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Onde:

B é a soma dos benefícios no tempo t;

C é a soma dos custos no tempo t;

A TIR é a taxa que iguala os benefícios líquidos aos custos do projeto estudado, ou seja,

para que o projeto seja economicamente viável, a TIR deve ser maior ou igual a taxa de desconto

definida nos métodos anteriores, a TMA.

6 MÉTODO DE PESQUISA

Através deste capítulo apresenta de forma resumida o método da pesquisa, de forma a

alcançar os objetivos propostos no trabalho. A metodologia desta pesquisa foi dividida em três

etapas: a primeira de pesquisa bibliográfica em literatura e em cálculos; a segunda na análise de

dados de medições realizadas na BR-285 prevendo o IRI após a restauração de cada hipótese dos

trechos homogêneos através de equações encontradas na literatura com algumas adaptações e; a

terceira, a apresentação de resultados.

6.1 Estratégia de pesquisa

Esta pesquisa procedeu através de um estudo de caso, buscando soluções para redução da

irregularidade longitudinal da rodovia BR-285 na região noroeste do estado do Rio Grande do

Sul, e por fim apresenta um orçamento necessário anual.

6.2 Delineamento

O delineamento neste presente neste estudo, é retratado graficamente na Figura 1, onde

apresenta os passos do desenvolvimento do trabalho.

Figura 3 - Delineamento de pesquisa

A partir de um contexto e de um problema existente, formulou-se a questão da pesquisa,

como também os critérios para serem analisados e responderem tal questão. Como um estudo de

caso, foi necessário um conhecimento teórico, a pesquisa bibliográfica foi uma das etapas

principais, na qual foram pesquisadas várias literaturas sobre concessão rodoviária e a

irregularidade longitudinal e como pode ser medida.

Após a etapa bibliográfica, através de uma pesquisa do tipo estudo de caso, foi

necessário identificar os trechos críticos para serem solucionados na configuração de uma

concessão rodoviária, após os trechos que estavam fora dos valores de fiscalização do PER, com

a necessidade de adotar uma solução a ser realizada.

Na sequência após adotar a solução foram procurados dados para prever o quanto essa

solução diminuía o valor do IRI, necessitando estudar valores de campo de Vogel (2015) e

através da equação disponível no DNER-PRO 159 (1985), chegar a uma equação do modelo dos

valores encontrados em campo.

A partir dessa etapa foi necessário orçar as restaurações a serem realizadas e definir

quando essas deveriam ocorrer, também verificando se haveria viabilidade para implantação do

mesmo.

Assim, com posse dos resultados de fluxo de caixa e valores na entrega do IRI, foi

possível ser verificado se o objetivo foi atendido.

6.3 Caracterização

Nesta etapa é apresentado o trecho utilizado para o estudo de restauração e conservação

da rodovia através dos valores da irregularidade longitudinal. Os municípios de Panambi e Entre-

Ijuís estão localizados na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. O segmento está

compreendido entre os km 414,40 e o km 514,40, com uma extensão total de 100km.

Este segmento foi dividido em trechos de 200m (duzentos metros) cada um, para a

realização das etapas de restauração e conservação da rodovia conforme o Programa de Extensão

Rodoviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres, com a configuração de uma

concessão rodoviária com uma duração de 20 anos.

Figura 4 - Localização do trecho diante o mapa do Rio Grande do Sul.

Fonte: Google Maps (2017).

Figura 5 - Localização do trecho do Km 414,40 ao Km 514,40.

Fonte: Google Maps (2017).

Os levantamentos dos valores da irregularidade longitudinal foram realizados pela

empresa Pavesys - Engenharia de Pavimentos na data de 25/03/2014 na pista leste, sentido Entre-

Cruz Alta. Para a realização desse trabalho, esses valores foram adotados como atuais, pois o

autor não teve acesso às restaurações ocorridas entre a data de medição e o começo do trabalho

de conclusão de curso.

Para o trabalho foi definido a concessão de 100 km da rodovia situados entre Panambi a

Entre-Ijuís, como um estudo de caso, foi-se adotado o valor do IRI para as duas faixas de tráfego,

por se tratarem de 500 medições neste trecho.

Conforme o PER BR-101/ES/BA (2015), os valores individuais são a média das medidas

do IRI nas trilhas de roda interna e externa. Assim adotando uma irregularidade longitudinal

máxima de 2,7 m/km (o restante não poderá exceder 4,0 m/km), em no mínimo:

- 2,7 m/km, no mínimo 0% e 4 m/km no restante, no fim do primeiro ano;

- 2,7 m/km, no mínimo 35% e 4 m/km no restante, no fim do segundo ano;

- 2,7 m/km, no mínimo 60% e 4 m/km no restante, no fim do terceiro ano;

- 2,7 m/km, no mínimo 80% e 4 m/km no restante, no fim do quarto ano;

- 2,7 m/km em 100% da rodovia, no fim do quinto ano.

