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Subespaço das transformações e sua representação gráfica

Capítulo 3: Conceito de sistema direcionado para uma nova metodologia

4.3.3 Subespaço das transformações e sua representação gráfica

No subespaço das transformações, que é o espaço integrador de maior dimensão do EHP, são realizadas transformações regradas de lógica e fundamento com imputações oriundas de todos os intervenientes autorizados na base de dados.

Para cada nível de iteratividade, Ni, devidamente identificado, os seus

instrumentalistas deverão ter uma visão global do processo de transformações e, para isso, é premente que a sua representação seja do tipo representada na Figura 36.

Figura 36 - Representação global dos processos das transformações no diagrama holístico do planeamento

110 Nesta representação gráfica, para além da leitura visual das interações e precedências entre elementos para um determinado produto#, ficamos com uma perspetiva clara dos seus subprodutos, assim como dos recursos associados a cada um desses subprodutos, ficando-se também patente a sua disponibilidade em cada nível (as barras pretas indicam indisponibilidade) temporal ou no caso dos subprodutos da sua ocupação temporal.

Para além da óbvia necessidade de compartimentar alguns conceitos explanados no capítulo 3, será também necessário aclarar algumas das transformações, que podem ocorrer entre dois níveis de abstração no universo de um determinado planeamento. Na Figura 37, com base na representação fractal (num diagrama holístico), é exemplificado graficamente, para um determinado instante, as iterações entre dois níveis desse planeamento, Nj e Nj+1.

Figura 37 - Exemplo da iteração entre dois níveis, Nj e Nj+1, para j+1<k

Pois bem, sejam os elementos dos conjuntos Nj, tal que j>1 e j+1<k, que serão comutativamente designados de recursos ou produtos de um determinado processo, e tendo

111 em linha de conta, um único percurso trilhado num caminho ou subcaminho validado na codificação elementar Ci,j. e considerando que, para um determinado nível do planeamento, o conjunto Nj é composto por três elementos, Nj= {A,B,C}, assim como para

um nível, Nj+1, imediatamente inferior aos elementos, são constituintes, A1*, A2*, A3*, A4*,

B1*, B2*, C1*, C2*, C3* e C4*, ou seja, o conjunto Nj+1= {A1*, A2*, A3*, A4*, B1*, B2*, C1*,

C2*, C3*, C4*}.

Considerando ainda por exemplo um planeamento inicial, no nível Nj, verifica-se

aí, uma programação, que se traduz num prazo inicialmente perspetivado de 21 unidades de tempo para conclusão do objetivo processual desejado, no qual se impõe uma distribuição temporal dos elementos, “Produtos”, do conjunto Nj do seguinte modo: A

produção de (B) é concluída, implicando o início do processo de produção de (A), quando (A) for produzido em pelo menos 9/13 partes do seu todo, então, (C) poderá começar o seu processo de produção.

Tal cronologia, que inicialmente foi esboçada tendo em atenção o “quase” tudo do envolvimento processual em questão, poderá sofrer alterações governadas pelas restrições de níveis inferiores ou superiores, embora, como já se referenciou, este conceito de nível é abstrato e não estrutural.

Vejamos: considerando agora o reflexo do planeamento inicial no nível Nj para um

nível inferior, Nj+1, verifica-se uma distorção daquela programação inicial, tendo em

atenção que a governação cronológica é também imposta pelos recursos/elementos do conjunto Nj+1, ou simplesmente, a sua atuação é imperativa, guiando-se por uma qualquer

regra da tomada de decisão.

