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1. Docência no ensino superior

1.5. TDIC e Cultura Convergente

O conceito de cultura difere da palavra civilização que, sobretudo, ganhou força com o autor Mathew Arnold, que foi o precursor em categorizar “cultura erudita” e “cultura popular”. Em um dos seus muitos artigos escritos para a Cornhill Magazine, entre 1867 e 1868, e que no futuro seriam transformados em livro, separou o artigo Cultura e Anarquia: Uma exposição, para sinalizar que não se pode

analisar este trecho sem seu contexto histórico, em função do fato de caracterizar cenas específicas da política inglesa, mas o título BarbariansPhilistinesePopulace remeteria à segregação cultural e diferentes acessos da população à cultura, como alta classe, políticos e o povo, restringindo o acesso de pessoas comuns à educação e ao ensino.

A pesquisa em estudos culturais ressalta que a cultura não é mais hierárquica, elitista ou segregacional desde o século XIX, quando ela era referência de elite e erudição, principalmente na Inglaterra. De certa forma, é variante e intrínseca ao dia a dia. A troca de informação, sua produção e a construção do conhecimento não se dá mais na forma unilateral e a palavra cultura originada da palavra coler, não deve ser confundida com a palavra civilização,mesmo que em certos momentos seus significados se entrelacem. O termoculturas passou a ser empregado no século XIX, atribuindo à palavra o conhecimento sobre arte, crenças, leis, costumes, moral e hábitos. Não discutiremos sobre a evolução da palavra cultura, mas pretendemos sinalizar o indivíduo do século XXI, que passa a ser produtor de conteúdo e carrega consigo as mudanças culturais como herança e as absorve com pleno conhecimento de sua existência, inclusive as mudanças que fazem convergir diversos métodos, discursos, entre outros, com o objetivo de serem usados na educação. Principalmente, além dos métodos e discursos, observamos a cultura de convergência no que se refere a tecnologias antigas e atuais, que naturalmente se juntam e se absorvem, para formar um todo que chamamos de TDIC.

Para Bolter (1999), a convergência é retratada pela relação mútua de tecnologias diferentes, mas empregada ao computador a instantaneidade de mídias diferentes em uma mesma plataforma, criando uma nova interface de interação que já é aplicada em escolas no uso de cenários virtuais e games.

Convergência é uma remediação mútua das três últimas mais importantes tecnologias - telefone, televisão e computador – cada uma é híbrida, técnica, social e economicamente e cada uma a seu modo oferece instantaneidade. O telefone oferece a instantaneidade da voz ou a intercalação de voze sem tempo real. A televisão, do ponto de vista tecnológico, promete instantaneidade através do monitoramento do mundo em tempo real. A promessa de instantaneidade do computador é uma combinação dos gráficos tridimensionais, ação automática (programada), e interatividade que a TV não pode oferecer. Juntas, cada uma dessas tecnologias está tentando absorver as outras e promover sua versão de instantaneidade (BOLTER; GRUSIN, 1999. p. 224).

Jenkins expõe sobre a convergência de diferentes mídias no uso das tecnologias.Conforme ele enfatiza, essa convergência deve ser vista da mesma forma como é a relação entre os homens e os produtos que consomem.Este fato é entendido como uma mudança cultural e comportamental que coloca os atuais consumidores como mais atentos, críticos, na busca de conteúdos semelhantes em plataformas diferentes, simultaneamente. Esta é uma das formas identificadas por Jenkins de tentar compreender o contemporâneo à partir da relação da sociedade com a mídia.

Jenkins, também comenta sobre a migração do público para meios de entretenimento, ao contrário do grande paradigma do jornalismo, de que a novas mídias iriam consumir as antigas. Na verdade, na convergência, as antigas vão interagir com as novas e até meios de entretenimento podem ser utilizados para educação, como veremos mais a frente, com o uso das TIDC na forma de games educacionais.

