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Taxonomia: visualização de uma estrutura taxonômica

No documento ARQUIVO BAIXADO DO SITE (páginas 101-105)

Uma taxonomia é uma forma de classificar ou ordenar coisas em categorias; é um esquema de classificação hierárquica de grupos principais, subgrupos e itens. Como exemplo, podemos citar a taxonomia biológica atual, originária de Carl Linnaeus, em 1735. Ele, originalmente, identificou três reinos (animal, vegetal e mineral) que foram depois divididos em classes, ordens, famílias, gêneros e espécies (Quammen, 2007). É bem possível que você tenha aprendido a taxonomia biológica revisada em uma aula de ciência básica no ensino médio ou na universidade. Terminologia, por outro lado, é a linguagem usada para descrever algo específico; é a linguagem empregada em determinada disciplina para a descrição de seus conhecimentos. Logo, os diagnósticos de enfermagem formam uma linguagem da disciplina. Quando, então, quisermos falar sobre os diagnósticos em si, falaremos sobre a terminologia dos conhecimentos de enfermagem. Se nosso assunto for a forma como estruturamos ou categorizamos os diagnósticos da NANDA-I, falaremos, então, sobre a taxonomia. O termo tem origem em duas palavras gregas: taxis, significando organização, e nomos, significando lei.

Pensemos na taxonomia em sua relação com algo com que todos temos que lidar no cotidiano. Quando você precisa comprar comida, vai ao supermercado. Suponhamos que haja uma nova loja em seu bairro, chamada Classified Groceries, Inc. Você decide que vai a esse local para fazer as compras. Entrando na loja, nota que a disposição dos itens parece bastante diferente da organização da loja com que está acostumado, mas a pessoa que o cumprimenta à entrada do estabelecimento entrega um diagrama que ajuda a saber onde cada item está localizado (Figura 3.1).

Figura 3.1 Domínios e classes da Classified Groceries, Inc.

Você consegue perceber que essa loja organizou os itens em oito categorias principais, ou corredores de itens: proteínas, produtos em grão, legumes, frutas, alimentos processados, lanches, produtos mais sofisticados e bebidas. Essas categorias/corredores podem também ser chamados

de “domínios” – são os níveis mais abrangentes de classificação, que dividem os fenômenos em grupos principais. Nesse caso, os fenômenos representam “itens alimentares”.

Você pode também ter observado que o diagrama não mostra apenas os corredores; cada um possui algumas expressões-chave identificadas que ajudam ainda mais o consumidor a compreender os tipos de alimentos a serem encontrados em cada corredor. Por exemplo, o corredor (domínio) com o título “Proteínas” mostra seis subcategorias: “queijos”, “ovos”, “peixes”, “carnes”, “substitutos da carne vermelha” e “laticínios”. Outra maneira de dizer isso seria termos essas subcategorias como “Classes” de alimentos, encontradas no “Domínio” das proteínas.

Uma das regras que as pessoas tentam seguir ao elaborarem uma taxonomia é que as classes sejam mutuamente excludentes – em outras palavras, um tipo de alimento não deve ser encontrado em múltiplas classes. Nem sempre isso é possível, embora ainda deva ser a meta, uma vez que deixa tudo mais claro para quem quer usar a estrutura. Se você encontrar feijão preto no corredor das proteínas, embora haja outros tipos de feijão no corredor dos legumes, será difícil compreender o sistema de classificação usado.

Revendo o diagrama da loja, você nota a existência de informações adicionais no outro lado do folheto recebido (Figura 3.2). Cada um dos corredores com alimentos está mais bem explicado, com informações mais detalhadas sobre os itens encontrados em prateleiras diferentes, localizadas em cada corredor. Exemplificando, a Figura 3.2 mostra as informações encontradas no corredor das “Proteínas”. Você percebe que agora tem seis “classes”, além dos detalhes adicionais sob elas. Elas representam vários tipos (ou conceitos) de alimentos, todos com propriedades similares que os colocam em um grupo.

Consideradas as informações recebidas, encontramos com facilidade os itens da lista de compras. Precisando de leite de cabra, rapidamente conseguimos encontrar o corredor marcado com “Proteínas”, a prateleira marcada com “Laticínios”, e conseguimos confirmar que o leite buscado se encontra ali. Da mesma maneira, se quisermos frango e presunto, novamente procuraremos o corredor marcado como “Proteínas”, a prateleira com “Carnes” e, depois, “Aves” para o frango e “Carne de porco” para o presunto.

A finalidade dessa taxonomia de itens alimentares é, então, ajudar os consumidores a determinarem, rapidamente, a seção da loja com os elementos nutricionais que desejam adquirir. Sem isso, as pessoas teriam que andar muito pelos corredores e tentar entender que produtos estão em que corredor – dependendo do tamanho do supermercado, isso poderia ser uma experiência bastante frustrante e confusa! Assim, o diagrama oferecido pelos funcionários mostra um “mapa conceitual”, ou um guia para compradores entenderem, rapidamente, de que forma os itens alimentares foram classificados em locais na loja, procurando melhorar a experiência de consumo.

sobreposição entre conceitos e classes de uma maneira lógica a todos os consumidores. Exemplificando, os sucos estão no domínio das Frutas (sucos de fruta) e no de Legumes (sucos de legumes/verduras), mas não no domínio das Bebidas. Embora um grupo de pessoas possa achar essa categorização lógica e clara, outras podem sugerir que todas as bebidas sejam colocadas juntas. O que importa é a definição clara dos domínios; isto é, que todas as frutas e os produtos com frutas sejam encontrados no domínio das frutas, ao passo que o domínio das bebidas contenha bebidas que não tenham frutas ou legumes/verduras como base. O problema com essa distinção pode ser que alguém defenda que vinhos e outras bebidas (tipo cidra) tenham que estar no corredor das frutas e cervejas e os saquês, no de grãos!

Por ora, você pode estar obtendo uma boa noção da dificuldade que é elaborar uma taxonomia que reflita os conceitos que ela tenta classificar de modo claro, conciso e coerente. Pensando no exemplo do supermercado, você consegue imaginar maneiras diferentes de agrupar os itens na loja?

As taxonomias são tarefas sempre em construção: continuam a aumentar, evoluir e mudar de forma impactante, à medida que mais conhecimentos sobre a área de estudos sejam desenvolvidos. Costuma ocorrer muita discussão sobre que estrutura é melhor para categorizar fenômenos de interesse para disciplinas diferentes. Há muitas formas distintas de categorização das coisas e, na verdade, não há uma maneira “absolutamente correta”. A meta é achar um modo lógico e consistente de categorizar coisas similares, ao mesmo tempo evitando a sobreposição de conceitos e classes. Para os usuários de taxonomias, busca-se a compreensão de como elas classificam itens similares em domínios e classes de modo a serem identificados determinados conceitos com rapidez e conforme a necessidade.

No documento ARQUIVO BAIXADO DO SITE (páginas 101-105)