O cálculo da irregularidade longitudinal deve ser feito por análise estatística, obedecendo

os seguintes critérios:

- 100% dos valores individuais devem atender ao limite estabelecido, com tolerância de

10%;

- 80% dos valores individuais devem atender ao limite estabelecido;

- A média dos valores deve atender ao limite estabelecido.

Podemos verificar que a rodovia se encontra em uma situação de regular a boa, pois seus

valores com IRI acima de 4,0 resultam em menos de 20% do total do segmento analisado, porém

seu valor médio de IRI está elevado por possuir trechos com o IRI muito alto.

Tabela 5 - Ocorrências de IRI ao longo dos Km 414,40 ao Km 514,40.

Fonte: Autoria própria (2017).

Classe IRI

Ocorrências

%

IRI <= 2,70

193

38,60%

2,70 < IRI <= 4,0

224

44,80%

IRI > 4,0

83

16,60%

TOTAL

500

100%

3,35

BR-285 - IRI A CADA 200 m

As medidas de intervenção a serem aplicadas foram divididas em duas soluções, ou seja, a

primeira para ser aplicada em trechos onde o IRI não atende ao limite especificado pelo PER,

chamada de Fresagem 5cm + Reperfilagem 2,5 cm + Reposição de 5 cm CBUQ (FR5R2,5H4),

com a finalidade de reduzir o valor da irregularidade longitudinal, garantindo conforto de

rolamento e segurança ao usuário. Esse modelo de restauração foi adotado por haver dados de

campo analisados no trabalho de Vogel (2015), tornando possível o estudo de uma equação para

previsão imediata de IRI após a restauração.

A segunda solução chamada de Micro Revestimento + FR5R5 (Fresagem 5 cm + 10%

Reposição 5 cm CBUQ), foi adotada para cada 4 anos após a restauração de FR5R2,5H4 e será

aplicada como uma medida de restauração do trecho com 10% da área total com FR5R5 e o

Micro Revestimento como manutenção preventiva para prolongar a vida útil do pavimento

asfáltico, com o intuito de selagem de trincas, impermeabilização e nivelamento de trilhas de

rodas. As soluções a serem empregadas foram custeadas para atender a um segmento de 200

metros de comprimento da pista pela largura de 7,20 metros, ou seja, as duas faixas de tráfego, o

que resulta em 1440m².

Nos 2 primeiros anos, a atenção foi para fresar 5 cm + reperfilagem 2,5 cm +

recomposição H de CBUQ de 4cm os trechos que apresentam o IRI >= 4, critério adotado

conforme a ANTT (2011, pag. 15) no PER BR-101/ES/BA, que tem com o objetivo eliminar os

problemas emergenciais que geram riscos eminentes, pessoais ou materiais, aos usuários ou

população. Alguns parâmetros básicos devem ser atendidos para garantir os mínimos requisitos

de segurança e conforto, adotando um total de 100 trechos por ano a serem restaurados, ou seja,

20% a cada ano, e que no 5° ano esteja 100% restaurado e com valor menor que 2,70 m/km.

A outra restauração chamada de micro revestimento + FR5R5 em 10% da área de cada

trecho, foi definida a cada 3 anos após o ano de fresagem, não sendo realizada caso o próximo

ano haveria restauração de FR5R2, 5H4.

Conforme o Apêndice A, pode-se observar os valores dos inícios e fim de cada trecho,

com o IRI da trilha de roda externa e interna individuais, assim como sua média de valores. Ao

lado há uma coluna chamada PER, a qual informa se a média do trecho atende ao requisito, com

a cor verde para números menores de “2,70”, amarelo para números entre “2,70” e “4” e

Os valores de pedágio foram adotados da Empresa Gaúcha de Rodovias, com as tarifas

atualizadas do dia 02/10/2017 do município de Candelária, ou seja, o mais próximo da região e

com pista simples até o momento de estudo, conforme a figura 6.

Figura 6 - Valor de Tarifa de Pedágio por Categoria de Veículo

Fonte: Empresa Gaúcha de Rodovias (2017).

6.4 Soluções e orçamentação

A orçamentação presente neste trabalho foi realizada conforme o último Sistema de

Custos Rodoviários (SICRO2) disponível do DNIT, referente ao estado do Rio Grande do Sul e

ao mês de novembro de 2016.

O DNIT disponibiliza através do SICRO 2 uma tabela com um respectivo código para

cada serviço, o nome do respectivo item, a unidade de trabalho e o preço unitário total para cada

unidade já com o BDI incluso. Tais serviços são divididos em: Atividades auxiliares, Construção

Rodoviária, Conservação Rodoviária, Sinalização Rodoviária e Restauração Rodoviária.

Para iniciar a orçamentação foram definidos os locais de fornecimento dos materiais com

sua respectiva distância até a pedreira Paim, que fica próxima ao km 477 da BR-285, com 3 a 5

km de estrada de chão até a mesma, adotada como a usina de massa asfáltica para as respectivas

soluções a serem aplicadas nos trechos entre o Km 414,40 e o Km 514,40 da BR-285 entre os

municípios de Panambi e Entre-Ijuís.

