• Nenhum resultado encontrado

Tectônica de Placas e Estruturas Geológicas

4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

4.2 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DE CONTEÚDOS GEOLÓGICOS EM

4.2.4 Tectônica de Placas e Estruturas Geológicas

Quanto ao conteúdo “Tectônica de Placas” e “Estruturas Geológicas” 27, sua importância parece não ter sensibilizado, ainda, os educadores no que diz respeito à Geologia. A ocorrência de terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis, com uma infinidade de vítimas e prejuízos materiais, deveria constituir um incentivo para que esses conteúdos fossem trabalhados de forma mais intensiva, na formação do licenciando em Geografia.

O contato com esse conteúdo propicia o entendimento sobre a ação dos agentes internos (endógenos) formadores do relevo bem como sobre seu modelado e as transformações que sofre. A origem das cadeias de montanhas, os riscos de se viver em áreas tectonicamente instáveis, as diferentes tecnologias empregadas para enfrentá-los e as diferentes formas de ocupação humana em áreas sujeitas a terremotos, como a Indonésia e o Japão, são compreendidos com a apreensão desse conteúdo.

O conteúdo pode auxiliar o licenciando em Geografia nas seguintes disciplinas: Geomorfologia, Geografia dos Solos, Biogeografia, Climatologia, Hidrogeografia, Espaço Geográfico Mundial, Brasileiro e Paranaense.

4.2.4.1 Geomorfologia

A disciplina Geomorfologia, ao estudar a origem, a forma e processos formadores do relevo, utiliza-se da teoria da “Tectônica de Placas”, uma vez que esta situa e articula a influência dos agentes internos do relevo, tais como: vulcanismo, terremotos, orogênese e epirogênese.

4.2.4.2 Geografia dos solos

27

O conteúdo ”Estruturas Geológicas” é considerado integrante do conteúdo “Tectônica de Placas”, pois as principais estruturas geológicas como “falhas” e “dobras” são resultantes, principalmente, do movimento das placas tectônicas.

Ao trabalhar os solos do estado do Paraná, a disciplina Geografia dos Solos pode apoiar- se na teoria da Tectônica de Placas para explicar a origem das rochas vulcânicas que, mediante intemperismo, formaram o solo conhecido por “terra roxa”.

4.2.4.3 Biogeografia

A teoria da Tectônica de Placas auxilia o licenciando em Geografia a compreender a distribuição dos seres vivos no planeta. Por exemplo, a ocorrência de determinadas espécies de animais em regiões distantes, como a ema, no Brasil, a avestruz, na África, e o emu, na Austrália, todos com um ancestral comum, bem como a extinção de algumas espécies vinculada aos acontecimentos oriundos do movimento das placas tectônicas.

4.2.4.4 Climatologia

Na disciplina de “Climatologia”, o licenciando constata evidências de que os continentes nem sempre estiveram em sua posição atual porque muitas mudanças climáticas no planeta são explicadas pelo movimento das placas tectônicas. Tome-se como exemplo a ocorrência de depósitos glaciais no país como os varvitos, na região de Itu, no Estado de São Paulo; a ocorrência pretérita de desertos no sul do Brasil, revelada pelo arenito Botucatu; o próprio clima atual, em determinadas regiões do país, condicionado ao relevo.

4.2.4.5 Hidrogeografia

O estudo do conteúdo “Tectônica de Placas” possibilita a compreensão de que a disposição das bacias hidrográficas e dos canais fluviais, muitas vezes, recebe forte influência do controle tectônico. Diversos rios brasileiros, como o rio Paraná e o rio Iguaçu, têm seu curso controlado por grandes falhamentos tectônicos. O conhecimento desse fato faz com que se compreenda que é possível identificar as bacias hidrográficas, a partir da observação de uma carta

topográfica. A disposição dos cursos de água não é aleatória, mas condicionada por fatores litológicos e tectônicos.

4.2.4.6 Espaço Geográfico Brasileiro

A Teoria da Tectônica de Placas permite explicar a estabilidade tectônica atual do território brasileiro, seu solo, clima, recursos minerais e a consequente influência desses fatores na ocupação do espaço, pelo homem.

4.2.4.7 Espaço Geográfico Mundial

Com referência ao espaço mundial, é possível compreender as razões da forma como as diversas sociedades ocupam seus espaços: a adaptação a ambientes tectonicamente frágeis, os riscos, os avanços tecnológicos para enfrentá-los. Por exemplo, conhecer as regiões tectonicamente instáveis e como agir quando estiver nesses locais. Exemplos simples, como a escolha de um hotel na cidade do México, entre uma área afastada de grandes aglomerações populacionais ou uma área no centro da cidade; ao se deparar com o abalo sísmico, situar-se abaixo de vigas, que são mais resistentes; a própria escolha dos suportes de lâmpadas, nessas áreas, pode fazer a diferença entre a vida e a morte, quando da ocorrência de um terremoto. Mais uma vez, o conhecimento geológico vem ao encontro de um conhecimento com uma visão integrada da Geografia. A socialização desse conhecimento pode ser fundamental, na qualidade de vida das populações, em especial das mais carentes.

4.2.4.8 Espaço Geográfico Paranaense

O estudo da teoria da Tectônica de Placas possibilita a compreensão da estabilidade tectônica atual do território paranaense, seus recursos minerais, seu solo, clima e ocupação pelo homem.

A figura 4.5 resume as interligações do conteúdo “Tectônica de Placas” e seu desdobramento em disciplinas do curso de Geografia.

Figura 4.5 – O conteúdo “Tectônica de Placas” e seu desdobramento no curso de Geografia

GEOLOGIA INTRODUTÓRIA

• Tectônica de Placas e Estruturas Geológicas

GEOMORFOLOGIA

• Agentes internos do relevo

GEOGRAFIA DOS SOLOS

• A relação da formação do solo com o movimento das placas tectônicas

BIOGEOGRAFIA

• A distribuição dos seres vivos no planeta

CLIMATOLOGIA

• As mudanças climáticas e a Tectônica de Placas

HIDROGEOGRAFIA

• O controle tectônico nas bacias hidrográficas e nos canais fluviais.

ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO

•A ocupação humana e relação com o movimento das placas tectônicas

ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL

• A ocupação humana e relação com o movimento das placas tectônicas

ESPAÇO GEOGRÁFICO PARANAENSE

• A ocupação humana e relação com o movimento das placas tectônicas