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4.3 Condições de Desenvolvimento: Análises Osteológicas

4.3.1 Tempo de desenvolvimento das estruturas osteológicas

Nos peixes provenientes da Temperatura Alta, o tempo para condrificação e ossificação das estruturas avaliadas foi menor do observado nas condições de Temperatura Baixa, e o Fluxo de água acentuou essa diferença. Especificamente, peixes provenientes da Temperatura Alta Com Fluxo apresentaram as taxas mais rápidas no desenvolvimento das estruturas osteológicas. Os padrões e sequência de ossificação também diferiram entre grupos e entre complexos ósseos (Figuras 28 a 32; Anexo F).

Dentre as estruturas avaliadas na cintura peitoral, o primeiro elemento a condrificar e osssificar foi o Cleitro (cle), completamente ossificado no estágio 21 DPE. A cintura peitoral (cpt), que congrega a escápula e o coracóide, começou a condrificar logo em seguida, e ossificou por volta de 30 DPE nos peixes da Temperatura Alta Com Fluxo e 36 DPE nos peixes mantidos na condição de Temperatura Alta Sem Fluxo. Já nos peixes que se desenvolveram na Temperatura Baixa, a cintura peitoral não ossificou antes dos 72 DPE. Os raios da nadadeira peitoral (rpt) surgiram por volta de 33 DPE na Temperatura Alta e 65 DPE na Temperatura Baixa, sendo que nos peixes da condição Com Fluxo essas estruturas ossificaram mais cedo do que naqueles mantidos na condição Sem Fluxo. Os distais da nadadeira peitoral (rdpt) ossificaram por volta de 48 DPE na Temperatura Alta e não ossificaram antes de 72 DPE na Temperatura Baixa (Figura 28).

Figura 28 Condrificação e ossificação das estruturas ósseas da cintura peitoral: cle – Cleitro; rpt –

Raios da nadadeira peitoral; cpt - Cintura peitoral (Escápula e Coracóide); rdpt – Distais da nadadeira peitoral. As cores das barras indicam os processos de condrificação (em azul) e ossificação (em rosa). As barras claras representam as condições Sem Fluxo de água e as barras escuras representam as condições Com Fluxo de água.

36 DPE

cle

cpt

70 DPE

cle

cpt

rpt

rdpt

As primeiras estruturas a ossificarem na nadadeira caudal foram os raios principais (rc) e o centro ural e pré ural (cpu1). Os arcos neurais dos centros pré-urais 2 e 3 (anpu23) ossificaram com aproximadamente 25 DPE na Temperatura Alta e 33 DPE na Temperatura Baixa. Os arcos hemais dos centros pré-urais 2 e 3 (ahpu23) ossificaram com aproximadamente 25 DPE na Temperatura Alta Com Fluxo e 33 DPE na Temperatura Alta Sem Fluxo, e na Temperatura Baixa não ossificaram antes de 72 DPE. Os hipurais (hip 1-6), epurais (ep) e paripurais (pp) ossificaram por volta de 50 DPE na Temperatura Alta e não ossificaram até 72 DPE na Temperatura Baixa. Os raios pró-corrente ventrais (rpcv) ossificaram com 25 DPE na Temperatura Alta e 30 DPE na Temperatura Baixa. Nos peixes que se desenvolveram na condição com Temperatura Alta Com Fluxo, os raios pró-corrente dorsais (rpcd) ossificaram 10 dias antes do observado em peixes da condição com Temperatura Alta Sem Fluxo, enquanto a diferença na temperatura baixa foi de aproximadamente 3 dias. Os intramusculares ossificaram 30 dias antes na Temperatura Alta quando comparados aos indivíduos mantidos nas condições de Temperatura Baixa (Figura 29).

Figura 29 Condrificação e ossificação das estruturas ósseas da nadadeira caudal e Intramusculares:

hip1, hip2, hip3, hip4, hip5 e hip6 – Hipurais; cpu1 - Centro ural e pré-ural 1; ahpu23 - Arcos hemais das pu2/pu3; anpu23 - Arcos neurais pu2/pu3; ep - Epurais 1 e 2; pp – Paripural; rc - Raios principais da nadadeira caudal; rpcd - Raios procorrentes dorsais; rpcv - Raios procorrentes ventrais; intra – Intramusculares. As cores das barras indicam os processos de condrificação (em azul) e ossificação (em rosa). As barras claras representam as condições Sem Fluxo de água e as barras escuras representam as condições Com Fluxo de água.

