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CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO DOS DADOS/CONSIDERAÇÕES

3.2 DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS NAS ENTREVISTAS

3.2.2 Dimensão: Execução

3.2.2.1 Categoria: Aplicabilidade

3.2.2.1.2 Subcategoria: Tomadas de decisão

Toda avaliação, passada a fase do diagnóstico e da programação, chega à execução. É a fase em que se tomam decisões. É a fase destinada a identificar, de maneira válida e confiável, na prática, dados e informações suficientes e relevantes para apoiar, ou não, o juízo que se fez sobre o mérito dos diferentes componentes que formam o projeto proposto.

É a fase crucial, pois o que se avalia é a capacidade de manter a essência, enquanto se busca a adequação, a solução de problem as e promove-se o conheci mento e a compreensão dos fatores associados ao êxito ou ao fracasso dos resultados (SANT‘ANNA, 1986).

De acordo com depoimentos das pessoas que participaram d as entrevistas semiestruturadas, quando foram questionadas sobre as facilidades e dificuldades para a aplicabilidade do PPP, houve consenso no descomprometi mento de alguns professores , um dos fatores que interferem no êxito do PPP .

Olha, as f acilidades, eu acho que estão m ais relacionadas é com o trabalho de m uitos prof essores. O nosso projeto aqui não f oi f ácil [...] existem alguns prof essor es que se em penham m uito nesse sentido então é f ácil trabalhar quando nós tem os, assim , pelo m enos alguns prof essor es que dispõem de boa v ontade, que querem f azer o trabalho de todo jeito apesar da s dif iculdades que são encontradas e, as dif iculdades m aiores estão justam ente em conv encer aqueles prof essor es que nã o participaram da elaboraç ão do pr ojeto da im portância da ex ecução, por que quem v ê pronto não sabe com o f oi que nó s chegam os até ali, não sabe porque que é im portante. Então à s v ezes um a determ inada... Um projeto que é ex ecutado, né,

um a ativ idade dif erente que é planejada, o prof essor até v ê com o um em pecilho às suas aulas, tá atrapalhando, tá f ugindo da rotina e ele não sabe porque que f oi criado, ai o prof essor se nega a f azer. Então, às v ezes a gente tem essa dif iculdade, né, é de conv encer o pr of essor que não participou, do quanto aquele projeto é im portante e quem não tav a aqui não sabe. (Coordenadora Pedagógica 2)

Ao tomar decisões com o grupo, há a preocupação em manter a fidelidade ao que está proposto no PPP. O ano de 2009 foi um ano atípico e a equipe optou por desenvolver apenas três dos Projetos Especiais dispostos no PPP. Se fosse mantida a opção, os alunos sairiam prejudicados em relação ao conteúdo. Por essa razão, foi decidido que não desenvolveriam os Projetos:

Este ano, nós tínham os tr ês grandes projetos, [...] f oi determ inado que cada série, prim eiro ano, segundo, terc eiro, dev eria desenv olv er um projeto especif ico. Então nós f izem os assim : o prim eiro ano desenv olv eu o Projeto Aluno Cidadão, o segundo ano desenv olv eu o Projeto Am ostra de Ciência e o terceiro ano f icaria c om Literatura. Nós tiv em os um problem inha com grev e, com aquela questão da gripe, né, da gripe A, que o gov erno suspendeu as aulas, então nós tiv em os ai um a interrupção no nosso projeto. Nós t iv em os que f azer um a av aliação, se realm ente caberia neste m om en to ex ecutar um projeto, diante de tantas ausências de aula, seria o m om ento adequado para desenv olv er esse projeto? Chegam os à conclusão que não teria, o projeto f icaria f alho, perderi a suas caracterí sticas, e r esolv em os, né, Então a gente est á sem pre nas coordenações, av aliando as questões da pr ov a, bim estral, m ensal, então nós sem pre estam os f azendo essa av aliação nas c oordenaç ões pedagógic as . (Superv isora Pedagógica)

Cada turma tem um professor orientador que também atua como ouvidor, isto é, ele leva as sugestões do aluno para os debates e discussões:

[...] essa participação se dá antes das c oordenações. Nó s tem os três c oordenaç ões, a coordenaç ão por área, a coordenação indiv idual e a coordenaç ão geral que é um a coordenação onde se di scutem os pr ojetos, as ações que sã o f eitas ao longo da sem ana ou ao longo do m ês. No caso do s alunos é atrav és do Grêm io. Nós tem os o gr êm io, os próprio s prof essores tam bém estim ulam [...] esse prof essor ele lev a para o aluno todas as deci sões, traz os problem as pr o s debate s, pede sugestões par a os alunos, entende? O s pai s participam atrav és de reuniões. A c ada bim estre, nós tem os reuniões pedagógicas onde são registr adas e di scutidas a s sugestões dos pai s. (Coordenador a Pedagógi ca 1)

Buscam-se mecanismos de solução para qu e a participação e interação sejam efetivas, na aplicação cotidiana do PPP:

Então, esse sem estre m e cham ou m uito a atenção a questão do conselho de classe participativ o, né, que f oi um a coisa que sur giu de acor do c om um a necessidade im ediata e [junto com ] todos os pr ojetos da escola. Os m aiores pr ojetos ac ontecem justam ente no terceiro bim estre. A gente tem o prim eiro bim estre em que o aluno ainda está se adaptando, principalm ente aqueles de prim eiro ano ainda não conhec em a esc ola, não sabem com o f uncion a. No segundo bim estre os prof essores c om eçam a preparar os alunos para a realização dos pr ojetos, e no terceiro bim estre, eles são ex ecutados. Então o terceiro bim estre é um bim estre que sem pre traz m uitas nov idades. [...] f oi f eito um conselho de classe participativ o, no noturno, para que os pais pudessem v ir, os prof essores trocar am seus horários, f izeram ajustes e f oi assim m uito produtiv o. (Coordenador a Pedagógica 2)

Como ferramenta de incentivo à participação do aluno, a ficha individual instiga-o a sugerir ações que lhe parecem viáveis e necessárias:

[...] no inicio do ano é c onstruído o m anual do aluno [...] e, ao término do prim eiro bim estre, é passado no pré -conselho que é um conselho que o prof essor orientador f az com o aluno e o aluno tem um a f icha indiv idual, e nessa f icha indiv idual ele v ai colocar sugestões. Então tem aluno que sugere, por ex em plo, o hor ário dif erenciado pra entrada de aula então tem v árias coisas que ai, lógico, que é analisado pela direção e a gent e acata ou não. (Coor denador a Pedagógica 1)