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TÍTULO: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS SOBRE O PAPEL DA MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: Psicologia SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): THAIS ZACO ANDRADE AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANA KARINA AMORIM CHECCHIA ORIENTADOR(ES):

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UNIVERSIDADE PAULISTA

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

Pesquisa Financiada pela Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

da UNIP, no Programa “Iniciação Científica”.

É proibida a reprodução total ou parcial.

CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E

PSICÓLOGOS SOBRE O PAPEL DA

MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Thais Zaco Andrade

Profa Dra Ana Karina Amorim Checchia

2018

10º

São Paulo - SP

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CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS SOBRE O

PAPEL DA MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Thais Zaco Andrade

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

O desenvolvimento humano consiste em um processo subjetivo que se constitui social e historicamente. O desenvolvimento infantil interfere no que a criança é capaz de interiorizar, por meio de suas experiências, para construção de si mesma e, nessa perspectiva, o contexto sócio-histórico em que a criança está inserida é atravessado por mediações que apresentam fundamental importância para seu desenvolvimento. Diante disso, este estudo embasado na Psicologia Histórico-Cultural objetivou investigar a concepção de professores e psicólogos

sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança, bem como compreender de que forma as concepções de professores e psicólogos interferem em suas ações como mediadores no contexto escolar. Para tanto, foram entrevistados dois

professores de Educação Infantil (de uma escola privada e uma pública na zona sul de São Paulo) e dois psicólogos pesquisadores em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar, totalizando quatro entrevistas semi-dirigidas. Identificamos que os psicólogos concebem a mediação como a internalização de signos ou do conhecimento, considerando que o psicólogo deve contribuir para tal internalização; e os professores enfatizam que mediar é propiciar que a informação se transforme em conhecimento e que devem despertar o desejo de aprender. Ressignificamos, portanto, a hipótese inicial de que a mediação seria uma intervenção realizada por professores e psicólogos, tidos como principais mediadores, pois a análise do material propiciou a compreensão de que os mediadores não são tais profissionais, mas sim, os signos ou conhecimento internalizado; assim, ambos trabalham visando contribuir para a aprendizagem, como uma ponte entre o conhecimento e a criança.

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ABSTRACT

Human development consists of a subjective process that is socially and historically constituted. Child development interferes with what the child is able to internalize, through their experiences, to construct oneself and, in this perspective, the socio-historical context in which the child is inserted is crossed by mediations that present fundamental importance to his development. Therefore, this study based on Historical-Cultural Psychology aims to investigate the conception of teachers and psychologists on the role of mediation in the development of the child, as well as understand how the conceptions of teachers and psychologists interfere in their actions as mediators in the school context . To that end, two teachers of Early Childhood Education (from a private school and a public school in the south of São Paulo) and two research psychologists in Developmental Psychology and School were interviewed, totalizing four semi-directed interviews. We identify that psychologists conceive of mediation as the internalization of signs or knowledge, considering that the psychologist should contribute to such internalization; and teachers emphasize that mediating is enabling information to become knowledge and that it should arouse the desire to learn. We therefore reassigned the initial hypothesis that mediation would be an intervention performed by teachers and psychologists, considered as main mediators, since the analysis of the material provided an understanding that mediators are not such professionals, but rather the signs or internalized knowledge ; thus, both work to contribute to learning as a bridge between knowledge and the child.

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SUMÁRIO 1. Introdução ... Pág. 5 1.1 Apresentação... Pág. 5 1.2 Tema/Levantamento Bibliográfico ... Pág. 5 1.3 Objetivo Geral ... Pág. 7 1.4 Objetivo Específico ... Pág. 8 1.5 Hipóteses ... Pág. 8 1.6 Justificativa ... Pág. 8 2. Métodos ... Pág. 9 2.1 Sujeitos/Local ... Pág. 9 2.2 Instrumentos ... Pág. 9 2.3 Aparatos da Pesquisa ... Pág. 9 2.4 Procedimentos para a coleta de dados ... Pág. 9 2.5. Procedimento para análise de dados ... Pág. 10 2.6 Ressalvas Éticas ... Pág. 11 3. Resultados

3.1 Definição sobre desenvolvimento infantil, na concepção das psicólogas entrevistadas...Pág. 13 3.2 Concepção teórica das psicólogas ... Pág. 14 3.3 O papel do psicólogo como mediador ... Pág. 14 3.4 A contribuição do psicólogo para a mediação no processo de escolarização ... Pág. 16 3.5 Estratégias do psicólogo diante das dificuldades na escolarização ...Pág. 16 3.6 Dificuldades no processo de escolarização, na concepção das professoras entrevistadas...Pág. 17 3.7 A relação dos pais, diante das dificuldades no processo escolar....Pág. 17 3.8 O professor como mediador no processo de escolarização...Pág. 18 3.9 O psicólogo como parceiro no processo escolar...Pág. 19 4. Discussão...Pág. 21 5. Considerações Finais ... ....Pág. 27 6. Referências Bibliográficas...Pág.28 7. Apêndice ... ....Pág. 30 8. Anexo ... ....Pág. 31

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Apresentação

Este projeto refere-se a uma pesquisa de Iniciação Científica vinculada do GECOMP – GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ESCOLA, COMUNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS da UNIP – Universidade Paulista, Campus Paraíso.

Neste projeto, foi abordado o tema da relevância da mediação no desenvolvimento infantil, para tanto, investigamos a concepção de professores e psicólogos sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança.

1.2. Tema/ Levantamento Bibliográfico

A partir do nascimento a criança passa a ser inserida em uma relação com outros indivíduos. Ela precisa que as suas necessidades sejam atendidas pelos adultos, afim de suprir as suas necessidades imediatas e os seus comandos auditivos e visuais, ainda não estão desenvolvidos completamente. O adulto exerce um papel de mediador com a criança, e é de extrema importância o fortalecimento desta relação, para os primeiros contatos sensoriais do bebê, que deve ser cada vez mais explorado, para que tenha um positivo desenvolvimento emocional e físico neste período da vida.

Aprendendo a se relacionar com o outro, por meio de seus sentidos, a criança se depara com a percepção, em seu primeiro ano de vida. Ela possibilita um melhor desenvolvimento em suas capacidades práticas, da sua personalidade e seu intelecto (Leontiev, 2010). O bebê jamais deixa de se comunicar com o adulto, expressa as suas necessidades através de seu choro, sorriso ou gestos, como a forma como estendem seus braços, em direção ao que é desejado no momento. Ao notá-los e ao atender as suas necessidades, estamos tendo um contato afetivo positivo, e logo podemos notar as suas emoções, como a viva satisfação em atendermos os seus desejos.

Sendo assim, o bebê cria a necessidade de novas interações com o meio. E opera a fase sensório-motora, em que o bebê atua sobre os objetos que se encontram em sua volta, interagindo com o seu mediador, que é o adulto. Essa

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interação amplia o desenvolvimento do bebê e também é capaz de criar um laço afetivo com o seu mediador. Cada vez é mais importante a relação criada pelo bebê com o seu mediador, referente ao ambiente, isso ajuda a impulsionar o desenvolvimento, como também temos no exemplo do trabalho educativo, de bebês que estão em berçários sendo educados e cuidados por professores (Brasil, 2009a, 2009b).

