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Técnicas e instrumentos para a coleta de dados

3. OS CAMINHOS PARA A INOVAÇÃO EDAGÓGICA

4.3 Técnicas e instrumentos para a coleta de dados

Entre as técnicas de coleta de “dados” ou de informações do método etnográfico deste estudo de campo, a observação participante, a entrevista não estruturada e a análise documental foram primordiais para o desnudamento dos fatos e a compreensão dos fenômenos sociais, históricos e culturais nas relações humanas.

Para Bogdan e Biklen, a observação participante é um mecanismo de coletar dados que resulta na produção de dois tipos de materiais numa pesquisa: O primeiro é descritivo em que a preocupação é de captar uma imagem, por palavras, do local, das pessoas, ações e conversas observadas. O outro é reflexivo – a parte que apreende mais o ponto de vista do observador, as suas ideias e preocupações (BOGDAN E BIKLEN, 2008, p. 152).

Na observação participante o pesquisador aproxima-se dos sujeitos e do contexto da pesquisa. O trabalho de campo implica uma confrontação pessoal com o desconhecido, o confuso, o obscuro, o contraditório, sempre em devir (MACEDO, 2013).

Para André (2008, p. 45), a metodologia de observação participante visa descrever os sistemas de significados culturais dos sujeitos estudados com base em sua ótica e seu universo referencial. Neste instrumento de coleta de dados, necessita-se de olhar de perto os fatos e fenômenos atentamente para atribuir-lhes sentidos, conforme a essência dos mesmos.

Nas observações feitas, reteve-se o máximo de informações possíveis. Foram feitas as anotações, sem deixar escapar nada. Tudo o que foi visto foi registrado para passar pelo processo de reflexão e análise do processo da

interpretação concisa, resultando na compreensão e descrição dos mesmos, como ciência.

Para fazer as anotações detalhadas sobre o dinamismo da classe multisseriada, o diário de campo (diário etnográfico) foi usado no decorrer da investigação. Nele, foram registradas as informações importantes colhidas para posterior análise e interpretação a serem sistematizadas. Além do diário de campo, nesta pesquisa foi utilizado também um caderno comum para o registo das observações, manifestações latentes, lembretes e todas as informações consideradas também relevantes que subsidiarão na organização e interpretação das informações.

Na observação foram analisados os fatos, as relações, ações, reações, as emoções, as interações, as manifestações, as reações físicas e psicológicas na convivência social dos sujeitos da pesquisa.

Na observação, o pesquisador precisa olhar de perto os fatos e fenômenos atentamente para atribuí-lhes sentidos conforme a essência dos mesmos. Nas observações o pesquisador precisa reter o máximo de informações possíveis em sua observação, anotando tudo, sem deixar nada escapar. Tudo o que for visto deve passar pelo processo de reflexão e análise para a interpretação concisa, resultando na compressão e discrição dos mesmos, como ciência. Durante a estada no campo, os dados recolhidos são provenientes de fontes diversas, nomeadamente observação participante, propriamente dita, que é o que o observador apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas actividades. (FINO, 2003, p. 04).

Na análise dos documentos, encontrou-se a descrição de experiências e fatos e informações relevantes objetivo da pesquisa. Os documentos são fontesde registros pois nelesestão grafados as expressões linguísticas, as manifestações sociais, históricos e culturais, bem como relato de fatos e dados. Macedo (2010, p. 107) afirma que a análise de documentos constitui um recurso significativo na tradição metodológica da Etnopesquisa constitui-se um recurso precioso para esse tipo de investigação, seja revelando novos aspectos de uma questão, seja aprofundando-a.

Complementando os métodos desta pesquisa, a análise documental foi utilizada como mecanismo para interpretação de informações relevantes: a matriz curricular; os planejamentos didáticos; o Projeto Politico Pedagógico da escola; a proposta Pedagógica da escola; o Plano Municipal de Educação; a produção de

textos pelos alunos; os livros didáticos; os referenciais teóricos; entre outros que serviram também de subsídios para uma maior compreensão dos limites e possibilidades da dinâmica pedagógica da classe em estudo, como também para o apontamento das intervenções cabíveis para a inovação pedagógica (Macedo, 2010, p. 108). Ademais, os documentos têm a vantagem de serem fontes relativamente estáveis de pesquisa, o que facilita, sobremaneira, o trabalho do pesquisador interessado nos significados das práticas humanas.

Neste estudo, a análise documental constituiu um recurso precioso para a investigação e comprovação de questões da pesquisa. É nos registros que se podem verificar as relações existentes, revelando novos aspectos de uma questão, seja aprofundando-a. (MACEDO, 2010, p. 107).

A entrevista não estruturada foi outra técnica de coleta de “dados” utilizada nesta pesquisa como um instrumento dirigido para provocar a emersão de informações ou, “dados” pela interação entre o pesquisador e o pesquisado. Como aborda Macedo (2010).

Portanto, a entrevista de inspiração etnográfica como é um recurso fecundo para e etnopesquisa, é um encontro social constituído de realidades porque fundado em edificações pela linguagem, pelo ato comunicativo, definidor de significados. Nesse sentido, a entrevista é um dos recursos quase indispensáveis para a apreensão – de forma indexal (encarnada, enraizada segundo a etnometodologia) – do significado social pelos etnopesquisadores, até porque, como elabora Austin (1970), nesse contexto, dizer é fazer (MACEDO, 2010, p.107).

Foi usada como ferramenta estimulante para o afloramento das informações de dados a entrevista não estruturada para os 28 participantes. Cada entrevista tinha 10 (dez) questões abertas, a título de orientação. As questões surgiam no contexto das conversas. Não foram gravadas, apenas registradas no caderno de registros das conversas.

O planejamento das entrevistas seguiu uma rotina sequencial para iniciar cada conversa. Como: as entrevistas se construía uma conversa dialogada com questões abertas e dirigidas. Não aceitaram gravações e nem filmagem. Apenas alguns registros fotográficos.

Foi neste processo de interação intersubjetiva da entrevista entre pesquisadora e pesquisados que se colheram os significados dos fatos em seu universo, atribuído pelos pesquisados em sua relação com a sociedade.

Com isso, compreendem-se as ações e as relações dos atores sociais no seu cenário, o que sintetizou os significados atribuídos e transformou as informações coletadas em conhecimentos científicos.