua intervenção no concelho de Castelo Branco é relativamente mínima, consistindo essencialmente na integração das freguesias de S. Vicente da Beira e Almaceda na zona de intervenção das duas brigadas de sapadores florestais que esta associação constituiu. Também esta associação enfrenta dificuldades no suporte financeiro ao funcionamento destas brigadas.

A Beiralusa, é uma agência de desenvolvimento regional, criada no contexto do subprograma programa IQADE – Implementação e Qualificação de Agências de Desenvolvimento, do programa PPDR (Promoção do Potencial de Desenvolvimento Regional). Este tipo de instituições foi criado com o objectivo de serem plataformas de colaboração entre os diferentes agentes com potencial intervenção nas múltiplas dimensões dos processos de desenvolvimento regional. A Beiralusa deveria desenvolver esse tipo de trabalho nos concelhos de Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão Esse objectivo só tem sido concretizado no que diz respeito a um pequeno número de tipos de intervenções, como é o caso do projecto Beira Baixa digital da Beiralusa. Na verdade, estas instituições acabam por ter uma intervenção muito sectorial, como acontece com as instituições que deveriam colocar em rede.

Além destas associações, promotoras do desenvolvimento, existem outras entidades que, dada a dimensão múltipla do conceito de desenvolvimento, estão ligadas à promoção do mesmo, embora com perspectivas diferentes, como é exemplo a associação Outrem. Por vezes, contudo, constata-se uma certa dificuldade de reconhecimento do papel de outras entidades nos campos de actuação de cada uma, bem como o assumir como também seus certos objectivos da actividade de terceiras entidades. Tal poderá relacionar-se com outro problema que enfrentam estas entidades que é o da sua sustentabilidade. Até agora, têm assente na realização de projectos subvencionados ou contratualizados, em apoios de terceiros e muito pouco em receitas próprias.

São referidos casos de sucesso na busca desta capacidade de sustentação. (Carvalho: comunicação pessoal). Tal passa, aparentemente, pela multiplicação de tarefas que podem desempenhar, o que será dificultado pelo crescimento desordenado do número de entidades. Constata-se, por vezes, como razão para esta situação, a iniciativa de técnicos na sua busca de inserção profissional. Uma melhor comunicação entre entidades, nomeadamente na gestão de recursos humanos, poderia, talvez, ajudar a atenuar este efeito, tendo também outras vantagens.

Simões et al. (2001), a propósito do desenvolvimento da empresarialidade em meios rurais, referem a exigência para esse tipo de intervenção da existência de competências específicas e mais diversificadas, dessas intervenções serem tecnicamente fundamentadas, de haver uma aposta na animação económica, de diferenciação nas estratégias de intervenção e de concertação entre agentes.



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9. INCIDÊNCIA DAS ACTIVIDADES HUMANAS NA