Logo após o aperfeiçoamento da cronologia dos elementos no nível Nj+1, assim

como as suas reapreciações de interdependências entre esses mesmos recursos, verifica-se que, num processo de retorno para o nível Nj:

i) a produção (B) vai começar uma unidade de tempo atrasada em relação ao inicialmente previsto, mas que irá manter a sua data para finalização do processo de produção, ocorrendo, todavia uma ligeira contração na duração de produção inicialmente prevista;

112 ii) o produto (A) é decomposto em três subprodutos A1, A2 e A3, embora preservando-

se na globalidade o seu prazo de calendário. Verifica-se uma suspensão efetiva numa unidade de tempo do seu processo de produção;

iii) relativamente ao elemento (C), verifica-se que este também é decomposto em quatro subprodutos C1, C2, C3 e C4 e que, para além de ocorrer uma acentuada

modificação das suas datas globais de início e fim de produção, também promove uma rotura no processo de produção global, que poderá ser vantajoso ou prejudicial para a obtenção dos objetivos pré-requeridos.

Constatando-se, assim que níveis de maior pormenor modificam a cronologia dos elementos para os níveis superiores, e que poderão ser, ou não, instrumentalizados por outros participantes no universo dos processos, de forma não explícita, mas que governam parte do todo ou interagem sobre ele, modificação essa que é, contudo, limitada na maioria dos casos pelo tempo ou pela condição de algo, conforme ilustrado na Figura 38.

113 A movimentação de cada produto ou de um dado recurso fica balizada por dois graus de liberdade, um condicional e outro temporal. O corredor temporal é balizado por dois limites condicionais, superior e inferior, sendo que o grau de liberdade condicional ou crítico é vincado por um eixo, que foi designado de isocrítico, impondo assim um determinado limite de criticidade.

Neste seguimento, para um determinado subsistema-alvo, surge a necessidade de uma melhor caracterização real da sua envolvente no subespaço dos recursos ou no subespaço dos produtos, a qual é designada no âmbito deste trabalho, de envolvente

crítica, que é de forma genérica, conforme ilustração da Figura 39, estabelecida por um

polígono dinâmico irregular de cinco lados. Sendo notória a existência de pelo menos quatro parâmetros necessários para a sua devida caracterização formal, que são:

- a amplitude de processamento (catetos), expressa em unidades de tempo; - a definição do eixo isocrítico;

- a data de início mais cedo de processamento; - a data de fim mais tarde de processamento.

Tempo T em p o ENVOLVENTE CRITICA DATA DE FIM MAIS TARDE

DE PROCESSAMENTO

DATA DE FIM FIXADA PARA O PROCESSAMENTO DATA DE ÍNICIO MAIS TARDE

DE PROCESSAMENTO DATA DE FIM MAIS CEDO

DE PROCESSAMENTO

DATA DE INÍCIO FIXADA PARA O PROCESSAMENTO DATA DE INÍCIO MAIS CEDO DE PROCESSAMENTO

EIXO ISOCRITICO

114 Na eventualidade do processamento de um determinado subsistema ocorrer dentro da envolvente crítica, mas fora do agendamento fixado pelas datas de processamento fixadas para o seu início e seu término, ocorrerá assim um desrespeito relativo a algum critério pré-estabelecido imposto pela otimização, que no caso de ser o “custo”, contribuirá quase inevitavelmente, para um aumento do custo global do projeto.

No cenário de que o processamento de um determinado subsistema venha a ocorrer parcialmente ou na sua totalidade fora da sua envolvente crítica, algumas consequências se manifestarão, nomeadamente:

- se apenas o corredor temporal for corrompido pela sua data de início mais cedo de processamento, estaremos perante um procedimento indevidamente programado pela lógica dos processos, podendo não ser benéfico para o todo;

- se apenas o corredor temporal for corrompido pela sua data de fim mais tarde de processamento, estaremos também perante um procedimento indevidamente programado pela lógica dos processos, ou no qual ocorreu um distorção das lógicas dos seus recursos, e inevitavelmente ter-se-á um atraso do projeto e consequentemente um aumento de custos;

- se apenas a condição crítica for corrompida, estaremos perante uma profunda perturbação dos processos, que, podendo ser até distantes do processo-alvo, poderão potencializar uma grande instabilidade no sistema global e assim conduzir a uma necessária reprogramação do Todo.