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CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DA PESQUISA

2.3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

2.3.1 Sujeitos

A pesquisa foi desenvolvida com uma amostra de conveniência com alunos de 4ª série do ensino fundamental de escolas públicas de Maringá (PR). A partir do contato com a Secretaria de Educação do Estado do Paraná selecionou-se três escolas. Sua localização determinou a condição da clientela, segundo a Secretaria, composta por famílias de classe baixa e média baixa com profissão definida e núcleo familiar estruturado.

Organizou-se a amostra da pesquisa tendo como base dois critérios: desempenho em compreensão de leitura e em matemática. O desempenho em compreensão de leitura foi avaliado por meio de uma prova de interpretação de texto adaptada do Exame de Linguagem TIPITI (Braz e Pelliciotti, 1983), e uma de matemática, adaptada da prova escolar para 4as. séries do ensino fundamental, elaborada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SARESP, 1997).

As duas provas foram aplicadas em sala de aula com o auxílio das professoras das classes. Considerou-se desempenho satisfatório em compreensão de leitura um rendimento igual ou superior a 60% do teste; e desempenho não satisfatório em matemática, rendimento inferior a 60%. Foram testados 436 alunos, total de alunos que freqüentavam as quartas séries das escolas selecionadas. A prova de matemática foi aplicada em primeiro lugar. Do total de alunos que participaram do primeiro teste nem todos resolveram a prova de compreensão de textos por não estarem presentes em suas classes no dia da aplicação.

Os resultados das duas provas foram bastante similares: a maioria situou-se na faixa de notas superior a sessenta. Na prova de compreensão de texto, 52,5% dos sujeitos situaram-se nesta faixa, e na prova de matemática, 52%. Um contingente um pouco menor de alunos situou- se na faixa de notas inferior a sessenta: 47,5% na prova de compreensão de texto e 47,7% na de matemática (Quadro 1). A faixa de maior freqüência na prova de matemática foi a de 6 a 8, 38,5%, enquanto na prova de compreensão de texto foi a de 8 a 1017, 33,2%. A menor freqüência

foi obtida na prova de matemática pela faixa de notas situada entre 0 e 2, 6,2%, e na de compreensão de texto pela faixa entre 2 e 4, 10,2%.

Quadro 1: Desempenho da população da pesquisa na prova de compreensão de texto

Notas Leitura Aritmética

0 ⎯ 2 69 42 16,8% 27 6,2% 2 ⎯ 4 42 10,2% 90 20,6% 4 ⎯ 6 84 20,5% 91 20,9% 6 ⎯ 8 79 19,3% 168 38,5% 9 ⎯ 10 136 33,2% 59 13,5% Total 410 100% 436 100%

A amostra foi selecionada dentre os sujeitos que obtiveram notas acima de 6,0 na prova de compreensão de texto e abaixo desta nota na prova de matemática. Foi composta, inicialmente, por 120 sujeitos escolhidos por meio de sorteio, contudo, dificuldades encontradas nas escolas provocaram a extinção de grupos experimentais e o abandono de alguns alunos18 provocando a redução da amostra e a diferenciação dos dois grupos: 45 alunos no grupo experimental (GE) e 60 alunos no grupo controle (GC).

Os alunos selecionados para a amostra apresentaram resultados equivalentes nas duas provas de seleção contribuindo para a formação homogênea dos dois grupos da pesquisa. Na prova de matemática os grupos obtiveram médias bastante similares: 4,01 do GC e 4,07 do GE. Na prova de compreensão de texto o GE obteve média de 8,18 enquanto o GC obteve 8,48, muito próximas. O desvio padrão de ambos, nas duas provas, mostrou uma forte aglutinação do conjunto de notas em torno das médias: desvio padrão de 1,57 e 1,78 na prova de compreensão de texto e de 1,16 e 1,08 na prova de matemática (Quadro 2).

