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2.7 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO

2.7.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO ENSINO

A tecnologia influencia as atividades sociais, econômicas, culturais e a educação. Seus avanços e mudanças afetam o trabalho e os modelos dos sistemas educacionais. Ela não é a atividade fim da Biblioteconomia, mas sim um meio para realizar as atividades de uma biblioteca de forma eficaz e eficiente.

Ela está presente tanto na prática profissional, como nas salas de aulas dos cursos de Biblioteconomia. Nos cursos ela é tratada como um instrumento importante para as atividades do ciclo informacional. De acordo com Maçada (1998 apud FEITOSA, 1999) a tecnologia no processo educativo propicia um ambiente de aprendizagem capaz de motivar os alunos a desenvolver cada vez mais sua criatividade, capacidade crítica, autonomia e cooperação.

A tecnologia no âmbito do ensino pode ser entendida de duas maneiras, primeiro como uma forma de se ensinar conteúdos relativos à ciência da computação, como os conceitos computacionais, os princípios de funcionamento do

computador, as noções de programação e o uso de software usado, normalmente, como uma disciplina isolada sem articulação com as demais atividades e objetivos curriculares. Outra forma é a busca do desenvolvimento de conteúdo de disciplinas curriculares, como por exemplo, a catalogação, por intermédio do computador como recurso instrucional. (FEITOSA, 1999).

Na década de 90, a tecnologia era o computador, seu uso, suas facilidades a interação aluno máquina. Naquela época, os professores possuíam pouca formação quanto à utilização de computadores no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, Cunha (1984) considerava importante que o aluno aprendesse a usar o computador ainda na escola para chegar ao mercado de trabalho preparado para interagir numa sociedade cada vez mais tecnológica.

Antes do computador, a tecnologia empregada nas escolas era a reprografia, o uso de transparências para apresentar trabalhos e a máquina de escrever. Ao longo dos anos os instrumentos tecnológicos mudaram, mas as bases de disciplinas como catalogação e classificação permaneceram as mesmas. Visto isso, Figueiredo (1986, p. 59 apud FEITOSA, 1999) considera que o programa educacional deve ser “[...] construído com base em princípios e conceitos, mais do que em detalhes e habilidades técnicas que logo podem se tornar obsoletas”.

A Biblioteconomia encontra nas novas tecnologias instrumentos úteis para o processo de aprendizagem, mas o uso de tecnologias não irá resolver todos os problemas da Biblioteconomia. No entanto, a sua utilização consciente e adequada oferece perspectivas para a atuação do bibliotecário perante as exigências dos usuários. (SANTOS, 2002).

Percebeu-se, de acordo com o exposto, que, de alguma forma, as tecnologias sempre fizeram parte da vida acadêmica e da prática bibliotecária. E que o bibliotecário aprende nos cursos os conceitos, as formas e meios das atividades bibliotecárias, como por exemplo - catalogação, seleção, atendimento ao usuário, entre outras - e que ao longo dos anos é necessário adaptar-se às novas tecnologias.

O mesmo acontece com as escolas que ao longo do tempo tentam conciliar os instrumentos tecnológicos com o ensino, mas muitas vezes não é possível devido o alto custo das tecnologias, como por exemplo, o uso de Software de qualidade para a disciplina de catalogação, limitando algumas escolas a usarem Software de baixa qualidade ou ensinarem catalogação apenas na ficha catalográfica. É fato que o mais importante é o conteúdo, mas em um ambiente tecnológico é necessário, no mínimo, saber usar as tecnologias.

No entanto, as escolas não podem se perder no uso indiscriminado e alienado de recursos tecnológicos, (SANTOS, 2002). É necessário antes de tudo reconhecer o valor das raízes da área e formar egressos com bases biblioteconômicas, ou seja, de conceitos e formas das práticas bibliotecárias firmes, que possam aplicar os mecanismos da área em qualquer suporte tecnológico.

2.8 INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS IMPORTANTES NO PERCURSO DA HISTÓRIA DA BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL

Algumas instituições tiveram papel importante no desenvolvimento da profissão de bibliotecário e no ensino da área, em vários aspectos, como a FEBAB, IBICT e ABEBD/ABECIN.

A FEBAB teve papel primordial na conquista da regulamentação da profissão de bibliotecário como profissão de nível superior e, por meio do CBBD, vem ao longo dos anos contribuindo com a interação e disseminação de estudos e pesquisas sobre a área, bem como na discussão do tema: ensino de Biblioteconomia. Mesmo não sendo um órgão voltado à formação de bibliotecário (ensino de Biblioteconomia), mas sim um órgão de classe voltado aos anseios do profissional, a FEBAB contribuiu ao longo dos anos com o ensino.

Os demais órgãos de classe como o CFB, CRB e as associações de bibliotecários não são abordadas neste trabalho, pois são órgãos de classe mais voltados ao mercado de trabalho e à fiscalização e à aplicação das leis do bibliotecário.

Já o IBICT foi pioneiro na implantação do curso de especialização e do mestrado em Ciência da Informação, bem como na criação do periódico “Ciência da Informação”. Mas suas contribuições não se restringem a isso. Seus produtos e serviços munidos de tecnologias da informação e da comunicação contribuem para o desenvolvimento da ciência e tecnologia nas áreas da informação no Brasil.

Por outro lado, a ABEBD/ABECIN é uma instituição voltada aos anseios da comunidade acadêmica, direcionada ao ensino de Biblioteconomia que teve forte participação na conquista do CM de 1982 e nas Diretrizes Curriculares de 2001. É uma instituição de fomento à pesquisa e ao conhecimento dos meios de ensino em seus aspectos filosóficos, históricos, políticos, sociais, econômicos e pedagógicos.

O papel e atuação dessas instituições serão apresentados de maneira mais detalhada a seguir.