Pelo período de um a três anos de idade aproximadamente, a criança começa a ter um melhor desenvolvimento das funções psicológicas superiores, ela passa a se colocar em uma posição de sujeito. Diante da atitude do adulto de tentar distrair a criança, com ações que antes funcionavam, como colocar um desenho de sua preferência, rodear de brinquedos preferidos, a criança passa a usar a sua memória, e pensar por imagens, e logo ela não quer mais qualquer objeto que te ofereçam, ela quer o que pode motivar o seu comportamento, isso chamamos de representações motivantes (Bozhovich,1987), a criança agora não pensa apenas por intermédio de seu mediador, e sim por seus pensamentos por imagens.

Um processo central neste desenvolvimento é quando a criança é capaz perceber a realização de suas ações. O seu mediador passa a ser o seu companheiro, para a realização de suas ações sobre o meio e com isso, passa a ser o seu modelo de ações. Temos o que Vygotski (1932/2013b) nomeia de um “quase jogo”, a criança não é capaz de representar simbolicamente o papel do adulto, ao contrário da brincadeira faz-de-conta, que a criança consegue imita as ações do adulto no decorrer de suas brincadeiras.

Um pouco antes de seus três anos de idade, a criança tem uma nova etapa, que é a linguagem oral. Como podemos ver em Vygotski (1934/2001), a criança passa a adquirir palavras de características próprias, frases e palavras, que ajudam na sua comunicação com o meio. Nessa etapa é importante a valorização da sua linguagem oral, para abrir novas etapas para o seu processo de desenvolvimento, como o pensamento verbal, podendo estimular a conversa com a criança e estar atento ao que ela pode te transmitir, através de seus pensamentos, e reproduzir pela sua fala oral Vygotski (1935/2010).

A relação da criança com o meio, passa a ser cada vez mais abrangente, suas representações com relação aos objetos, pessoas e fatos (Mello, 2010). Ela passa a ser capaz de ter um envolvimento de emoções e de motivações de seus

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comportamentos, através de uma compreensão do meio.

Na idade de três a seis anos de idade, a criança inicia um desenvolvimento muito importante para a sua personalidade, o momento dos jogos e atividades lúdicas (Bissoli, 2005). Ela tem a descoberta de si mesma, no que interfere em uma grande transformação da sua personalidade. Nesse sentido, passa a se referir como “eu”, ou como nomeava Bozhovich (1987, p. 261), “sistema eu”, sendo capaz de realizar as suas atividades, sem o auxílio do adulto, que até então era o seu companheiro para as realizações de suas ações. A criança encontra-se, em uma etapa de autonomia, portanto, passando a exercer atividades como tomar o seu banho, comer, vestir-se. É importante que nesta nova fase, os pais as deixem vivenciar esta etapa de forma incentivadora, para que possam motivar a sua autonomia, ao concretizar atividades no que lhe é permitido, assumindo novos papéis com a sua relação com o meio (Leontiev, 2010).

Por meio de suas brincadeiras, ela representa atividades atuadas por eles, mostrando a sua compreensão diante as coisas em sua volta. Com os jogos e a sua maneira de interagir, ela é capaz se assimilar regras e valores sociais, o que contribui para o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo (Gomes, 2008).

Todas as atividades se tornam cada vez mais importantes para o desenvolvimento da personalidade infantil (Zaporóshetz, 1987), e ajudam no fortalecimento para o seu processo de escolarização. A criança passa a imitar ainda mais o papel dos adultos na sociedade, e sente por muitas vezes um interesse por se mostrar dominante da situação. Nesse contexto, o ambiente escolar passa ser um lugar privilegiado, em que se inicia uma nova situação de desenvolvimento, em que são valorizadas pelos adultos em que ali se encontram. O ambiente escolar propicia novas transformações da sua personalidade no decorrer do tempo, alterando seus pensamentos, que passam a se expressar de uma forma cada vez mais aguçada, além de contribuir para o desenvolvimento com uma forma de agir articulando a certos objetivos, e com a capacidade de argumentar. Tudo se encontra já no seu momento de escolarização, em que os professores têm um papel de suma importância no desenvolvimento dessas crianças (Bozhovich, 1981, 197; Elkonin, 1987).

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O objetivo geral desta pesquisa consistiu em investigar as concepções de

professores e psicólogos sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança.

1.4. Objetivos Específicos

 Compreender de que forma as concepções de professores sobre desenvolvimento infantil interferem em suas ações de mediadores na prática pedagógica.

 Compreender de que forma as teorias psicológicas utilizadas por psicólogos podem ser bons recursos enquanto mediadores para minimizar as dificuldades encontradas pelos alunos na infância no cotidiano da escola.

1.5. Hipóteses

Levantamos a hipótese de que tanto para professores quanto para psicólogos, a mediação tem como foco intermediar conflitos, buscando a solução, estimulando-os com procedimentos para a compreensão ao que é solicitado, criando vínculo de forma ética e conciliadora.

1.6. Justificativa

A pesquisa sobre o papel da mediação no processo de desenvolvimento psicológico na infância se justifica como pertinente na medida que trouxe como discussão as concepções epistemológicas sobre desenvolvimento e aprendizagem (Becker, s/d). Em uma perspectiva crítica em Psicologia Escolar houve questionamentos sobre concepções desenvolvimentistas como justificativa para os problemas de escolarização, uma vez que a compreensão da complexidade de elementos inexplicado na produção de problemas de escolarização, sem culpabilizar o individuo. Nessa medida, estudar sobre as concepções de professores e psicólogos sobre o desenvolvimento infantil permite compreender as ações de mediação utilizadas e os impactos nas mesmas sobre o processo de escolarização na segunda infância, favorecendo a construção de novos paradigmas nessa área.

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2. MÉTODO

2.1. Sujeitos/Local:

Foram entrevistados dois professores de Educação Infantil, sendo um que leciona em escola pública e outro em escola privada, ambas na zona sul da cidade de São Paulo e dois psicólogos que atuam como pesquisadores na área de Psicologia do Desenvolvimento ou Psicologia Escolar, totalizando quatro entrevistas.

Os psicólogos e professores foram entrevistados em locais públicos.

A amostra tratou-se de conveniência e os profissionais-participantes foram identificados a partir da rede de contados dos pesquisadores. Por se tratarem de profissionais-participantes que também atuam como autônomos e que atendem como psicólogos no âmbito de seus consultórios particulares, foi utilizado o formulário ‘intenção de pesquisa’, dirigido à Universidade Paulista, com a assinatura da Coordenadora Auxiliar do Curso de Psicologia (UNIP-Paraíso/SP) onde está locado com a aluna que participa desse processo de pesquisa.

2.2. Instrumentos:

Foram utilizados dois instrumentos: um roteiro de entrevista semi-dirigidas com 11 perguntas (Apêndice I), direcionadas aos professores, e outro roteiro de entrevista semi-dirigidas com 05 perguntas para entrevista com os psicólogos (Apêndice II). Os entrevistados foram referidos neste trabalho por meio de pseudônimos, em função do sigilo.

