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TEOR DOS ELEMENTOS

No documento ALESSANDRA FORTUNA NEVES (páginas 55-60)

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA

7.5 TEOR DOS ELEMENTOS

Nas Tabelas 08 e 09 estão apresentadas concentrações de elementos no particulado em função dos pontos de amostragem. A partir das Tabelas 10 e 11 é possível destacar dois grupos de elementos, os maiores na faixa de µg/m3 (Ca e

K) e os elementos traço na faixa de ng/m3 (Cu, Mn, Mo, Ti, V e Zn). Ca e K provavelmente de fontes naturais, geralmente associados com partículas de sal marinho, poeira do solo e exudato de plantas. Os elementos Cu, Mo e Zn são em sua maioria oriundos de atividades antropogênicas enquanto que Mn e Ti estão associados a fontes naturais. E por último, o vanádio normalmente é originário de fontes antropogênicas, como queima de combustível fóssil.

Com exceção de Ti os demais elementos apresentam funções biológicas, embora o papel do V seja pouco conhecido. Assim, por exemplo, Cu atua na inibição da fotossíntese fitoplanctônica e de microalgas; o Mo está presente em vários sítios ativos de enzimas que atuam na fixação biológica de nitrogênio; o Zn tem a sua importância na assimilação de C e P que são nutrientes essenciais na produção primária marinha.

Portanto, a escolha destes elementos se deve principalmente a fonte que cada elemento representa, seja sob forma natural ou antropogênica. SILVA-FILHO (1997) no estudo de deposição atmosférica no litoral do Rio de Janeiro apontou as diversas fontes naturais e antropogênicas:

- partículas do sal marinho (aerossóis e spray marinho); - partículas do solo;

- partículas e/ou gases provenientes de atividade biológica;

biomassa, contendo elementos maiores e traços;

-- partículas provenientes da combustão observadas em emissões industriais e aquelas provenientes da queima de combustíveis por veículos automotores.

Nas Tabelas 08 e 09 estão apresentadas além das concentrações dos elementos medidos no particulado atmosférico nos dois pontos de amostragem também são mostradas as médias geométricas e os respectivos desvios padrão dos oito elementos (Ca, Cu, Mn, Mo, Ti, V, Zn e K) estudados, nos dois locais de amostragem no período de fevereiro de 2004 a janeiro de 2005. Pode-se observar que os resultados obtidos apresentam altos valores de desvio padrão, considerados normais em estudo atmosféricos, devido às diversas fontes que originam o material particulado, bem como os diferentes tamanhos de partículas, além da instabilidade de atributos meteorológicos na atmosfera (GORDON et al., 1981; ANDRADE, ORSINI e MAENHAUT, 1994).

DATA DA AMOSTRAGEM ELEMENTO Ca (µg/m3) (ng/mCu 3) (ng/mMn 3) (ng/mMo 3) (ng/mTi 3) (ng/mV 3) (ng/mZn 3) (µg/mK 3) 13/fev 2,73 ND 5,00 0,239 25,9 1,27 0,772 5,90 17/mar 3,09 104 6,44 0,260 41,9 0,958 9,78 3,51 19/abr 6,34 79,7 10,0 0,424 57,6 0,840 4,51 7,48 17/mai 9,32 13,6 11,2 0,880 85,8 2,94 7,22 3,92 23/jun 0,751 31,9 10,2 0,607 82,9 2,54 27,7 3,90 17/ago 1,33 25,9 10,6 1,11 193 6,22 19,0 7,84 15/set 4,22 140 6,07 0,411 118 6,47 32,2 0,276 13/out 0,00377 5,01 13,4 1,00 229 3,01 13,7 3,02 31/0ut-01/nov 6,04 139 12,5 0,72 179 7,01 34,3 3,90 03/nov 2,97 ND 9,67 1,01 154 2,53 17,5 3,22 04/nov 5,50 18,0 22,8 1,77 394 6,24 28,9 9,37 05/nov 5,91 35,4 28,8 2,02 368 8,93 35,3 8,82 16/dez ND ND ND 1,73 ND 8,69 29,1 2,98 07/jan ND ND ND 2,22 13,6 8,60 33,2 3,90 08/jan 2,55 5,63 1,21 1,32 51,6 15,3 ND 1,59 09/jan 5,19 6,20 1,73 1,47 34,8 20,9 ND 6,10 Desvio padrão 2,55 51,5 7,49 0,630 119 5,46 12,1 2,59 Média Geométrica 2,20 27,7 8,10 0,878 90,6 4,43 15,2 3,79