As nadadeiras dorsal e anal apresentaram padrões de condrificação e ossificação semelhantes. Os primeiros elementos a ossificarem em ambas estruturas foram os raios (rd e ra), tanto nas condições com Temperatura Alta quanto naquelas com Temperatura Baixa (Figura 30). Esses processos foram subsequentemente observados nos radias próximo-mediais (rpd e rpa), que ossificaram anteriormente na condição Com Fluxo em peixes da Temperatura Alta e não ossificaram antes de 72 DPE na condição Sem Fluxo da Tempertaura Baixa. Os raios distais (rdd e rda) condrificaram mais cedo nas condições Com Fluxo, tanto em peixes mantidos na Temperatura Alta quanto aqueles provenientes de Temperatura Baixa, e ossificaram apenas nos peixes da condição com Temperatura Alta Com Fluxo. A peça terminal da nadadeira dorsal (ptmd) condrificou 20 dias mais cedo nos peixes de condições com Temperatura Alta quando comparados com aqueles das condições com Temperatura Baixa (Figura 30).

rpd rdd rda

Figura 30Condrificação e ossificação das estruturas ósseas das nadadeiras dorsal e anal: rd - Raios da nadadeira dorsal; rpd - Radiais próximo –mediais da nadadeira dorsal; rdd - Radiais distais da nadadeira dorsal; ptmd - Peça terminal; ra – Raios da nadadeira anal; rpa - Radias próximo-mediais da nadadeira anal; rda - Radiais distais da nadadeira anal. As cores das barras indicam os processos de condrificação (em azul) e ossificação (em rosa). As barras claras representam as condições Sem Fluxo de água e as barras escuras representam as condições Com Fluxo de água.

ra rpa

rd

Em peixes com 21 Dias pós-eclosão, a maior parte das estruturas do Aparelho de Weber e Centros vertebrais avaliadas já estavam ossificadas nos indivíduos de condições com Temperatura Alta, padrão também observado nos Centros vertebrais 1, 2, 3 e 4 (cv14), Centros vertebrais pós aparelho de Weber (cvpw), e Arcos neurais (anpw) e hemais (ahpw). Nesse estágio, o Supraneural 3 (sn3), os supraneurais pós aparelho de Weber (snw) e as Parapófises (parp) estavam condrificados nessas condições de desenvolvimento. Ao contrário do padrão observado nas nadadeiras, no Complexo de Weber a maioria das estruturas ossificou mais cedo nos peixes que se desenvolveram na condição Sem Fluxo de água dentro da Temperatura Alta, enquanto na Temperatura Baixa o padrão foi inverso. Os arcos neurais do aparelho de Weber (an34) ossificaram por volta de 25 DPE nos peixes da Temperatura Alta e 36 DPE nos peixes da Temperatura Baixa. O supraneural 3 (sn3) ossificou por volta de 33 DPE na condição com Temperatura Alta Sem Fluxo, 50 DPE na Temperatura Alta Com Fluxo, 63 DPE na Temperatura Baixa Com Fluxo, e não ossificou antes de 72 DPE na Temperatura Baixa Sem Fluxo. Os paripurais (parp) ossificaram 30 dias antes nas condições de desenvolvimento com Temperatura Alta em relação aos animais mantidos em condições com Temperatura Baixa. Os supraneurais pós aparelho de Weber (snw) ossificaram com 50 DPE nas condições com Temperatura Alta, e não ossificaram antes dos 72 DPE na Temperatura Baixa (Figura 31).

Figura 31 Condrificação e ossificação das estruturas ósseas do Aparelho de Weber, Centros Vertebrais e Supraneurais: cv14 – Centros vertebrais 1, 2, 3 e 4; an34 – Arcos neurais das vértebras 3 e 4; aw - Processos laterais; sn3 - Supraneural 3; cvpw - Centros vertebrais pós aparelho de Weber; anpw – Arcos neurais; ahpw – Arcos hemais; parp – Parapófises; snw – Supraneurais. As cores das barras indicam os processos de condrificação (em azul) e ossificação (em rosa). As barras claras representam as condições Sem Fluxo de água e as barras escuras representam as condições Com Fluxo de água.

A cintura pélvica foi a última das estruturas avaliadas do pós-crânio a iniciar o processo de ossificação. Nos peixes que se desenvolveram nas condições com Temperatura Alta, os raios da nadadeira pélvica (rpl) ossificaram em aproximadamente 30 DPE, enquanto nos peixes da condição com Temperatura Baixa Com Fluxo os raios ossificaram com 40 Dias pós-eclosão (DPE) e para a Temperatura Baixa Sem Fluxo o processo ocorreu com 63 DPE. O osso pélvico (cpl) ossificou por volta de 30 DPE nos espécimes das condições com Temperatura Alta, já para os espécimes da Temperatura Baixa o osso pélvivo começou a condrificar com 36 DPE na condição Com Fluxo de água e 45 DPE na condição Sem Fluxo, e a ossificação ocorreu por volta de 65 DPE. Os distais da nadadeira pélvica (rdpl) ossificaram em 50 DPE nas condições com Temperatura Alta e não ossificaram antes de 72 DPE nas condições com Temperatura Baixa (Figura 32).

Figura 32Condrificação e ossificação das estruturas ósseas da cintura pélvica: rpl – Raios da nadadeira pélvica; cpl – Osso pélvico; rdpl – Radiais da nadadeira pélvica. As cores das barras indicam os processos de condrificação (em azul) e ossificação (em rosa). As barras claras representam as condições Sem Fluxo de água e as barras escuras representam as condições Com Fluxo de água.

rpl rdpl

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