A partir da noção de Cultura da Convergência, Jenkins (2004, 2009) identifica uma forma de contar histórias chamada narrativa transmídia2, a qual é caracterizada pelo uso sinérgico de diferentes plataformas. Para o autor, cada narrativa apresentada em uma plataforma deve ser considerada como uma parte de uma história maior. As trilogias cinematográficas Star WarseMatrix são exemplos dessa forma de contar histórias, sendo ambas contadas por meio de filmes e de extensões midiáticas, ou seja, de produtos que ampliam diferentes perspectivas ou aspectos da história, como as personagens secundárias ou as narrativas paralelas à principal (SOUZA, tese, 2011).

Conforme Jenkins (2009), o indivíduo não é mais somente receptor de informações e o docente utiliza-se das TDIC como recurso de convergência, para ampliar e dinamizar o formato da instrução, da informação ao seu receptor/aluno. O docente deve não só utilizar a tecnologia como também precisa dominar seu uso para contribuir com o processo de ensinar e de aprender. A educação é de fato o caminho unificador e conscientizador das ferramentas tecnológicas para sua utilização em sala de aula. Estamos vivenciando a era dos “players educacionais”, somos reprodutores de ações. Não devemos correr o risco de transformar tecnologias educacionais em meros aparatos tecnológicos que chegaram para poupar tempo.O valor da educação está no docente e sua aptidão para utilizar TDIC e saber aperfeiçoar e dinamizar conteúdos tradicionais para alunos imersos em tecnologias, a futura geração Z. O usuário não é mais receptor puro da

informação.No caso de jogos digitais o usuário também não é somente receptor, ele é parte da construção do conhecimento, e pode interagir com o cenário virtual. Pode escolher de forma atemporal qual a melhor forma de “jogar”, interagir e produzir conteúdo, através da construção do conhecimento gerado em aulas interativas digitais. O docente que se utiliza de formas alternativas digitais na construção do conhecimento está mais próximo da geração que nasceu imersa na tecnologia.

O docente deve estar preparado quanto ao uso dessas novas tecnologias, uma vez que a sala de aula não é mais o único espaço onde o aluno poderá buscar informações. Durante uma aula com o uso de TDIC perde-se o espaço físico de aula tradicional e inicia-se o uso mútuo de mídias que convergem para a construção de um conhecimento único.

Viver e conviver em um mundo cada vez mais ´tecnologizado´, conectado, ou seja, em uma ´sociedade´ em rede, traz consequências importantes, representando significativos desafios para os processos de ensinar e de aprender, tanto nos contextos formais quanto nos contextos não formais de educação (SACCOL, BARBOSA, 2011).

Na cultura da convergência, não morrem os meios e sim as ferramentas que utilizamos nesses meios. A mídia é um meio de comunicação e a forma de distribuição desta informação são ferramentas tecnológicas e cessam.Já o meio é carregado de cultura, moral e história. Podemos apresentar um conceito de Maria InesTomaél para entendermos melhor sobre convergência, citando as redes sociais. As redes sociais em web, por exemplo, entendidas como uma interface amigável que favorece a relação social à distância e não se contém com a barreira de algo somente social, também pode ser vista como uma rede acadêmica. A principal questão deste fato é entender que este mesmo veículo, hoje, pode ser convergido para uma rede com duplo significado e se tornar uma rede social acadêmica. De fato, a única diferença dessa rede ser uma ferramenta somente social ou somente acadêmica, se dá por quem a utiliza. O mesmo conceito é visto pelo Dr. Wilton Azevedo, professor na IPESESP, que classifica este fenômeno como intersígnico, que deixa evidente o trânsito sígnico das mídias e a relação do docente em reinventar e adaptar uma TDIC para educação.

Surge uma poesia que coloca o público como agente principal na criação e intervenção, na maneira de ler e de se obter novos signos a todo instante. Assim nasceu a interpoesia, um exercício intersígnico que deixa evidente o significado de trânsito sígnico das mídias digitais, desencadeando o que se

pode denominar de uma nova era de leitura. (AZEVEDO apud. BOOTZ, 2004, p 5,6).

