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Com este capítulo pretendemos caracterizar o sujeito do nosso estudo, bem como o meio envolvente. Tendo em conta as questões, os objetivos e os sujeitos do estudo, optámos por um estudo descritivo, partindo do pressuposto de que este permite uma análise profunda e detalha do sujeito alvo do estudo. A recolha e o levantamento da informação relativa à história compreensiva do sujeito do estudo, baseou-se na consulta de documentos e informações fornecidas, quer pelo diretor, quer pela coordenadora do Núcleo de Educação Especial do agrupamento, onde constavam dados estatísticos sobre a comunidade educativa, a fonte destes dados foi o sítio do agrupamento: http://agribeirocarvalho.info.

1. O agrupamento de escolas ‘S’

Antes de inicializar a descrição das características da escola onde se realizou o estudo, é fundamental e pertinente que se esclareça alguns pontos que possam suscitar dúvidas, porque o panorama com que se iniciou este estudo modificou-se devido a alterações na organização dos agrupamentos.

Este estudo realizou-se num agrupamento horizontal, designado por nós por „S‟. Para Formosinho (1988, citado por Lima, 2004) a lei de bases do sistema educativo previa escolas organizadas em agrupamentos verticais, horizontais ou por combinação de ambos os modelos, o que facilitaria a coordenação regional e diminuiria o número de concelhos de direção das escolhas. Um agrupamento de escolas horizontal é composto por escolas com pré-escolar e 1º Ciclo.

Para Barroso (1997, citado por Lima, 2004) defende um processo de autonomia gradual e contextualizada, deixando a cada escola a definição de várias estruturas de gestão. Este autor contempla como principal medida a ideia da “celebração de contratos de autonomia” entre cada escola e o Ministério de Educação, a partir do pressuposto de que as escolas se encontram em estádios diferentes, com distintos recursos, interesses e motivações dos atores, quanto ao exercício da autonomia. Assim os estabelecimentos do pré-escolar e do 1º Ciclo deverão associar- se com escolas do mesmo ciclo ou de ciclos diferentes para efeitos de gestão. Também as escolas de outros níveis de ensino, mas de pequena dimensão, serão incentivadas a associarem- se a outra para o mesmo fim. Opta-se por uma lógica de tipo associativo, seja de carácter vertical ou horizontal. Em qualquer dos casos visa-se a construção de uma rede de equipamentos com dimensão suficiente para construir uma unidade autónoma de gestão, do ponto de vista estratégico (pedagógico, administrativo e financeiro), sem que ponha em causa a “individualidade”, (social, humana e pedagógica), de cada um dos elementos que compõe essa “rede”. Para maior clareza o autor insiste: “estes territórios não devem ser determinados compulsivamente a partir de fronteiras traçadas previamente na carta escolar, mas sim, através de um processo negocial, com base nas características.

Foi nestas bases, juntamente com o número de alunos; número de docentes e a dispersão geográfica dos estabelecimentos agrupados que nasceu o Agrupamento de Escolas „S‟. Com as novas políticas de gestão escolar, o agrupamento terminou a suas funções no 20 de julho de 2011, tendo sido as suas escolas divididas, por dois agrupamentos verticais, consoante a aproximação geográfica e o número de alunos destes.

Quando a população alvo do estudo possui uma dimensão demasiado grande para que os procedimentos da investigação possam ser aplicados a todos os seus elementos, recorre-se à seleção de uma amostra, possuidora de todas as características da população, trabalhando-se apenas com os sujeitos da amostra, (Sousa, 2009, p. 65). Do mesmo modo Hill e Hill (2009)

refere que quando o universo é grande, como neste caso, é necessário utilizar métodos de amostragem que permita extrair uma amostra aleatória. Referindo que o método de amostragem por clusters que consiste essencialmente em aplicar a amostragem aleatória a uma unidade (população encontra-se dividida em agrupamentos) e utilizar todos os casos dessas unidades.

Deste modo optamos por desenvolver o nosso estudo no Agrupamento de Escolas „S‟ do concelho de Sintra. Embora não seja possível considerar que é uma amostra representativa porque é uma zona pedagógica com uma grande densidade populacional, julgamos assim, que possuí as caraterísticas adequadas, indo de encontro aos objetivos propostos.

Tal como refere o mesmo autor, em alguns estudos, o investigador tem necessidade de ir à procura dos sujeitos que reúnem as características indispensáveis para fazerem parte da amostra. Os pontos seguintes referem os aspetos que consideramos pertinentes na amostra, e por tal, esta se adequava ao estudo:

 Era um agrupamento exclusivamente composto por crianças do 1º Ciclo o que determina um número mais elevado de professores, verificando-se assim, uma amostra mais significativa;

 A zona geográfica em que se encontra o agrupamento pertence à área da grande Lisboa, o que permite um maior a acesso à formação;

 O facto de o agrupamento nos últimos anos ter tido várias crianças com dislexia, permite verificar se realizaram formação nesta temática.

Deste modo o campo de análise deste estudo circunscreveu-se ao agrupamento referido, sendo a amostra constituída por 51 professores com turma (n=51).

2. Comunidade Educativa

Embora a população alvo do nosso estudo sejam os professores, parece-nos pertinente abordar a comunidade educativa. O conhecimento da comunidade educativa permite-nos compreender a escola como uma organização, onde é necessário perceber todas as partes para que o todo tenha sentido.

A escola compreende várias dimensões interligadas entre si que se adaptam e avançam como um conjunto bem afinado, conforme as necessidades e as exigências dos tempos. Todos os dados apresentados nos próximos pontos, pertencem ao ano letivo 2010/2011.

A maioria dos encarregados de educação tem entre 30 e 39 anos. Em relação à sua nacionalidade, verifica-se uma variação significativa, embora, aproximadamente 71% sejam portugueses. Dentro destes temos de considerar que alguns já a adquiriram através da nacionalização, 22% são dos PALOP, 3% de países do Leste Europeu e 4% de outros países14.

Quanto à escolaridade, o nível de ensino que apresenta maior número de encarregados de educação é o secundário. Destaca-se que 1% não frequentaram ou não concluíram o 1º Ciclo e que um encarregado de educação possui o doutoramento.

O agrupamento possuía 1175 alunos, sendo 1088 do 1º Ciclo e 87 do Jardim de Infância. Devido às caraterísticas da população da área geográfica o agrupamento tinha 46 alunos que frequentavam o português para falantes de outras línguas. Eram 44 alunos os abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, sendo 40 do 1º Ciclo, representando 3% do universo de alunos, e 95 a beneficiar de apoio educativo.

3. Docentes

No agrupamento encontravam-se colocados 81 docentes. Apresenta um quadro de docentes relativamente jovem, 55% apresentam idades inferiores a 39 anos. Em relação à sua situação profissional a maioria pertence ao quadro de agrupamento e apenas 26% são contratados.

Dos 82 docentes deste agrupamento, 4 são docentes de JI, 51 docentes de turma do 1º Ciclo, são estes a amostra do nosso estudo. Existem 9 docentes pertencentes à direção do agrupamento e coordenação de escola, e alguns exercem também funções de apoio educativo. A população alvo foram os professores do 1º Ciclo com turma, distribuídos conforme a tabela seguinte:

Escola EB1 n.º 1 EB1 n.º 2 EB1 n.º 3 EB1/JI CC EB1/JI VM

Docentes 6 4 20 13 8

Tabela 5 – Distribuição dos professores pelas escolas

CAPÍTULO 7 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS