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3.3 Título e Autoria: Recomendações

Observamos que alguns periódicos da área de Psicologia apresentam as informações pre- sentes nos campos título e autoria em formatos não padronizados, ou seja, indicam as infor- mações que complementam o título, que indicam a instituição e o endereço dos autores de diferentes maneiras em um mesmo número de revista.

Ressaltamos que a forma adotada para normalização desses dados, independente dos exem- plos apontados neste capítulo, deve ser mantida em todos os artigos e números da revista.

Um periódico deve apresentar esses elementos de forma organizada e padronizada, assim, nos Anexos B e C apresentamos sugestões para descrição desses dados e listamos algumas re- comendações aos editores de revistas:

• usar um único padrão para apresentação dos títulos dos artigos:

1) em negrito, com iniciais em maiúsculas (com exceção dos artigos); ou 2) todo em maiúsculas; ou 3) em negrito, com a primeira letra do título em maiúscula.

• usar um único padrão para indicar os nomes dos autores:

1) todos os nomes por extenso. Exemplo: Aparecida Angélica Zoqui Paulovic Sabadini; ou 2) abreviar o sobrenome do meio. Exemplo: Aparecida Angélica Z. Paulovic Sabadini; ou 3) abreviar todos os nomes do meio. Exemplo: Aparecida A. Z. P. Sabadini.

• padronizar a forma de apresentação das instituições, acrescentando-as abaixo do nome dos autores ou em nota de rodapé. Comumente aparecem abaixo do(s) nome(s) do(s) autor(es);

• padronizar a indicação da instituição:

1) padronizar a indicação dos nomes dos departamentos, institutos, faculdades. Exemplo: Fa- culdade de Medicina, Universidade de São Paulo; ou 2) com indicação somente do órgão maior. Exemplo: Universidade de São Paulo; ou 3) com indicação das instituições mais o local. Exemplo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

• A forma de apresentação do endereço dos autores deve ser mantida em todos os números. Desse modo, deve-se padronizar a indicação do nome da rua ou avenida, do bairro, da cida- de, do estado, do país, do CEP, do endereço eletrônico etc. Por exemplo, se a revista optar pela apresentação da palavra rua e avenida no formato abreviado, esse procedimento deve ser mantido em todos os artigos (R. ou Av.); se a opção for o formato extenso (Rua ou Avenida), o periódico deve manter esse padrão em todos os textos da revista. Sugerimos com base no manual da APA (2001a, 2001b):

1) apresentar as palavras rua, avenida, bloco, apartamento, sala, praça etc. por extenso; 2) após a indicação do nome da rua ou avenida, apresentar o número sem a palavra “n.”; 3) apresentar os nomes dos bairros por extenso;

4) local: nome da cidade, sigla do estado (quando houver) e nome do país; 5) CEP – sem a indicação da palavra “CEP”;

6) e-mail em vez de correio eletrônico. Exemplo:

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Avenida Prof. Mello Moraes, 1721, Bloco A, Cidade Universitária, São Paulo, SP, Brasil 05508-030. E-mail: xxxxx@usp.br

Relacionamos, também, recomendações para os periódicos que no registro dessas informa- ções (título e autoria) optarem por seguir todo o estilo adotado pelas revistas editadas pela APA: • título e subtítulo (se houver) do artigo em negrito com iniciais em maiúsculas;

• apresentar as iniciais dos nomes do meio dos autores;

• listar abaixo do(s) nome(s) do(s) autor(es) o nome da instituição por extenso; • listar no máximo duas instituições, mesmo um autor pertencendo à três ou mais;

• autores sem vínculo institucional devem ser identificados pelo nome da cidade e estado (au- tores nacionais) e cidade e país (autores estrangeiros) onde possuírem residência;

• apresentar as informações referentes aos autores (notas do autor) no rodapé: a) nomes de todos os autores com identificação do departamento, faculdade, instituto etc.; b) fontes de apoio; c) agradecimentos aos colegas que deram contribuições ao estudo; d) indicar o nome e endereço do autor que fornecerá maiores informações sobre o artigo (normalmente o primeiro autor); • as notas dos autores são apresentadas no rodapé sem sinalização numérica (1,2,3) ou simbó-

lica (*, **, #, §).

Apresentamos, no Anexo D, exemplo da disposição desses elementos.

3.4 Resumo

O resumo é geralmente o segundo item que os leitores consultam em um artigo científico e o segundo elemento mais lido. Mas deve ser a penúltima tarefa a ser cumprida pelos autores. A última é a redação final do título do artigo. As bases de dados apresentam, em geral, a referência e o resumo dos artigos indexados. Os pesquisadores elegem, então, a partir dessas informações, os textos que serão lidos na íntegra.

O resumo deve conter uma representação breve, mas precisa, do conteúdo do artigo. O resumo deve apresentar os principais itens, na ordem em que aparecem no texto, abrangendo as principais partes: objetivo da pesquisa, proposição do problema, método, resultados, conclu- sões e recomendações, quando houver. Quanto ao estilo do resumo, destacamos alguns crité- rios sugeridos pelas autoras Granja e Grandi (1995, pp. 19-20):

• ter clareza e precisão, sem redundância;

• incluir termos relevantes que não constem do título e aqueles que poderão ser adotados na indexação (termos que representam os assuntos tratados no texto);

• utilizar a terceira pessoa do singular no texto do resumo. Exemplo: “Estuda o significado do tema...” no lugar de “Pretendemos verificar o significado do tema...”;

• usar verbo na voz ativa sempre que possível, pois permite a elaboração de expressões mais diretas.

