• Nenhum resultado encontrado

1. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO, EVASÃO E ELISÃO FISCAL

1.1 TRIBUTOS

1.1.4 Taxas

A taxa é um tributo que se atrela a atividade pública, e não ação do particular, conforme descreve o Art. 77 do CTN que as taxas são cobradas pela União, os Estados, pelo Distrito Federal e os Municípios têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou de serviço público especifico ou divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

É competente a cobrar a taxa aquele que presta o respectivo serviço. As taxas despendem-se em duas espécies:

- Taxa de Polícia ou de Fiscalização; - Taxa de Serviço ou de Utilização.

Os Estados podem prestar serviços públicos não atribuídos a União nem aos Municípios, com consequência que, indiretamente, atribui-se a competência tributária de instituição de taxas aos Estados.

1.1.4.1 Taxas de Polícia

A taxa de polícia também chamada de taxa de fiscalização é exigida pelos atos de polícia, pela administração pública e pelos demais órgãos fiscalizadores.

As atividades fiscalizatórias que permitem a cobrança de tributo são conhecidas como taxa de polícia que temos como exemplo a taxa de alvará, taxa de fiscalização de anúncios, taxa de controle de fiscalização ambiental, entre outras.

O Art. 78 do CTN define o poder de polícia da seguinte forma:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966)

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Segundo Cassone (2002) a incidência da taxa ocorre quando a exercício do poder de policia e a atividade do contribuinte que aproveita particularmente desse beneficio. O exercício do poder precisa ser regular para que seja possível a cobrança de taxas.

1.1.4.2 Taxa de Serviço

A Taxa de Serviço também chamada de Taxa de Utilização para que se possa exigida há necessidade da utilização do serviço público pelo contribuinte, conforme explicita o Art. 79 do CTN:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

A Taxa de Utilização é cobrada em função da utilização de um serviço público especifico e divisível. Segundo Sabbag (2011) especifico é aquele destacável que permite a identificação do sujeito contribuinte. Direciona-se a um número determinado de pessoas. Divisíveis, são serviços de utilização separadamente por parte da cada um dos seus usuários. (ALEXANDRE 2010).

1.1.5 Contribuições de Melhoria

A Constituição Federal de 1988 prevê no Art. 145, “III” a possibilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a instituírem as contribuições de melhoria, que decorrem das obras públicas. Sua cobrança depende de uma ação estatal, como por exemplo, obras que aumentem o valor do imóvel. Segundo Alexandre (2010, p. 72) “A contribuição é decorrente de obra pública e não para a realização da obra pública.” Sendo assim, o fato gerador não é a realização da obra, mas sim a sua consequência.

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Seguindo no Código Tributário Nacional, o Art. 82, apresenta os requisitos mínimos para a cobrança da contribuição de melhoria:

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.

A contribuição de melhoria tem caráter contraprestacional, tem como característica ressarcir ao Estado valores ou parte do valor gasto com a realização da obra.

1.1.6 Contribuições

As contribuições são de competência da união, onde elas são instituídas para custear gastos públicos, elas podem ser contribuições especiais ou de melhoria, onde as de melhoria serão utilizadas para destinação especifica para determinado grupo ou atividades, como por exemplo, o INSS e as de melhoria são contribuições que se faz por alguma obra ou projeto que resulta em algum benefício para o cidadão. Segundo a Constituição Federal de 1988, no seu Art. 149:

Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III - poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

As contribuições sociais estão previstas no art. 149 da Constituição Federal de 1988, é uma contribuição especial utilizada pela união, elas são usadas como recursos tributários que irão atuar nas áreas sociais, estas contribuições estão divididas em:

a) contribuições de seguridade social b) outras contribuições sociais c) contribuições sociais gerais.

