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Capítulo II – metodologia

3.5. Técnicas/instrumentos de recolha de dados

Questionário 2

O questionário é uma técnica de recolha de dados que consiste na apresentação aos sujeitos de um conjunto de perguntas sobre determinado assunto, sendo que nesta técnica o objetivo das perguntas efetuadas é conhecer os “gostos, opiniões, atitudes, predisposições, sentimentos, interesses, expetativas experiências pessoais, etc.” (Sousa, 2009, p. 204) dos sujeitos inquiridos relativamente ao assunto abordados. A opção da utilização desta técnica passa por recolher a informação diretamente dos sujeitos, que depois é convertida em dados que possam ser analisados (Dias, 2009; Sousa, 2009). No caso desta investigação o questionário foi aplicado coletivamente à turma de alunos em que a investigação foi realizada, o que tornou o processo mais rápido e

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facilitou o esclarecimento de dúvidas que os alunos pudessem ter em relação às perguntas, uma vez que a investigadora estava presente aquando da aplicação do questionário (Sousa, 2009). A aplicação do questionário foi vantajosa porque, no caso concreto desta investigação, possibilitou que fossem entregues a todos os alunos em simultâneo, reduzindo o tempo necessário à obtenção de respostas. Como na maioria dos casos, o questionário aplicado foi anónimo, o que garantiu uma maior veracidade nas respostas facultadas (idem, 2009), uma vez que os alunos não se sentiam tão intimidados a responder por medo da opinião da investigadora. Por outro lado, os questionários não permitiam saber o que o aluno estava a pensar no momento em que respondeu, perdendo-se muitas vezes informação importante. Da mesma forma, o facto de os alunos não responderem a todas as perguntas ou interpretarem-nas de forma diferente daquela que o investigador considerou ao elaborar o questionário, leva à perda de informação importante (ibidem, 2009).

Este tipo de instrumento é habitualmente composto por um ou vários tipos de perguntas, sendo elas as perguntas abertas, as fechadas e as estruturadas (Dias, 2009). As perguntas fechadas são perguntas fixadas previamente e onde o sujeito deve escolher uma opção de entre as que lhe são fornecidas, sendo essas opções de cariz maioritariamente dicotómico (sim/não, masculino/feminino). Este tipo de perguntas auxilia na identificação dos inquiridos e permite um tratamento de dados quantitativo (Dias, 2009). Pelo seu caracter simples e porque permite uma análise rápida e caracterizadora de indivíduos, este tipo de perguntas foi utilizado no questionário alicado nesta investigação nos dados pessoais dos alunos, para a caracterização de género. As perguntas abertas, por outro lado, dão liberdade de resposta ao questionado, não limitando as informações dadas por este. A informação obtida desta forma é bastante pessoal e ampla, o que dificulta uma generalização da informação mas permite, quando a resposta não se desvia da pergunta realizada, obter informação mais completa (idem, 2009). Este tipo de perguntas permite conhecer melhor os sujeitos que estão envolvidos na investigação mas torna também a análise mais demorada e, visto a informação que se pretendia recolher ser bastante específica, optou-se por fazer apenas duas perguntas deste tipo, relativas aos momentos de avaliação que mais marcaram estes alunos da melhor forma ou de uma forma menos positiva.

As restantes perguntas do questionário enquadram-se na categoria das perguntas estruturadas. Isto acontece porque estas permitem várias possibilidades, abrangentes e diversificadas de resposta, deixando sempre em aberto um espaço em branco para uma opção não contemplada. Isto permite obter informação mais diversa que as perguntas fechadas, sem tornar o questionário exaustivo e

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mantendo o foco no objeto de investigação (Dias, 2009). Assim, esta tornam-se preferidas às restantes em diversos casos, sendo esta investigação um exemplo disso, porque aumentam as possibilidades de resposta mas permitem, com relativa facilidade, estudar os dados recolhidos e analisá-los, categorizando-os.

Tarefas de avaliação formativa

As tarefas de avaliação formativa utilizadas nas práticas pedagógicas serviram de instrumentos de recolha de dados. Para além da sua descrição, presente no enquadramento desta investigação, e as capacidades que se pretendia que os alunos desenvolvessem com a utilização das mesmas, estas dão ao professor informações valiosas acerca da aprendizagem dos alunos, informações essas que, neste caso, foram utilizadas pela investigadora para cruzar com as informações recolhidas com os outros instrumentos.

A TAF “Bilhete à entrada e bilhete à saída” dá dois tipos de informação aos investigadores: os bilhetes de entrada permitem identificar os conhecimentos prévios dos alunos e os níveis de compreensão no momento em que é aplicado; os bilhetes à saída permitem compreender, de forma rápida, que conhecimento os alunos adquiriram.

A TAF “Cantos” permite ao investigador compreender como os alunos justificam as suas escolhas e como agem no momento de escutar os outros. No momento em que foi aplicada, ajudou o investigador a perceber como os alunos aprenderam os conteúdos e como desenvolveram as competências.

Por fim, a TAF “Fazer Questões e Misturar Respostas” dá a conhecer a profundidade de conhecimentos dos alunos sobre o conteúdo em questão, através das perguntas que elaboram, das respostas que dão as suas perguntas e da forma como reagem às perguntas e respostas dos colegas (Lopes & Silva, 2012).

Check – List

As check list são listagens pré-estabelecidas que auxiliam no registo de observações. Normalmente utilizam-se para referir a ausência ou presença de determinado elemento ou comportamento, ou para assinalar o número de vezes que esse comportamento ou situação ocorre. Os resultados dessas listas são muitas vezes cruzados com os de outros instrumentos utilizados, tendo em conta a metodologia de investigação empregue, contribuindo para as conclusões da investigação (Sousa, 2009).

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Entrevista

A entrevista é uma das formas mais eficazes de recolher informação do sujeito, seja ela estruturada, semiestruturada ou não-estruturada, uma vez que permite um contacto direto com o mesmo, esclarecendo dúvidas e criando mais oportunidades de compreender as respostas obtidas (Dias, 2009; Sousa, 2009).

Este instrumento de recolha de dados, muito utilizado nas ciências sociais, e habitualmente complementar de outros instrumentos de investigação, é uma forma de observação não participante, com objetivos e modos de aplicação tendo em conta o tipo de entrevista que se vai realizar (Dias, 2009).

Dentro dos vários tipos de entrevista possíveis, o utilizado nesta investigação foi a entrevista estruturada. É um tipo de entrevista que se realiza tendo em conta uma lista fixa de perguntas (Sousa, 2009; Vilelas, 2009), cujo objetivo é centrar a atenção do sujeito na situação para a qual pretendemos obter respotas (Dias, 2009). Por esse motivo, as perguntas são iguais e inalteradas independentemente do sujeito que vai ser entrevistado (Sousa, 2009; Vilelas, 2009).

Este tipo de entrevista permite perceber as reações e ideias dos sujeitos face ao problema a investigar (Dias, 2009), sendo por isso um instrumento que, na essência, permite uma análise qualitativa. No entanto, uma vez que neste tipo de entrevista as perguntas são inalteráveis, as respostas podem ser comparadas entre si, possibilitando análises mais quantitativas (Sousa, 2009; Vilelas, 2009)

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