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CAPÍTULO 5 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.2. Tecnologias aplicadas à educação

A velocidade na produção e circulação de informações faz com que as pessoas saiam em constante busca de conhecimento para suprir as necessidades de conhecimento. Não é possível, no atual contexto social, ficar à parte do mundo tecnológico, pois a tecnologia está presente em todas as ações das pessoas.

As notícias são divulgadas pelos mais diversos meios de comunicação. Do bilhete no quadro mural ao twitter, blogs, internet, as pessoas recebem constantemente informações. Milhares de mensagens em alta velocidade são trocadas diariamente. Negócios, trabalhos e relacionamentos são realizados pelo celular e pelo computador em tempo real.

―A inovação tecnológica repousa, portanto, na questão da inovação pedagógica, que está no centro das resistências dos atores‖ (ALAVA, 2002, p. 20).

A tecnologia permite o compartilhamento de informações, a colaboração entre as pessoas por meio de redes de relacionamento, a integração de mídias, o estreitamento das relações de trabalho, estudo, aprendizagem, cidadania.

O processo educacional, influenciado pelas tecnologias, deixa de ser estático, parado. É possível fazer do conteúdo um organismo vivo, pois de um ponto de partida, os alunos podem criar e desenvolver novos conceitos. O aluno tem liberdade para dialogar, discutir, lutar por seus desejos. Os meios tecnológicos estão favorecendo o aprendizado ao longo da vida, possibilitando que o aluno seja autor de sua própria aprendizagem. Como diz Alava:

71 [...] o ciberespaço é concebido e estruturado de modo a ser, antes de tudo, um espaço social de comunicação e de trabalho em grupo. Portanto, o saber já não é mais o produto pré-construído e ―midiaticamente‖ difundido, mas o resultado de um trabalho de construção individual ou coletivo a partir de informações ou de situações midiaticamente concebidas para oferecer ao aluno ou ao estudante oportunidades de mediação (ALAVA, 2002, p. 14).

As tecnologias estão a serviço da aprendizagem e construção do conhecimento. Os seres humanos que possuem acesso e conseguem agir sobre elas, transformando-as ou trazendo-as para seu benefício, contribuem para um novo contexto social.

No início da história do ser humano, os conhecimentos eram transmitidos pela oralidade. Depois vieram o desenho e a escrita. No atual momento, ele está sendo mediado também pelas redes tecnológicas, mudando assim a maneira de ver, receber e utilizar a informação.

A educação pautada em modelos tradicionais rígidos, sem abertura para o novo, possui grandes desafios para permanecer no contexto educativo, pois o ritmo de vida que a sociedade impõe não condiz com uma educação tradicional, fragmentada, individualista, que se apoia na memorização.

Segundo Alava, ―O ciberespaço aumenta a margem de manobra dos aprendizes e exige uma modificação das dinâmicas de interação entre os formadores e aprendizes‖ (ALAVA, 2002, p. 16). A partir da influência tecnológica, os modelos educacionais passaram a valorizar a integração de recursos tecnológicos e o desenvolvimento de competências, integrando conhecimentos, respeitando o indivíduo. E o grupo passou a ter uma melhor aceitação perante a sociedade.

Kenski (2001) acredita que, ao pensar em novas metodologias de ensino mediadas pela tecnologia, é preciso acrescentar dimensões que trabalhem com os sentimentos e as percepções para facilitar a aprendizagem, pois são meios importantes de estímulo no processo de ensino-aprendizagem.

A aprendizagem por meio da tecnologia precisa trazer informações e conhecimentos de forma a mesclar sonhos e realidade, o lógico e o lúdico, a precisão e a espontaneidade, o passado, o presente e o futuro. O indivíduo precisa ir além do conhecimento operacional que a tecnologia oferece, interagindo, se

72 envolvendo com ela e sobre ela. Como diz Kenski: ―A ação docente mediada pelas tecnologias digitais requer outra maneira de fazer educação‖ (KENSKI, 2001, p. 81).

De acordo com Alava, ― novas ferramentas para velhas idéias: o aparecimento das tecnologias da informação e da comunicação pode ser a alavanca de inovações pedagógicas a serviço da construção de saberes‖ (ALAVA, 2002, p. 14). Assim, entre as novas práticas educacionais, a educação a distância e o uso de mídias audiovisuais se caracterizam como ferramentas a serviço da aprendizagem que permitem a interação e a troca de informações entre os atores do processo.

Diferentes tecnologias precisam ser integradas e levadas para o ensino, pois a sociedade solicita essa inovação no meio escolar. Conforme Maria Elizabeth de Almeida:

[...] a mídia audiovisual invade a sala de aula. A linguagem produzida

na integração entre imagens, movimentos e sons atrai e toma conta das gerações mais jovens, cuja comunicação resulta do encontro entre palavras, gestos e movimentos, distanciando-se do gênero do livro didático, da linearidade das atividades da sala de aula e rotina escolar (ALMEIDA, Maria E. In: VALENTE; ALMEIDA, E. B. , 2007, p. 161).

É importante ressaltar que, ao integrar a tecnologia ao meio educacional, tanto na modalidade presencial como a distância, os professores precisam montar um planejamento e estudo prévio de como aplicar este recurso, para que os alunos entendam o processo e deem um novo contexto ao ensino.

Almeida argumenta que as tecnologias terão grande importância na escola se seu uso for provocado por questões filosóficas e éticas, mas, independente disso, o educador precisa dominar essas tecnologias. ―O ‗saber como‘ é fundamental para a evolução, mas o ‗saber por que‘ é a base da continuidade da verdade, da justiça e da felicidade – objetivos últimos da escola‖ (ALMEIDA, F. J., 2009, p. 181).

Na era digital, o saber se desloca rapidamente até o aprendiz. Não importa o lugar onde ele está, as informações serão levadas até ele por uma tecnologia. Quando se pensa no desafio de levar a tecnologia para o meio educacional, é necessário ampliar a visão e enxergar o sistema educacional como um todo, pois uma parte do processo interfere na outra e as engrenagens precisam funcionar em sintonia para o sucesso educacional.

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