1.1.6.1 Contribuições Sociais

Estão previstas no art. 149 da Constituição Federal, é uma contribuição especial utilizada pela união, elas são usadas como recursos tributários que irão atuar nas áreas sociais, estas contribuições estão divididas em, a) contribuições de seguridade social, b) outras contribuições sociais e c) contribuições sociais gerais.

a) Contribuições de Seguridade social.

Segundo a Constituição Federal de 1988, no Art. 195:

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

As contribuições serão cobradas sobre os valores, referente aos empregadores, das empresas ou entidades equiparadas, ira incidir sobre o valor da folha de pagamentos ou valores pagos a pessoas físicas que lhe prestem serviços, sobre a receita ou faturamento e também sobre o lucro. Também são contribuintes os trabalhadores e demais segurados da previdência social, menos aqueles que recebem aposentadoria ou pensão concedida pelo regime especial. Incide também sobre a receita obtida através dos concursos de prognósticos, e também sobre o importador de bens ou serviços do exterior.

Segundo Sabbag (2011, p. 523), “a contribuição de seguridade social constitui modalidade de tributo vinculado, já que objetiva custear a previdência social.”

São fontes nominadas do custeio da seguridade social.

a) O importador: nas importações foi instituído o PIS e o COFINS que são contribuições para a seguridade social, a base de cálculo da contribuição é o valor aduaneiro do bem ou serviço.

b) A receita de loterias: irá incidir sobre a receita de qualquer concurso de sorteio de números, loterias, apostas, etc.

c) O trabalhador: o INSS será cobrado sobre a remuneração ou serviço prestado pelo colaborador, a base de cálculo será o valor da remuneração ou serviço e as alíquotas variam de 8% (Oito por cento) a 11% (Onze por cento).

d) O empregador e a empresa: todo empregador e toda empresa seja ou não empregadora irão contribuir para a seguridade social, a contribuição incidirá sobre o valor da folha de pagamento e rendimentos do trabalho de pessoa física que lhe presta serviço, sobre a receita ou faturamento e sobre o lucro da empresa.

A contribuição patronal sobre a folha de pagamento tem como base de cálculo o valor da folha de salário ou rendimentos pagos a pessoa física, sua alíquota é de 20% (Vinte por cento) sobre o total das remunerações. A contribuição ao PIS/PASEP tem como base de cálculo o valor da receita bruta no caso de pessoas jurídicas de direito privado e as equiparadas e o montante total da folha de pagamento no caso de entidades sem fins lucrativos e sobre a arrecadação de receitas ou a transferência de receitas ou de capital para pessoas jurídicas de direito público interno, a alíquota será de 1,65% (Um vírgula sessenta e cinco por cento) para a tributação do Lucro Real e 0,65% (Zero vírgula sessenta e cinco por cento) para os demais regimes normais.

A Contribuição sobre o Lucro Líquido - CSLL incide sobre o lucro líquido da pessoa jurídica, somente será gerado se a empresa obtiver lucro, estão sujeitos ao pagamento da CSLL pessoas jurídicas e pessoas físicas a ela equiparadas, domiciliadas no país, incidindo a

alíquota de 9% (Nove por cento) para as pessoas jurídicas em geral, no caso de instituições financeiras a alíquota será de 15% (Quinze por cento).

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, é uma contribuição federal, tem natureza tributária e incide sobre o faturamento bruto ou receita bruta mensal, o COFINS é devido pelas pessoas jurídicas de direito privado, inclusive a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as empresas de pequeno porte que são submetidas ao regime do Simples Nacional, a alíquota para cálculo da contribuição é de 7,6% (Sete vírgula sessenta por cento) para as empresas tributadas pelo Lucro Real e de 3,0% (Três por cento) para os demais regimes normais.

Outras Contribuições Sociais são segundo Sabbag (2011, p. 536), “o STF intitula “outras contribuições” aquelas que podem ser instituídas no plano da competência residual da União”.

Para serem instituídas estas contribuições precisam respeitar alguns parâmetros, como ser instituída mediante lei complementar e pela união, precisa respeitar os princípios da não cumulatividade, não pode ter como fato gerador ou base de cálculo o mesmo de alguma contribuição já existente.

