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5.1 Procedimentos

5.1.2 Técnicas de Investigação

A pesquisa bibliográfica é fundamental para orientar a investigação, uma vez que, influenciará todo o trabalho científico. Neste procedimento deve ser feita uma pesquisa exaustiva sobre as temáticas a serem trabalhadas no projeto, de modo a permitir uma melhor compreensão acerca tema a desenvolver e conhecer tudo o que foi feito a priori. Recorreu-se à pesquisa bibliográfica numa segunda fase do projeto, de forma a compreender melhor as temáticas e conhecer investigações já realizadas sobre o tema em questão. Deste modo, foram pesquisadas referências bibliográficas acerca do Ensino a

i. Análise e exploração de MOOCs

ii. Técnicas de Investigação

iii. Análise e Discussão do Levantamento de Necessidades iv. Planificação do guião do MOOC – Segurança na internet v. Construção do MOOC vi. Implementação e Avaliação do MOOC

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.

67 Distância, Educação Aberta e Recursos Educativos Abertos e sobre os Massive Open Online Courses.

b. Análise Documental

Para Souza, Kantorski e Luís (2011), a análise documental

Deste modo, foi realizada uma pesquisa documental para o levantamento de conceitos e para recolher dados que fornecessem a base da revisão literária. Posteriormente, procedeu-se à leitura de documentos sobre as diversas temáticas abordadas no enquadramento teórico.

Após a análise documental, recorreu-se a um conjunto de operações, que conduziu à descrição e representação dos documentos analisados duma forma sistemática e resumida – tratamento documental.

Assim, entendendo os objetivos do tratamento documental, pretendeu-se descrever e representar o “conteúdo dos documentos de forma distinta da original” (Iglesias & Gómez, 2004, citado por Souza et al., 2011, p.223).

c. Entrevista – Para levantamento de necessidades Segundo Estrela, Rodrigues, Moreira e Esteves (1998),

Para o levantamento de necessidades, procedeu-se à realização de entrevistas a diferentes participantes, com interesse na temática e que desempenhassem funções relevantes para o tema.

A entrevista permite recolher dados, perspetivas e experiências aos indivíduos. Craveiro (2007,p.233) refere que Ludke e André (1986) consideram que a técnica de entrevista

(…)consiste em identificar, verificar e apreciar os documentos com uma finalidade específica e, nesse caso, preconiza-se a utilização de uma fonte paralela e simultânea de informação para complementar os dados e permitir a contextualização das informações contidas nos documentos.

(Souza, Kantorski e Luís, 2011, p.23)

As necessidades são juízos de valor (McKillip, 1987; Witkin, 1984) não podendo falar-se de necessidades absolutas, com existência objectiva e externa aos sujeitos e aos seus modos de percepção do real. São representações, construídas mental e socialmente pelos sujeitos num dado contexto, implicando a concepção de estados desejados, geradores de desejos de mudança e de necessidade, como mais adequados que os actuais.

68 desempenha um papel importante na atividade científica e especificamente na pesquisa em educação.

Para Gil (2008),

A realização de entrevista constitui uma das técnicas de recolha de dados mais utilizada numa investigação do tipo naturalista, e consiste numa interação verbal entre o entrevistador e o entrevistado, em situação face a face ou por intermédio de outro meio de comunicação, como por exemplo por telefone ou via Skype.

No que diz respeito à estruturação da entrevista, foi utilizada a forma semi- estruturada/focalizada. Foi escolhido este tipo de entrevista, pelo facto de os métodos qualitativos possibilitarem colocar perguntas “open-ended” (Mack, Woodsong, MacQueen, Guest e Namey, 2005), permitindo ao entrevistado falar e desenvolver abertamente as questões que lhe foram colocadas, aprofundando e explorando as diversas temáticas e referindo os aspetos que consideraram mais importantes.

Já a função do entrevistador é orientar a entrevista de modo a que aquele não se prolongue muito e não se desvie do tema.

