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“ O nosso Conhecimento é uma pequena ilha dentro de um oceano repleto de desconhecimento”

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

4.4. Relação entre objectividade do processo ofensivo e a sua eficácia (relativa e absoluta).

4.4.2. Tempo Realização do Ataque e eficácia (Relativa e Absoluta) do processo ofensivo.

de esperar pela melhor momento para arriscar e para finalizar.

4.4.2. Tempo Realização do Ataque e eficácia (Relativa e Absoluta) do processo ofensivo.

De acordo com a Figura 15, o maior número de SOP regista-se no intervalo de tempo entre os 0 e os 15 segundos para todas as equipas observadas. Verifica-se também que a equipa com mais sequências ofensivas nesse mesmo intervalo (1º) é o Barcelona com dezassete SOP. Por outro lado no Inter de Milão todas as sequências ofensivas verificadas nesta equipa tiveram a duração de 0 a 15 segundos.

14 4 0 10 0 0 12 10 1 15 5 2 9 5 2 17 3 2 11 5 1 8 4 3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

AS Roma Inter Milão Chelsea Man. United R. Madrid Barcelona FC Porto Sporitng CP Número de sequências ofensivas positivas (SOP) verificadas, em relação ao

intervalo de tempo para cada equipa observada

Nº SOP verificadas entre 0 a 15 segundos Nº SOP verificadas entre os 16 e os 30 segundos Nº SOP verificadas com mais de 30 segundos

Figura 15 – Número de sequências ofensivas positivas (SOP) verificadas, comparativamente aos

Continuando a análise à Figura 15, verifica-se que na AS Roma, no Inter de Milão, Chelsea F.C., Manchester United e no F.C. Porto verificaram-se diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre alguns ou todos os intervalos de tempo em relação ao Nº SOP. Na equipa da AS Roma, no Chelsea F.C. no Manchester United e no F.C. Porto essas diferenças encontram-se entre o 1º e o 3º intervalo, (0 a 15 segundos e mais de 30 segundos) e entre o 2º e 3º intervalo (16 a 30 segundos e mais de 30 segundos), já no Inter de Milão verificam-se diferenças estatisticamente significativas entre o 1º e o 2º intervalo e entre o 1º e o 3º intervalo. Constatamos também que a média do número de SOP é maior no 1º intervalo (0 a 15 segundos) para todas as equipas.

De uma forma geral, podemos concluir como Couto (2007), e Castelo (2003) que a maior parte das sequências ofensivas positivas ocorrem no intervalo de tempo entre 0 a 15 segundos, neste sentido entendemos que a evolução do jogo, tende para que as acções ofensivas durem cada vez menos tempo. Isto porque, tem-se verificado em estudos que cada vez mais as equipas utilizam sistemas de pendor defensivo (Barros, 2002), com defesas mais agressivas e pressionantes (Mendes, 2002), assim no futebol de alto nível é preciso aliar a velocidade de execução à precisão, pois os ritmos de jogo são cada vez mais elevados, o que acaba por retirar tempo e espaço para o jogador decidir e executar (Castelo, 1996).

Deste modo torna-se fundamental que qualquer acção ofensiva seja capaz de provocar o efeito surpresa, na tentativa de criar e explorar o desequilíbrio induzido na equipa adversária (Gréhaigne, 2001), assim, a velocidade com que as equipas executam as acções individuais e colectivas, durante o desenvolvimento do ataque, vai ser decisivo na obtenção do golo.

No entanto Garganta (1997) refere que as equipas de nível superior, apresentam um tempo de realização de ataque mais elevado, o que possibilita as equipas o controlo do ritmo de jogo, isto é a capacidade de decidir quando devem “arriscar”, ou quando devem manter a posse de bola de forma a esperarem pelo momento ideal. Contudo como verificamos neste estudo a maior parte das sequências ofensivas positivas tiveram um tempo de duração compreendido entre os 0 a 15 segundos o que nos leva a crer que mesmo as equipas que privilegiam o ataque posicional, atingem a baliza adversária em sequencias ofensivas com pouca duração, este facto poderá ser explicado por uma rápida circulação de bola, mas principalmente pelo facto da maioria das recuperações de bola se efectuarem no sector ofensivo.

No que se refere ao tempo de realização do ataque (TRA) verifica-se através da Figura 16, que o intervalo de tempo onde existe um maior número de sequências ofensivas positivas é o 1º (entre os 0 e 15 segundos), em ambos os campeonatos analisados (equipas pertencentes ao mesmo campeonato).