2.3. Aparatos de Pesquisa:

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2.4. Procedimentos para Coleta de Dados:

A pesquisadora entrou em contato com a escola, agendou dia e horário com o gestor, levou a carta de apresentação, por meio da qual explicitou os objetivos da pesquisa e os procedimentos utilizados, a fim de obter a realização das entrevistas semi-estruturadas no ambiente escolar. Explicitou a garantia do sigilo dos participantes bem como de suas instituições, além de se enfatizar o fato de que a qualquer momento seria concedida a sua desistência. Após a autorização foi agendado dia e horário com os professores para a realização das entrevistas semi-estruturadas, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi apresentado para leitura e assinatura antes do início da entrevista e a mesma foi gravada mediante a autorização dos participantes.

Da mesma forma, a pesquisadora entrou em contato com os psicólogos para apresentar os objetivos da pesquisa. Seguindo os procedimentos indicados acima o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi apresentado para leitura e assinatura antes do início da entrevista e a mesma foi gravada mediante a autorização dos participantes, deixando claro que o estudo é de caráter sigiloso e

que a qualquer momento seria concedida a sua desistência. Ao término do estudo os participantes obtiveram acesso ao texto final e a

pesquisadora ficou à disposição ao longo de todo o processo, caso os participantes desejassem entrar em contato.

2.5. Procedimentos para Análise de Dados:

O material obtido nesta pesquisa foi analisado com base na proposta de André (1983, p. 66-71), referente à “análise de prosa”, que consistiu em uma “forma de investigação do significado dos dados qualitativos” e possibilitou a obtenção de uma “visão profunda e multidimensional dos fenômenos”. A análise de prosa envolveu o levantamento de questões a respeito do conteúdo do material investigado, de modo a incluir mensagens explícitas ou implícitas presentes neste material. Neste processo, atentou-se para as mensagens e significações de seu conteúdo e para o contexto dos dados, bem como para o quadro teórico em que se situa o fenômeno estudado. Diante de tal análise, ao longo da pesquisa, “tópicos e

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temas foram sendo gerados a partir do exame dos dados e de sua contextualização no estudo”; estes temas foram frequentemente revistos e reformulados, com base nos princípios teóricos e pressupostos da investigação realizada (André, op. cit., p. 67).

2.6. Ressalvas Éticas:

Os procedimentos éticos desse estudo foram de acordo com a Resolução número 510, de 07 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde, que estabelece as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Da mesma forma, esse estudo foi orientado pela Resolução 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia que dispôs sobre a realização de pesquisa em Psicologia com seres humanos.

Nesse sentido, este estudo garantiu, aos sujeitos que dele participaram, os princípios éticos para a realização de pesquisas envolvendo seres humanos respondendo aos quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Todos os participantes tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE – para a realização da entrevista ou questionário ou observação. Esses procedimentos somente foram realizados após a leitura e assinatura do TCLE, garantindo assim a compreensão dos participantes sobre o estudo e a sua autorização na participação do mesmo.

Autonomia: todo o sujeito teve o direito de decidir se quer ou não participar de uma pesquisa, por isso o pesquisador antes da realização da pesquisa solicitou o consentimento por escrito de cada sujeito que dela participou, por meio da leitura, esclarecimento em linguagem acessível e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (anexo ao projeto).

Beneficência: a realização dessa pesquisa buscou garantir qualquer tipo de dano ou situação de risco à integridade física e psicológica dos sujeitos

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participantes. A proposta foi possibilitar benefícios aos sujeitos bem como garantir que seus interesses fossem atendidos.

Maleficência: o pesquisador buscou garantir um ambiente favorável à realização da pesquisa a fim de garantir que nenhum aspecto causa-se problemas aos participantes decorrentes da pesquisa. Da mesma forma, buscou garantir que caso ocorresse qualquer desconforto, a pesquisa seria interrompida e, imediatamente, seria colocado à disposição dos participantes apoio psicológico e clínico por meio de uma das clínicas/ambulatórios da Universidade Paulista – UNIP.

Justiça: a todos os participantes foram oferecidas as mesmas condições e cuidados éticos bem como acesso aos resultados do estudo.

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3. RESULTADOS

Com base no material obtido por meio da pesquisa de campo com os entrevistados, que foram referidos por meio de pseudônimos, foi possível identificar os seguintes temas centrais, que serão descritos a seguir.

3.1. Definição sobre desenvolvimento infantil, na concepção das psicólogas entrevistadas:

A psicóloga Helena considera que o desenvolvimento infantil trata-se de um processo cuja origem é social, sendo como um processo geral constituída, por meio da apropriação da própria cultura e evidenciando como suma importância neste processo os afetos, a relação com a linguagem, o desenvolvimento e a aprendizagem, concebendo o desenvolvimento da consciência humana. Desde então, criando aspectos do homem, que consiste em um reflexo da realidade, como a linguagem, transformando e objetivando em um ser humano universal e autônomo. Lembrando que ao executar atividades, o homem coloca em prática funções de finalidades que se estabelecem no contexto social, logo isso garante o progresso do desenvolvimento histórico e sua transformação de forma agregadora com o indivíduo.

A entrevistada enfatizou que o desenvolvimento cultural atrela-se a interação e comunicação com os outros, sendo que a natureza psíquica do individuo é representada pelo conjunto de suas relações sociais. Sendo que pode-se afirmar duas passagens encontradas nesta fase, a “função interpsicologizada”, que se dá o processo de relação com as crianças e o meio externo e a “função intrapsíquica”,

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que se dá o processo da atividade realizada pela própria criança. Essas passagens ocorrem por meio da interiorização que não ocorrem de forma imediata, porque implica na estruturação do processo como um todo e neste processo primordial o homem adquire novos conhecimentos podendo executá-los livremente.

Helena afirmou ainda, que a linguagem é um fator importante nesta fase, pois a mesma trabalha em conjunto com a comunicação e a apropriação de suas experiências. Sendo a comunicação um fator de extrema importância no processo educativo, a fim de permitir a elaboração de novos conceitos, a partir da tomada de consciência das contradições impostas.

Desta forma, enfatizou o desenvolvimento como um processo gradativo, de forma progressiva trazendo construção de outras novas experiências do ser humano ao longo do tempo.

Assim como Helena, Maria também descreveu da seguinte maneira, que o desenvolvimento infantil é um processo revolucionário, sendo os processos culturais que são históricos, pois a cultura é fruto da história, e a mesma possibilita alcançar tal desenvolvimento. Enfatizou que não há uma cisão entre o cultural e o biológico, porque entende que o desenvolvimento é uma interação dialética, sendo a cultura atrelada ao biológico, logo ambas se completam neste processo.

Sendo assim, a partir da possibilidade de interação dos processos culturais, que envolve transformações revolucionárias, com aspectos biológicos, constitui-se o desenvolvimento infantil, que acredita ser o processo de tornar-se humano. Desta forma relatou o quão importante é cuidar de forma gradativa dessas interações, para que sejam desenvolvedoras, a fim desse ser humano alcançar o máximo potencial possível.

3.2. Concepção teórica das psicólogas:

Ambas as psicólogas entrevistadas, utilizam como referência para a sua atuação profissional, a Teoria Histórico-Cultural, que consiste em um método filosófico de análise da sociedade, sob um ponto de vista histórico e econômico, originalmente elaborada por Karl Marx (1818-1883), expressa pelo materialismo no histórico dialético.

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3.3. O papel do psicólogo como mediador:

A psicóloga Helena considera que o psicólogo faz a psicologia acontecer na escola atuando possivelmente para retirar o total foco da criança e do professor, de modo a potencializar e não expor fracassos ocorridos de maneira destrutiva. Desse modo, a psicologia justifica espaços institucionais ao psicólogo, que atuam como psicólogo escolar enfatizando que o objeto social da psicologia são as leis do psiquismo e, a condição de trabalho é o processo pedagógico.