Partindo de um guião, as entrevistas tinham como objetivo geral obter a opinião da(o) entrevistada(o) relativamente a questões relacionadas com projetos no âmbito da segurança na internet.

Para o desenvolvimento do guião foram colocadas um conjunto de questões orientadoras, com intuito de darem resposta ao objetivo principal da investigação. O guião estruturou-

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.

(Gil, 2008,p.109)

With open-ended questions, participants are free to respond in their own words, and these responses tem to be more complex than simply “yes” or “no”. (…) Participants have the opportunity to respond more elaborately and greater detail(…).

(Ibidem, 2005,p.4)

O entrevistador permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada.

69 se em torno de duas dimensões, sendo que cada uma enquadra questões orientadoras. As categorias definidas foram as seguintes:

 Projeto SeguraNet: Pretendeu-se com esta dimensão, conceber uma descrição mais detalhada sobre o projeto SeguraNet. Deste modo, procurou-se conhecer mais aprofundadamente o projeto em questão, abordando questões sobre a origem do mesmo, os objetivos, as iniciativas desenvolvidas e aspetos estruturais do projeto;

 Levantamento de necessidades: Esta dimensão procurou abordar questões relativas às necessidades sentidas pelos entrevistados em formação dentro da temática segurança na internet, procurando conhecer as perspetivas de cada participante sobre aspetos essenciais a considerar aquando do planeamento de formação neste âmbito, dirigida a encarregados de educação.

Posteriormente à construção dos guiões e à realização das entrevistas, as mesmas foram ouvidas cuidadosamente para análise.

Processo de validação do instrumento e questões éticas

Para a validação do guião da entrevista procedeu-se a um conjunto de passos. Num primeiro momento, enviou-se o guião de entrevista a dois especialistas na área das TIC na educação. Depois das diferentes sugestões por parte dos peritos, foram feitas modificações para que o instrumento correspondesse aos objetivos definidos a priori e contribuísse para uma recolha de dados para a investigação mais precisa.

Cumpridos os requisitos de validação do instrumento, procedeu-se a um momento de pré- testagem para garantir o entendimento das entrevistas a realizar.

Houve igualmente a preocupação de aquando da realização das entrevistas garantir o consentimento informado por parte dos participantes, informando-os igualmente relativamente à confidencialidade dos dados recolhidos e anonimato (Mack et al., 2005).

Procedimentos e participantes das entrevistas

Para proceder à realização das entrevistas, procurou iniciar-se o processo pelo envio de emails aos entrevistados, especificando os objetivos da investigação e a intenção da realização das entrevistas resultando, assim, da marcação das mesmas.

Percorrendo o caminho, no total foram efetuadas quatro entrevistas, das quais, duas foram feitas diretamente, ou seja, a entrevista foi realizada presencialmente. E outras duas foram efetuadas indiretamente, isto é, a entrevista decorreu por telefone, pela internet ou por

70 outras tecnologias (Kauark, Manhães e Medeiros, 2010), neste caso em particular, foram realizadas por via Skype.

Do grupo de entrevistados fizeram parte: uma funcionária do Ministério da Educação, um funcionário do C2Ti do IEUL que faz sessões presenciais de sensibilização nos agrupamentos escolares, um professor do Ensino Secundário e uma mãe. A escolha por conveniência destes participantes resultou da necessidade sentida em ouvir pessoas que tivessem responsabilidade na formação dentro da temática e que revelassem preocupação em participar em ações na área da segurança da internet. Assim, procurou-se responder com estas entrevistas ao levantamento de necessidades, cruzando as respostas dadas com a análise bibliográfica feita previamente.

As entrevistas foram realizadas individualmente, no Instituto da Educação da Universidade de Lisboa. A duração destas oscilou entre cerca de 30 a 60 minutos.