24 4 0 27 15 3 25 8 4 19 9 4 0 5 10 15 20 25 30

Equipas C. Italiano Equipas C. Inglês Equipas C. Espanhol Equipas C. Português

Número de SOP verificadas em cada intervalo de tempo, para cada campeonato analisado

Nº SOP verificadas entre 0 a 15 segundos Nº SOP verificadas entre os 16 e os 30 segundos

Nº SOP verificadas com mais de 30 segundos

Figura 16 – Número de sequências ofensivas positivas (SOP) em cada intervalo de tempo, para cada

grupo de equipas pertencentes ao mesmo campeonato analisado.

Quando se analisa os dados da Figura 16, verifica-se que o 1º intervalo de tempo, (0 a 15 segundos), é aquele onde existe um maior número de SOP, assim como é o intervalo que possui uma maior média de SOP em todos os campeonatos analisados (italiano M= 1,5; inglês M= 1,6; espanhol M= 1,2; português M= 1,1).

Verificamos também que no campeonato italiano existem diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre todos os intervalos de tempo analisados, ao contrário no campeonato inglês não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os intervalos de tempo observados. Nos campeonatos espanhol e português foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o 1º e o 3º intervalos (0 a 15 segundos) e (> de 30 segundos), existindo também entre o 1º e o 2 º intervalos relativamente ao campeonato espanhol.

Gonçalves (2005) num estudo realizado em equipas de diferentes campeonatos europeus constatou que a maior parte das SOP tiveram uma duração até 10 segundos nos diferentes campeonatos analisados, o que vai de encontro aos nosso resultados, apesar do intervalo de tempo considerado ser um pouco diferente do nosso. No mesmo

estudo de Gonçalves (2005) as equipas pertencentes ao campeonato italiano foram as que tiveram um maior número de SOP, em intervalos de tempo inferiores a 10 segundos, contudo no nosso estudo verificou-se que o maior número de sequências ofensivas positivas verificou-se nas equipas do campeonato inglês. Também foram as equipas inglesas que apresentaram mais SOP com duração mais elevada, o que poderá de certa forma indicar uma maior alternância do ritmo de jogo em relação às restantes equipas analisadas.

Analisando os dados de todas as equipas de uma forma global, podemos verificar através da Figura 17 que o número de sequências ofensivas positivas (SOP) continua a ser predominante, em sequências ofensivas com uma duração máxima de 15 segundos. 95 67% 36 25,4% 11 7,6% 0 20 40 60 80 100

0 a 15 segundos 16 a 30 segundos > 30 segundos

Número de sequências ofensivas positivas e a sua percentagem comparativamente aos diferentes intervalos de tempo

Nº SOP % SOP

Figura 17 – Número de sequências ofensivas positivas totais (SOPt) e a sua percentagem

comparativamente aos diferentes intervalos de tempo.

Quando observamos os dados da Figura 17, presenciamos que continuam a existir diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre o grupo 1 (0 a 15 segundos) e o grupo 2 (16 a 30 segundos) assim como o grupo 1 e o 3 (> 30 segundos), no entanto não existem diferenças significativas entre os dois últimos grupos (2e 3).

No que se refere ao intervalo de tempo que possui também uma maior média de SOP continua a ser o intervalo dos 0 a 15 segundos, sendo a sua média de 5,9 e o seu desvio padrão de 2,9, no intervalo dos 16 a 30 segundos a média de SOP situa-se nos 2,4 e o desvio padrão em 1,4. No último grupo onde se englobam as sequências

ofensivas com mais de 30 segundos de duração, existe uma média de 1,1 SOP e um desvio padrão de 0,3.

Através da análise dos dados podemos concluir que um estilo de jogo directo, caracterizado por um reduzido tempo de duração do processo ofensivo, aumentando deste modo a velocidade de progressão do jogo para zonas mais próximas da baliza adversária, tende a conduzir a uma maior eficácia ofensiva.

Segundo alguns autores, uma das características das equipas de alto rendimento é a sua rápida transição defesa-ataque, sendo esta realizada muitas vezes em tempos inferiores a 12 segundos (Garganta et al., 1997; Mombaerts, 1991).

Reina et. al verificaram que 65% dos golos obtidos no Europeu de 1996, surgiram de SOP com duração inferiores a 15 segundos. De acordo com outros estudos, as sequências ofensivas eficazes apresentam uma duração reduzida (Castelo, 1994; Garganta et al., 1997 Reep & Benjamin`s, 1968 in Hughes & Churchill, 2005) estes resultados vão de encontro ao que também constatamos neste estudo, onde quanto menor for o tempo de duração do processo ofensivo, maior será a probabilidade da ocorrência de um remate enquadrado com a baliza, ou de uma situação de finalização. No entanto Couto (2007), num estudo sobre o campeonato do Mundo de 2006 concluiu que as equipas de nível superior evidenciam um maior número de SOP em sequências ofensivas com maior duração.

4.4.3. Número de contactos com a bola e relação com a eficácia ofensiva (relativa e