A psicóloga Maria acredita que o psicólogo e o professor não são mediadores e para tal justificar esta afirmação, citou um exemplo, descrito de forma hipotética para que possamos imaginar uma situação: Um etnólogo quer estudar uma determinada floresta, no entanto ele não possui acesso para a mesma, para isso será necessário que construa uma ponte. Desta forma a ponte estará entre a floresta e o etnólogo, no entanto a ponte não é apenas a única existência no meio dos dois e, sim os processos que contribuem para sua construção. Para a ponte ser construída será necessário um conjunto de diversos materiais.

Em relação ao exemplo que foi mencionado anteriormente, Maria enfatiza que não existe o conhecimento em si, o conhecimento está acumulado em seres humanos. Desta forma o que está entre o aluno e o professor, será o conhecimento, que exerce a função de mediação. E trazendo para a prática da Psicologia ao invés de conhecimento, podemos substituir por signos, sendo que conhecimento é o conjunto de signos. Sendo assim, explica que o que está entre o paciente ou o aluno, psicólogo ou o professor, é o conjunto de signos, com a finalidade de mediação. Voltando ao exemplo mencionado, o aluno ou o paciente, podem estar ambos na ponta inicial desta ponte, na qual a sua mediação se encontra ao meio, sendo essa mediação os signos; portanto, se esse individuo não internalizar os signos, as transformações não ocorreram com o mesmo.

Maria considera que a internalização dos signos é um processo que o individuo não consegue realizar sozinho, pois o mesmo necessita que os signos sejam disponíveis e o afetem. Como no processo de mediação, o psicólogo ou o professor, acreditam que o signo deve ser inserido no psiquismo. A entrevistada citou outro exemplo, sobre quem alimenta o bebê, no qual traz uma grande

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ampliação sobre a mediação, deixando claro, que quem alimenta o psiquismo são os conhecimentos.

“Se formos pensar na alimentação do bebê. Quem alimenta o organismo do bebê? O adulto ou o alimento? O alimento! Porém a comida não aparece na frente do bebê do nada, ele precisa que um ser humano mais desenvolvido

prepare”. (Trecho da Entrevista realizada com Maria).

Desta forma mostrando que quem organiza e disponibiliza esse conjunto de signos e cuida para que sejam internalizados é o ser humano mais desenvolvido, no caso para o tema abordado, será o psicólogo ou o professor.

3.4. A contribuição do psicólogo para a mediação no processo de escolarização:

A psicóloga Helena considera que a aprendizagem é a atividade primordial, que garante o processo de humanização, que possibilita seu processo de desenvolvimento, obtendo a linguagem, consciência e emoções como suporte mediador para tal ação. Desta forma também enfatiza com suma importância, compreender a queixa, de maneira isenta de análise, resgatando a essência do que se foi apresentado, e desde então entender a demanda, para então haver uma ação conjunta.

Já para a psicóloga Maria o que acha eficaz é o trabalho em grupo, além de uma conversa individual com um professor, no entanto enfatiza que acaba sendo mais enriquecedora a dinâmica das estratégias de grupos, considerando o grupo de utilizarem signos como artifícios da mediação, de modo a contribuir na avaliação para a internalização dos mesmo, no processo em que precisam ser inseridos.

3.5. Estratégias do psicólogo diante das dificuldades na escolarização:

Para a psicóloga Helena devemos buscar em conjunto acontecimentos que produziram a demanda, e investigar as possibilidades de superação, diante do que se é apresentado, realizando um trabalho coletivo, observando as atividades das crianças, com aspectos relacionados à sua queixa. Sendo assim, o psicólogo utiliza algumas práticas como estratégias para tais intervenções sobre o que é

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apresentado, como dinâmicas, que permitem que ultrapassem os limites individuais, como leituras e discussões, trabalho com grupo de crianças, enfatizando o conhecimento de cada um diante do coletivo, como grupo de pais, para serem abordados diferentes temas de modo a emergir em significações positivas, ou grupos de professores, de a modo a colocar o serviço da psicologia à serviço da pedagogia, além de visitas domiciliares e ao bairro, a fim de investigar a dinâmica familiar e compreender as relações atreladas ao bairro onde vive. Desta forma o psicólogo propicia a transformação de maneira significativa de todo esse conjunto, como resultado geral de investigação e intervenção.

Já a psicóloga Maria enfatiza a importância da visita na escola, pois acredita que é na escola que encontramos contradições sobre a queixa que é apresentada. É necessário ir à escola, e observar a postura da criança por um tempo significativo, de modo a ver como ela se comporta no meio escolar e a sua interação com os demais. Destaca também, a relevância de atividades em grupo, pois acredita ser uma fonte riquíssima de conhecimento, de modo a avaliar as contradições com o contexto escolar.

3.6. Dificuldades no processo de escolarização, na concepção das professoras entrevistadas:

A professora Joana que leciona em escola particular, enfatizou que as crianças apresentam dificuldades no processo de escolarização. Sendo essas dificuldades porque alunos do 1º ano do ensino fundamental, ainda são muito dependentes dos pais, apresentam dificuldades de socialização com os colegas, respeitar regras, questões emocionais, como até mesmo dificuldades de aprendizagem, sendo que alguns alunos chegam reconhecendo as letras, no entanto outras não. Desta forma trabalha com a diversidade, a modo de todos serem atendidos de forma atenciosa por parte do professor, tento um olhar a fim de ajudar as crianças.

Para a professora Elizabete que leciona em escola pública, relatou que as dificuldades no processo de escolarização, encontram-se por diversos motivos, desde aprendizagem como a ausência da família, que não participa da vida escolar da criança. Disse trabalhar em relação a aprendizagem, visando o que o aluno já

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sabe e o que ele precisa aprender, dentro dos seus limites, para que possa ter um significado para a criança. E sobre questões familiares gosta de conversar com os pais, pois a criança reflete em sala de aula, o que está vivenciando fora desse contexto.

3.7. A relação dos pais, diante das dificuldades no processo escolar:

Para a professora Joana, os pais demonstram serem muito ansiosos em relação ao lado pedagógico dos filhos. Querem ver a criança lendo e escrevendo, logo passam ansiedade para a criança, quando as mesmas dizem que também querem ler e escrever, quando observam um colega realizando tais tarefas, de forma em que se comparam e, acaba por confundir a criança. Então relatou que tenta passar segurança para esses pais, a fim de desenvolver essas crianças com estímulos e não com pressão.

Relatou sobre a autonomia das crianças e o quanto que os pais interferem, sendo que os pais fazem tudo pela criança, desde carregar as malas, trocar, como até mesmo dar comida na boca, que já se encontram com mais de seis anos. Disse que cabe ao professor orientar as crianças que eles já sabem realizar tais tarefas sozinhos, pois são responsáveis pela entrega do seu material, pela mochila e não os pais.

“Eu não dou aula para a sua mãe, não tem sua mãe na lista de alunos, você é responsável, você tem que saber onde está sua lição, você tem que saber onde está o seu material para a aula”. (Trecho da Entrevista realizada com Joana).