Quadro 2: Média e desvio padrão das notas da amostra nas provas de seleção – GC e GE

Provas GC GE

média d.padrão média d.padrão

Compreensão de leitura 8,48 1,57 8,18 1,78

Aritmética 4,01 1,16 4,07 1,08

Na prova de compreensão de leitura (Quadro 3) as notas da maioria dos sujeitos da amostra situaram-se entre 9 e 10 (48% de freqüência nos dois grupos). Situação oposta entre ambos ocorreu na definição da segunda e terceira maior freqüência de notas da amostra. O segundo intervalo de maior freqüência do GE foi o mais baixo, entre 6 e 7, enquanto no GC foi

18 Maiores detalhes sobre os fatos ocorridos são descritos no capítulo que se refere à análise e discussão dos dados,

um dos intervalos mais altos, entre 8 e 9. O intervalo inferior, entre 6 e 7, foi o de terceira maior freqüência do GC. No GE esta freqüência foi alcançada pelo intervalo de notas entre 8 e 9.

Quadro 3: Desempenho da amostra na prova de compreensão de leitura – GC e GE

Notas GC GE 6 ⎯ 7 12 20% 16 35% 7 ⎯ 8 3 5% 1 2,2% 8 ⎯ 9 16 26,6% 6 13,3% 9 ⎯ 10 29 48,3% 22 48,8% Total 60 100% 45 100%

Na prova de aritmética (Quadro 4) os grupos apresentaram resultados bastante similares. Segundo a análise estatística, a média de notas do GE foi de 4,07 (com desvio padrão de 1,08) e do GC média de 4,01 (com desvio padrão de 4,01). A maior freqüência dos dois grupos ocorreu no intervalo de notas entre 3 e 4. A segunda e terceira maior freqüência de notas foram as dos intervalos entre 2 e 3 e entre 1 e 2, respectivamente. Os sujeitos selecionados para compor a amostra apresentaram um desempenho satisfatório em compreensão de texto e um baixo desempenho em aritmética, adequado aos objetivos do presente experimento.

Quadro 4: Desempenho da amostra na prova de aritmética – GC e GE

Notas GC GE 0 ⎯ 1 1 1,7% 0 0% 1 ⎯ 2 2 3,3% 2 4,4% 2 ⎯ 3 10 16,7% 8 17,8% 3 ⎯ 4 18 30% 12 26,7% 4 ⎯ 5 0 0% 0 0% 5 ⎯ 6 29 48,3% 23 51,1% Total 60 100% 45 100%

Em relação à idade dos alunos, os grupos apresentaram certa homogeneidade. Sua idade média oscilou entre 10 anos e 4 meses no GC, e 10 anos e 6 meses no GE. Os dados fornecidos pelo desvio padrão mostram uma maior variabilidade da idade dos sujeitos pertencentes ao GE (Quadro 5).

Quadro 5: Média e desvio padrão das idades da amostra – GC e GE

Grupos Idades (em meses)

Média Desvio padrão

GC 124,33 7,32

GE 126,31 9,06

O grupo experimental foi dividido por sorteio em dois subgrupos, GE1 e GE2, em razão das características diferenciadas da intervenção psicopedagógica desenvolvida em cada um deles. Os dois grupos experimentais apresentaram características similares em relação às notas obtidas nas duas provas seleção da amostra e em relação às idades de seus integrantes (Quadro 6). Na prova de aritmética o GE1 obteve média de 4,14 (com desvio padrão de 1,10), enquanto o GE2 obteve uma média muito próxima a do outro grupo 4,0 (com desvio padrão de 1,08). Na prova de compreensão de leitura o GE1 obteve média de 8,21 (com desvio padrão de 1,73), e o GE2, média de 8,15 (com desvio padrão de 1,88).

Quadro 6: Média e desvio padrão das notas dos grupos experimentais nas provas de seleção da amostra

Provas GE1 GE2

Média d.padrão média d.padrão

Compreensão de leitura 8,21 1,73 8,15 1,88

Aritmética 4,14 1,10 4,0 1,08

A homogeneidade dos grupos experimentais foi também assegurada pela faixa etária de seus participantes: o GE1 apresentou uma média de 10 anos e 7 meses e o GE2, 10 anos e 6 meses. O desvio padrão apresentado pelo GE2 evidencia um maior distanciamento das idades dos sujeitos em relação à média e conseqüentemente sua maior variabilidade.

Quadro 7: Média e desvio padrão das idades dos grupos experimentais - GE1 e GE2

Grupos Idades

Média Desvio padrão

GE1 127 7,21