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Etapa 5: Elaboração do Relatório de Dissertação

3.3 TEORIA DECISIONAL

A Teoria Decisional deriva-se de uma abordagem da psicologia e compõe as Teorias de Orientação Profissional. Este último campo subdivide-se em 3 grandes blocos: as Teorias Psicológicas, as Teorias Não-Psicológicas e as Teorias Gerais, conforme já avençado.

A teoria decisional é uma teoria psicológica e versa sobre como a decisão deve ser fruto de uma análise minuciosa dos elementos que intervém no processo, para com isso, identificar as possibilidades, analisar as conseqüências e, avaliar e decidir resultando numa escolha. A esta seqüência lógica é dada uma classificação por meio das sub-etapas: preditiva, avaliativa e decisória, respectivamente (Wulf et. al., 2003).

Apesar de referenciar a teoria decisional sob a ótica da psicologia, sua origem remete a economia por meio das teorias de tomada de decisão. No entanto, sua aplicação na psicologia desenvolveu-se a partir da década de 60, fortalecendo-se desde então. Assim, os modelos de tomada de decisão foram cada vez mais utilizados no processo de escolha profissional, mesmo que tendo um caráter de assessoramento (Crites, 1974).

Toda decisão está centrada em pontos comuns permeando uma decisão que precisa ser tomada e pelo menos duas tendências de ações das quais deve ser escolhida uma, contando com as informações que se tem de cada uma delas. Assim, análise de decisão é simplesmente o termo que se refere ao estudo cuidadoso que precede a decisão (Silva, 1990).

Muito embora o foco deste trabalho seja a identificação da aptidão da infraestrutura de transporte ferroviária, voltada aos terminais ferroviários de carga, é válida uma exemplificação do processo de escolha ou decisão tratado por Gellat apud Crites (1974). Por meio de um Método de Investigação de Dados, realiza-se um “circuito” de decisões, onde o processo se repete até que se encontre a decisão final. O esquema é representado na Figura 3.1.

 

Figura 3.1 – O processo de tomada de decisão profissional tratado por Gellat (1962) (Fonte modificada).

A Figura 3.1 segue 3 passos básicos: (i) a estimação de possibilidades de êxito associadas com os resultados possíveis dos cursos de ações; (ii) a conveniência dos resultados determinados pelo sistema de valores do decisor, e (iii) a seleção de uma conduta determinada aplicando um critério valorativo. Contudo, ressalta-se que o componente mais importante do processo é a estratégia para considerar e escolher os rumos das ações.

3.3.2 Outros Fundamentos da Decisão

Conforme fora apontado anteriormente, a teoria decisional provém das teorias de tomada de decisão. Estas por sua vez têm aplicação em mais de uma área de conhecimento como economia (origem), administração, matemática, etc. Em cada uma delas, são realizadas suas particularizações. No entanto, em todas as áreas de conhecimento respeitam, indiretamente, a rotina básica de identificar possibilidades, analisar conseqüências, avaliar e decidir, resultando numa escolha.

No campo da probabilidade e estatística, Silva (1990) relata que o marco inicial da teoria da decisão foi a publicação do artigo “Specimen theoriae novae de mesura sortis”, por Daniel Bernouilli, em 1738. No artigo, o autor contestava o fato de o dinheiro ser

 

considerado a medida ideal de valor, mostrando que a utilidade variava de indivíduo para indivíduo. Nesse momento surge o conceito de utilidade (medida numérica para a real importância das conseqüências de uma decisão).

Howard apud Silva (1990) diz que “tomar uma decisão é aquilo que você faz quando não sabe o que fazer”.

De acordo com Silva (1990), uma análise de decisão preconiza uma rotina simplificada concentrada nos seguintes pontos: a) Formular o problema; b) Construir o modelo; c) Interpretar o resultado e tirar resultados a respeito do problema; d) Fazer uma análise da sensibilidade (usando-a para reformular o problema ou alterar o modelo); e) Implementar a solução.

Figura 3.2 – Rotina de análise de decisão.

Outras abordagens são realizadas por diversos autores no que tange ao processo de tomada de decisão, com enfoques clássicos, modernos e realistas, bem como valem da utilização de métodos multicritérios ou heurísticas para problemas decisórios. No entanto, o objeto da dissertação caracteriza-se primordialmente pela identificação da aptidão da infraestrutura ferroviária.

3.4 TÓPICOS CONCLUSIVOS

ƒ Aptidão é considerada como uma predisposição positiva a cerca de uma expectativa de adaptação futura a uma determinada finalidade, enquanto vocação, segundo sob a ótica da psicologia, remete talento ou dom, possivelmente tratado como vontade divina. Para este trabalho é admitido o conceito de aptidão, extrapolando a sua interpretação para o transporte.

Formular o problema Construir o modelo Interpretar o resultado

 

ƒ Existe um campo de estudos chamado de psicologia vocacional que possui em seu espoco a orientação profissional de onde se ramificam as teorias vocacionais, dentre elas a teoria decisional.

ƒ A teoria decisional tem como idéia central: identificar as possibilidades, analisar as conseqüências, avaliar e decidir resultando numa escolha. No entanto, possui fundamentos nas teorias de tomada de decisão, proveniente da economia.

ƒ O processo de análise preconizado pela teoria decisional permite aplicação na identificação da aptidão da infraestrutura de terminais ferroviários de carga. As características de um terminal para atender a capacidade de uma determinada área constituem-se da aptidão (potencial produtivo de terras), habilidade (infraestrutura física) e destreza (nível operacional).

 

4 – SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DE

TERRAS - SAAAT

4.1 – APRESENTAÇÃO

Neste capítulo, far-se-á uma abordagem exploratória do Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola de Terras – SAAAT. O sistema é tratado na literatura especializada como o mais utilizado método de avaliação da aptidão de terras e vastamente estudado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA. Dessa maneira, serão demonstrados a origem, os objetivos e a metodologia concebida pelo

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