Romani (2012) enfatiza o fato de haverem pesquisas que destacam a grande necessidade de uma força de trabalho competente na informática. Educadores e estudantes de todos os níveis e de diversas áreas do conhecimento precisam ser treinados por um novo sistema educacional, que represente uma força de trabalho qualificada e adaptável. Assim, os estudos e pesquisas na área das ferramentas tecnológicas mostram as tendências que terão impacto no desenvolvimento de competências digitais nos próximos anos. Fato relevante a ser observado é a comunicação existente nos dias atuais, que não se limita aos jornalistas ou empresas midiáticas por sua grande possibilidade de gerar notícias ao vivo, sendo que a convergência de mídias também colabora nesse processo. Assim, estudos nesse segmento têm se preocupado com

... as diretrizes estabelecidas pelo European Centre for the Development of Vocational training (Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional – Cedefop). Em 2004, o Cedefop publicou um glossário multilíngue para identificar termos chave para um entendimento comum das políticas correntes da educação e formação profissional na Europa (Romani, 2012, p.2).

Também relevante é a definição de termos, como skill (habilidade), para definir “o conhecimento e experiência necessários para desempenhar uma tarefa ou trabalho específico” (Romani, 2012, p.2). Podemos observar outros termos que ampliaram seus significados dentro desse glossário, por exemplo, quando dão à palavra competência o sentido de “capacidade de usar conhecimento... numa situação habitual ou de mudança”. Torna-se dessa forma a capacidade de aplicar conhecimento em situações ainda indefinidas, como uma nova competência, que indivíduos devem usar em novos ambientes, sejam ocupacionais ou educacionais. Há uma definição distinta quanto ao conceito de competências básicas para o viver diário e novas competências básicas que são utilizadas quanto às TDIC, culturas tecnológicas, entre outras competências. A OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos) tem procurado caracterizar tipos de competências digitais, que, inicialmente, são distintas em três categorias.

Conforme Romani (2012), o letramento digital também é necessário e refere- se a construir conhecimento empregando as ferramentas de TDIC. Dois aspectos se destacam, sendo eles: a dimensão instrumental e a dimensão estratégica. Esses

aspectos se referem à obtenção de informações importantes e como produzir novos conhecimentos, respectivamente. A partilha e gestão de produtos tecnológicos se enriquece pelo compartilhamento nas redes e comunidades de programas de open

source(código aberto). O letramento digital exige competências determinadas,

estando entre elas a capacidade de usar ferramentas digitais corretamente.

Um último letramento citado por Romani (2012), é o Letramento em Mídia. Este se relaciona ao entendimento de como as formas tradicionais e digitais de informação estão convergindo, formando novas plataformas e meios de comunicação e interação, ajudando o indivíduo a entender a transição digital e à compreensão do uso dos meios de comunicação de forma assertiva. Esse conceito aborda processos, conhecimentos, proficiências e aptidões necessárias, não se limitando à manipulação da ferramenta tecnológica computacional.

A cultura digital está transformando em profundidade todos os fazeres e saberes da humanidade, e o Brasil desempenha papel central nesse processo. Como já disse Richard Barbrook, um dos maiores especialistas na área, o Brasil colocou “pela primeira vez o hemisfério sul em posição central no debate sobre as tecnologias digitais”. CuItura Digital.br, ao dar voz para importantes brasileiros em atuação na área, sobre temas como política, economia, estrutura, arte, comunicação e memória no contexto digital, se torna um livro imprescindível para todos aqueles que desejam pensar ativamente as questões e potencialidades do nosso tempo.

O texto acima é o que se encontra na página 315 do Livro “Cultura Digital.br”, dos organizadores Savazoni e Cohn, publicado em 2009, pela Azougue Editorial. Savazoni e Cohn, (2009), que disponibilizam conceitos sobre a cultura de convergência, embora nem sempre utilizem essa expressão, onde importantes brasileiros são ouvidos sobre temas importantes, no contexto das ferramentas digitais, entre eles estudiosos, pesquisadores, artistas e profissionais.