Disse que leva este assunto para reunião de pais por diversas vezes, a fim de mostrar que os pais devem incentivar as crianças, para que ganhem a sua autonomia. Acredita que pais e professores devam seguir os mesmos princípios, tendo os mesmos critérios para o tratamento do ser humano que é o filho e que é o aluno no caso e considera que o trabalho da escola em parceria com a família é fundamental para o sucesso da educação destas crianças, pois todos precisam falar a mesma língua para serem companheiros nessa formação.

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A professora Elizabete relatou que os pais trazem a falta de interesse que as crianças sobre os estudos, querem ficar apenas jogando, no celular e deixando os estudos fora de prioridade.

Comentou sobre pais que interferem na autonomia da criança, em que realizam as lições de casa do seu filho, sendo que enfatiza que a lição de casa é responsabilidade do aluno, que os pais podem até orientar, mas não fazer a tarefa. Disse levar esse assunto diversas vezes para a reunião com os pais. Enfatizou a importância do trabalho em benefício da criança, tanto a escola, quanto a família devem estar próximas, para um bom desempenho da criança em seu desenvolvimento escolar.

3.8. O professor como mediador no processo de escolarização:

A professora Joana relatou que quando percebe dificuldades pedagógica, trabalha de forma individual com o aluno, a fim de atender as suas necessidades. Como também gosta de colocar uma criança mais avançada com uma que tem mais dificuldade, porque compreende que muitas vezes um amigo falando e realizando tais atividades com o mesmo, fica mais fácil para a compreensão da criança.

Já nos aspectos emocionais, de relacionamento, cumprir regras. Gosta de trabalhar com roda de conversas, onde o aluno pode expor o que aconteceu. Relatou trabalhar com histórias, em que possuem modelos de atitudes corretas, que eles possam relacionar com sua própria vivência e, também com diálogo individual, para que os mesmos possam refletir sobre seus atos.

Acredita ser uma ponte, que leva o aluno ao conhecimento, sendo que enfatizou que mediar é facilitar o processo para que a informação se transforme em conhecimento. E considera que o professor deve instigar, provocar reflexões, despertar o desejo de aprender e fazer conexões para que saiba o que está aprendendo.

Já a professora Elizabete relatou que quando percebe tais dificuldades, gosta de observar, orientar e realizar intervenções sobre o que é apresentado. Gosta de usar uma técnica, que é pedir para que um aluno explique a lição para o colega que apresenta dificuldade, pois enfatiza que sua fala pode não fazer sentido para aquela criança, no entanto uma criança, com uma fala mais simples, faz com que a

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comunicação com a outra se aproprie de forma mais abrangente. Também relatou trabalhar com atividades em níveis diferentes de acordo com o grau de dificuldade de cada aluno, atividades com o mesmo contexto, no entanto que se altera o nível de compreensão para cada criança.

3.9. O psicólogo como parceiro no processo escolar por professores:

A professora Joana relatou que recorre por diversas vezes a psicólogos, principalmente por questões emocionais relacionadas às crianças, que não conseguem se organizar ou se concentrar. Disse que muitas crianças apresentam dificuldades em relacionamento, porque são tímidas, enquanto outras dificuldades em concentração, porque são muito extrovertidas.

Joana considera fundamental a parceria com o psicólogo, sendo um grande auxilio. Disse que muitas vezes realizam reuniões, a fim de realizar um trabalho em que um possa ajudar na prática do outro, lembrando que a criança é um ser único.

Já a professora Elizabete relatou que por diversas vezes o professor se encontra sem auxílio para muitas situações, já que o Governo não disponibiliza psicólogos como recurso nas escolas. E enfatizou que essa seria uma prática indispensável, tanto para os alunos, quanto para os professores que também precisam desta ajuda, pela quantidade de demanda que os mesmos exercem.

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4. DISCUSSÃO

O objetivo geral desta pesquisa consistiu em investigar as concepções de professores e psicólogos sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança. E os objetivos específicos foram compreender de que forma as concepções de professores sobre desenvolvimento infantil interferem em suas ações de mediadores na prática pedagógica e compreender de que forma as teorias psicológicas utilizadas por psicólogos podem ser bons recursos enquanto mediadores para minimizar as dificuldades encontradas pelos alunos na infância no cotidiano da escola.

Para tal investigação foram realizadas entrevistas semi-dirigidas, com duas psicólogas e duas professoras, por meio das quais foram identificadas nos seguintes temas centrais:

Em relação à Definição sobre desenvolvimento infantil, na concepção

das psicólogas entrevistadas, a psicóloga Helena considera que o

desenvolvimento infantil trata-se de um processo cuja origem é social, sendo um processo geral constituído, por meio da apropriação da própria cultura e evidenciando como suma importância neste processo os afetos, a relação com a linguagem, o desenvolvimento e a aprendizagem, concebendo o desenvolvimento

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da consciência humana. Essa concepção social e histórica do desenvolvimento é coerente com a proposição de Vygotski, explicitada no seguinte trecho:

“Para Vygotski, o principal fato humano é a transmissão e assimilação da cultura. Assim, a aprendizagem é alcançada à posição de extrema importância, já que é o processo de apropriação da experiência acumulada pelo gênero humano no decurso da história social que permite a cada homem a aquisição das qualidades, capacidades e características humanas formadas historicamente e a criação contínua de novas aptidões e funções

psíquicas”. (TANAMACHI; ROCHA ; SOUZA, 2002, p. 51).

Helena enfatizou ainda, o desenvolvimento como um processo gradativo, de forma progressiva trazendo construção de outras novas experiências do ser humano ao longo do tempo. Assim como Helena, Maria também descreveu o desenvolvimento infantil como um processo revolucionário, sendo esses processos constituídos por meio social e histórico, pois a cultura é fruto da história, e a mesma possibilita alcançar tal desenvolvimento. Enfatizou que não há uma cisão entre o cultural e o biológico, porque entende que o desenvolvimento é uma interação dialética, sendo a cultura atrelada ao biológico, logo ambas se completam neste processo.

Em relação à Concepção teórica das psicólogas, ambas as psicólogas entrevistadas, usam como referência a Teoria Histórico-Cultural, originalmente elaborada por Karl Marx, expressa pelo materialismo no histórico dialético.

Sobre O papel do psicólogo como mediador, a psicóloga Helena considera que o psicólogo deve potencializar e não expor o fracasso da criança, atuando de maneira que retire o foco da criança e do professor. A psicóloga Maria acredita que o psicólogo e o professor não são mediadores, enfatiza que o conhecimento é historicamente acumulado e internalizado pelos seres humanos. Desta forma o que está entre o aluno e o professor, será o conhecimento, que é o conjunto de signos e que exerce a função de mediação. Podemos substituir conhecimento por signos, sendo que essa concepção sobre internalização se relaciona com a proposição de Vigotski mencionada no seguinte trecho:

“A internalização de formas culturais de comportamento envolve a reconstrução da atividade psicológica tendo como base as operações com

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signos. O uso de signos externos é também reconstruído radicalmente. As mudanças nas operações com signos durante o desenvolvimento são semelhantes àquelas que ocorrem na linguagem. Aspectos tanto da fala externa ou comunicativa como da fala egocêntrica “interiorizam-se”, tornando-se a base da fala interior”. (VIGOTSKI, 2003, p.75).