DATA DE AMOSTRAGEM ELEMENTO Ca (µg/m3) (ng/mCu 3) (ng/mMn 3) (ng/mMo 3) (ng/mTi 3) (ng/mV 3) (ng/mZn 3) (µg/mK 3) 13/fev 6,86 14,0 22,8 1,51 271 ND 73,7 15,6 17/mar ND 199 0,986 0,381 30,5 1,05 1,03 8,46 19/abr 0,701 114 6,62 0,486 100 0,655 23,2 7,54 17/mai 0,357 51,3 15,6 0,382 177 0,720 27,4 7,19 23/jun 5,12 80,1 21,2 0,999 159 4,06 44,8 3,35 17/ago 3,10 0,346 13,2 1,33 162 2,61 38,2 9,39 13/set 6,96 ND 15,5 1,33 163 1,79 20,1 7,13 13/out 3,34 99,3 16,1 0,818 205 3,27 42,7 1,89 03/nov 9,78 118 37,2 1,13 422 5,89 43,3 9,21 16/dez ND ND ND 1,51 ND 7,07 ND 2,55 08/jan ND ND ND 1,26 ND 6,39 13,7 1,90 Desvio padrão 3,27 63,7 10,2 0,434 110 2,42 20,3 4,13 Média Geométrica 2,98 38,9 12,2 0,905 156 2,46 23,0 5,48

De acordo com as Tabelas 08 e 09 as concentrações dos elementos variaram de um ponto de amostragem para outro, porém com a mesma ordem de grandeza. As maiores concentrações médias obtidas, em ambos os locais de amostragem, foram para K (3,79 µg/m3 e 5,48 µg/m3, no IEAPM e no pedágio da Via lagos, respectivamente), enquanto que o menor teor médio obtido foi para Mo no IEAPM (0,878 ng/m3) e no pedágio da Via lagos (0,905 ng/m3).

De todos os elementos estudados, o vanádio único a apresentar o maior teor médio no IEAPM, quando comparado ao pedágio da Via Lagos. De acordo com a Tabela 08, pode-se observar que os maiores teores de V no IEAPM foram obtidos em novembro e janeiro. Este mesmo comportamento foi observado para Zn e Mo, cujos teores médios obtidos atingem os mais altos valores nestes meses.

Durante o período de amostragem, dois fenômenos de ressurgência foram observados justamente nos meses de novembro (fraca intensidade) e janeiro (maior intensidade), período este em que foram obtidos os maiores teores de V. Este período é caracterizado por ventos do quadrante Este, com direção predominante Nordeste, e elevados valores de PTS, oriundos da contribuição do aerossol marinho, responsável pela emissão de partículas maiores.

No estudo do comportamento do Cu é possível observar que os maiores teores foram obtidos em setembro (vento Sudoeste) e em novembro (vento Nordeste), não sendo a direção de vento a possível explicação de tal fato. Observa-se também um decréscimo dos teores deste elemento durante os períodos de ressurgência.

No período da amostragem em estudo, os maiores teores de Ti, Mn e K no IEAPM foram obtidos no mês de novembro, fato este que não se repete no mês de janeiro.

obtido para Ca foi no mês de outubro (0,00377 µg/m3), caracterizado pela predominância de ventos Nordeste, a grandes velocidades, com altos valores de PTS. O maior teor deste elemento foi obtido em maio (9,32 µg/m3), caracterizado pela baixa velocidade de vento Nordeste, com menores valores de PTS.

Os resultados obtidos para o pedágio da Via Lagos (Tabela 09) indicam que as maiores concentrações de Ca, Mn e Ti (9,78 µg/m3, 37,2 ng/m3 e 422 ng/m3,

respectivamente) foram obtidos em 03 de novembro, data essa caracterizada pelo aumento no fluxo de veículos devido ao retorno do feriado nacional; enquanto que V apresenta o maior valor (7,07 ng/m3) para o mês de dezembro.

Zn e K (73,7 ng/m3 e 15,6 µg/m3, respectivamente) apresentam as maiores concentrações para o mês de fevereiro, enquanto que Mo apresenta teores similares (1,51 ng/m3) em dezembro e fevereiro. Estes meses são caracterizados

por um aumento na circulação de veículos para a Região dos Lagos podendo até triplicar, devido ao período de férias. Esses resultados indicam que este ponto de amostragem é fortemente influenciado por emissões relacionadas ao tráfego de veículos.

No documento ALESSANDRA FORTUNA NEVES (páginas 55-60)

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