Contribuições Sociais Gerais são aquelas destinadas a outras atuações da União na área social como o salário-educação e as contribuições para os Serviços Sociais autônomos.

São características das contribuições sociais gerais: - elas são de competência da união;

- são regidas pelo mesmo regime jurídico das demais contribuições; - sujeitam-se ao regime constitucional tributário;

- são instituídas por lei ordinária;

- custeiam a atuação do estado nos campos sociais;

- somente poderão incidir sobre uma base econômica por contribuinte. São contribuições sociais gerais:

a) As contribuições ao salário educação é uma contribuição que é uma fonte adicional de financiamento da educação básica pública, a base de cálculo do salário educação é o montante da folha de pagamento da empresa no mês.

b) Contribuições destinadas aos Serviços Sociais Autônomos (SENAI, SESI, SESC, SEST, SENAT, SEBRAE e SENAC), esta contribuição é destinada a entidades privadas que prestam serviço autônomo e de formação de profissionais, estas instituições fazem estes trabalhos por meio dos sindicatos, a contribuição é calculada sobre o valor paga pela empresa na folha de pagamento.

1.2 SIMPLES NACIONAL

Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional foi instituído pela Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006, ela foi instituída com o objetivo de dar um tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte, vindo a incentivá-las.

A Constituição Federal de 1988 prevê, no art. 170, IX, e no art. 179, a necessidade de ser dar tratamento favorecido ás microempresas e ás empresas de pequeno porte, “visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei”. (SEGUNDO, 2010, p. 231)

Assim e Lei Complementar 123 de 2006 veio atender a esta previsão da Constituição Federal, criando o Simples Nacional.

O Simples Nacional para Sabbag (2011, p. 546), “trata-se de um pagamento unificado de vários tributos, em regra, mais benéfico do que a tributação convencional, em que a adesão é facultativa”.

Para algumas empresas, conforme a atividade exercida pela mesma é vedada a opção pelo Simples Nacional, mesmo sendo microempresas ou empresas de pequeno porte.

É utilizado como base de cálculo para o Simples Nacional o valor de receita bruta auferida pela empresa no mês, incidindo assim alíquota determinada para a atividade da empresa e também para o faturamento anual da mesma. Para o cálculo do Simples Nacional são utilizadas cinco anexos de atividades, que estão dispostos na Lei Complementar 123, art. 18, inciso IV, a partir da atividade exercida pela empresa será determinada a qual tabela de alíquotas a empresa deve seguir para calcular seu imposto.

Para calcular o valor a ser devido pelo simples nacional precisamos de algumas informações, valores da empresa, são eles:

a) receita bruta do mês;

b) recita bruta total acumulada dos últimos 12 (Doze) meses; c) alíquota, que irá ser definida pela tabela de atividades;

d) valor total da folha de pagamento do mês, para empresas que necessitam do fator “r” para o calculo da alíquota.

Assim, após termos os valores da receita bruta acumulada dos últimos 12 (Doze) meses, temos o valor para que possamos verificar em qual “faixa” do anexo corresponde as

atividades de nossa empresa estamos, e assim com a alíquota correspondente a faixa poderemos calcular valor do imposto que terá que ser recolhido para o mês.

O recolhimento do imposto é feito de forma mensal em um documento único de arrecadação, a total da alíquota é um valor somatório de todas as contribuições que a empresa irá fazer, a empresa irá contribuir com o IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica, CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, COFINS – Contribuição para o financiamento da Seguridade Social, PIS/PASEP – Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, INSS – Instituto Nacional do Seguro Social e também contribui com o ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, desta forma a empresa irá fazer todas estas contribuições, que somadas às alíquotas de cada um deles, que mudam de acordo com a atividade e a faixa, temos a alíquota total que irá incidir sobre o faturamento bruto da empresa.

Documentos relacionados