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Tema/ Levantamento Bibliográfico

No documento CONIC-SEMESP (páginas 37-39)

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

1.2. Tema/ Levantamento Bibliográfico

A partir do nascimento a criança passa a ser inserida em uma relação com outros indivíduos. Ela precisa que as suas necessidades sejam atendidas pelos adultos, afim de suprir as suas necessidades imediatas e os seus comandos auditivos e visuais, ainda não estão desenvolvidos completamente. O adulto exerce um papel de mediador com a criança, e é de extrema importância o fortalecimento desta relação, para os primeiros contatos sensoriais do bebê, que deve ser cada vez mais explorado, para que tenha um positivo desenvolvimento emocional e físico neste período da vida.

Aprendendo a se relacionar com o outro, por meio de seus sentidos, a criança se depara com a percepção, em seu primeiro ano de vida. Ela possibilita um melhor desenvolvimento em suas capacidades práticas, da sua personalidade e seu intelecto (Leontiev, 2010). O bebê jamais deixa de se comunicar com o adulto, expressa as suas necessidades através de seu choro, sorriso ou gestos, como a forma como estendem seus braços, em direção ao que é desejado no momento. Ao notá-los e ao atender as suas necessidades, estamos tendo um contato afetivo positivo, e logo podemos notar as suas emoções, como a viva satisfação em atendermos os seus desejos.

Sendo assim, o bebê cria a necessidade de novas interações com o meio. E opera a fase sensório-motora, em que o bebê atua sobre os objetos que se encontram em sua volta, interagindo com o seu mediador, que é o adulto. Essa interação amplia o desenvolvimento do bebê e também é capaz de criar um laço

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afetivo com o seu mediador. Cada vez é mais importante a relação criada pelo bebê com o seu mediador, referente ao ambiente, isso ajuda a impulsionar o desenvolvimento, como também temos no exemplo do trabalho educativo, de bebês que estão em berçários sendo educados e cuidados por professores (Brasil, 2009a, 2009b).

Pelo período de um a três anos de idade aproximadamente, a criança começa a ter um melhor desenvolvimento das funções psicológicas superiores, ela passa a se colocar em uma posição de sujeito. Diante da atitude do adulto de tentar distrair a criança, com ações que antes funcionavam, como colocar um desenho de sua preferência, rodear de brinquedos preferidos, a criança passa a usar a sua memória, e pensar por imagens, e logo ela não quer mais qualquer objeto que te ofereçam, ela quer o que pode motivar o seu comportamento, isso chamamos de representações motivantes (Bozhovich,1987), a criança agora não pensa apenas por intermédio de seu mediador, e sim por seus pensamentos por imagens.

Um processo central neste desenvolvimento é quando a criança é capaz perceber a realização de suas ações. O seu mediador passa a ser o seu companheiro, para a realização de suas ações sobre o meio e com isso, passa a ser o seu modelo de ações. Temos o que Vygotski (1932/2013b) nomeia de um “quase jogo”, a criança não é capaz de representar simbolicamente o papel do adulto, ao contrário da brincadeira faz-de-conta, que a criança consegue imita as ações do adulto no decorrer de suas brincadeiras.

Um pouco antes de seus três anos de idade, a criança tem uma nova etapa, que é a linguagem oral. Como podemos ver em Vygotski (1934/2001), a criança passa a adquirir palavras de características próprias, frases e palavras, que ajudam na sua comunicação com o meio. Nessa etapa é importante a valorização da sua linguagem oral, para abrir novas etapas para o seu processo de desenvolvimento, como o pensamento verbal, podendo estimular a conversa com a criança e estar atento ao que ela pode te transmitir, através de seus pensamentos, e reproduzir pela sua fala oral Vygotski (1935/2010).

A relação da criança com o meio, passa a ser cada vez mais abrangente, suas representações com relação aos objetos, pessoas e fatos (Mello, 2010). Ela passa a ser capaz de ter um envolvimento de emoções e de motivações de seus comportamentos, através de uma compreensão do meio.

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muito importante para a sua personalidade, o momento dos jogos e atividades lúdicas (Bissoli, 2005). Ela tem a descoberta de si mesma, no que interfere em uma grande transformação da sua personalidade. Nesse sentido, passa a se referir como “eu”, ou como nomeava Bozhovich (1987, p. 261), “sistema eu”, sendo capaz de realizar as suas atividades, sem o auxílio do adulto, que até então era o seu companheiro para as realizações de suas ações. A criança encontra-se, em uma etapa de autonomia, portanto, passando a exercer atividades como tomar o seu banho, comer, vestir-se. É importante que nesta nova fase, os pais as deixem vivenciar esta etapa de forma incentivadora, para que possam motivar a sua autonomia, ao concretizar atividades no que lhe é permitido, assumindo novos papéis com a sua relação com o meio (Leontiev, 2010).

Por meio de suas brincadeiras, ela representa atividades atuadas por eles, mostrando a sua compreensão diante as coisas em sua volta. Com os jogos e a sua maneira de interagir, ela é capaz se assimilar regras e valores sociais, o que contribui para o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo (Gomes, 2008).

Todas as atividades se tornam cada vez mais importantes para o desenvolvimento da personalidade infantil (Zaporóshetz, 1987), e ajudam no fortalecimento para o seu processo de escolarização. A criança passa a imitar ainda mais o papel dos adultos na sociedade, e sente por muitas vezes um interesse por se mostrar dominante da situação. Nesse contexto, o ambiente escolar passa ser um lugar privilegiado, em que se inicia uma nova situação de desenvolvimento, em que são valorizadas pelos adultos em que ali se encontram. O ambiente escolar propicia novas transformações da sua personalidade no decorrer do tempo, alterando seus pensamentos, que passam a se expressar de uma forma cada vez mais aguçada, além de contribuir para o desenvolvimento com uma forma de agir articulando a certos objetivos, e com a capacidade de argumentar. Tudo se encontra já no seu momento de escolarização, em que os professores têm um papel de suma importância no desenvolvimento dessas crianças (Bozhovich, 1981, 197; Elkonin, 1987).

No documento CONIC-SEMESP (páginas 37-39)

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