Com base no manual da APA (2001a, 2001b) e em orientações de Granja e Grandi (1995), recomendamos, ainda:

• evitar o uso de siglas e abreviaturas. Quando imprescindível para compreensão do resumo, as siglas devem ser explicadas por extenso, quando apresentadas pela primeira vez;

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• usar abreviaturas latinas somente quando necessárias. Quando indicadas no resumo devem ser apresentadas sem tradução. Por exemplo: i.e. (isto é), vs. (versus), e.g. (por exemplo), cf. (compare), etc. (e assim por diante). Lembre-se de que o latim está cada vez mais longe do cotidiano da língua portuguesa, evite!

• listar nomes de testes e dos genéricos dos fármacos por extenso. Exemplo: Wechsler Intelli- gence Scale for Children – III (WISC-III); não WISC-III;

• evitar referências a outros estudos;

• quando o nome de uma pessoa física for mencionado no resumo, que não uma citação, indi- car as iniciais e os sobrenomes. Exemplo: A. C. Souza não Ana Carolina Souza;

• o resumo não deve conter figuras, tabelas, notas;

• formatar o resumo em frases reunidas em um parágrafo único, de acordo com as normas editoriais das revistas, que em geral orientam sobre o tamanho do resumo requerido.

A APA (2001a) recomenda que um resumo seja o mais sucinto possível, “não devendo ultra- passar mais de 960 caracteres com espaços, o que corresponde aproximadamente a 120 pala- vras” (p. 37). Seguindo recomendações da associação, um resumo de um “relatório de um estudo empírico” deve ter de 100 a 120 palavras e um “artigo de revisão ou teórico” de 75 a 100 palavras. Para a APA, resumos de revistas que não seguem esse formato serão truncados quando de sua inclusão na base de dados PsycINFO.

A área de Ciências da Saúde, desde a década de 1980, vem dando preferência ao resumo es- truturado. Essa forma de resumo nomeia cada uma das seções do artigo facilitando a identifica- ção dos elementos no texto. Assim, temos o resumo dividido em seções, com suas designações específicas: Objetivo, Método e Materiais, Resultados e Conclusões. A revista Health Psychology, editada pela APA, desde o ano 2007, apresenta o resumo de forma estruturada, nomeando as seções: Objective, Design, Main Outcome Measures, Results e Conclusion. Esse tipo de resumo fa- cilita o trabalho de indexação dos artigos nas bases de dados, e dos investigadores que utilizam os resumos como objetos de pesquisa.

Em ciência, o compromisso com a objetividade e a clareza é essencial. Lembramos que pa- lavras do resumo são recuperadas nas buscas das bases de dados, por isso devem ser represen- tativas do conteúdo.

Muitas vezes, o resumo é confundido com outras modalidades de síntese do trabalho, como, por exemplo, uma resenha, um sumário, uma recensão, uma sinopse e outros. Resenha é a descrição do documento publicado, na qual os autores se limitam à exposição do conteúdo, evitando colocar sua opinião.

Sumário é a apresentação das partes de um documento na ordem em que aparecem na publicação, sendo muitas vezes confundido com o índice (index), que é a reunião de partes do documento, autores ou palavras-chave, que formam um elenco sob um mesmo cabeçalho. O índice é uma organização bem mais complexa que o sumário e gera um documento de consulta detalhada. Por exemplo, um livro cujo conteúdo apresente matérias sobre muitos autores reno- mados, poderia ter, no final, um índice dos autores arrolados. O sumário limita-se a apresentar os principais capítulos do livro.

Recensão é uma resenha, que inclui a opinião dos autores, os quais emitem julgamentos e fazem críticas com relação ao texto. No entanto, essa palavra está caindo em desuso, sendo substituída pelo termo “Resenha”.

Sinopse é a apresentação resumida de um artigo, texto, livro ou outro documento, não obri- gatoriamente elaborado pelos próprios autores.

O resumo informativo é o mais utilizado nas revistas da área de Psicologia. Deve ser es- crito em um único parágrafo, com frases curtas, preferencialmente, e na ordem direta. Não desperdice espaço de seu resumo com palavras irrelevantes. Um bom resumo deve responder

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às perguntas: O quê, para quê? (objetivos); Como? (método); A que chegamos? (resultados); O que obtivemos conversa com os objetivos? (conclusões do trabalho).

A crescente demanda pela internacionalização do conhecimento produzido no país tem exigido a publicação de resumos em inglês (abstracts) de todos os artigos. O abstract não deve ser uma tradução literal do resumo em português, mas uma versão integrada, na qual constem as mesmas informações. Sugere-se que o resumo e o abstract sejam confeccionados concomi- tantemente, em um esforço para obter maior coerência e concordância entre eles.

Visando, ainda, ampliar a visibilidade do conhecimento publicado, muitas revistas incluem a versão do resumo em outras línguas, além do inglês, como o francês e o espanhol. Em se tratan- do de revistas publicadas em um país da América Latina, como é o caso do Brasil, há uma lógica em publicar o resumo em língua espanhola. Essa atitude terá efeitos positivos na promoção das tão almejadas citações cruzadas entre os autores da região. No entanto, é importante lembrar que os resumos publicados em qualquer outro idioma devem ser bem revisados, preferencial- mente por uma pessoa nativa ou bilíngue, para que sejam apresentados com correção.

Considerando o rápido crescimento do Portal PePSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia, www.pepsic.bvs-psi.org.br), com sua vocação para a publicação de revistas dos países latino- americanos, devemos incentivar a publicação de resumos em espanhol para aquelas em língua portuguesa e em português, para as revistas em língua espanhola. À medida que novas bases de dados são criadas e ampliadas e que estudos são efetuados a partir dos resumos disponíveis nessas ferramentas, aumenta-se a responsabilidade dos autores em relatar nesse item do artigo as principais partes de seu estudo.