Análise de conteúdo

Após a realização das entrevistas, procedeu-se à análise de conteúdo das mesmas. Bardin (2011), designa análise de conteúdo por

A análise de conteúdo tem duas abordagens: a abordagem quantitativa e abordagem qualitativa. A primeira é relativa à frequência das ideias que se repetem no conteúdo do texto, ou seja, consiste em enumerar a ocorrência linguística que se repete com frequência (Caregnato e Mutti, 2006); já a segunda diz respeito à análise categorial, à presença ou ausência de conteúdos, isto é, constroem-se categorias conforme as temáticas que emergem ao longo do texto. Deste modo, para se agrupar categorias é necessário identificar o que elas têm em comum, permitindo desta forma o seu agrupamento. (Ibidem, 2006)

A presente investigação apresenta um carácter qualitativo, embora se tenha considerado o uso de frequências no instrumento para uma melhor leitura de dados. A análise de conteúdo inserida neste projeto teve três momentos: (a) pré-análise – procede-se à escolha de documentos, formula-se hipóteses e os objetivos para a pesquisa; (b) exploração do

um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

71 material – aplicam-se técnicas específicas segundo os objetivos; e (c) tratamento dos resultados – tratamento dos resultados e interpretações. (Bardin, 1997)

Em pré-análise procedeu-se à audição e transcrição integral do material, constituindo assim, o corpus da pesquisa (Coutinho, 2011). Esta etapa passar por quatro momentos: (a) leitura flutuante – estabelecimento do primeiro contato com os documentos da recolha de dados; (b) escolha dos documentos que serão analisados; (c) formulação das hipóteses e dos objetivos; (d) elaboração de indicadores que envolve meio de recortes de texto1 e constituição de índices através da repetição de temas. (Bardin, 2006; Mozzato e Grzybovski, 2011; Silva e Fossá, 2013).

A exploração do material é a segunda etapa, que consiste num processo de codificação, ou seja, procede-se a uma organização e sistematização dos dados, em blocos ou segmentos de texto antes de atribuir significado à informação (Creswell, 2010). Este procedimento compreende: (a) definição de categorias, (b) escolha de unidades de registo2 e (c) identificação das unidades de contexto3 nos documentos.

A amplitude e precisão das categorias estão diretamente ligadas ao número das mesmas, ou seja, a categorização permite reunir um grande número de informações através de uma esquematização, permitindo correlacionar tópicos (Coutinho, 2011). Nesta linha, as estruturas de categorização serão diferentes consoante o tipo de análise que se desenvolver. Refente à análise qualitativa, as categorias podem estabelecer-se a priori, em que devem atender aos critérios de classificação de antemão (Moraes, 1999); ou a posteriori, aquelas que emergem totalmente do contexto das respostas dos sujeitos da pesquisa (Campos, 2004).

Nesta investigação, procedeu-se a um processo de codificação que gerou um número de categorias para análise definidas a priori, que surgem da análise do corpus de dados proveniente das respostas dos entrevistados, ou seja, aparecem como principais resultados da investigação, e surgem do seu grau de proximidade que, através da sua análise, exprimem significados importantes que vão de encontro aos objetivos do estudo.

Desta forma, a segunda etapa foi fulcral para o incremento das interpretações e inferência (Mozzato e Grzybovski, 2011; Silva et al., 2013).

1 Processo de seleção dos segmentos de texto que serão analisados.

2 Unidade de significação e codificação corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à categorização e à frequência;

3 Segmento de texto mais amplo de onde é extraído o fragmento, a fim de compreender a significação exata da unidade de registro.

72 A terceira e última etapa passou pelo tratamento dos resultados, inferências e interpretações. Uma vez definidas as categorias, identificado e selecionado o material constituinte de cada uma delas, procedeu-se à comunicação dos resultados (Moraes, 1999).

Como referido acima, a presente investigação teve um carácter qualitativo, embora com práticas de frequência de resposta. Assim, procedeu-se ao uso de tabelas e texto síntese para cada uma delas, procurando expressar um conjunto de significados e ideias, inter- relacionando e comparando conceitos que respondesse ao objetivo formulado anteriormente, quais as necessidades sentidas por este grupo de entrevistados relativamente ao desenvolvimento de um MOOC no âmbito da segurança na internet, destinado a pais e encarregados de educação.

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