Sendo assim, Maria explica que o que está entre o paciente ou o aluno, psicólogo ou o professor, é o conjunto de signos, com a finalidade de mediação. Maria considera que a internalização dos signos é um processo que o individuo não consegue realizar sozinho, mostrando que quem disponibiliza esse conjunto de signos é o ser humano mais desenvolvido, sendo seu cuidador, psicólogo ou o professor.

Em relação À contribuição do psicólogo para a mediação no processo de escolarização, a psicóloga Helena considera que a aprendizagem é a atividade primordial, que garante o processo de humanização, pois possibilita o processo de desenvolvimento, obtendo a linguagem, consciência e emoções como suportes mediadores para tal ação. Essa concepção sobre aprendizagem ou educação de forma mais ampla, como atividades humanizadoras é coerente com a proposição de Tanamachi mencionada no seguinte trecho:

“Assim, a Educação, enquanto um processo ao mesmo tempo social e individual, genérico e singular, é uma das condições fundamentais para que o homem se constitua de fato como ser humano, humanizado e

humanizador”. (TANAMACHI; et al, 2002, p. 60).

Diante disso Helena também enfatizou com suma importância, compreender a queixa, resgatando a essência do que se foi apresentado, e desde então compreender a demanda. Já a psicóloga Maria acha eficaz o trabalho em grupo, além de uma conversa individual com um professor, no entanto enfatizou que acaba sendo mais enriquecedora a dinâmica das estratégias de grupos, de modo a contribuir na avaliação para a internalização dos mesmo, no processo em que precisam ser inseridos.

Sobre as Estratégias do psicólogo diante das dificuldades na escolarização, para a psicóloga Helena deve-se resgatar em conjunto acontecimentos que produziram a demanda, e investigar possibilidades de

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progressão, diante do que é apresentado, realizando um trabalho coletivo, observando as atividades das crianças, com aspectos relacionados à sua queixa. Desta forma, o psicólogo utiliza algumas práticas como estratégias para tais intervenções, como dinâmicas, que permitem que ultrapassem os limites individuais, como leituras e discussões, trabalho com grupo de crianças, enfatizando o conhecimento de cada um com o coletivo, como grupo de pais, para serem abordados diferentes temas de modo a elevar em significações positivas, ou grupos de professores, colocando o a Psicologia à serviço da Pedagogia, além de visitas domiciliares e ao bairro, a fim de investigar a dinâmica familiar e compreender relações com bairro onde vive. A necessidade de realizar um trabalho frente à queixa escolar, que envolve a participação de todos os envolvidos no processo de escolarização é enfatizada por Tanamachi no seguinte trecho:

“Entendemos a “queixa” como uma síntese de múltiplas determinações – relações familiares, grupos de amigos, contexto social e escolar, portanto, consideramos que a superação das condições nas quais a “queixa” é apresentada depende da ação comprometida e consciente de todos aqueles

com ela envolvidos, mediada pelo psicólogo”. (TANAMACHI; et al. 2003, p. 29).

Já a psicóloga Maria enfatiza a importância da visita na escola, pois acredita que é na escola que encontramos contradições sobre a queixa que é apresentada, sendo necessário ir à escola, observar a postura da criança, de modo a ver como ela se comporta no meio escolar e a sua interação com os outros. Destaca também, a importância de atividades em grupo, pois acredita ser uma fonte rica de conhecimento, em que avalia as contradições implicadas no contexto escolar.

Sobre as Dificuldades no processo de escolarização, na concepção das professoras entrevistadas, a professora Joana, enfatizou que as crianças apresentam dificuldades no processo de escolarização, tais como dificuldades de socialização com os colegas, questões emocionais, pois ainda são muito dependentes dos pais e dificuldades de aprendizagem, sendo que alguns alunos não reconhecem nem as letras. Para a professora Elizabete, as dificuldades no processo de escolarização, encontram-se por diversos motivos, desde aprendizagem como a ausência da família, que não participa da vida escolar da criança.

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Em relação à aprendizagem, Elizabete disse trabalhar visando o que o aluno já sabe e o que ele precisa aprender, dentro dos seus limites, para que possa ter um significado para a criança.

Sobre A relação dos pais, diante das dificuldades no processo escolar, para a professora Joana, os pais demonstram ser muito ansiosos em relação ao lado pedagógico dos filhos. Logo, querem ver a criança lendo e escrevendo, passando ansiedade para a criança, quando também se colocando na posição de querer ler e escrever, quando observam um colega realizando tais tarefas, de forma a se comparar. Relatou sobre a autonomia das crianças e o quanto os pais interferem; disse que cabe ao professor orientar as crianças que eles já sabem realizar tais tarefas sozinhos, pois são responsáveis pela entrega do seu material e não os pais. A professora Elizabete relatou que os pais trazem a falta de interesse das crianças, pelos estudos, querem ficar apenas jogando no celular e deixando os estudos fora de prioridade. Comentou também sobre pais que interferem na autonomia da criança, em que realizam as lições de casa do seu filho, e enfatizou que a lição de casa é responsabilidade do aluno, que os pais podem até orientar, mas não fazer a tarefa.

Em relação ao Professor como mediador no processo de escolarização, a professora Joana quando percebe dificuldades pedagógicas, disse trabalhar de forma individual com o aluno, a fim de atender as suas necessidades. Também gosta de colocar uma criança mais avançada com uma que tem mais dificuldade, porque compreende que muitas vezes um amigo falando e realizando tais atividades com o mesmo, fica mais fácil para a sua compreensão. Já nos aspectos emocionais, de relacionamento, considera importante cumprir regras. Gosta de trabalhar com roda de conversas, onde o aluno pode expor o que aconteceu. A concepção sobre o trabalho em grupo é relatada em coerência com a proposição de Galdin mencionada no seguinte trecho:

“Com a discussão em grupo, eles puderam compartilhar e reconhecer que muitas dificuldades e sentimentos vividos são coletivos e, portanto, as soluções poderiam ser encontradas coletivamente. Outro saldo fundamental dessa discussão foi a oportunidade de refletirem sobre o próprio processo de produção das vivências e dificuldades”. (GALDINI; et al. 2003, p. 101).

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Joana relatou ainda, trabalhar com histórias, em que possuem modelos de atitudes corretas, que eles possam relacionar com sua própria vivência e, também com diálogo individual, a fim de obter reflexão sobre seus atos. Enfatizou que mediar é facilitar o processo para que a informação se transforme em conhecimento. Já para a professora Elizabete, quando percebe tais dificuldades, relatou que gosta de observar, orientar e realizar intervenções sobre o que é apresentado. Gosta de pedir para que um aluno explique a lição para o colega que apresenta dificuldade, assim como a professora Joana, pois enfatiza que a fala de uma outra criança é melhor para a compreensão dos mesmos.

Sobre O psicólogo como parceiro no processo escolar por professores, a professora Joana relatou que recorre muitas vezes a psicólogos, principalmente por questões emocionais, em que não conseguem se organizar e até mesmo se concentrar. Disse que muitas crianças apresentam dificuldades em se relacionar, pois são tímidas, e outras dificuldades na concentração, porque são muito extrovertidas. Joana considera fundamental a parceria com o psicólogo, sendo um grande auxilio, para o trabalho pedagógico. A contribuição da Psicologia no trabalho da Pedagogia, é relatada com a seguinte proposição de Antunes:

“Sabe-se que é antiga a contribuição da Psicologia para a Educação, principalmente no que diz respeito à busca de novos métodos de ensino e a compreensão dos processos de desenvolvimento e aprendizagem”. (ANTUNES; et al. 2003, p.114).