O fornecimento do CAP foi definido da cidade de Canoas resultando em uma distância de

transporte de 410 km, a emulsão asfáltica RC1C-E com fornecimento de Montenegro com uma

distância de transporte de 364 km e por final o Filler fornecido de Caçapava do Sul com uma

distância de 289 km, todas distâncias foram consideradas até a Pedreira Paim.

A orçamentação foi realizada com ajuda do engenheiro Maurício Osmari Cordeiro,

funcionário do consórcio das empresas Hollus/Astep que presta serviços de supervisão a U.L. de

Cruz Alta do DNIT, levando em consideração o orçamento sem desoneração e com o BDI padrão

de 26,70% adotado pelo próprio SICRO, por apresentar valores mais baixos no orçamento final.

Para um orçamento detalhado é necessário realizar orçamento sem desoneração e com

desoneração e no final adotar o que gerou um valor final mais baixo.

Para os custos dos produtos asfálticos, fez-se a verificação em duas planilhas disponíveis

pela Agência Nacional do Petróleo, priorizando a tabela referente aos estados do Brasil, obtendo

o valor referente ao estado do Rio Grande do Sul, e se o produto desejado estivesse sem valor na

tabela por estado, ele era obtido através da tabela disponível por regiões, obtendo o valor

referente a região Sul.

O valor adotado para o Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP 50-70) foi o referente ao

mês de setembro de 2017 por ser o mais atualizado, com valor de R$ 1,32907 por kg de CAP

conforme a figura 7, assim sendo, se resulta em um total de R$ 1.329,07 por tonelada de CAP. Já

para a emulsão asfáltica RC1C-E (Emulsão asfáltica elastomérica) de ruptura controlada para

execução do micro revestimento asfáltico, foi encontrado na planilha disponível por regiões,

obtendo o valor referente a região sul de R$ 1,70356 por kg de emulsão asfáltica conforme a

figura 8, resultando em um total de R$ 1.703,56 por tonelada de emulsão.

Figura 8 - Preço médio do RC1C-E para região Sul.

Fonte: Agência Nacional do Petróleo (2017).

Para o Micro Revestimento + 10% FR5R5, foram definidos os serviços conforme a

tabela: 6:

Tabela 6 – Orçamento Micro Revestimento + 10% FR5R5.

Fonte: Autoria própria (2017).

Para o cálculo da quantidade de Micro Revestimento a ser realizado, se utilizou a

distância de cada segmento (200m) e a largura da pista adotada para ambos os lados com valor de

7,20 metros, repercutindo em um total de 1440 m² de micro revestimento. A brita teve seu preço

considerado já no serviço de micro revestimento, necessitando apenas calcular o seu transporte,

que se obteve com a multiplicação da quantidade de 0,0225 ton/m² pela área de 1440m² e a DMT

de 25km, resultando em 810 tkm.

5 S 02 511 52

Micro Revestimento c/asfalto modificado com polimeros

(1,5cm e 22kg/m²) c/ brita comercial excluso ligante e incluso

transporte

2,69

1440,00

3.873,60

ANP

Aquisição emulsão asfáltica RC-1C-E

ton

1703,56

4,18

7.114,07

3 S 09 002 91

Transporte agregado (brita) do micro

tkm

0,52

810,00

421,20

-

Transporte da emulsão asfáltica RR-1C-E

ton

193,56

4,18

808,32

Código SICRO

10% FR5R5

3 S 02 540 50

Mistura betuminosa Usinada a quente AC/BC (CBUQ)

234,07

7,20

1.685,30

ANP

Aquisição ligante asfáltico

ton

1329,07

1,12

1.492,81

3 S 09 002 91

Transporte agregado para mistura (areia e brita) basculante

10m³

tkm

0,52

30,69

15,96

3 S 09 002 90

Transporte filler

tkm

0,51

233,47

119,07

-

Transporte ligante cap 50 70

ton

210,71

1,12

236,67

3 S 09 002 06

Transporte da massa asfáltica

tkm

0,87

432,00

375,84

3 S 02 540 01

Recomposição do CBUQ (maquinário e operação)

43,14

7,20

310,61

5 S 02 990 12

Tresagem descontínua 5cm

233,66

7,20

1.682,35

3 S 09 002 06

Transporte material fresado

tkm

0,87

86,40

75,17

4 S 06 100 13

Sinalização horizontal tinta acrilica 1 anos

17,23

120,00

2.067,60

Total

20.278,57

Custo

Unidade

R$

Quantidade

Micro Revestimento + 10% de FR5R5

Código SICRO

A aquisição da emulsão RC-1C-E foi definida de Montenegro no Rio Grande do Sul com

uma distância de 364 km adotados para o cálculo do custo do transporte e sua quantidade foi

definida através da quantidade de 1440m² de micro revestimento, multiplicado pela quantidade

de 0,029 ton/m² (quantidade definida pelo SICRO 2), decorrendo em 4,176 ton. O transporte de

todos materiais betuminosos encontrados nas tabelas foi calculado pela equação da Portaria Nº

1.078 de 2015 do DNIT, adotando apenas rodovia pavimentada no percurso conforme a equação

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