A mídia se transformou, trazendo muitas oportunidades de relações, novos caminhos virtuais, juntando várias ferramentas tecnológicas para uma completa mudança em todas as esferas: cultural, política, científica, econômica, entre outras. Existe, sim, uma crise estrutural, complexa e generalizada nas mídias tradicionais, que num primeiro momento concorreram entre si, para depois perceberem a mudança de hábito dos consumidores e se juntarem com um mesmo objetivo em qualquer área, seja de conhecimento, diversão ou simplesmente informação. O grande ativo financeiro do Youtube, por exemplo, é o fato de ele ser acessado e ter se tornado um ponto de convergência. Na atualidade, existem vários programas

similares, e o importante para esses programas, é ser escolhido como agregador de conteúdos, não necessariamente produzidos por ele mesmo. Para que isso aconteça, o agregador precisa conhecer as regras do jogo. Como exemplo, temos no Brasil as iniciativas de jornalismo participativo, mas quando um cidadão contribui, precisa aceitar a regra que diz: “Tudo que você escrever no meu site me pertence”. Essa é uma possibilidade utilizada, mas não razoável, já que prejudica o participante. Outra forma é quando o cidadão contribui através de um canal. Os direitos pertencem ao cidadão que autoriza, através de um programa, o acesso da sociedade ao conteúdo. Lemos admite que existe um processo de “condensação de todas as mídias em uma só, a digital”. Ele aponta para o risco de a internet perder sua independência e sofrer um engessamento. O debate sobre esse assunto se chama “neutralidade da rede”, cujos provedores desejam seu congelamento e transformação em um mecanismo de reprodução. Nesse modelo, quem distribuir muita informação, pagará mais caro, o que impossibilita o acesso de pessoas com menores recursos. O acesso livre só será permitido enquanto a internet for neutra, o que significa “burra” para ele, pois defende que não existe inteligência no circuito, apenas nas pontas. O circuito passa o que as pessoas querem passar. Seu melhor exemplo é o telefone, cuja inteligência só está nas pontas e por isso mesmo, proporcionou o surgimento de muitas mídias, como o fax, a conexão dial up, a DCL e assim por diante. O fato é que se a internet continuar neutra, não é possível prever sua evolução. No entanto, se essa neutralidade se transformar numa ferramenta tecnológica única, o blog individual não vai alcançar seu público, ou seja, na internet, ou você fala com muita gente ou não fala com ninguém e poder falar com todo mundo é fundamental para o indivíduo encontrar seu público. O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife defende, através de Meira, uma proposta onde cada cidade constrói a sua rede de comunicação pública, o que possibilita a descentralização. Hoje, no entanto, a net é privada.

Já Simões, vê como um desafio a aproximação da tecnologia, arte, ciência e cultura, pois é difícil encontrar pessoas capacitadas para fazer a interlocução, ou seja, trabalhar a interdisciplinaridade dos conhecimentos das diversas áreas que se afastaram, e a internet quebrou a fronteira do pensamento especializado, sendo possível compreender a linguagem do outro. As ferramentas tecnológicas têm a capacidade de aproximar, tirar barreiras existentes entre assuntos e coisas muito distantes. Existe, no entanto, uma proposta inconsequente gerada pela internet, pois

chegar a um objetivo comum na área de comunicação, entre países, trocar informações através de regras, padrões e práticas é um grande sonho, quando pensamos nas comunicações a 30 ou 40 anos atrás. Mas, na verdade, o que existe hoje foi transformado pelo passar do tempo, tornou-se uma experiência de construção de alguma coisa valiosa, então, o resultado é positivo, se as construções forem realizadas de forma colaborativa.

Coelho acredita na sensibilização da comunidade, para que cada uma delas conheça as possibilidades criadas pelas ferramentas tecnológicas e faça um levantamento de como a população lida com as informações geradas. Para isso é necessário o investimento, o mapeamento digital e o descobrimento de como chegar digitalmente a lugares distantes, capacitação de softwares livres para gestores e professores da rede escolar. Ter uma visão estratégica da utilização das TDIC e pensar a cultura convergente nos seus diversos aspectos, contribui para a melhoria da qualidade de vida de muitas comunidades, que passam a participar do processo e contribuir para que ele se efetive. O grande gargalo está, no entanto, na infraestrutura e custo dos links, o custo do monopólio destes links.