Já a professora Elizabete relatou que por diversas vezes o professor se encontra sem auxílio para muitas situações, no entanto o Governo não disponibiliza psicólogos nas escolas públicas. Enfatizou que essa seria uma prática indispensável, tanto para os alunos, quanto para os professores que precisam desta ajuda, pela quantidade de demanda que exercem.

A hipótese inicial apresentada nesta pesquisa foi que a mediação seria uma intervenção realizada por professores e psicólogos, sendo os dois principais profissionais responsáveis pela mediação. No entanto, diante da análise do material investigado, foi possível alterar a hipótese inicial, sendo que tanto o professor quanto o psicólogo, não são mediadores e sim os signos internalizados que são conjuntos de conhecimento; desta forma, ambos trabalham de maneira gradativa e

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desenvolvedora, como uma ponte entre o conhecimento e a criança, tendo a finalidade de mediação para os mesmos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do objetivo geral desta pesquisa, que consistiu em investigar as concepções de professores e psicólogos sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança. Identificamos que os psicólogos concebem a mediação como a internalização de signos ou do conhecimento, considerando que o psicólogo deve contribuir para tal internalização; e os professores enfatizam que mediar é propiciar que a informação se transforme em conhecimento e que devem despertar o desejo de aprender.

Foi possível, portanto ressignificar a hipótese inicial de que a mediação seria uma intervenção realizada por professores e psicólogos, tidos como principais mediadores, pois a análise do material propiciou a compreensão de que os mediadores não são tais profissionais, mas sim, os signos ou conhecimentos internalizados; assim, ambos trabalham visando contribuir para a aprendizagem, como uma ponte entre a criança e o conhecimento historicamente acumulado.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de dados qualitativos. Cadernos de Pesquisa, n.45. 1983. p. 66-71.

Brasil. (2009a). Práticas Cotidianas na Educação Infantil: Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. In: Projeto de Cooperação Técnica MEC e UFRGS para Construção de Orientações Curriculares para a Educação Infantil. Brasília: MEC.

Brasil. (2009b). Parecer CNE/CEB n. 20, de 11 de novembro de 2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC. Recuperado em 2 de abril, 2013, de http://portal.mec.gov.br/ ndex.php?option= com_content&id=12745:ceb-2009.

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e Modelo epistemológicos. s/d.

Acesso em: 20março2017. Disponível em:

http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/becker-epistemologias.pdf

LEONTIEV, A. (2010). Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique

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(30)

TANAMACHI, E. R. (Org.); ROCHA, M. L. (Org.); SOUZA, M.P.R. (Org.). Psicologia

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TANAMACHI, E. R.; MEIRA, M.E. M. A atuação do psicólogo como expressão do

pensamento crítico em Psicologia e Educação. In: Marisa Eugênia Mellilo Meira;

Mitsuko Aparecida Makino Antunes. (Org.). Psicologia Escolar: Práticas Críticas. 1ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, v., p. 11-62.

VIGOTSKI, L. S. (2003). A Formação Social da Mente. 6. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 191p.

VYGOTSKI, L. S. (2013b). Obras Escogidas IV. Madrid: Visor. (Original publicado em 1932).

VYGOTSKI, L. S. (2001). Obras Escogidas II. Madrid: Visor. (Original publicado em 1934).

VYGOTSKI, L. S. (2010). Quarta aula: o problema do meio na pedologia. Psicologia USP, 21(4), 681-701. (Original publicado em 1935).

MELLO, S. A. (2010). A questão do meio na pedagogia e suas implicações

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GOMES, C. A. V. (2008). O afetivo para a Psicologia Histórico-Cultural:

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la formación de La personalidad infantil. In V. Davídov, & M. Shuare. (Orgs), La

Psicologia Evolutiva y Pedagógica em La URSS (PP.228-248) Moscou: Editoral

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7. APÊNDICE

APÊNDICE I

Roteiro de questões da entrevista com professores:

1. Qual a sua formação? / Há quanto tempo está formado(a)? 2. Trabalha com alunos de qual faixa etária?

3. Na sua opinião os alunos apresentam dificuldades? Se sim, quais? Por quê? 4. O que você faz quando percebe que seu aluno está com alguma dificuldade? 5. Qual a maior queixa dos pais, quando ocorre alguma dificuldade?

6. Qual fase que acha mais difícil para os pais, no processo de desenvolvimento da criança?

7. Em sua concepção, qual o papel do professor como mediador no processo de escolarização?

8. Qual fase que acha mais difícil para as crianças, no processo de desenvolvimento?

9. Ocorrem casos de pais que interferem na autonomia da criança?

10. O que acha que os pais e professores, poderiam fazer para auxiliar o desenvolvimento na criança?

11. Na sua opinião o psicólogo poderia ser um parceiro nesse processo? De que forma?

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APÊNDICE II

Roteiro de questões da entrevista com psicólogos:

1. Qual a sua formação? / Há quanto tempo está formado(a)?

2. Qual a teoria psicológica que você utiliza como referencial para sua atuação profissional?

3. Qual a sua definição sobre desenvolvimento infantil?

4. Em sua concepção, qual o papel do psicólogo como mediador no desenvolvimento da criança?

5. De uma forma geral, qual é o procedimento que você utiliza quando uma criança é encaminhada para seu consultório com dificuldades na escola?

8. ANEXO

UNIVERSIDADE PAULISTA

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E

PSICÓLOGOS SOBRE O PAPEL DA

MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Thais Zaco Andrade

Profa Dra Ana Karina Amorim Checchia

(33)

Pesquisa Financiada pela Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

da UNIP, no Programa “Iniciação Científica”.

É proibida a reprodução total ou parcial.

CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS SOBRE O

PAPEL DA MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Thais Zaco Andrade

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

O desenvolvimento humano consiste em um processo subjetivo que se constitui social e historicamente. O desenvolvimento infantil interfere no que a criança é capaz de interiorizar, por meio de suas experiências, para construção de si mesma e, nessa perspectiva, o contexto sócio-histórico em que a criança está inserida é atravessado por mediações que apresentam fundamental importância para seu desenvolvimento. Diante disso, este estudo embasado na Psicologia Histórico-Cultural objetivou investigar a concepção de professores e psicólogos

sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança, bem como compreender de que forma as concepções de professores e psicólogos interferem em suas ações como mediadores no contexto escolar. Para tanto, foram entrevistados dois

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de São Paulo) e dois psicólogos pesquisadores em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar, totalizando quatro entrevistas semi-dirigidas. Identificamos que os psicólogos concebem a mediação como a internalização de signos ou do conhecimento, considerando que o psicólogo deve contribuir para tal internalização; e os professores enfatizam que mediar é propiciar que a informação se transforme em conhecimento e que devem despertar o desejo de aprender. Ressignificamos, portanto, a hipótese inicial de que a mediação seria uma intervenção realizada por professores e psicólogos, tidos como principais mediadores, pois a análise do material propiciou a compreensão de que os mediadores não são tais profissionais, mas sim, os signos ou conhecimento internalizado; assim, ambos trabalham visando contribuir para a aprendizagem, como uma ponte entre o conhecimento e a criança.

Palavras-chave: psicologia escolar; psicologia sócio-histórica; mediação simbólica.

ABSTRACT

Human development consists of a subjective process that is socially and historically constituted. Child development interferes with what the child is able to internalize, through their experiences, to construct oneself and, in this perspective, the socio-historical context in which the child is inserted is crossed by mediations that present fundamental importance to his development. Therefore, this study based on Historical-Cultural Psychology aims to investigate the conception of teachers and psychologists on the role of mediation in the development of the child, as well as understand how the conceptions of teachers and psychologists interfere in their actions as mediators in the school context . To that end, two teachers of Early Childhood Education (from a private school and a public school in the south of São Paulo) and two research psychologists in Developmental Psychology and School were interviewed, totalizing four semi-directed interviews. We identify that psychologists conceive of mediation as the internalization of signs or knowledge, considering that the psychologist should contribute to such internalization; and

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teachers emphasize that mediating is enabling information to become knowledge and that it should arouse the desire to learn. We therefore reassigned the initial hypothesis that mediation would be an intervention performed by teachers and psychologists, considered as main mediators, since the analysis of the material provided an understanding that mediators are not such professionals, but rather the signs or internalized knowledge ; thus, both work to contribute to learning as a bridge between knowledge and the child.

Key-Words: school psychology; socio-historical psychology; symbolic mediation. SUMÁRIO 1. Introdução ... Pág. 5 1.1 Apresentação... Pág. 5 1.2 Tema/Levantamento Bibliográfico ... Pág. 5 1.3 Objetivo Geral ... Pág. 7 1.4 Objetivo Específico ... Pág. 8 1.5 Hipóteses ... Pág. 8 1.6 Justificativa ... Pág. 8 2. Métodos ... Pág. 9 2.1 Sujeitos/Local ... Pág. 9 2.2 Instrumentos ... Pág. 9 2.3 Aparatos da Pesquisa ... Pág. 9 2.4 Procedimentos para a coleta de dados ... Pág. 9 2.5. Procedimento para análise de dados ... Pág. 10 2.6 Ressalvas Éticas ... Pág. 11 3. Resultados

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3.1 Definição sobre desenvolvimento infantil, na concepção das psicólogas entrevistadas...Pág. 13 3.2 Concepção teórica das psicólogas ... Pág. 14 3.3 O papel do psicólogo como mediador ... Pág. 14 3.4 A contribuição do psicólogo para a mediação no processo de escolarização ... Pág. 16 3.5 Estratégias do psicólogo diante das dificuldades na escolarização ...Pág. 16 3.6 Dificuldades no processo de escolarização, na concepção das professoras entrevistadas...Pág. 17 3.7 A relação dos pais, diante das dificuldades no processo escolar....Pág. 17 3.8 O professor como mediador no processo de escolarização...Pág. 18 3.9 O psicólogo como parceiro no processo escolar...Pág. 19 4. Discussão...Pág. 21 5. Considerações Finais ... ....Pág. 27 6. Referências Bibliográficas...Pág.28 7. Apêndice ... ....Pág. 30 8. Anexo ... ....Pág. 31

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1. INTRODUÇÃO

1.2. Apresentação

Este projeto refere-se a uma pesquisa de Iniciação Científica vinculada do GECOMP – GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ESCOLA, COMUNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS da UNIP – Universidade Paulista, Campus Paraíso.

Neste projeto, foi abordado o tema da relevância da mediação no desenvolvimento infantil, para tanto, investigamos a concepção de professores e psicólogos sobre o papel da mediação no desenvolvimento da criança.

1.2. Tema/ Levantamento Bibliográfico

A partir do nascimento a criança passa a ser inserida em uma relação com outros indivíduos. Ela precisa que as suas necessidades sejam atendidas pelos adultos, afim de suprir as suas necessidades imediatas e os seus comandos auditivos e visuais, ainda não estão desenvolvidos completamente. O adulto exerce um papel de mediador com a criança, e é de extrema importância o fortalecimento desta relação, para os primeiros contatos sensoriais do bebê, que deve ser cada vez mais explorado, para que tenha um positivo desenvolvimento emocional e físico neste período da vida.

Aprendendo a se relacionar com o outro, por meio de seus sentidos, a criança se depara com a percepção, em seu primeiro ano de vida. Ela possibilita um melhor desenvolvimento em suas capacidades práticas, da sua personalidade e seu intelecto (Leontiev, 2010). O bebê jamais deixa de se comunicar com o adulto, expressa as suas necessidades através de seu choro, sorriso ou gestos, como a forma como estendem seus braços, em direção ao que é desejado no momento. Ao notá-los e ao atender as suas necessidades, estamos tendo um contato afetivo positivo, e logo podemos notar as suas emoções, como a viva satisfação em atendermos os seus desejos.

Sendo assim, o bebê cria a necessidade de novas interações com o meio. E opera a fase sensório-motora, em que o bebê atua sobre os objetos que se encontram em sua volta, interagindo com o seu mediador, que é o adulto. Essa interação amplia o desenvolvimento do bebê e também é capaz de criar um laço

(38)

6

afetivo com o seu mediador. Cada vez é mais importante a relação criada pelo bebê com o seu mediador, referente ao ambiente, isso ajuda a impulsionar o desenvolvimento, como também temos no exemplo do trabalho educativo, de bebês que estão em berçários sendo educados e cuidados por professores (Brasil, 2009a, 2009b).

Pelo período de um a três anos de idade aproximadamente, a criança começa a ter um melhor desenvolvimento das funções psicológicas superiores, ela passa a se colocar em uma posição de sujeito. Diante da atitude do adulto de tentar distrair a criança, com ações que antes funcionavam, como colocar um desenho de sua preferência, rodear de brinquedos preferidos, a criança passa a usar a sua memória, e pensar por imagens, e logo ela não quer mais qualquer objeto que te ofereçam, ela quer o que pode motivar o seu comportamento, isso chamamos de representações motivantes (Bozhovich,1987), a criança agora não pensa apenas por intermédio de seu mediador, e sim por seus pensamentos por imagens.

Um processo central neste desenvolvimento é quando a criança é capaz perceber a realização de suas ações. O seu mediador passa a ser o seu companheiro, para a realização de suas ações sobre o meio e com isso, passa a ser o seu modelo de ações. Temos o que Vygotski (1932/2013b) nomeia de um “quase jogo”, a criança não é capaz de representar simbolicamente o papel do adulto, ao contrário da brincadeira faz-de-conta, que a criança consegue imita as ações do adulto no decorrer de suas brincadeiras.

Um pouco antes de seus três anos de idade, a criança tem uma nova etapa, que é a linguagem oral. Como podemos ver em Vygotski (1934/2001), a criança passa a adquirir palavras de características próprias, frases e palavras, que ajudam na sua comunicação com o meio. Nessa etapa é importante a valorização da sua linguagem oral, para abrir novas etapas para o seu processo de desenvolvimento, como o pensamento verbal, podendo estimular a conversa com a criança e estar atento ao que ela pode te transmitir, através de seus pensamentos, e reproduzir pela sua fala oral Vygotski (1935/2010).

A relação da criança com o meio, passa a ser cada vez mais abrangente, suas representações com relação aos objetos, pessoas e fatos (Mello, 2010). Ela passa a ser capaz de ter um envolvimento de emoções e de motivações de seus comportamentos, através de uma compreensão do meio.

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