Lemos defende que as ferramentas tecnológicas estão muito ligadas à acessibilidade, pois, por exemplo, o acesso ao conhecimento, aos meios culturais, à música e cinema, até bem pouco tempo era muito difícil. Ainda é difícil o acesso até mesmo ao computador. Lemos investiu na TV digital, pois é o aparelho que todas as camadas sociais adquirem. Esse é, principalmente, o comportamento das pessoas de baixa renda, mas que precisam de informação. Esse investimento na TV digital tem o objetivo de alcançar essa população também com a internet, embora o processo seja demorado. Essa população precisa ter o direito de assistir o programa que quiser, independentemente do horário, onde quiser, seja em casa, no carro ou no celular. É clara em sua visão, a necessidade de se aprender a buscar o que se deseja encontrar. A TV digital pode se tornar, inclusive, uma nova forma de alfabetização, pois é um investimento poderoso, se bem explorado.

Para Lemos, que é sociólogo, cultura de convergência, cultura digital ou cibercultura, muitas vezes são nomeados pelas ferramentas tecnológicas, o que remete à discussão sobre como é que as ferramentas tecnológicas determinam a cultura. Quando falamos em ferramentas tecnológicas e comunicação, por exemplo, Lemos coloca que existe a possibilidade de duas discussões fundamentais para a humanidade: 1ª. – somos seres políticos ou comunicáveis, precisando encontrar

sempre melhores meios para a comunicação. 2º. – somos seres que precisam de ferramentas para dominar o mundo externo. Para existir, o ser humano precisa encontrar seu lugar e hoje, isso significa, entre outras coisas, ter acesso às ferramentas tecnológicas. Em sua visão, a cibercultura sempre tem uma ideia futurista, mas na verdade, é a cultura contemporânea, onde as diversas ferramentas tecnológicas já fazem parte de nossa realidade. O que se altera é a dimensão técnica, ou seja, temos o digital colado à dimensão da comunicação, pois conseguimos transitar informação, bens simbólicos não materiais, de uma maneira nova, inédita na história.

Além disso, Lemos situa o surgimento da cibercultura a partir da microinformática, já que trabalha a questão da inclusão, tendo como lema: “Computadores para todos”. Com os microcomputadores a internet se dissemina a partir de ferramentas de socialização como as listas de discussão e as primeiras comunidades virtuais, hoje chamadas de redes sociais. Todos esses movimentos e ferramentas que surgiram, serviram à cultura de convergência que hoje é uma realidade. Então, diz Lemos, a cibercultura não é fruto apenas do desenvolvimento tecnológico, mas de uma confluência (convergência) entre as redes sociais que surgiram aproximadamente em 1960 e a posição contrária a essas opiniões. Na verdade, essa cultura e as ferramentas utilizadas para atender às necessidades de informação e comunicação transformaram-se numa apropriação coletiva, sob a qual ainda estamos impactados, também pelo fato de novas ferramentas serem produzidas a cada dia. Apesar dessa apropriação coletiva, o autor destaca o fato de não haver uma mídia totalmente democrática, embora haja, sim, essa apropriação da ferramenta técnica, que antes se limitava ao computador e que sofreu várias transformações, tornando-se uma ferramenta muito mais individual que social, possibilitando a distribuição de informações de maneira quase instantânea através das redes sociais. Logo após o microcomputador começar a fazer parte da vida pessoal, que no início era usado como uma máquina de escrever sofisticada, percebeu-se que essa ferramenta, em si, era fechada, sem conexão. Veio então uma segunda fase, a da ferramenta/computador coletivo e conectado. Só a partir da década de 1990 é que, ao adquirir um computador, o indivíduo percebeu que podia usar essa ferramenta para se conectar com o mundo. Essa primeira conexão acontecia através do modem e logo passou a usar cabo e banda larga. As ferramentas se juntaram, isto é, convergiram, porque hoje estamos inseridos numa

terceira fase, onde a conexão é coletiva e móvel através dos laptops, os nethbooks e celulares, nessa convergência maior de ferramentas que só faz sentido coletivamente. Através desses instrumentos como mídia, blog jornalístico e celular, observamos que juntas, em torno da invenção da microinformática, possibilitaram um melhor acesso, sem necessidade de mais nada, já que os protocolos são abertos e ferramentas técnicas da humanidade, sem necessidade do pagamento de royalties, já que a liberação da informação e de trocas de informação e produção do conhecimento, emergem à partir da microinformática. Os primeiros hackers são as pessoas que inventaram a microinformática e protocolos para uso da internet, que é atualmente, o maior exemplo de software livre que temos em funcionamento, sendo,

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